quarta-feira, 9 de setembro de 2015

CAPÍTULO 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - IV. Entrar na arca


1. Nada pode ferir-te a não ser que tu lhe dês o poder de faze-lo. No entanto, tu dás poder assim como as leis desse mundo interpretam o dar; ao dar, tu perdes. Não te cabe dar qualquer poder. O poder é de Deus, dado por Ele e redespertado pelo Espírito Santo Que tem o conhecimento de que à medida que dás, tu ganhas. Ele não dá nenhum poder ao pecado e, por conseguinte o pecado não tem nenhum, e também não dá qualquer poder a seus resultados conforme esse mundo os vê – doença e morte, miséria e dor. Essas coisas não ocorreram porque o Espírito Santo não as vê e não dá nenhum poder à sua fonte aparente. Assim Ele quer te manter livre delas. Sem nenhuma ilusão a respeito do que tu és, o Espírito Santo meramente dá tudo a Deus, Que já deu e recebeu tudo o que é verdadeiro. O que não é verdadei-ro, Ele não recebeu nem deu.

2. O pecado não tem lugar no Céu, onde seus resultados são desconhecidos e não podem entrar assim como a sua fonte. E nisso está a tua necessidade de ver o teu irmão sem pecado. Nele está o Céu. Ao invés disso, se nele vires o pecado, o Céu está perdido para ti. Mas que o vejas tal como é, e o que é teu brilhará a partir dele para ti. O teu salvador só te dá amor, mas o que queres receber depende de ti. Está nele não ver todos os teus equívocos e nisso está a sua própria salvação. E o mesmo se dá com a tua. A salvação é uma lição em dar, assim como o Espírito Santo a interpreta. É o redespertar das leis de Deus em mentes que estabeleceram outras leis e lhes deram poder para impor aquilo que Deus não criou.

3. As tuas leis insanas foram feitas para garantir que cometesses equívocos e lhes desses poder sobre ti, aceitando os seus resultados como o que te é devido de forma justa. O que isso poderia ser senão loucura? E é isso o que queres ver dentro daquele que vai salvar-te da insanidade? Ele está tão livre disso quanto tu, e na liberdade que vês nele, tu vês a tua própria. Pois isso tu compartilhas. O que Deus deu segue as Suas leis e apenas as Suas. E nem é possível àqueles que as seguem sofrer com os resultados de qualquer outra fonte.

4. Aqueles que escolhem a liberdade experimentarão apenas os seus resultados. Seu poder é de Deus, e eles o darão apenas àquilo que Deus deu, para que seja compartilhado com eles. Nada além disso pode tocá-los, pois é somente isso que vêem, compartilhando o seu poder de acordo com a Von-tade de Deus. E assim, a sua liberdade é estabelecida e mantida. Ela é mantida através de toda tentação de aprisionar ou de ser aprisionado. É a essas pessoas, que aprenderam sobre a liberdade, que deves perguntar o que é a liberdade. Não perguntes ao pardal como a águia se eleva aos ares, pois aqueles que têm asas curtas não aceitaram para si mesmos o poder para compartilharem contigo.

5. Aqueles que não têm pecado dão conforme receberam. Vê, então, o poder da impecabilidade dentro do teu irmão e compartilha com ele o poder da liberação do pecado que ofereceste a ele. A cada um que caminha sobre essa terra em aparente solidão é dado um salvador, cuja função especial aqui é liberá-lo e, assim, libertar a si mesmo. No mundo da separação, cada um é designado separadamente, embora todos sejam o mesmo. Entretanto, aqueles que têm o conhecimento de que todos são o mesmo, não necessitam de salvação. E cada um acha seu salvador quando está pronto para olhar para a face de Cristo e vê-Lo sem pecado.

