quarta-feira, 4 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 2. A resposta à oração


1. Todos que já tentaram usar a oração para pedir alguma coisa vivenciaram o que aparenta ser um fracasso. Isso é verdadeiro não somente em relação a certas coisas específicas que poderiam ser danosas, mas também em relação a pedidos que estão estritamente de acordo com esse curso. O último caso, em particular, pode ser incorretamente interpretado como uma "prova" de que o curso não se atém ao que diz. Deves lembrar-te, porém, que o curso afirma e repetidas vezes, que o seu propósito é o escapar do medo.

2. Vamos supor, então, que o que pedes ao Espírito Santo é o que realmente queres, mas ainda assim, tens medo disso. Se esse fosse o caso, o fato de conseguires isso não seria mais o que queres. É por isso que certas formas específicas de cura não são conseguidas, mesmo quando se atinge o estado da cura. Um indivíduo pode pedir a cura física porque tem medo de um dano corporal. Ao mesmo tempo, se fosse fisicamente curado, a ameaça ao seu sistema de pensamento poderia ser consideravelmente mais amedrontadora para ele do que a sua expressão física. Nesse caso, ele não está realmente pedindo a liberação do medo, mas a remoção de um sintoma que ele próprio escolheu. Esse pedido, portanto, absolutamente não é um pedido de cura.

3. A Bíblia enfatiza que toda oração é respondida e isso é, de fato, verdadeiro. O simples fato de alguma coisa ser pedida ao Espírito Santo assegurará uma resposta. Entretanto, é igualmente certo que nenhuma resposta dada por Ele jamais será uma resposta que aumentaria o medo. É possível que a Sua resposta não seja ouvida. É impossível, porém, que seja perdida. Tu já recebeste muitas respostas que não ouviste ainda. Eu te asseguro que elas estão à tua espera.

4. Se queres saber se as tuas orações são respondidas, nunca duvides de um Filho de Deus. Não o questiones nem o confundas, pois a tua fé nele é a tua fé em ti mesmo. Se queres conhecer a Deus e a Sua Res- posta, acredita em mim, cuja fé em ti não pode
ser abalada. É possível pedires ao Espírito Santo verdadeiramente e duvidares do teu irmão? Acredita que suas palavras são verdadeiras por causa da verdade que está nele. Tu irás unir-te à verdade nele e as suas palavras serão verdadeiras. E à medida em que o ouves, ouvirás a mim. Escutar a verdade é o único modo de ouvi-Ia agora e finalmente conhecê-la.

5. A mensagem que o teu irmão te dá depende de ti. O que é que ele te diz? O que queres que ele te diga? A tua decisão sobre ele determina a mensagem que recebes. Lembra-te que o Espírito Santo está nele e a Sua Voz te fala através dele. O que pode um irmão tão santo te dizer exceto a verdade? Mas tu a estás escutando? O teu irmão pode não saber quem ele é, mas existe uma luz na sua mente que sabe. Essa luz pode brilhar na tua mente, dando verdade às suas palavras e fazendo com que sejas capaz de ouvi-las. As suas palavras são a resposta do Espírito Santo a ti. Será a tua fé nele suficientemente forte para permitir que ouças?

6. Tu não podes orar só para ti mesmo assim como não podes achar alegria somente para ti. A oração é a reafirmação da inclusão, dirigida pelo Espírito Santo, sob as leis de Deus. A salvação é do teu irmão. O Espírito Santo estende-Se da tua mente à sua e responde a ti. Não podes ouvir a Voz de Deus só em ti porque não és só. O a Sua resposta é somente para o que tu és. Não conhecerás a confiança que eu tenho em ti a não ser que a estendas. Não confiarás na orientação do Espírito Santo, nem acreditarás que ela é para ti, a não ser que a ouças em outros. Ela tem que ser para o teu irmão porque é para ti. Teria Deus criado uma Voz só para ti? "Poderias tu ouvir a Sua resposta a não ser como Ele responde a todos os Filhos de Deus? Ouve do teu irmão o que queres que eu ouça de ti, pois não queres que eu seja decepcionado.

7. Eu te amo pela verdade que há em ti, assim como Deus. As tuas decepções podem decepcionar-te, mas não podem decepcionar a mim. Conhecendo o que tu és, eu não posso duvidar de ti.
Ou ouço só o Espírito Santo em ti, Que me fala através de ti. Se queres me ouvir, ouve os meus irmãos, em quem fala a Voz de Deus. A resposta a todas as orações está neles. Serás respondido à medida em que ouves a resposta em todas as pessoas. Não escutes nenhuma outra coisa ou não ouvirás verdadeiramente.

8. Acredita em teus irmãos, porque eu acredito em ti e aprenderás que a minha crença em ti é justificada. Acredita em mim por acreditar neles, em nome do que Deus lhes deu. Eles te responderão se aprenderes a pedir a eles somente a verdade. Não peças bênçãos sem abençoá-los, pois só nesse caminho poderás aprender o quanto és abençoado. Seguindo esse caminho, estás buscando a verdade em ti mesmo. Isso não significa ir além de ti mesmo, mas ir na tua própria direção. Ouve só a Resposta de Deus em Seus Filhos e és respondido.

9. Desacreditar é ficar em oposição, ou atacar. Acreditar é aceitar, é estar do mesmo lado. Acreditar não é ser crédulo, mas aceitar e apreciar. Aquilo que não acreditas, não aprecias e não podes ser grato pelo que não valorizas. Há um preço que vais pagar pelo julgamento, porque o julgamento é o estabelecimento de um preço. O conforme o estabeleces, tu o pagarás.

10. Se o pagamento é equiparado ao ganho, estabelecerás um preço baixo, mas pedirás um alto retorno. Terás esquecido, entretanto, que estabelecer um preço é determinar o valor, assim o teu retorno é proporcional ao teu julgamento quanto ao valor. Se pagar é associado a dar, não pode ser percebido como perda e a relação recíproca de dar e receber será reconhecida. Então, o preço estabelecido será alto, devido ao valor do retorno. O preço do que ganhas é perderes de vista o valor, fazendo com que seja inevitável que não valorizes o que recebes. Valorizando pouco o que recebes, não o apreciarás e nem o quererás.

