segunda-feira, 11 de maio de 2015

CAPÍTULO 13 - 2 O Filho de Deus sem culpa

1. O propósito final da projeção é sempre livrar-se da culpa. No entanto, caracteristicamente, o ego tenta livrar-se da culpa apenas do seu ponto de vista, pois por mais que o ego queira reter a culpa, tu a consideras intolerável já que a culpa obstrui o caminho da tua lembrança de Deus, Cuja atração é tão forte que não podes resistir. Nessa questão, portanto, é onde ocorre a mais profunda das divisões, pois se tens que  reter a culpa, como insiste o ego, não podes ser quem és. Só persuadindo-te de que ele é quem tu és, é que o ego tem possibilidade de induzir-te a projetar a culpa e assim mantê-la em tua mente.

2. No entanto, considera que estranha solução é o arranjo feito pelo ego. Tu projetas a culpa para te veres livre dela, mas de fato estás apenas ocultando-a. Experimentas culpa mas não tens a menor idéia do por quê. Ao contrário, a associas com uma esquisita variedade de "ideais do ego", nos quais, segundo o ego, tens falhado. Mas, não tens idéia de que estás falhando para com o Filho de Deus por vê-lo culpado. Acreditando que não és mais quem és, não reconheces que estás falhando a ti mesmo.

3. A mais escura das pedras angulares ocultas em ti mantém a tua crença na culpa fora da tua consciência. Pois nesse local escuro e secreto está o reconhecimento de que traíste o Filho de Deus por condená-lo à morte. Tu nem sequer suspeitas de que essa idéia assassina mas insana está escondida lá, pois a necessidade de destruição do ego é tão intensa que nada menos do que a crucificação do Filho de Deus pode, em última instância, satisfazê-la. Ele não conhece quem é o Filho de Deus porque é cego. Entretanto, permite que ele perceba a inculpabilidade em qualquer lugar e ele tentará destruí-la porque tem medo.

4. Grande parte do estranho comportamento do ego é diretamente atribuída à sua definição de culpa. Para o ego, os que não têm culpa são culpados. Aqueles que não atacam são os seus "inimigos" porque, ao não valorizarem a sua interpretação da salvação, estão em excelente posição para abandoná-la. Eles chegaram perto da pedra angular mais escura e profunda no fundamento do ego e embora o ego possa suportar que questiones tudo o mais, esse único segredo ele guarda com a própria vida, pois a sua existência depende da manutenção disso. Assim sendo, é para esse segredo que temos que olhar, pois o ego não pode proteger-te contra a verdade e na sua presença o ego é dissipado.

5. Na calma luz da verdade, vamos reconhecer que acreditas que crucificaste o Filho de Deus. Não admitiste esse "terrível" segredo porque ainda desejarias crucificá-lo se pudesses achá-lo. No entanto, esse desejo o escondeu de ti, porque é um desejo muito amedrontador e, por conseguinte, tens medo de encontrá-lo. Tens lidado com esse desejo de matar a ti mesmo não sabendo quem és tu e identificando-te com alguma outra coisa. Projetaste a culpa cegamente e indiscriminadamente, mas não descobriste a sua fonte. Pois o ego, de fato, quer matar-te e se tu te identificares com ele, não podes deixar de acreditar que a sua meta é a tua.

6. Eu tenho dito que a crucificação é o símbolo do ego. Quando ele foi confrontado com a real inculpabilidade do Filho de Deus, tentou matá-lo e a razão que deu foi a de que a inculpabilidade é uma blasfêmia para com Deus. Para o ego, o ego é Deus e a inculpabilidade tem que ser interpretada como a culpa máxima que justifica inteiramente o assassinato. Tu ainda não compreendes que qualquer medo que possas experimentar em relação a esse curso, em última instância, brota dessa interpretação, mas se considerares as tuas reações a ela virás a estar cada vez mais convencido de que é assim.

7. Esse curso declarou explicitamente que a sua meta para ti é a felicidade e a paz. No entanto, tens medo dele. Já te foi dito muitas e muitas vezes que ele vai libertar-te, mas às vezes reages como se ele estivesse tentando aprisionar-te. Freqüentemente o descartas com maior prontidão do que descartas o sistema de pensamento do ego. Assim sendo, até um certo ponto, tens que acreditar que, por não aprenderes o curso, estás protegendo a ti mesmo. E não reconheces que é apenas a tua inculpabilidade que pode protegerte.

8. A Expiação foi sempre interpretada como a liberação da culpa e isso está correto se for compreendido. Entretanto, mesmo quando eu a interpreto para ti, és capaz de rejeitá-la e não aceitá-la para ti mesmo. Talvez tenhas reconhecido a futilidade do ego e dos oferecimentos que ele te faz, mas apesar de não os quereres, podes ainda não considerar a alternativa com contentamento. No fundo, tens medo da redenção e acreditas que ela vai matar-te. Não cometas nenhum equívoco em relação à profundidade desse medo. Pois acreditas que, na presença da verdade, poderias voltar-te contra ti mesmo e destruir-te.