6. O plano não vem de ti, nem é necessário que te preocupes com qualquer coisa exceto a parte que te foi dada para aprender. Pois Ele, Que conhece o resto, encarregar-se-á dele sem a tua ajuda. Mas não penses que Ele não precisa da tua parte para ajudar-te com o resto. Pois na tua parte está tudo, sem ela nenhuma parte é completa, nem o todo é completo sem a tua parte. Na arca da paz só entram dois a dois, no entanto, o início de um outro mundo vai com eles. Cada relacionamento santo tem que entrar aqui para aprender a sua função especial no plano do Espírito Santo, agora que compartilha o Seu pro-pósito. E na medida em que esse propósito é cumprido, um novo mundo se ergue no qual o pecado não pode entrar, onde o Filho de Deus pode entrar sem medo, e onde ele descansa um pouco para esquecer a prisão e lembrar-se da liberdade. Como pode ele entrar para descansar e relembrar sem ti? A não ser que tu estejas lá, ele não está completo. E é da própria completeza que ele se lembra estando lá.

7. Esse é o propósito que vos é dado. Não penseis que o vosso perdão ao vosso irmão só serve para vós. Pois todo o mundo novo descansa nas mãos de cada dois irmãos que aqui entram para descansar. E à medida que descansam, a face de Cristo resplandece sobre eles e se lembram das leis de Deus, esque-cendo-se de todo o resto e ansiando apenas que as Suas leis sejam cumpridas perfeitamente neles e em todos os seus irmãos. Pensas que quando isso tiver sido realizado descansarás sem eles? Não poderias deixar de fora nenhum deles, assim como eu não poderia deixar-te e esquecer parte de mim mesmo.

8. Podes perguntar a ti mesmo como podes estar em paz quando, já que estás no tempo, há tanto para ser feito antes que o caminho para a paz esteja aberto. Talvez isso pareça impossível para ti. Mas pergunta a ti mesmo se é possível que Deus tenha um plano para a tua salvação que não funcione. Uma vez que tiveres aceito o Seu plano como a única função que queres cumprir, nada mais haverá que o Espírito Santo não arranje para ti sem o teu esforço. Ele irá diante de ti endireitando as tuas veredas e não deixando em teu caminho nenhuma pedra em que possas tropeçar, nenhum obstáculo para impedir o teu passo. Nada do que necessites te será negado. Nenhuma dificuldade aparente deixará de se desva-necer antes que a alcances. Não precisas pensar em nada, descuidado de todas as coisas, exceto do úni-co propósito que queres realizar. Como ele te foi dado, assim também será a sua realização. A garantia de Deus se manterá contra todos os obstáculos, pois ela descansa na certeza e não na contingência. Ela descansa em ti. E o que pode ser mais certo do que um.Filho de Deus?

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Capítulo 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - III - O pecado como um ajustamento


1. A crença no pecado é um ajustamento. E um ajustamento é uma mudança, uma alteração da percepção ou uma crença segundo a qual o que antes era de um modo, agora foi feito diferente. Todo ajustamento é, portanto, uma distorção e apela para defesas que a mantenham contra a realidade. O conhecimento não requer ajustamentos e, de fato, se perde caso alguma alteração ou mudança seja em-preendida. Pois isso o reduz imediatamente a uma mera percepção, a uma forma de olhar na qual se perde a certeza e a dúvida penetra. Nessa condição defeituosa os ajustamentos são necessários, porque ela não é verdadeira. Quem precisa se ajustar à verdade, que só exige de cada um o que ele é para ser compreendida?

2. Os ajustamentos de qualquer espécie são do ego. Pois o ego acredita fixamente que todos os relacionamentos dependem de ajustamentos que fazem deles o que ele quer que sejam. Relacionamen-tos diretos, nos quais não há interferência, são sempre vistos como perigosos. O ego é o mediador auto-indicado de todos os relacionamentos, fazendo quaisquer ajustamentos que considerar necessários e interpondo-os entre aqueles que querem se encontrar para mantê-los separados e impedir sua união. É essa interferência estudada que faz com que seja difícil para ti reconhecer o teu relacionamento santo pelo que ele é.