11. Nunca te esqueças, portanto, de que determinas o valor do que recebes e estabeleces o preço disso pelo que dás. Acreditar que é possível ganhar muito em troca de pouco é acreditar que podes barganhar com Deus. As leis de Deus são sempre justas e perfeitamente consistentes. Dando, tu recebes. Mas receber é aceitar, não ganhar. É impossível não ter, mas é possível não saber que tens. O reconhecimento de ter é a disponibilidade para dar e só através dessa disponibilidade é que podes reconhecer o que tens. O que dás é, portanto, o valor que atribuis ao que tens, sendo a exata medida do valor que dás ao que tens. E isso, por sua vez, é a medida do quanto o queres.

12. Assim, só podes pedir ao Espírito Santo dando a Ele e só podes dar a Ele onde tu O reconheces. Se O reconheces em todas as pessoas, considera o quanto estarás pedindo-Lhe e quanto receberás. Ele não te negará nada porque nada negaste a Ele e assim vós podeis tudo compartilhar. Esse é o caminho e o único caminho para ter a Sua resposta, porque a Sua resposta é tudo o que podes pedir e querer. Dize, então, a todos:
Porque quero me conhecer, eu te vejo como Filho de Deus e meu irmão. 

terça-feira, 3 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - A ACEITAÇÃO DA EXPIAÇÃO

1. A aceitação da realidade

1. O medo da Vontade de Deus é uma das crenças mais estranhas que a mente humana jamais engendrou. Ela nunca poderia ter ocorrido se a mente já não estivesse profundamente dividida, o que possibilitou que ela viesse a ter medo daquilo que na verdade e. A realidade não pode "ameaçar" coisa alguma a não ser ilusões, já que a realidade só pode apoiar a verdade. O próprio fato de que a Vontade de Deus, que é o que tu és, seja percebida como amedrontadora demonstra que tu tens medo do que és. Não é, então, da Vontade de Deus que tens medo, mas da tua.

2. A tua vontade não é a vontade do ego e é por isso que o ego está contra ti. O que parece ser o medo de Deus é realmente o medo da tua própria realidade. É impossível aprender qualquer coisa consistentemente em um estado de pânico. Se o propósito deste curso é ajudar-te a lembrar do que és, e se acreditas que o que és é amedrontados, então segue-se que não aprenderás esse curso. No entanto, a razão de ser do curso é não saberes o que és.

3. Se não sabes qual é a tua realidade, por que estarias tão certo de que ela é amedrontadora? A associação da verdade com o medo que, na melhor das hipóteses, seria altamente artificial, é particularmente inadequada nas mentes daqueles que não sabem o que é a verdade. Tudo o que isso poderia significar é que estás arbitrariamente associando algo além da tua consciência com algo que não queres. É evidente, então, que estás julgando alguma coisa da qual estás totalmente inconsciente. Estabeleceste essa estranha situação de forma que é impossível escapar sem um Guia Que conheça qual é a tua realidade. O propósito desse Guia é apenas o de lembrar-te o que tu queres. Ele não está tentando forçar uma vontade alheia a ti. Apenas está fazendo todo o esforço possível, dentro dos limites que tu Lhe impões, para restabelecer a tua própria vontade na tua consciência.

4. Tu aprisionaste a tua vontade além da tua própria consciência, onde ela permanece, mas não pode ajudar-te. Quando eu disse que a função do Espírito Santo é separar o falso do verdadeiro na tua mente, eu quis dizer que Ele tem o poder de olhar o que tu escondeste e lá reconhecer a Vontade de Deus. O Seu reconhecimento dessa Vontade pode fazer com que ela seja real para ti porque Ele está em tua mente e, portanto, Ele é a tua realidade. Se, então, a Sua percepção da tua mente te traz a realidade dela, Ele está te ajudando a lembrar o que tu és. A única fonte de medo nesse processo é aquilo que pensas que vais perder. No entanto, só podes ter aquilo que o Espírito Santo vê.

5. Eu já enfatizei muitas vezes que o Espírito Santo nunca irá te pedir que sacrifiques o que quer que seja. Mas se tu pedes o sacrifício da realidade de ti mesmo, o Espírito Santo tem que lembrar-te que essa não é a Vontade de Deus porque não é a tua. Não existe nenhuma diferença entre a Vontade de Deus e a tua. Se tu não tivesses uma mente dividida, reconhecerias que o exercício da vontade é a salvação, porque é comunicação.

6. É impossível comunicar-se em línguas diferentes. Tu e o teu Criador podem comunicar-se através da criação porque essa, e somente essa, é a vossa Vontade conjunta. Uma mente dividida não pode se comunicar porque fala em nome de coisas diferentes à mesma mente. Com isso perde-se a capacidade de comunicação, simplesmente porque a comunicação confusa não significa coisa alguma. Não se pode comunicar uma mensagem a menos que ela faça sentido. Quão razoáveis podem ser as tuas mensagens quando tu pedes o que não queres? No entanto, enquanto tiveres medo da tua vontade, é precisamente isso o que estás pedindo.

7. Tu podes insistir dizendo que o Espírito Santo não te responde, mas seria mais sábio considerares o tipo de questionados que és. Tu não pedes apenas o que queres. Isso é assim porque tens medo de que possas recebê-lo, o que de fato aconteceria. É por isso que persistes pedindo ao professor que não tem possibilidade de te dar o que queres. Com ele nunca poderás aprender o que queres e isso te dá a ilusão de segurança. No entanto, não podes ser protegido da verdade, mas apenas na verdade. A realidade é a única segurança. A tua vontade é a tua salvação porque é a mesma de Deus. A separação nada mais é do que a crença em que é diferente.

8. Nenhuma mente certa pode acreditar que a sua vontade é mais forte do que a de Deus. Então, se uma mente acredita que a sua vontade é diferente da de Deus, ela só pode decidir que Deus não existe ou que a Vontade de Deus é amedrontadora. O primeiro é o caso do ateu e o segundo o do mártir, que acredita que Deus exige sacrifícios. Qualquer uma dessas decisões insanas induzirá ao pânico, porque o ateu acredita que está sozinho e o mártir acredita que Deus o está crucificando. No entanto, ninguém realmente quer abandono ou vingança, mesmo que muitos possam buscar os dois. É possível pedires ao Espírito Santo "dádivas" tais como essas e esperar recebê-las de fato? Ele não pode te dar algo que não queres. Quando pedes ao Doador Universal aquilo que não queres, tu estás pedindo aquilo que não pode ser dado porque nunca foi criado. Nunca foi criado porque nunca foi a tua vontade para ti.