9. Pequena criança, isso não é assim. O segredo da tua culpa não é nada e se apenas o trouxeres à luz, a Luz o dissipará. Então, nenhuma nuvem escura permanecerá entre tu e a lembrança do teu Pai, pois irás lembrar do Seu Filho sem culpa que não morreu porque é imortal. E verás que foste redimida com ele e nunca estiveste separada dele. Nesta compreensão está a tua lembrança pois é o reconhecimento do amor sem medo. Haverá grande júbilo no Céu quando voltares à casa e o júbilo será teu. Pois o filho redimido do homem é o Filho de Deus sem culpa e reconhecê-lo é a tua redenção.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

CAPÍTULO 13 - 1 A inculpabilidade e a invulnerabilidade

1. Anteriormente eu disse que o Espírito Santo compartilha a meta de todos os bons professores, cujo objetivo final é fazerem-se desnecessários tendo ensinado a seus alunos tudo o que sabem. O Espírito Santo só quer isso, pois compartilhando o Amor do Pai por Seu Filho, Ele busca remover toda a culpa da sua mente de tal modo que ele possa lembrar do seu Pai em paz. Paz e culpa são antitéticas e o Pai só pode ser lembrado na paz. Amor e culpa não podem coexistir, e aceitar um é negar o outro. A culpa esconde o Cristo da tua vista, pois é a negação da irrepreensibilidade do Filho de Deus.

2. No estranho mundo que fizeste o Filho de Deus tem pecado. Assim sendo, como poderias Vê-lo? Fazendo com que ele seja invisível, o mundo da retaliação surgiu na negra nuvem de culpa que tu aceitaste e manténs com apreço. Pois a irrepreensibilidade de Cristo é a prova de que o ego nunca existiu e nunca pode existir. Sem a culpa, o ego não tem vida e o Filho de Deus é sem culpa.

3. Na medida em que olhas para ti mesmo e julgas o que fizeste com honestidade, podes ser tentado a imaginar como é possível que sejas sem culpa. No entanto, considera isso: não és sem culpa no tempo, mas na eternidade. Tens "pecado" no passado, mas não há nenhum passado. O sempre não tem direção. O tempo parece se mover em uma direção, mas quando atinges o seu fim, ele se enrolará como um longo tapete estendido sobre o passado atrás de ti e desaparecerá. Enquanto acreditares que o Filho de Deus é culpado, caminharás sobre esse tapete acreditando que ele conduz à morte. E a jornada parecerá longa, cruel e sem sentido, pois assim ela é.

4. A jornada que o Filho de Deus estabeleceu para si mesmo é fato inútil, mas a jornada na qual o Pai o embarca é de liberação e alegria. O Pai não é cruel e Seu Filho não pode ferir a si mesmo. A retaliação que ele teme e que ele vê nunca o tocará, pois embora ele acredite nela, o Espírito Santo tem o conhecimento  de que ela não é verdadeira. O Espírito Santo está no fim dos tempos, onde tu não podes deixar de estar porque Ele está contigo. Ele já desfez tudo o que era indigno do Filho de Deus, pois tal foi a Sua missão dada por Deus. E o que Deus dá nunca deixou de ser.

5. Tu me verás à medida que aprenderes que o Filho de Deus não tem culpa. Ele sempre buscou a sua inculpabilidade e a achou. Pois cada um está buscando escapar da prisão que fez e o caminho para achar a liberação não lhe é negado. Estando nele, ele o achou. Quando o acha é apenas uma questão de tempo e o tempo é apenas uma ilusão. Pois o Filho de Deus não tem culpa agora e o brilho da sua pureza resplandece intocado na Mente de Deus para sempre. O Filho de Deus sempre será tal como ele foi criado. Nega o teu mundo e não o julgues, pois a sua eterna inculpabilidade está na Mente do seu Pai e o protege para sempre.

6. Quando tiveres aceito a Expiação para ti mesmo, reconhecerás que não há nenhuma culpa no Filho de Deus. E só quando olhas para ele como alguém sem culpa é que podes compreender a sua unicidade. Pois a idéia da culpa traz a crença na condenação de um pelo outro, projetando a separação em lugar da unidade. Tu só podes condenar a ti mesmo e ao fazê-lo não podes ter o conhecimento de que és o Filho de Deus. Negaste a condição do que ele é, que é a sua perfeita irrepreensibilidade. Ele foi criado a partir do amor e no amor ele habita. A bondade e a misericórdia sempre o seguiram, pois ele sempre estendeu o Amor do seu Pai.

7. À medida em que percebes os companheiros santos que viajam contigo, reconhecerás que não há jornada, mas só um despertar. O Filho de Deus, que não dorme, tem mantido a fé em seu Pai por ti. Não há estrada pela qual viajar e não há tempo através do qual viajar. Pois Deus não espera o Seu Filho no tempo, para sempre recusando-Se a ser sem ele. E sempre tem sido assim. Permite que a santidade do Filho de Deus brilhe afastando a nuvem de culpa que escurece a tua mente e aceitando a sua pureza como tua, aprende com ele que ela é tua.

8. Tu és invulnerável porque não tens culpa. Só através da culpa é que podes te apegar ao passado. Pois a culpa estabelece que serás punido pelo que fizeste e depende, portanto, de um tempo unidimensional, procedendo do passado para o futuro. Ninguém que acredite nisso pode compreender o que "sempre" significa e, portanto, a culpa não pode deixar de privar-te da apreciação da eternidade. Tu és imortal porque és eterno e o que é "sempre" tem que ser agora. A culpa, então, é uma forma de manter o passado e o futuro em tua mente para assegurar a continuidade do ego. Pois se o que foi será punido, a continuidade do ego está garantida. No entanto, a garantia da tua continuidade é de Deus, não do ego. E a imortalidade é o oposto do tempo, pois o tempo passa, enquanto a imortalidade é constante.