3. Os santos não interferem com a verdade. Eles não a temem, pois é na verdade que reconhecem a sua santidade e se alegram com o que vêem. Eles olham para ela diretamente, sem tentar ajustarem-se a ela ou ela a eles. E assim vêem que ela estava neles, sem ter decidido primeiro aonde queriam que ela estivesse. O olhar dos santos simplesmente coloca uma pergunta e é o que vêem que lhes reponde. Tu fizeste o mundo e depois te ajustaste a ele e ele a ti. E nem existe nenhuma diferença entre tu e ele em tua percepção, que fez a ambos.

4. Uma questão simples, entretanto, ainda permanece e necessitada de uma resposta. Gostas do que fizeste? Um mundo de assassinato e ataque, através do qual teces o teu caminho tímido através de perigos constantes, solitário e assustado, esperando que no máximo a morte se demore um pouquinho mais para levar-te e desaparecerás. Tu inventaste isso. É um quadro do que pensas que és; de como vês a ti mesmo. Um assassino é assustado e aqueles que matam têm medo da morte. Tudo isso são apenas os pensamentos amedrontadores daqueles que querem se ajustar a um mundo feito amedrontador pelos seus ajustamentos. E olham para fora com pesar, a partir do que é triste por dentro e lá vêem a tristeza. Não imaginaste alguma vez como é o mundo realmente ou como ele se apresentaria através de olhos felizes?

5. O mundo que vês é apenas um julgamento sobre ti mesmo. Ele absolutamente não existe. No entanto, o julgamento deposita sobre ele uma sentença, o justifica e faz com que ele seja real. Tal é o mundo que vês; um julgamento sobre ti mesmo e feito por ti. Esse retrato doentio de ti mesmo é cuida-dosamente preservado pelo ego, é a sua imagem e ele a ama, colocando-a fora de ti no mundo. E a esse mundo tu tens que te ajustar enquanto acreditares que esse retrato está do lado de fora e estás à sua mercê. Esse mundo é sem misericórdia e se estivesse fora de ti, de fato, deverias estar amedrontado. No entanto, foste tu que o fizeste sem misericórdia e, agora, se a ausência de misericórdia parece olhar de volta para ti, ela pode ser corrigida.

6. Quem em um relacionamento santo pode permanecer não-santo por muito tempo? O mundo que os santos vêem é uno com eles, do mesmo modo que o mundo que o ego contempla é como ele. O mundo que os santos vêem é belo porque vêem a própria inocência no mundo. Eles não disseram ao mundo o que ele era; não fizeram ajustamentos para adequá-lo às suas ordens. Eles gentilmente o ques-tionaram e sussurraram: ‘O que és tu?’ E Ele, Que zela por toda a percepção, respondeu. Não tomes o julgamento do mundo como resposta à pergunta: ‘Quem sou eu?’ O mundo acredita no pecado, mas a crença que o fez como tu o vês não está fora de ti.

7. Não busques fazer com que o Filho de Deus se ajuste à sua própria insanidade. Há um estranho nele, que vagando descuidadamente entrou na casa da verdade, e vagando ir-se-á. Ele veio sem um propósito; mas não permanecerá diante da luz resplandecente que o Espírito Santo ofereceu e que tu aceitaste. Pois lá o estranho fica desabrigado e tu és bem-vindo. Não perguntes a esse estranho transe-unte: ‘Quem sou eu?’ Ele é a única coisa em todo o universo que não sabe. No entanto, é a ele que per-guntas e é à sua resposta que queres te ajustar. Esse único pensamento selvagem, feroz em sua arrogân-cia e ao mesmo tempo tão diminuto. e tão sem significado que passa despercebido pelo universo da verdade, vem a ser o teu guia. Tu te voltas para ele para perguntar o significado do universo. E à única coisa cega em todo o universo vidente da verdade, perguntas: ‘Como devo eu olhar para o Filho de Deus?’