9. Em última instância, todos têm que se lembrar da Vontade de Deus, porque, em última instância, todos têm que reconhecer a si mesmos. Esse reconhecimento é o reconhecimento de que a vontade deles e a de Deus são uma só. Na presença da verdade não existem descrentes nem sacrifícios. Na segurança da realidade, o medo é totalmente sem significado. Negar o que é só pode parecer amedrontados. O medo não pode ser real sem uma causa e Deus é a única Causa. 'Deus é Amor e tu O queres. Essa é a tua vontade. Pede isso e serás respondido, porque só estarás pedindo aquilo que te pertence.

10. Quando pedes ao Espírito Santo o que iria ferir-te, Ele não pode responder, porque nada pode ferir-te e assim estás pedindo o nada. Qualquer desejo que brote do ego é um desejo pelo nada e pedir isso não é um pedido. É meramente uma negação na forma de um pedido. O Espírito Santo não está preocupado com forma, estando ciente apenas do significado. O ego não pode pedir coisa alguma ao Espírito Santo pois há um completo fracasso de comunicação entre eles. No entanto, tu podes pedir tudo ao Espírito Santo, porque os teus pedidos são reais para Ele, vindos da tua mente certa. Iria o Espírito Santo negar a Vontade de Deus? E poderia Ele falhar em reconhecê-la no Seu Filho?

11. Tu não reconheces o enorme desperdício de energia que gastas negando a verdade. O que dirias de alguém que persistisse tentando o impossível, acreditando que conseguir o impossível é ter sucesso? A crença em que tens que ter o impossível para seres feliz está totalmente em desacordo com o princípio da criação. A Vontade de Deus não poderia ser que a felicidade dependesse daquilo que nunca poderias ter. O fato de que Deus é Amor não requer crença, mas requer aceitação. É possível que negues fatos, embora seja impossível para ti mudá-los. Se manténs as mãos sobre os teus olhos tu não verás porque estás interferindo com as leis que possibilitam ver. Se negas o amor, tu não o conhecerás, porque a tua cooperação é a lei que faz do amor o que ele é. Tu não podes mudar leis que não fizeste e as leis da felicidade foram criadas para ti, não por ti.

12. Qualquer tentativa de negar o que é tem que ser amedrontadora e, se a tentativa é forte, vai induzir ao pânico. O exercício da vontade contra a realidade, embora impossível, pode se tomar uma meta muito persistente, mesmo que não a queiras. Mas considera o resultado dessa estranha decisão. Estás devotando a tua mente àquilo que não queres. Quão real pode ser essa devoção? Se não a queres, ela nunca foi criada. Se nunca foi criada, nada é. Podes realmente devotar-te ao nada?

13. Deus, em Sua devoção a ti, criou-te devotado a tudo e deu-te aquilo a que tu te devotas. De outro modo, não terias sido criado perfeito. A realidade é tudo e tens tudo porque és real. Não podes fazer o irreal porque a ausência da realidade é amedrontadora e o medo não pode ser criado. Enquanto acreditares que o medo é possível, não criarás. Ordens opostas de realidade fazem com que a realidade seja sem significado e a realidade é significado.

14. Lembra-te então que a Vontade de Deus já é possível e nenhuma outra coisa jamais o será. Essa é a simples aceitação da realidade porque só isso é real. Não podes distorcer a realidade e conhecer o que ela é. O se, de fato, distorces a realidade, vais sentir ansiedade, depressão e, em última instância, pânico, porque estás tentando fazer com que sejas irreal. E quando sentes essas coisas, não tentes procurar pela verdade além de ti mesmo, pois a verdade só pode estar dentro de ti. Portanto, dize:

Cristo está em mim e onde Ele está Deus tem que estar, pois Cristo é parte Dele. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Capítulo 8 – 9. A cura como percepção corrigida


1. Eu disse anteriormente que o Espírito Santo é a Resposta. Ele é a Resposta para todas as coisas, porque Ele conhece qual é a resposta para todas as coisas. O ego não sabe o que é uma verdadeira pergunta, muito embora ele coloque um sem número delas. Entretanto, podes aprender isso na medida em que aprenderes a questionar o valor do ego e assim estabeleceres a tua capacidade de avaliar as suas questões. Quando o ego te tenta para que fiques doente, não peças ao Espírito Santo para curar o corpo, pois isso seria apenas aceitar a crença do ego segundo a qual o corpo é o objetivo adequado para a cura. Pede, em vez disso, que o Espírito Santo te ensine a percepção certa do corpo, pois só a percepção pode ser distorcida. Só a percepção pode estar doente, pois só a percepção pode estar errada.

2. A percepção errada é o desejo de que as coisas sejam como não são. A realidade de todas as coisas é totalmente inócua, pois a condição da sua realidade é a inocuidade total. E também a condição da tua consciência da realidade de todas as coisas. Tu não tens que buscar a realidade. Ela buscará a ti e te achará quando tiveres satisfeito as suas condições. As suas condições são parte do que ela é. E só essa parte depende de ti. O resto é por si mesmo. Só precisas fazer tão pouco porque a tua pequena parte é tão poderosa que te trará o todo. Aceita, pois, a tua pequena parte e permite que o todo seja teu.

3. A integridade cura porque é da mente. Todas as formas de doença, até mesmo a morte, são expressões físicas do medo do despertar. Elas são tentativas de reforçar o sono por medo do acordar. Esse é um modo patético de tentar não ver, tornando sem efeito as faculdades da vista. Descanse em paz é uma bênção para os vivos, não para os mortos, porque o descanso vem do despertar e não do sono. O sono é afastamento; o despertar, união. Os sonhos são ilusões de união porque eles refletem as noções distorcidas do ego a respeito do que seja unir. Entretanto, também o Espírito Santo tem uma utilidade para o sono e pode usar sonhos a favor do despertar, se tu Lhe permitires.

4. Como acordas é o sinal de como usaste o sono. A quem o deste? Sob orientação de que professor o colocaste? Sempre que despertas desinspirado, não o deste ao Espírito Santo. Só quando acordas alegre é que usaste o sono de acordo com o Seu propósito. De fato, podes ser “drogado” pelo sono se tu o usaste equivocadamente em favor da doença. O sono não é uma forma de morte, assim como a morte não é uma forma de inconsciência. A inconsciência completa é impossível. Só podes descansar em paz porque estás desperto.