9. A aceitação da Expiação te ensina o que é a imortalidade, pois ao aceitar a tua inculpabilidade, aprendes que o passado nunca foi e deste modo o futuro é desnecessário e não há de ser. O futuro, no tempo, está sempre associado com a expiação e só a culpa poderia induzir a um senso de necessidade de expiação. Aceitar como tua a inculpabilidade do Filho de Deus é, portanto, o caminho de Deus para lembrar-te do Seu Filho e do que ele é na verdade. Pois Deus nunca condenou o Seu Filho e, sendo sem culpa, ele é eterno.

10. Tu não podes dissipar a culpa fazendo com que ela seja real e depois expiando-a. Esse é o plano do ego, que ele oferece ao invés de dissipá-la. O ego crê na expiação através do ataque, estando totalmente comprometido com a noção insana de que o ataque é salvação. E tu que aprecias a culpa, necessariamente também acreditas nisso, pois de que outra forma, senão identificando-te com o ego, poderias manter com tanto apreço o que não queres?

11. O ego te ensina a atacar a ti mesmo porque és culpado e isso não pode deixar de aumentar a culpa, pois a culpa é o resultado do ataque. No ensinamento do ego, portanto, não há como escapar da culpa. Pois o ataque faz com que a culpa seja real e se ela é real, não há nenhum caminho para superá-la. O Espírito Santo a dissipa simplesmente através do calmo reconhecimento de que ela nunca existiu. Quando Ele olha para o Filho de Deus sem culpa, Ele tem o conhecimento de que isso é verdadeiro. E sendo verdadeiro para ti, não podes atacar a ti mesmo, pois sem culpa o ataque é impossível. Assim sendo, estás salvo porque o Filho de Deus é sem culpa. E sendo totalmente puro, tu és invulnerável.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

CAPÍTULO 13 - O MUNDO SEM CULPA Introdução

1. Se não te sentisses culpado, não poderias atacar, pois a condenação é a raiz do ataque. É o julgamento de uma mente por outra como indigna de amor e merecedora de punição. Mas é aí que está a divisão. Pois a mente que julga se percebe separada da mente que está sendo julgada, acreditando que punindo a outra escapará da punição. Tudo isso não passa de uma tentativa delusória da mente de negar a si própria e de escapar à penalidade da negação. Não é uma tentativa de abandonar a negação, mas de ater-se a ela. Pois é a culpa que obscurece o Pai para ti e é a culpa que te tem levado à insanidade.

2. A aceitação da culpa na mente do Filho de Deus foi o começo da separação, assim como a aceitação da Expiação é o fim. O mundo que vês é o sistema delusório daqueles a quem a culpa enlouqueceu. Olha com cuidado para esse mundo e vais reconhecer que é assim. Pois esse mundo é o símbolo da punição e todas as leis que parecem governá-lo são as leis da morte. As crianças vêm ao mundo através da dor e na dor. Seu crescimento é acompanhado de sofrimento e elas aprendem sobre o pesar, a separação e a morte. Suas mentes parecem estar presas como numa armadilha em seus cérebros e seus poderes parecem declinar se os seus corpos são feridos. Elas parecem amar, no entanto, abandonam e são abandonadas. Parecem perder o que amam, talvez a crença mais insana de todas. E seus corpos definham e exalam seu último suspiro e são depositados na terra e já não são mais. Nenhuma delas tem outro pensamento a não ser o de que Deus é cruel.

3. Se esse fosse o mundo real, Deus seria cruel. Pois Pai nenhum poderia sujeitar Suas crianças a isso como o preço a ser pago pela salvação e ser amoroso. O amor não mata para salvar. Se o fizesse, o ataque seria salvação e essa interpretação é a do ego, não a de Deus. Só o mundo da culpa poderia exigir isso, pois só os culpados poderiam conceber isso. O "pecado" de Adão não poderia ter afetado a ninguém se ele não tivesse acreditado que foi o Pai Quem o expulsou do paraíso. Pois nessa crença o conhecimento do Pai foi perdido, já que somente aqueles que não O compreendem poderiam acreditar nela.

4. Esse mundo é um retrato da crucificação do Filho de Deus. E até que reconheças que o Filho de Deus não pode ser crucificado, esse é o mundo que verás. No entanto, não reconhecerás isso enquanto não aceitares o fato eterno de que o Filho de Deus não é culpado. Ele merece apenas amor porque só tem dado amor. Não pode ser condenado porque nunca condenou. A Expiação é a lição final que ele precisa aprender, pois ela lhe ensina que, não tendo nunca pecado, ele não tem necessidade da salvação.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Capítulo 12 - 8. A atração do amor pelo amor

1. Tu realmente acreditas que podes matar o Filho de Deus? O Pai escondeu o Seu Filho com segurança dentro de Si Mesmo e o manteve muito distante dos teus pensamentos destrutivos, mas tu não conheces nem o Pai nem o Filho por causa deles. Atacas o mundo real todo dia, a toda hora e a todo minuto e apesar disso estás surpreso por não poderes vê-lo. Se buscas o amor com o fim de atacá-lo, jamais o acharás. Pois se o amor é compartilhar, como podes achá-lo a não ser através dele mesmo? Oferece-o e ele virá a ti, porque ele é atraído para si mesmo. Mas se ofereces o ataque o amor permanecerá escondido, pois ele só pode viver em paz.