8. Por acaso alguém pede um julgamento a algo que é totalmente desprovido de julgamento? E se fizeste isso, queres acreditar na resposta e ajustar-te a ela como se fosse a verdade? O mundo para o qual olhas é a resposta que ele te deu e tu lhe deste o poder de ajustar o mundo de forma a fazer com que a sua resposta seja verdadeira. Pediste a esse sopro de loucura o significado do teu relacionamento não-santo e o ajustaste de acordo com a sua resposta insana. Quanto isso vos fez felizes? Tu te encon-traste com teu irmão com alegria para abençoar o Filho de Deus e dar-lhe graças por toda a felicidade que ele vos entregou? Reconhecestes o vosso irmão como a dádiva eterna de Deus para convosco? Vis-tes a santidade que brilhou tanto em ti quanto em teu irmão para que um abençoasse o outro? Esse é o propósito do vosso relacionamento santo. Não peças os meios de atingi-lo à única coisa que ainda quer que ele não seja santo. Não dês a ela nenhum poder para ajustar os meios e o fim.

9. Prisioneiros amarrados a pesadas correntes por anos, famintos e abatidos, fracos e exaustos e com os olhos baixos há tanto tempo na escuridão que não se lembram da luz, não pulam de alegria no instante em que são libertados. Leva tempo para que compreendam o que é a liberdade. Tu andaste ta-teando debilmente na poeira e achaste a mão do teu irmão, incerto quanto a deixá-la ou a assumir o controle da vida, por tanto tempo esquecida. Fortalece o teu controle e ergue os olhos para o teu forte companheiro, no qual está o significado da tua liberdade. Ele parecia estar crucificado a teu lado. E, no entanto, a sua santidade permanece intocada e perfeita; e com ele a teu lado, entrarás hoje mesmo com ele no Paraíso e conhecerás a paz de Deus.

10. Tal é a minha vontade para ti e para o teu irmão e para cada um em relação ao outro e para si mesmo. Aqui só há santidade e união sem limites. Pois o que é o Céu senão união, direta e perfeita e sem o véu do medo sobre ela? Aqui somos um, olhando com perfeita gentileza um para o outro e para nós mesmos. Aqui todos os pensamentos de qualquer separação entre nós vêm a ser impossíveis. Tu, que eras um prisioneiro na separação, és agora libertado no paraíso. E aqui eu quero me unir a ti, meu amigo, meu irmão e meu Ser.

11. A tua dádiva para o teu irmão deu-me a certeza de que a nossa união será breve. Compartilha, então, dessa fé comigo e sabe que ela é justificada. Não existe medo no amor perfeito porque ele não conhece nenhum pecado e tem que olhar para os outros como para si mesmo. Olhando com a caridade interior o que pode ele temer do exterior? Os inocentes vêem a segurança e os puros de coração vêem a Deus dentro de Seu Filho e olham para o Filho de modo que Ele os conduza ao Pai. E a que outro lugar iriam senão aonde querem estar? Tu e teu irmão agora conduzirão um ao outro ao Pai, com a mesma certeza com que Deus criou santo o Seu Filho e assim o manteve. No teu irmão, está a luz da eterna promessa de Deus da tua imortalidade. Que tu o vejas sem pecado e não poderá haver medo em ti.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Capítulo 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - II. A dádiva de lírios

1. Olha para todos os adornos feitos para se pendurar pelo corpo, ou para cobri-lo, ou para serem usados por ele. Vê todas as coisas inúteis feitas para que os olhos do corpo as contemplem. Pensa nas muitas oferendas feitas para o prazer do corpo e lembra-te que todas essas coisas foram feitas para fazer parecer belo o que tu odeias. Usarias essa coisa odiada para atrair o teu irmão a ti e para atrair os olhos do seu corpo? Aprende que com isso apenas estás lhe oferecendo uma coroa de espinhos, sem reconhe-cê-la pelo que ela é, e tentando justificar a tua própria interpretação do valor que ela tem através da sua aceitação. Entretanto, ainda assim a dádiva proclama que o teu irmão não tem valor para ti, na medida em que a sua aceitação e a delícia com que ele recebe a tua dádiva são o sinal de que ele próprio se ava-lia como um ser sem valor.