5. A cura é a liberação do medo de despertar e a sua substituição pela decisão de acordar. A decisão de acordar 
é o reflexo da vontade de amar, já que toda cura envolve a substituição do medo pelo amor. O Espírito Santo não pode distinguir entre graus de erro, pois se ensinasse que uma forma de doença é mais séria do que outra, Ele estaria ensinando que um erro pode ser mais real do que outro. A Sua função é distinguir só entre o falso e o verdadeiro, substituindo o falso pelo verdadeiro.

6. O ego, que sempre quer enfraquecer a mente, tenta separá-la do corpo em uma tentativa de destruí-la. No entanto, o ego de fato acredita que está protegendo o corpo. Isso é assim porque o ego acredita que a mente é perigosa e que privar algo da mente é curar. Mas privar da mente é impossível, pois significaria fazer o nada do que Deus criou. O ego despreza a fraqueza, muito embora faça todos os esforços para induzi-la. O ego só quer o que odeia. Para o ego, isso faz sentido perfeito. Acreditando no poder do ataque, o ego quer atacar.

7. A Bíblia te exorta a ser perfeito, a curar todos os erros, a não pensar no corpo como algo separado e a realizar todas as coisas em meu nome. Mas não é só o meu nome, pois a nossa é uma identificação compartilhada. O Nome do Filho de Deus é um só e és exortado a fazer os trabalhos do amor porque nós compartilhamos essa unicidade. Nossas mentes são íntegras porque são uma só. Se estás doente, estás te afastando de mim. No entanto, tu não podes afastar-te só de mim. Só podes afastar-te de ti mesmo e de mim.

8. Com certeza, já começaste a reconhecer que esse é um curso muito prático e que, de fato, quer dizer exatamente o que diz. Eu não iria te pedir que fizesses coisas que não podes fazer e é impossível que eu pudesse fazer coisas que tu não possas fazer. Isso posto e isso posto bem literalmente, nada pode te impedir de fazer exatamente o que eu peço e tudo argumenta a favor de que o faças. Eu não te imponho limites porque Deus não colocou nenhum limite sobre ti. Quando limitas a ti mesmo, deixamos de ser uma só mente e isso é doença. Entretanto, a doença não é do corpo, mas da mente. Todas as formas de doença são sinais de que a mente está dividida e não aceita um propósito unificado.

9. A unificação do propósito é, então, o único caminho de cura do Espírito Santo. Isso é assim porque é o único nível no qual a cura significa alguma coisa. O re-estabelecimento do significado em um sistema de pensamento caótico é o caminho para curá-lo. A tua tarefa consiste apenas em preencher as condições do significado, pois o significado em si mesmo é de Deus. No entanto, o teu retorno ao significado é essencial para o Seu, porque o teu significado é parte do Seu. A tua cura, então, é parte da Sua saúde, já que é parte da Sua Integridade. Ele não pode perder isso, mas tu podes não saber disso. Entretanto, essa é ainda a Sua Vontade para ti e a Sua Vontade não pode deixar de prevalecer para sempre e em todas as coisas. 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Capítulo 8 – 8. O corpo como meio ou fim


1. Atitudes dirigidas ao corpo são atitudes dirigidas para atacar. As definições egóticas para qualquer coisa são infantis e sempre se baseiam naquilo que ele acredita que seja a função para a qual ela serve. Isso é assim porque o ego é incapaz de generalizações verdadeiras, e igualiza o que vê com a função que designou para isso. Ele não igualiza o que vê com o que a coisa é. Para o ego, o corpo é algo com que atacar. Igualizar-te ao corpo te ensina que o que tu és serve para atacar. O corpo não é, então, a fonte da própria saúde. A condição do corpo depende apenas da tua interpretação da sua função. As funções são parte do ser, pois surgem dele, mas o relacionamento não é recíproco. O todo define a parte, mas a parte não define o todo. No entanto, conhecer em parte é conhecer inteiramente, devido à diferença fundamental entre conhecimento e percepção. Na percepção o todo é construído de partes que podem se separar e reunir outra vez em diferentes constelações. Mas o conhecimento nunca muda, de modo que a sua constelação é permanente. A idéia dos relacionamentos entre a parte e o todo só tem significado ao nível da percepção, onde a mudança é possível. De outro modo, não há nenhuma diferença entre a parte e o todo.

2. O corpo existe em um mundo que parece conter duas vozes que lutam pela sua posse. Sendo essa a constelação que é percebida, o corpo é visto como capaz de deslocar a sua aliança de uma para outra, fazendo com que tanto os conceitos da saúde quanto os da doença sejam significativos. O ego faz uma confusão fundamental entre meio e fim, como sempre faz. Considerando o corpo como um fim, o ego não tem uma utilidade real para ele, porque ele não é um fim. Tens que ter notado uma característica marcante de todos os objetivos que o ego tem aceito para si mesmo. Quando o alcançaste, ele não te satisfez. E por isso que o ego é forçado a se deslocar incessantemente de uma meta para outra, de forma que continues a esperar que ele ainda possa te oferecer alguma coisa.

3. Tem sido particularmente difícil vencer a crença do ego no corpo enquanto fim, porque ela é sinônima à crença no ataque enquanto fim. O ego tem um profundo investimento na doença. Se estás doente, como podes fazer objeções à firme crença do ego segundo a qual não és invulnerável? Esse é um argumento atraente do ponto de vista do ego, porque obscurece o ataque óbvio que está por trás da doença. Se reconhecesses isso e também se decidisses contra o ataque, não poderias dar esse falso testemunho à postura do ego.

4.É duro perceber a doença como um testemunho falso porque não reconheces que ele está inteiramente à margem daquilo que tu queres. Esse testemunho, então, parece ser inocente e digno de confiança porque não o examinaste com seriedade em todos os seus aspectos. Se o tivesses feito, não considerarias a doença um testemunho tão forte a favor dos pontos de vista do ego. Uma declaração mais honesta seria a de que aqueles que querem o ego estão predispostos a defendê-lo. Portanto, sua escolha de testemunhas deveria ser suspeita desde o início. O ego não apela para testemunhas que iriam discordar do seu caso, assim como também o Espírito Santo não o faz. Eu tenho dito que o julgamento é a função do Espírito Santo, função essa que Ele está perfeitamente equipado para cumprir. O ego, enquanto juiz, faz qualquer coisa, exceto um julgamento imparcial. Quando o ego apela para uma testemunha, ele já fez da testemunha uma aliada.