2. O Filho de Deus está tão seguro quanto seu Pai, pois o Filho conhece a proteção de seu Pai e não pode ter medo. O Amor do Seu Pai o mantém em perfeita paz e não necessitando de nada, ele não pede nada. Entretanto, Ele, que é o teu Ser, está longe de ti, pois escolheste atacá-lo e ele desapareceu da tua vista em seu Pai. Ele não mudou, mas tu sim. Pois uma mente dividida e todas as suas obras não foram criadas pelo Pai e não poderiam viver no Seu conhecimento.

3. Quando fizeste com que fosse visível o que não é verdadeiro, o que é verdadeiro veio a ser invisível para ti. No entanto, não pode ser invisível em si mesmo, pois o Espírito Santo o vê com perfeita clareza. É invisível para ti porque estás olhando para uma outra coisa. No entanto, não cabe a ti decidir o que é visível e o que é invisível, como não cabe a ti decidir o que é a realidade. O que pode ser visto é o que o Espírito Santo vê. A definição da realidade é de Deus e não tua. Ele a criou e Ele conhece o que ela é. Tu, que conhecias, esqueceste e se Ele não tivesse te dado um caminho para lembrares, terias te condenado ao esquecimento.

4. Devido ao Amor do teu Pai, nunca poderás esquecê-Lo, pois ninguém é capaz de esquecer o que o próprio Deus colocou em sua memória. Podes negá-lo, mas não podes perdê-lo. Uma Voz responderá a cada questão que perguntares e uma visão corrigirá a percepção de tudo o que vês. Pois o que fizeste com que fosse invisível é a única verdade e o que não ouviste é a única Resposta. Deus quer que tu voltes a unir-te contigo mesmo e não te abandonou em tua aflição. Estás esperando apenas por Ele e não tens conhecimento disso. No entanto, a Sua memória brilha na tua mente e não pode ser obliterada. Não é mais passada do que futura, sendo eterna para sempre.

5. Tu só tens que pedir essa memória e vais te lembrar. Todavia, a memória de Deus não pode brilhar na mente que a obliterou e quer mantê-la assim. Pois a memória de Deus só pode nascer na mente que escolhe lembrar e que abandonou o desejo insano de controlar a realidade. Tu, que nem sequer podes controlar a ti mesmo, dificilmente deverias aspirar controlar o universo. Mas olha para o que fizeste do universo e regozija-te por não ser assim.

6. Filho de Deus, não te contentes com o nada! O que não é real não pode ser visto e não tem valor. Deus não poderia oferecer ao Seu Filho o que não tem valor e nem Seu Filho poderia recebê-lo. Foste redimido no instante em que pensaste que O tinhas desertado. Tudo o que fizeste nunca existiu e é invisível porque o Espírito Santo não o vê. Entretanto, o que Ele vê é teu para que tu contemples e, através da Sua visão, a tua percepção é curada. Fizeste com que fosse invisível a única verdade que esse mundo contém. Valorizando o nada, buscaste o nada. Fazendo com que o nada fosse real para ti, viste o nada. Mas isso não existe. E Cristo é invisível para ti devido ao que fizeste com que fosse visível para ti.

7. No entanto, não importa quanta distância tentaste interpor entre a tua consciência e a verdade. O Filho de Deus pode ser visto porque a sua visão é compartilhada. O Espírito Santo olha para ele e não vê nenhuma outra coisa em ti. O que é invisível para ti é perfeito em Sua vista e abrange tudo. Ele lembrou  Se de ti porque não esqueceu o Pai. Tu olhaste para o irreal e achaste o desespero. Todavia, buscando o irreal, que outra coisa poderias achar? O mundo irreal é algo desesperador, pois nunca poderá ser. E tu, que compartilhas o Ser de Deus com Ele, nunca poderias te contentar sem a realidade. O que Deus não te deu não tem poder sobre ti e a atração do amor pelo amor permanece irresistível. Pois é a função do amor unir todas as coisas em si mesmo e manter todas as coisas juntas por estender a sua integridade.

8. O mundo real te foi dado por Deus em uma troca amorosa pelo mundo que fizeste e pelo mundo que vês. Apenas toma-o das mãos de Cristo e olha para ele. A sua realidade fará com que todas as outras coisas sejam invisíveis, pois contemplá-lo é percepção total. E à medida em que olhas para ele, vais lembrar-te que sempre foi assim. O nada virá a ser invisível, pois afinal terás visto verdadeiramente. A percepção redimida é facilmente traduzida em conhecimento, pois só a percepção é capaz de erro e a percepção nunca existiu. Sendo corrigida, ela dá lugar ao conhecimento, que é para sempre a única realidade. A Expiação nada mais é do que o caminho de volta àquilo que nunca foi perdido. Teu Pai não poderia ter deixado de amar o Seu Filho.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Capítulo 12 - 7. Olhar para dentro

1. Os milagres demonstram que o aprendizado ocorreu sob a orientação certa, pois o aprendizado é invisível e o que foi aprendido só pode ser reconhecido pelos seus resultados. Sua generalização é demonstrada à medida em que o usas em um número cada vez maior de situações. Reconhecerás que aprendeste que não existe ordem de dificuldades em milagres quando os aplicares a todas as situações. Não existe nenhuma situação à qual os milagres não se apliquem e aplicando-os a todas as situações ganharás o mundo real. Pois nesta percepção santa a integridade ser-te-á restaurada e da tua aceitação da Expiação para ti mesmo ela se irradiará a todos aqueles que o Espírito Santo te enviar para a tua benção. Em toda criança de Deus está a Sua bênção e na tua bênção às crianças de Deus está a Sua bênção a ti.