2. Dádivas não são feitas através de corpos, se elas são verdadeiramente dadas e recebidas. Pois corpos não podem oferecer nem aceitar; entregar nem tomar. Só a mente pode dar valor e só a mente pode decidir o que quer receber e dar. E cada dádiva que a mente oferece depende do que ela quer. Ela irá adornar a casa que escolheu com o maior cuidado, preparando-a para receber as dádivas que quer, oferecendo-as àqueles que vêm à sua casa preferida ou àqueles que ela quer atrair a essa casa. E lá tro-carão suas dádivas, oferecendo e recebendo aquilo que as suas mentes julgam ser digno deles.

3. Cada dádiva é uma avaliação de quem recebe e de quem dá. Ninguém vê a casa que escolheu senão como um altar a si mesmo. Ninguém busca outra coisa senão atrair a ele os adoradores daquilo que foi colocado sobre ele, fazendo com que seja digno da sua devoção. E cada um fixou uma luz sobre o próprio altar de forma que os outros possam ver o que lá foi depositado e façam com que seja tam-bém propriamente deles. Aqui está o valor que dás ao teu irmão e a ti mesmo. Aqui está a tua dádiva a ambos, o teu julgamento sobre o Filho de Deus pelo que ele é. Não te esqueças de que é ao teu salvador que a dádiva é oferecida. Oferece-lhe espinhos e tu és crucificado. Oferece-lhe lírios e é a ti mesmo que libertas.

4. Eu tenho grande necessidade de lírios, pois o Filho de Deus não me perdoou. E posso eu ofere-cer-lhe perdão quando ele me oferece espinhos? Pois aquele que oferece espinhos a quem quer que seja, ainda está contra mim e quem pode ser íntegro sem ele? Sê tu o seu amigo por mim, de modo que eu possa ser perdoado e que possas olhar para o Filho de Deus como um ser íntegro. Mas, olha primeiro para o altar na casa que tu escolheste e vê o que colocaste sobre ele para oferecer a mim. Se forem es-pinhos, cujas pontas brilham friamente em uma luz vermelho-sangue, o corpo é a casa que escolheste e é a separação que me ofereces. E apesar disso, os espinhos desapareceram. Olha agora mais de perto para eles e verás que o teu altar já não é mais o que era.

5. Ainda olhas com os olhos do corpo e eles não podem ver senão espinhos. No entanto, pediste e recebeste um outro modo de ver. Aqueles que aceitam o propósito do Espírito Santo como o seu pró-prio compartilham também a Sua visão. E o que permite ao Espírito Santo ver o Seu propósito brilhar a partir de cada altar, agora é teu tanto quanto Seu. Ele não vê estranhos, só amigos muito amados e amo-rosos. Ele não vê espinhos, apenas lírios resplandecendo na aura gentil da paz que brilha sobre tudo o que Ele contempla e ama.

6. Nesta Páscoa, contempla o teu irmão com olhos diferentes. Tu me perdoaste. E apesar disso, eu não posso usar a tua dádiva de lírios enquanto tu não os vires. E nem podes usar o que eu te dei a não ser que o compartilhes. A visão do Espírito Santo não é uma dádiva vã, não é um jogo para divertir-te por algum tempo e ser posto de lado. Escuta e ouve isso com atenção: não penses nela como apenas um sonho, um pensamento leviano para brincares ou um brinquedo que de vez em quando pegas e depois deixas de lado. Pois se fizeres isso, assim será ela para ti.

7. Tens agora visão para olhar todas as ilusões deixando-as para trás. Foi dado a ti não ver espinho algum, estranho algum e nenhum obstáculo para a paz. O medo de Deus não é nada para ti agora. Quem tem medo de olhar para ilusões sabendo que o seu salvador está a seu lado? Com ele, a tua visão veio a ser o maior poder para o desfazer das ilusões que o próprio Deus poderia dar. Pois o que Deus deu ao Espírito Santo, tu recebeste. O Filho de Deus olha para ti esperando a sua liberação. Pois pediste e recebeste a força de olhar para esse obstáculo final e não ver espinhos nem cravos para crucificar o Filho de Deus e coroá-lo rei da morte.