5. Ainda assim é verdade que o corpo não tem função em si mesmo, pois não é um fim. No entanto, o ego o estabelece como um fim, pois dessa forma a sua função verdadeira é obscurecida. Esse é o propósito de tudo o que o ego faz. Seu único objetivo é perder de vista a função de todas as coisas. Um corpo doente não faz nenhum sentido. Não poderia fazer nenhum sentido, porque a doença não é a função do corpo. A doença só tem significado se as duas premissas básicas nas quais se baseia a interpretação que o ego faz do corpo forem verdadeiras: que o corpo existe para o ataque e que tu és um corpo. Sem essas premissas, a doença é inconcebível.

6. A doença é um modo de demonstrar que podes ser ferido. É um testemunho da tua fragilidade, da tua vulnerabilidade e da tua extrema necessidade de depender de orientação externa. O ego usa isso como seu melhor argumento para a tua necessidade da sua orientação. Ele dita receitas sem fim para evitar resultados catastróficos. O Espírito Santo, perfeitamente ciente da mesma situação, não se preocupa absolutamente em analisá-la. Se os dados são sem significado, não faz sentido analisá-los. A função da verdade é coletar informações que sejam verdadeiras. Qualquer forma que uses para lidar com o erro não resulta em nada. Quanto mais complicados os resultados, mais duro vem a ser o reconhecimento de que nada são, mas não é necessário examinar todos os resultados possíveis aos quais as premissas dão lugar para julgá-los verdadeiramente.

7. Um instrumento de aprendizado não é um professor. Ele não pode te dizer como te sentes. Não sabes como te sentes porque tens aceito a confusão do ego e acreditas, por conseguinte, que um instrumento de aprendizado pode te dizer como te sentes. A doença é meramente um outro exemplo da tua insistência em pedir a orientação de um professor que não sabe a resposta. O ego é incapaz de saber como te sentes. Quando eu disse que o ego não sabe nada, disse a única coisa a respeito do ego que é totalmente verdadeira. Mas há um corolário: se apenas o conhecimento é e se o ego não tem conhecimento, então o ego não é.

8. Tu bem poderias perguntar como a voz de alguma coisa que não existe pode ser tão insistente. Já pensaste no poder de distorção de algo que queres, mesmo se não é real? Existem muitos exemplos de como o que queres distorce a percepção. Ninguém pode duvidar da competência do ego em construir casos falsos. E nem ninguém pode duvidar da tua disponibilidade em escutar, enquanto não escolhes não aceitar coisa alguma exceto a verdade. Quando deixares o ego de lado, ela desaparecerá. A Voz do Espírito Santo é tão alta quanto a tua disponibilidade em ouvi-la. Não pode ser mais alta sem violar a tua liberdade de escolha, que o Espírito Santo busca restaurar e nunca minar.

9. O Espírito Santo te ensina a usar o teu corpo só para alcançar os teus irmãos, de forma que Ele possa ensinar a Sua mensagem através de ti. Isso irá curá-los e por conseguinte curará a ti. Tudo o que é usado de acordo com a sua função assim como o Espírito Santo a vê, não pode ser doente. Tudo o que é usado de outro modo, o é. Não permitas que o corpo seja um espelho de uma mente dividida. Não permitas que ele seja uma imagem da tua própria percepção da pequenez. Não permitas que ele reflita a tua decisão de atacar. A saúde é vista como o estado natural de todas as coisas quando a interpretação fica a cargo do Espírito Santo, Que não percebe nenhum ataque em coisa alguma. A saúde é o resultado do abandono de todas as tentativas de se usar o corpo sem amor. A saúde é o início da perspectiva adequada da vida sob a orientação do único Professor Que conhece o que é a vida, sendo a Voz pela própria Vida. 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Capítulo 8 – 7. O corpo como um meio de comunicação


1. O ataque é sempre físico. Quando qualquer forma de ataque entra na tua mente, estás te igualando a um corpo, já que é essa a interpretação que o ego faz do corpo. Não é preciso que ataques fisicamente para aceitares essa interpretação. Tu a estás aceitando simplesmente por acreditares que o ataque pode te conseguir algo que queres. Se não acreditasses nisso, a idéia do ataque não teria nenhum apelo para ti. Quando te igualas a um corpo, sempre experimentas depressão. Quando um Filho de Deus pensa em si mesmo desse modo, está se diminuindo e vendo seus irmãos igualmente diminuídos. Uma vez que ele só pode se achar neles, se excluiu da salvação.

2. Lembra-te que o Espírito Santo interpreta o corpo só como um meio de comunicação. Sendo o elo de comunicação entre Deus e Seus Filhos separados o Espírito Santo interpreta tudo o que tens feito à luz do que Ele é. O ego separa através do corpo. E o Espírito Santo alcança os outros através dele. Tu não percebes os teus irmãos como o Espírito Santo os percebe, porque não consideras os corpos somente como meios de juntar as mentes e uni-las com a tua e a minha. Essa interpretação do corpo vai mudar a tua mente por completo a respeito do valor que ele tem. Por si mesmo, ele não tem nenhum.

3. Se usas o corpo para o ataque, isso te causa dano. Se tu o usas só para alcançar as mentes daqueles que acreditam que são corpos e ensiná-los através do corpo que isso não é assim, vais compreender o poder da mente que está em ti. Se usas o corpo para isso, e só para isso, não podes usá-lo para o ataque. A serviço da união, ele vem a ser uma bela lição de comunhão, que tem valor até que haja comunhão. Esse é o modo de Deus fazer com que seja ilimitado o que tu tens limitado. O Espírito Santo não vê o corpo como tu o vês, porque Ele sabe que a única realidade de qualquer coisa é o serviço que rende a Deus em nome da função que Ele lhe dá.

4. A comunicação acaba com a separação. O ataque a promove. O corpo é feio ou bonito, pacífico ou selvagem, útil ou danoso, de acordo com o uso que lhe é conferido. E no corpo de outra pessoa verás o uso que tens conferido ao teu. Se o corpo vem a ser um meio que dás ao Espírito Santo, de forma que Ele o use em favor da união da Filiação, tu não verás coisa alguma que seja física exceto como ela é. Usa-o para a verdade e o verás verdadeiramente. Usa-o equivocadamente e tu o compreenderás equivocadamente, porque já o terás feito por usá-lo de forma equivocada. Interpreta qualquer coisa à parte do Espírito Santo e desconfiarás dela. Isso te conduzirá ao ódio, ao ataque e à perda da paz.