2. Todos no mundo têm que desempenhar seu próprio papel na sua redenção de forma a reconhecerem que o mundo foi redimido. Não podes ver o invisível. Entretanto, se vires os seus efeitos, terás o conhecimento de que ele não pode deixar de estar presente. Por perceberes o que ele faz, reconheces o que ele é. E pelo que ele faz, aprendes o que ele é. Não podes ver as tuas forças, mas adquires confiança no fato de que elas existem à medida em que te capacitam a agir. E os resultados das tuas ações tu podes ver.

3. O Espírito Santo é invisível, mas podes ver os resultados da Sua Presença e através deles aprenderás que Ele está presente. O que Ele te capacita a fazer, com toda a clareza não é desse mundo, pois milagres violam todas as leis da realidade conforme esse mundo a julga. Todas as leis de tempo e espaço, de magnitude e massa são transcendidas, pois o que o Espírito Santo te capacita a fazer está claramente além de todas elas. Percebendo os Seus resultados, compreenderás aonde Ele tem que estar e finalmente conhecerás o que Ele é.

4. Não podes ver o Espírito Santo, mas podes ver as Suas manifestações. E a não ser que as vejas, não reconhecerás que Ele está presente. Milagres são as Suas testemunhas e falam pela Sua Presença. O que não podes ver só vem a ser real para ti através das testemunhas que falam a favor Disso. Pois podes estar ciente do que não podes ver e Isso pode vir a ser indiscutivelmente real para ti à medida em que a Presença Disso vem a se manifestar através de ti. Faze o trabalho do Espírito Santo, pois tu compartilhas a Sua função. Como a tua função no Céu é a criação, assim a tua função na terra é a cura. Deus compartilha a Sua função contigo no Céu e o Espírito Santo compartilha a Dele contigo na terra. Enquanto acreditares que tens outras funções, nessa medida necessitarás de correção. Pois essa crença é a destruição da paz, uma meta que está em oposição direta ao propósito do Espírito Santo.

5. Tu vês o que esperas e esperas o que convidas. A tua percepção é o resultado do teu convite, vindo a ti em função do que pediste. De quem são as manifestações que queres ver? De que presença queres ser convencido? Pois acreditarás naquilo que manifestas e do mesmo modo como olhas para o que está fora de ti, verás o que está dentro. Dois modos de olhar para o mundo estão na tua mente e a tua percepção vai refletir a orientação que escolheste.  6. Eu sou a manifestação do Espírito Santo e, quando me vires, será porque O terás convidado. Pois Ele te enviará as Suas testemunhas se apenas olhares para elas. Lembra-te sempre que vês aquilo que buscas, pois o que buscas, tu acharás. O ego acha o que busca e só isso. Ele não acha o amor, pois não é isso o que está buscando. No entanto, buscar e achar são a mesma coisa e se buscas duas metas, tu as acharás mas não reconhecerás nenhuma das duas. Pensarás que elas são a mesma porque queres ambas. A mente sempre luta pela integração e se ela está dividida e quer manter a divisão, ainda acreditará que tem uma única meta, fazendo com que pareça ser uma só.

7. Eu disse anteriormente que o que projetas ou estendes depende de ti, mas tens que fazer uma coisa ou outra, pois essa é uma lei da mente e tens que olhar para dentro antes de olhar para fora. Conforme olhas para dentro, escolhes o guia para o teu modo de ver. E então olhas para fora e contemplas as suas testemunhas. É por isso que achas o que buscas. O que queres em ti mesmo tu farás com que seja manifestado e o aceitarás do mundo, porque o puseste lá por querer que fosse assim. Quando pensas que estás projetando o que não queres, ainda assim é porque, de fato, o queres. Isso conduz diretamente à dissociação, pois representa a aceitação de duas metas, cada uma percebida em um local diferente; uma separada da outra, porque tu as fizeste diferentes. A mente, então, vê um mundo dividido fora de si mesma, mas não dentro. Isso dá a ela uma ilusão de integridade e a capacita a acreditar que está perseguindo uma única meta. No entanto, enquanto perceberes o mundo dividido, não estás curado. Pois estar curado é perseguir uma única meta, porque só aceitaste uma e queres apenas uma.

8. Quando quiseres só o amor, não verás nenhuma outra coisa. A natureza contraditória das testemunhas que percebes é meramente um reflexo dos teus convites conflitantes. Olhaste para a tua mente e aceitaste lá a oposição, tendo-a buscado lá. Mas não acredites, então, que as testemunhas pela oposição são verdadeiras, pois elas somente atestam a tua decisão a respeito da realidade, devolvendo a ti as mensagens que tu lhes deste. Também o amor é reconhecido pelos seus mensageiros. Se fazes com que o amor se manifeste, seus mensageiros virão a ti porque os convidaste.

9. O poder de decisão é a única liberdade que te restou como prisioneiro desse mundo. Podes decidir vêlo de modo certo. O que fizeste dele não é a sua realidade, pois a sua realidade é só o que tu lhe dás. Não podes realmente dar nada que não seja amor a ninguém ou a coisa alguma, nem podes realmente receber deles nada que não seja amor. Se pensas que recebeste qualquer outra coisa, isso se deve ao fato de teres olhado para dentro e pensado ter visto o poder de dar alguma outra coisa dentro de ti. Foi apenas essa decisão que determinou o que achaste, pois foi a decisão pelo que buscavas.