8. A casa que escolheste fica do outro lado, além do véu. Ela foi cuidadosamente preparada para ti e está agora pronta para receber-te. Não a verás com os olhos do corpo. No entanto, tens tudo o que precisas. A tua casa tem chamado por ti desde o início dos tempos e nunca deixaste inteiramente de ouvir. Ouviste, mas não sabias como olhar, nem para onde. E agora sabes. Sem ti está o conhecimento, pronto para ser desvendado e libertado de todo o terror que o manteve oculto. Não existe medo no a-mor. A canção da Páscoa é o alegre refrão que diz que o Filho de Deus nunca foi crucificado. Vamos elevar os nossos olhos juntos, não com medo, mas com fé. E não haverá medo em nós, pois em nossa visão não haverão ilusões, só um caminho para a porta aberta do Céu, a casa que compartilhamos em quietude e onde vivemos em gentileza e paz como um só, juntos.

9. Não queres que o teu santo irmão te conduza até lá? A sua inocência iluminará o teu caminho, oferecendo-te a luz que guia e a proteção segura e está brilhando a partir do altar santo dentro dele onde tu depositaste os lírios do perdão. Permite que ele seja para ti o salvador de todas as ilusões e olha para ele com a nova visão que olha para os lírios e te traz alegria. Nós vamos além do véu do medo, ilumi-nando o caminho um para o outro. A santidade que nos conduz está dentro de nós assim como a nossa casa. Dessa forma nós acharemos aquilo que temos que achar segundo Aquele Que nos conduz.

10. Esse é o caminho para o Céu e para a paz da Páscoa, no qual nos unimos na consciência feliz de que o Filho de Deus ressurgiu do passado e despertou para o presente. Agora ele está livre, ilimitado em sua comunhão com tudo o que está dentro dele. Agora estão os lírios da sua inocência intocados pela culpa e perfeitamente protegidos do tremor frio do medo assim como da praga do pecado que faz tudo murchar. A tua dádiva o salvou dos espinhos e dos cravos e o seu braço forte está livre para guiar-te com segurança através deles e mais além. Caminha com ele agora em regozijo, pois aquele que salva de todas as ilusões veio para saudar-te e conduzir-te para casa com ele.

11. Aqui está o teu salvador e o teu amigo, liberado da crucificação através da tua visão e livre para conduzir-te agora aonde ele quer estar. Ele não te deixará, nem abandonará aquele que o salvou da dor. E, contentes, tu e teu irmão percorrerão juntos o caminho da inocência, cantando enquanto contemplam a porta aberta do Céu e reconhecem o lar que os chamou. Dá alegremente ao teu irmão a liberdade e a força para te conduzir até lá. E vem para estar diante do seu altar santo, onde a força e a liberdade espe-ram, para oferecer e receber a brilhante consciência que te conduz ao lar. A lâmpada está acesa em ti para o teu irmão. E pelas mesmas mãos que a deram a ele, tu serás conduzido além do medo até o amor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Capítulo 20 - A VISAO DA SANTIDADE I. A semana santa


1. Esse é o domingo de Ramos, a celebração da vitória e a aceitação da verdade. Não passemos essa semana santa lamentando a crucificação do Filho de Deus, mas celebrando com felicidade a Sua liberação. Pois a Páscoa é o sinal da paz e não da dor. Um Cristo abatido não tem significado. Mas o Cristo ressuscitado vem a ser o símbolo do perdão do Filho de Deus a si mesmo, o sinal de que ele se considera curado e íntegro.