5. No entanto, toda a perda vem somente da tua própria compreensão equivocada. Qualquer tipo de perda é impossível. Mas quando olhas para um irmão como uma entidade física, o seu poder e glória estão “perdidos” para ti, assim como os teus. Atacaste o teu irmão, mas em primeiro lugar, tens que ter atacado a ti mesmo. Não o vejas desse modo pela tua própria salvação, que não pode deixar de trazer ao teu irmão a sua. Não permitas que ele se diminua em tua mente, mas liberta-o da sua crença na pequenez e assim escapa da tua. Como parte de ti, ele é santo. Como parte de mim, tu és. Comunicar-te com parte do próprio Deus é ir além do Reino até o seu Criador, através da Sua Voz Que Ele estabeleceu como parte de ti.

6. Regozija-te, pois, pelo fato de que por ti mesmo nada podes fazer. Tu não és de ti mesmo. Aquele, de Quem tu és, determinou que o teu poder e a tua glória sejam teus, com os quais podes perfeitamente realizar a Sua santa Vontade para ti quando a aceitas para ti mesmo. Ele não retirou de ti as Suas dádivas, mas tu acreditas que as retiraste Dele. Em Nome de Deus, não deixes que nenhum Filho de Deus permaneça escondido, porque o Seu Nome é o teu.

7. A Bíblia diz: “E o Verbo (ou pensamento) se fez carne.” Estritamente falando isso é impossível, já que parece envolver a translação de uma ordem de realidade para outra. Diferentes ordens de realidade meramente aparentam existir, assim como diferentes ordens de milagres. O pensamento não pode ser feito carne exceto pela crença, já que o pensamento não é físico. No entanto, o pensamento é comunicação, para a qual o corpo pode ser usado. Esse é o único uso natural que lhe pode ser conferido. Usar o corpo de maneira não-natural é perder de vista o propósito do Espírito Santo e assim confundir a meta do Seu currículo.

8. Não há nada tão frustrante para um aprendiz do que um currículo que ele não pode aprender. O seu sentimento de adequação sofre e ele não pode deixar de ficar deprimido. Confrontar-se com uma situação de aprendizado impossível é a coisa mais deprimente do mundo. De fato, em última instância, é por esse motivo que o próprio mundo é deprimente. O currículo do Espírito Santo nunca é deprimente porque é um currículo de alegria. Sempre que a reação ao aprendizado é a depressão, isso acontece porque se perdeu de vista a verdadeira meta do currículo.

9. Nesse mundo, nem mesmo o corpo é percebido como íntegro. Seu propósito é visto como fragmentado em muitas funções com pouca ou nenhuma relação uma com a outra, de modo que parece ser regido pelo caos. Guiado pelo ego, ele é. Guiado pelo Espírito Santo, não é. Vem a ser um meio através do qual a par- te da mente que tentaste separar do espírito pode ir além das suas distorções e voltar para o espírito. O temo do ego assim vem a ser o templo do Espírito Santo, onde a devoção a Ele substitui a devoção ao ego. Nesse sentido, o corpo, de fato, vem a ser um templo para Deus; a Sua Voz o habita, dirigindo o uso que lhe é conferido.

10. A cura é o resultado de usar o corpo somente para a comunicação. Como isso é natural, cura fazendo com que ele seja integro, o que é também natural. Toda mente é íntegra e a crença em que parte dela é física, ou não é mental, é uma interpretação fragmentada ou doentia. Não é possível se fazer com que a mente seja física, mas ela pode ser manifestada através do físico, se usa o corpo para ir além de si mesma. Tentando alcançar o que está fora, a mente se estende. Ela não pára no corpo, pois se o faz, é bloqueada em seu propósito. Uma mente que foi bloqueada permitiu a si mesma ser vulnerável ao ataque, porque voltou-se contra si mesma.

11. A remoção dos bloqueios é, então, o único modo de garantir ajuda e cura. Ajuda e cura são as expressões normais de uma mente que está trabalhando através do corpo, mas não no corpo. Se a mente acredita que o corpo é a sua meta, vai distorcer a sua percepção do corpo e, bloqueando a própria extensão para além dele, vai induzir à doença fomentando a separação. Perceber o corpo como uma entidade separada não pode senão fomentar a doença, porque não é verdadeiro. Um meio de comunicação perde a sua utilidade se é usado para qualquer outra coisa. Usar um meio de comunicação como um meio de ataque é uma óbvia confusão de propósito.

12. Comunicar é unir e atacar é separar. Como podes fazer ambos ao mesmo tempo com a mesma coisa e não sofrer? A percepção do corpo só pode ser unificada por um propósito único. Isso libera a mente da tentação de ver o corpo sob muitas luzes e o entrega por inteiro à Única Luz na Qual ele pode ser realmente compreendido. Confundir um instrumento de aprendizado com uma meta do currículo é uma confusão fundamental que bloqueia a compreensão de ambos. O aprendizado tem que conduzir para o que está além do corpo até o reestabelecimento do poder da mente nele. Isso só pode ser realizado se a mente se estende a outras mentes e não se detém na sua extensão. Essa detenção é a causa de toda enfermidade, porque só a extensão é a função da mente.

13. O oposto da alegria é depressão. Quando o teu aprendizado promove depressão em vez de alegria, não podes estar escutando o Professor alegre de Deus nem aprendendo Suas lições. Ver um corpo como qualquer outra coisa, exceto um meio de comunicação, é limitar a tua mente e ferir a ti mesmo. A saúde, portanto, nada mais é do que o propósito unificado. Se o corpo é submetido ao propósito da mente, ele vem a ser íntegro porque o propósito da mente é um só. O ataque só pode ser um suposto propósito do corpo, porque à parte da mente o corpo não tem propósito algum.

14. Tu não és limitado pelo corpo e o pensamento não pode se fazer carne. Entretanto, a mente pode ser manifestada através do corpo se vai além dele e não o interpreta como limitação. Sempre que vês outra pessoa como limitada ao corpo ou pelo corpo, estás impondo esse limite a ti mesmo. Estás disposto a aceitar isso, quando todo o propósito do teu aprendizado deveria ser escapar das limitações? Conceber o corpo como um meio de ataque e acreditar que a alegria poderia resultar daí é uma indicação clara de um aprendiz deficiente. Ele aceitou uma meta de aprendizado em óbvia contradição com o propósito unificado do currículo, meta essa que interfere com a sua capacidade de aceitar o propósito do currículo como o seu próprio. 