10. Tu tens medo de mim porque olhaste para dentro e tens medo do que viste. No entanto, não poderias ter visto a realidade, pois a realidade da tua mente é a mais bela das criações de Deus. Vinda apenas de Deus, seu poder e sua grandeza só poderiam te trazer paz se realmente tivesses olhado para ela. Se estás com medo, é porque viste alguma coisa que não está lá. Entretanto, naquele mesmo lugar, poderias ter olhado para mim e para todos os teus irmãos na segurança perfeita da Mente que nos criou. Pois nós estamos lá, na paz do Pai, Cuja Vontade é estender a Sua paz através de ti.

11. Quando tiveres aceito a tua missão de estender a paz, acharás a paz, pois fazendo com que ela se manifeste, tu a verás. Suas testemunhas santas irão cercar-te porque as terás chamado e elas virão a ti. Eu ouvi o teu chamado e te respondi, mas não é tua vontade olhar para mim nem ouvir a resposta que buscavas. Isso acontece porque ainda não queres apenas isso. Entretanto, à medida que venho a ser mais real para ti, aprenderás que queres apenas isso. E verás a mim quando olhares para dentro e nós olharemos para o mundo real juntos. Através dos olhos de Cristo, só o mundo real existe e só o mundo real pode ser visto. Assim como decides, tu verás. E tudo o que vês só testemunha a tua decisão.

12. Quando olhares para dentro e vires a mim, será porque terás decidido manifestar a verdade. E à medida em que a manifestas, tu a verás tanto fora quanto dentro. Tu a verás fora porque a viste em primeiro lugar dentro. Tudo o que contemplas fora é um julgamento do que contemplaste dentro. Se for o teu julgamento, ele estará errado, pois o julgamento não é a tua função. Se for o julgamento do Espírito Santo, estará certo, pois o julgamento é a Sua função. Compartilhas a Sua função somente julgando como Ele julga, sem reservar absolutamente nenhum julgamento para ti mesmo. Tu julgarás contra ti, mas Ele julgará a favor de ti.

13. Lembra-te, então, que sempre que olhas para fora e reages desfavoravelmente ao que vês, tu te julgaste indigno e te condenaste à morte. A pena de morte é a meta última do ego, pois ele acredita inteiramente que és um criminoso, tão merecedor da morte quanto Deus tem o conhecimento de que és merecedor da vida. A pena de morte nunca deixa a mente do ego, porque é isso o que ele sempre te reserva no final. Querendo matar-te, como expressão final do seu sentimento por ti, ele permite que vivas apenas para esperar a morte. Ele te atormentará enquanto viveres, mas o seu ódio não será satisfeito até que morras. Pois a tua destruição é o único fim em cuja direção ele trabalha e o único fim com o qual ele ficará satisfeito.  

14. O ego não é um traidor para com Deus, para Quem a traição é impossível. Mas é um traidor para ti, que acreditas ter sido traiçoeiro para com teu Pai. E por isso que desfazer a culpa é uma parte essencial do ensinamento do Espírito Santo. Pois enquanto te sentires culpado estás ouvindo a voz do ego, que te diz que tens sido traiçoeiro para com Deus e mereces, portanto, a morte. Tu pensarás que a morte vem de Deus e não do ego, porque ao confundir-te com o ego, acreditas que queres a morte. E daquilo que queres, Deus não te salva.

15. Quando fores tentado a sucumbir diante do desejo da morte, lembra-te que eu não morri. Tu reconhecerás que isso é verdadeiro quando olhares para dentro e vires a mim. Teria eu superado a morte só para mim? E a vida eterna me teria sido dada pelo Pai a menos que tivesse sido dada também a ti? Quando aprenderes a fazer com que eu seja manifestado, nunca verás a morte. Pois terás olhado para o que não morre em ti mesmo e verás apenas o eterno ao olhares para um mundo lá fora que não pode morrer.

Capítulo 12 - 6. A visão de Cristo

1. O ego está tentando ensinar-te como ganhar todo o mundo e perder a tua própria alma. O Espírito Santo te ensina que não podes perder a tua alma e que não há ganho no mundo, pois em si mesmo não há nada que seja proveitoso no mundo. Investir sem lucrar seguramente é empobrecer a ti mesmo e as despesas são altas. Não só não há lucro no investimento, como o custo para ti é enorme. Pois esse investimento te custa a realidade do mundo, pois nega a tua e nada te dá em troca. Não podes vender a tua alma, mas podes vender a consciência que tens dela. Não podes perceber a tua alma, mas não a conhecerás enquanto perceberes alguma outra coisa como mais valiosa.

2. O Espírito Santo é a tua força porque Ele só te conhece como espírito. Ele é perfeitamente ciente de que não conheces a ti mesmo e perfeitamente ciente de como ensinar-te a lembrar do que és. Como Ele te ama, ensinar-te-á de bom grado o que Ele ama, pois é Sua Vontade compartilhar isso. Lembrando-Se sempre de ti, Ele não pode deixar que te esqueças do teu valor. Pois o Pai nunca cessa de lembrar-Lhe do Seu Filho e Ele nunca cessa de lembrar o Pai à Seu Filho. Deus está na tua memória por causa Dele. Escolhes esquecer o teu Pai, mas não queres realmente fazê-lo e, portanto, podes decidir outra coisa. Assim como foi a minha decisão, assim é a tua.