15. A alegria é propósito unificado e o único propósito unificado é o de Deus. Quando o teu é unificado, ele é o Seu. Acredita que podes interferir com o Seu propósito e estás precisando de salvação. Tu tens condenado a ti mesmo, mas a condenação não é de Deus. Portanto, não é verdadeira. Nem o são quaisquer dos seus resultados aparentes. Quando vês um irmão como um corpo, tu o estás condenando porque condenaste a ti mesmo. No entanto, se toda condenação é irreal e tem que ser irreal já que é uma forma de ataque, ela não pode ter nenhum resultado.

16. Não permitas que tu mesmo sofras os resultados imaginários do que não é verdadeiro. Liberta a tua mente da crença segundo a qual isso é possível. Na completa impossibilidade disso está a tua única esperança de liberação. Mas que outra esperança poderias querer? A libertação das ilusões está apenas em não se acreditar nelas. Não há nenhum ataque, mas há comunicação ilimitada e, portanto, poder e integridade ilimitados. O poder da integridade é extensão. Não detenhas o teu pensamento nesse mundo e assim abrirás a tua mente para a criação em Deus. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Capítulo 8 – 6. O tesouro de Deus


1. Nós somos a vontade conjunta da Filiação, cuja integridade é para todos nós. Damos início à jornada de volta ao partirmos juntos e nos reunimos aos nossos irmãos na medida em que continuamos juntos. Cada ganho em nossa força é oferecido a todos, de modo que também eles possam deixar de lado suas fraquezas e adicionar suas forças a nós. As boas-vindas de Deus nos esperam a todos e Ele vai nos dar boas-vindas assim como eu as dou a ti. Não esqueças do Reino de Deus por coisa alguma que o mundo tenha a oferecer.

2. O mundo nada pode adicionar ao poder e a gloria de Deus e de Seus Filhos santos, mas pode cegar os Filhos em relação ao Pai, se eles contemplam o mundo. Não podes contemplar o mundo e conhecer a Deus. Só um é verdadeiro. Eu vim para te dizer que não cabe a ti escolher qual dos dois é verdadeiro. Se fosse assim, terias te destruído. Entretanto, a destruição das Suas criações não foi a Vontade de Deus, tendo-as criado para a eternidade. A Sua Vontade tem salvo a ti, não de ti mesmo, mas da tua ilusão de ti mesmo. Ele te tem salvo para ti.

3. Vamos glorificar Aquele a Quem o mundo nega, pois sobre o Seu Reino o mundo não tem poder. Ninguém que tenha sido criado por Deus pode achar alegria em coisa alguma exceto o eterno; não porque esteja privado de qualquer outra coisa, mas porque nenhuma outra coisa é digna dele. O que Deus e Seus Filhos criam é eterno e nisso, e apenas nisso, está a alegria para eles.

4. Escuta a história do filho pródigo e aprende o que é o tesouro de Deus e o teu: esse filho de um pai amoroso deixou a sua casa e pensou que tinha dissipado tudo em troca de nada de valor, embora na época não tenha compreendido essa falta de valor. Ele tinha vergonha de retornar para seu pai, porque pensava que o tinha ferido. No entanto, quando veio para casa, o pai lhe deu as boas-vindas com alegria, porque o próprio filho era o tesouro de seu pai. Ele não queria nada mais.

5. Deus só quer Seu Filho, porque Seu Filho é Seu único tesouro. Tu queres as tuas criações assim como Ele quer as Dele. As tuas criações são a tua dádiva à Santíssima Trindade, criadas em gratidão pela tua criação. Elas não te deixam, do mesmo modo como não deixaste o teu Criador, mas estendem a tua criação assim como o próprio Deus Se estendeu a ti. É possível que as criações do próprio Deus tenham alegria naquilo que não é real? E o que e real, exceto as criações de Deus e aquelas que são criadas como as Dele? As tuas criações te amam como tu amas o teu Pai pela dádiva da criação. Não há nenhuma outra dádiva que seja eterna e, portanto, não há nenhuma outra dádiva que seja verdadeira. Como, então, podes aceitar qualquer outra coisa ou dar qualquer outra coisa e esperar alegria em troca? E o que mais, além de alegria, poderias querer? Tu não fizeste a ti mesmo e nem a tua função. Fizeste apenas a decisão de seres indigno de ambos. No entanto, não podes tornar-te indigno porque tu és o tesouro de Deus e o que Ele valoriza tem valor. Não pode haver nenhum questionamento acerca deste valor, porque ele está no fato de que Deus compartilha a Si Mesmo com ele, estabelecendo-o para sempre.

6. A tua função é adicionar ao tesouro de Deus por criar o teu. A Sua Vontade para ti é a Sua Vontade por ti. Ele não iria manter a criação afastada de ti porque é nisso que está a Sua alegria. Não podes achar alegria exceto como Deus o faz. A Sua alegria está em criar-te e Ele te estende a Sua própria Paternidade de modo que possas te estender como Ele fez. Não compreendes isso porque não O compreendes. Ninguém que não aceite a própria função pode compreender qual ela é e ninguém pode aceitar a própria função a não ser que conheça o que ele próprio é. A criação é a Vontade de Deus. A Sua Vontade te criou para criar. A tua vontade não foi criada separadamente e assim tens que ter a mesma vontade que Ele.

7. Uma “vontade de má vontade” não significa coisa alguma, sendo uma contradição em termos que, de fato, não significa nada. Quando pensas que não estás disposto a ter a Vontade de Deus, não estás pensando. A Vontade de Deus é pensamento. Não pode ser contradita pelo pensamento. Deus não contradiz a Si Mesmo e Seus Filhos, que são como Ele, não podem contradizer a si mesmos ou a Ele. No entanto, o seu pensamento é tão poderoso que podem até mesmo aprisionar a mente do Filho de Deus, se assim escolherem. Essa escolha, de fato, faz com que a função do Filho seja desconhecida para ele, mas nunca para o seu Criador. E porque não é desconhecida para o seu Criador, é para sempre passível de ser conhecida por ele.

8. Não há nenhum questionamento que devas jamais colocar para ti mesmo, a não ser um: “Quero conhecer a Vontade de meu Pai para mim?” Ele não a esconderá. Ele a revelou a mim porque eu a pedi a Ele e aprendi com o que Ele já havia dado. Nossa função é trabalharmos juntos porque à parte um do outro não podemos funcionar de forma alguma. Todo o poder do Filho de Deus está em todos nós, mas não em nenhum de nós sozinho. Deus não nos quer sozinhos, porque Ele não tem vontade de ser sozinho. E por isso que criou Seu Filho e deu-lhe o poder de criar com Ele. Nossas criações são tão santas quanto nos somos e nós somos os Filhos do próprio Deus, tão santos quanto Ele. Através das nossas criações nós estendemos o nosso amor e assim aumentamos a alegria da Santíssima Trindade. Não compreendes isso, porque tu, que és o tesouro do próprio Deus, não te consideras algo de valor. Dada essa crença, não podes compreender coisa alguma.

9. Eu compartilho com Deus o conhecimento do valor que Ele confere a ti. Minha devoção a ti procede Dele, tendo nascido do meu conhecimento de mim mesmo e Dele. Nós não podemos ser separados. Quem Deus uniu não pode ser separado e Deus uniu todos os Seus Filhos a Si Mesmo. E possível estares separado da tua vida e do teu ser? A jornada a Deus é meramente o re-despertar do conhecimento acerca de onde tu sempre estás e do que és para sempre. E uma jornada sem distância para uma meta que nunca mudou. A verdade só pode ser experimentada. Não pode ser descrita e não pode ser explicada. Eu posso fazer com que estejas ciente das condições da verdade, mas a experiência é de Deus. Juntos, podemos satisfazer estas condições, mas a verdade despontará sobre ti por si mesma.

10. O que tem sido a Vontade de Deus para ti é teu. Ele tem dado a Sua Vontade ao Seu tesouro, de quem ela é o tesouro. O teu coração está lá onde está o teu tesouro, assim como o Dele. Tu, que és o bem-amado de Deus, és totalmente bem-aventurado. Aprende isso comigo e liberta a santa vontade de todos aqueles que são tão bem-aventurados quanto tu és. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Capítulo 8 – 5. A vontade sem divisão da Filiação


1. É possível estares separado da tua identificação e estares em paz? A dissociação não é uma solução, é uma delusão. Aqueles que estão presos em delusões acreditam que a verdade vai assalta-los e eles não a reconhecerão porque preferem a delusão. Julgando a verdade como algo que não querem, o que percebem são as suas ilusões, as quais bloqueiam o conhecimento. Ajuda-os oferecendo-lhes a tua mente unificada a favor deles, assim como eu te ofereço a minha a favor da tua. Sozinhos, nós não podemos fazer nada, mas juntos, nossas mentes se fundem em algo cujo poder está muito além do poder de suas partes separadas. Por não ser separada, a Mente de Deus está estabelecida nas nossas mentes como nossa. Essa Mente é invencível porque é sem divisão.

2. A vontade sem divisão da Filiação, que é a Vontade de Deus, é o criador perfeito, sendo totalmente à semelhança de Deus. Não podes estar isento disso se queres compreender o que ela é e o que tu és. Por acreditares que a tua vontade está separada da minha, estás te isentando da Vontade de Deus, que é o que tu és. Entretanto, curar ainda é tornar íntegro. Por conseguinte, curar é unir-se àqueles que são como tu, porque perceber essa semelhança é reconhecer o Pai. Se a tua perfeição está Nele e somente Nele, como é que podes conhecê-la sem reconhecê-lo? O reconhecimento de Deus é o reconhecimento de ti mesmo. Não há separação entre Deus e a Sua criação. Vais te dar conta disso quando compreenderes que não há separação entre a tua vontade e a minha. Deixa o Amor de Deus brilhar sobre ti pela tua aceitação de mim. A minha realidade é a tua e a Dele. Ao unir a tua mente à minha, dás significado à tua consciência de que a Vontade de Deus é uma só.

3. A Unicidade de Deus e a nossa não são separadas, porque a Sua Unicidade abrange a nossa. Unir-te a mim é restaurar o Seu poder para ti porque nós o estamos compartilhando. Eu te ofereço só o reconhecimento do Seu poder em ti, mas nisso está toda a verdade. Na medida em que nos unimos, nos unimos a Ele. Glória seja dada a união de Deus e de Seus Filhos santos! Toda a glória está neles porque são unidos. Os milagres que fazemos dão testemunho da Vontade do Pai para o Seu Filho e da nossa alegria em nos unir com a Sua Vontade para nós.

4. Quando te unes a mim, estás te unindo sem o ego, porque eu renunciei ao ego em mim mesmo e portanto não posso me unir ao teu. Nossa união é, assim, o caminho para renunciares ao ego em ti. A verdade em nós dois está além do ego. Nosso sucesso em transcendê-lo é garantido por Deus e eu compartilho essa confiança por nós dois e por todos nós. Eu trago de volta a paz de Deus para todas as Suas crianças porque eu a recebi Dele para todos nós. Nada pode prevalecer contra as nossas vontades unidas pois nada pode prevalecer contra a Vontade de Deus.

5. Queres conhecer a Vontade de Deus para ti? Pergunta a mim, que a conheço por ti e a acharás. Nada te negarei, assim como Deus não me nega nada. A nossa jornada é simplesmente a jornada de volta a Deus, que é a nossa casa. Sempre que o medo se introduzir em qualquer lugar ao longo da estrada para a paz, isso se deve ao ego ter tentado unir-se a nós nessa jornada, e não poder fazê-lo. Sentindo a derrota e enraivecido por isso, o ego se considera rejeitado e vem a ser vingativo. Es invulnerável à vingança do ego porque eu estou contigo. Nesta jornada, me escolheste como teu companheiro, em vez do ego. Não tentes apegar-te aos dois, ou estarás tentando ir em direções diferentes e perderás o caminho.

6. O caminho do ego não é o meu, mas também não é o teu. O Espírito Santo tem uma direção para todas as mentes e aquela que Ele me ensinou é a tua. Não percamos de vista a Sua direção por meio de ilusões, pois apenas as ilusões de outra direção podem obscurecer aquela pela qual a Voz de Deus fala em todos nós. Nunca conceda ao ego o poder de interferir com a jornada. Ele não tem nenhum, porque a jornada é o caminho para o que é verdadeiro. Deixa para trás todas as ilusões e vai além de todas as tentativas do ego de deter-te. Eu vou à tua frente, porque estou além do ego. Alcança, pois, a minha mão porque queres transcender o ego. A minha força nunca será insuficiente e se escolheres compartilhá-la, tu o farás. Eu a dou com disponibilidade e contentamento porque preciso de ti tanto quanto precisas de mim.