3. Não queres o mundo. A única coisa de valor que existe nele são aquelas partes para as quais olhas com amor. Isso lhe dá a única realidade que jamais terá. O seu valor não está nele mesmo, mas o teu próprio valor está em ti. Como a valorização do ser vem da extensão do ser, assim também a percepção do valor do ser vem da extensão dos pensamentos amorosos para o que está fora. Faze com que o mundo seja real para contigo, pois o mundo real é a dádiva do Espírito Santo e, portanto, pertence a ti.

4. A correção é para todos os que não podem ver. Abrir os olhos dos cegos é a missão do Espírito Santo, pois Ele sabe que eles não perderam a sua visão, mas meramente dormem. Ele quer despertá-los do sono do esquecimento para a lembrança de Deus. Os olhos de Cristo estão abertos e Ele olhará para qualquer coisa que vejas com amor, se aceitares como tua a Sua visão. O Espírito Santo guarda a visão de Cristo para todo Filho de Deus que dorme. Em Sua visão, o Filho de Deus é perfeito e Ele anseia por compartilhar a Sua visão contigo. Ele te mostrará o mundo real porque Deus te deu o Céu. Através Dele, o teu Pai chama o Seu Filho à lembrança. O despertar do Seu Filho começa com o seu investimento no mundo real e por meio disso ele aprenderá a reinvestir em si mesmo. Pois a realidade é una com o Pai e o Filho, e o Espírito Santo abençoa o mundo real em Nome Deles.

5. Quando tiveres visto esse mundo real, como certamente verás, tu te lembrarás de Nós. Todavia tens que aprender o custo do sono e recusar-te a pagá-lo. Só então vais decidir despertar. E assim o mundo real saltará à tua vista, pois Cristo nunca esteve dormindo. Ele está esperando para ser visto, pois Ele nunca te perdeu de vista. Ele olha em quietude para o mundo real, o qual quer compartilhar contigo, porque Ele conhece o Amor do Pai por Ele. E conhecendo isso, Ele quer te dar o que é teu. Em perfeita paz Ele te espera no altar de Seu Pai, oferecendo o Amor do Pai a ti na luz serena da bênção do Espírito  Santo. Pois o Espírito Santo conduzirá cada um para sua casa e para o seu Pai, onde Cristo o espera como Seu Ser.

6. Toda criança de Deus é una em Cristo, pois o que ela é está em Cristo assim como o que Cristo é está em Deus. O Amor de Cristo por ti é o Seu Amor por Seu Pai, que Ele conhece porque conhece o Amor do Seu Pai por Ele. Quando o Espírito Santo afinal tiver te conduzido a Cristo, no altar ao Seu Pai, a percepção fundir-se-á em conhecimento porque a percepção veio a ser tão santa que sua transferência à santidade é simplesmente a sua extensão natural. O amor transfere-se ao amor sem nenhuma interferência, pois os dois são um só. À medida em que percebes cada vez mais elementos comuns em todas as situações, a transferência do treinamento sob a orientação do Espírito Santo aumenta e vem a ser generalizada. Gradualmente, aprendes a aplicá-la a todas as pessoas e a todas as coisas, pois a possibilidade de sua aplicação é universal. Quando isso tiver sido realizado, a percepção e o conhecimento vêm a ser tão similares que compartilham a unificação das leis de Deus.

7. O que é um não pode ser percebido como separado e a negação da separação é a reafirmação do conhecimento. No altar de Deus, a santa percepção do Filho de Deus vem a ser tão iluminada que a luz flui para ela e o espírito do Filho de Deus brilha na Mente do Pai e vem a ser um com ela. Muito gentilmente Deus brilha sobre Si Mesmo, amando a extensão de Si Mesmo que é o Seu Filho. O mundo não tem propósito à medida em que se funde com o Propósito de Deus. Pois o mundo real silenciosamente deslizou para o Céu, onde tudo o que é eterno sempre esteve. Lá o Redentor e os redimidos unem-se no amor perfeito de Deus e de uns pelos outros. O Céu é a tua casa e sendo em Deus tem que ser também em ti.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Capítulo 12 - 5 O currículo são

1. Só o amor é forte porque não é dividido. O forte não ataca porque não vê nenhuma necessidade de fazê-lo. Antes que a idéia do ataque possa entrar em tua mente, é preciso que tenhas te percebido fraco. Como atacaste a ti mesmo e acreditaste que o ataque foi eficaz, contemplas a ti mesmo como enfraquecido. Não mais percebendo os teus irmãos como teus iguais e considerando-te mais fraco, tentas “igualar” a situação que fizeste. Usas o ataque para isso, porque acreditas que o ataque teve sucesso em enfraquecer-te.

2. É por isso que o reconhecimento da tua própria invulnerabilidade é tão importante para a restauração da tua sanidade. Pois se aceitas a tua invulnerabilidade, estás reconhecendo que o ataque não tem efeito. Embora tenhas atacado a ti mesmo, estarás demonstrando que nada aconteceu realmente. Portanto, ao atacares, tu nada fizeste. Uma vez que tiveres reconhecido isso, já não verás qualquer sentido no ataque, pois ele obviamente não funciona e não pode proteger-te. Entretanto, o reconhecimento da tua invulnerabilidade tem mais do que um valor negativo. Se os teus ataques a ti mesmo fracassaram no sentido de enfraquecer-te, ainda és forte. Não tens, portanto, nenhuma necessidade de “igualar” a situação para estabelecer a tua força.

3. Nunca vais reconhecer a total inutilidade do ataque a não ser reconhecendo que o teu ataque a ti mesmo não tem efeitos. Pois os outros reagem ao ataque se o percebem e, se estás tentando atacá-los, não serás capaz de evitar interpretar isso como uma confirmação. O único lugar onde podes cancelar toda confirmação é em ti mesmo. Pois tu és sempre o primeiro alvo do teu ataque e, se isso nunca aconteceu, não tem conseqü.ncias.

4. O Amor do Espírito Santo é a tua força, pois a tua está dividida e não é, portanto, real. Não podes confiar no teu próprio amor quando o atacas. Não podes aprender sobre o amor perfeito com a mente dividida, porque a mente dividida fez de si mesma um aprendiz deficiente. Tu tentaste fazer com que a separação fosse eterna, porque querias reter as características da criação, mas com o teu próprio conteúdo. No entanto, a criação não pertence a ti e aprendizes deficientes necessitam de ensino especial.

5. Tu tens deficiências de aprendizado em um sentido muito literal. Há áreas nas tuas capacidades de aprendizado tão deterioradas, que só podes progredir sob constante e clara orientação dada por um Professor Que pode transcender os teus recursos limitados. Ele vem a ser o teu Recurso, porque por ti mesmo não podes aprender. A situação de aprendizado em que te colocaste é impossível e nessa situação obviamente requeres um Professor especial e um currículo especial. Aprendizes deficientes não são uma boa escolha enquanto professores, nem para si mesmos, nem para nenhuma outra pessoa. Dificilmente te voltarias para eles a fim de estabelecer o currículo através do qual pudessem escapar das suas próprias limitações. Se compreendessem o que está além de si mesmos não seriam deficientes.

6. Tu não conheces o significado do amor e é essa a tua deficiência. Não tentes ensinar a ti mesmo o que não compreendes e não tentes estabelecer metas para o currículo quando as tuas claramente falharam. A meta do teu aprendizado tem sido não aprender e isso não pode levar ao sucesso do aprendizado. Tu não podes transferir o que não aprendeste e a deterioração da capacidade de generalizar é um fracasso crucial do aprendizado. Pedirias àqueles que fracassaram em aprender que te dissessem para que servem os recursos de aprendizado? Eles não sabem. Se pudessem interpretar os recursos corretamente, teriam aprendido com eles.

7. Eu tenho dito que a regra do ego é “Busca e não aches.” Traduzida em termos curriculares, isso quer dizer “Tenta aprender mas não tenhas sucesso.” O resultado dessa meta curricular é óbvio. Todo recurso legítimo de aprendizado, toda instrução real, toda orientação sensata no aprendizado serão interpretados equivocadamente, já que tudo isso serve para facilitar o aprendizado contra o qual se coloca esse estranho currículo. Se estás tentando aprender como não aprender e o objetivo do teu ensino é derrotar o próprio propósito, o que podes esperar além de confusão? Tal currículo não faz sentido. Essa tentativa de “aprender” de tal forma enfraqueceu a tua mente, que não podes amar, pois o currículo que escolheste é contra o amor e não passa de um curso que te ensina como atacar a ti mesmo. Uma meta suplementar desse currículo é aprender como não superar a divisão que dá credibilidade ao seu objetivo básico. E tu não superarás a divisão nesse currículo, pois todo o teu aprendizado estará a favor disso. Todavia, a tua mente protesta contra o teu aprenderado, assim como o teu aprendizado protesta contra a tua mente e assim lutas contra qualquer aprendizado e tens sucesso, pois é isso o que queres. Mas talvez não reconheças, mesmo agora, que existe algo que queres aprender e que podes aprender porque é tua escolha fazê-lo.

8. Tu, que tens tentado aprender o que não queres, deves te encorajar, pois embora o currículo que estabeleceste para ti mesmo seja, de fato, deprimente, é apenas ridículo se olhares para ele. Será possível que o caminho para alcançar uma meta seja não atingi-la? Demite-te agora mesmo do cargo de professor de ti mesmo. Essa demissão não conduzirá à depressão. É meramente o resultado de uma apreciação honesta daquilo que ensinaste a ti mesmo e dos efeitos do aprendizado que daí resultaram. Sob as condições apropriadas de aprendizado, que tu não podes prover nem compreender, tornar-te-ás um excelente aluno e um excelente professor. Mas ainda não é assim e não será assim enquanto toda a situação de aprendizado que estabeleceste não for revertida.

9. O teu potencial de aprendizado, propriamente compreendido, é ilimitado porque vai conduzir-te a Deus. Tu podes ensinar o caminho até Ele e aprendê-lo, seguindo o Professor Que conhece o caminho até Ele e compreende o Seu currículo para aprendê-lo. O currículo não contém ambigüidade alguma, porque a meta não é dividida e o meio e o fim estão em pleno acordo. Só tens que oferecer atenção, uma atenção que não seja dividida. Tudo o mais te será dado. Pois na realidade queres aprender corretamente e nada pode se opor à decisão do Filho de Deus. O seu aprendizado é tão ilimitado quanto ele.