2. Essa semana começa com ramos e termina com lírios, o sinal branco e santo de que o Filho de Deus é inocente. Não permitas que nenhum sinal escuro de crucificação intervenha entre a jornada e o seu propósito, entre a aceitação da verdade e a sua expressão. Essa semana nós celebramos vida, não morte. E nós honramos a perfeita pureza do Filho de Deus e não os seus pecados. Oferece ao teu irmão a dádiva de lírios, não a coroa de espinhos, a dádiva do amor e não a ‘dádiva’ do medo. Estás ao lado do teu irmão, os espinhos em uma das mãos e os lírios na outra, incerto quanto ao que vais dar. Une-te agora a mim e joga fora os espinhos oferecendo lírios para substituí-los. Nesta Páscoa, eu quero ter a dádiva do teu perdão, oferecida a mim por ti e devolvida a ti por mim. Não podemos estar unidos na crucificação e na morte. E nem pode a ressurreição estar completa enquanto o teu perdão não descansar em Cristo, junto com o meu.

3. Uma semana é um tempo curto e no entanto essa semana santa é o símbolo de toda a jornada empreendida pelo Filho de Deus. Quando ele começou, a promessa da ressurreição e o signo da vitória já haviam sido dados a ele. Não deixes que ele caia na tentação da crucificação e lá se atrase. Ajuda-o a caminhar em paz para além de tudo isso, com a luz da sua própria inocência iluminando o seu caminho para a redenção e a liberação. Não o atrases com espinhos e cravos quando a sua redenção está tão pró-xima. Mas deixes que a brancura da tua brilhante dádiva de lírios o adiante no caminho para a ressur-reição.


4. A Páscoa não é a celebração do custo do pecado, mas do seu fim. Se vislumbrares a face de Cristo por trás do véu, olhando por entre as pétalas brancas como a neve dos lírios que recebeste e deste como dádiva tua, contemplarás a face do teu irmão e a reconhecerás. Eu era um forasteiro e me reco- heste sem saber quem era eu. Entretanto, pela tua dádiva de lírios, tu saberás. No teu perdão a esse forasteiro, estranho para ti e no entanto teu Amigo antigo, está a sua liberação e a tua redenção junto com ele. O tempo da Páscoa é um tempo de alegria e não de luto. Olha para o teu Amigo ressuscitado e celebra a sua santidade junto comigo. Pois a Páscoa é o tempo da tua salvação junto com a minha.





quinta-feira, 3 de setembro de 2015

19. D. O quarto obstáculo: o medo de Deus

1. O que verias sem o medo da morte? O que sentirias e pensarias se a morte não retivesse nenhuma atração para ti? Muito simplesmente te lembrarias do teu Pai. O Criador da vida, a Fonte de tudo que vive, o Pai do universo e do universo dos universos e de todas as coisas que estão até mesmo além; de
tudo isso tu te lembrarias. E à medida que essa memória surge em tua mente, a paz tem ainda que superar um obstáculo final, após o qual se completa a salvação e o Filho de Deus é restaurado inteiramente à sanidade. Pois aqui o teu mundo, de fato, acaba.

2. O quarto obstáculo a ser superado cai como um véu pesado diante da face de Cristo. Entretanto, à medida que a Sua face se ergue além do véu, brilhando com alegria porque Ele está no amor de Seu Pai, a paz afastará suavemente o véu e correrá para encontrá-Lo e para afinal unir-se a Ele. Pois esse véu escuro que parece tornar a face do próprio Cristo semelhante à de um leproso e fazer os Raios brilhantes do Amor do Seu Pai, que iluminam com glória a Sua face aparentarem ser rios de sangue, desaparece na luz intensa que está além dele quando o medo da morte se vai.

3. Esse é o mais escuro dos véus, mantido pela crença na morte e protegido por sua atração. A dedicação à morte e à sua soberania é apenas o voto solene, a promessa feita em segredo ao ego de nunca erguer esse véu, nunca se aproximar dele, nem nunca suspeitar que esteja ali. Essa é a barganha secreta feita com o ego para manter aquilo que se encontra além do véu para sempre apagado e sem ser lembrado. Aí está a tua promessa de nunca permitir que a união te chame para fora da separação, a grande amnésia na qual a memória de Deus parece absolutamente esquecida, a fenda entre o teu Ser e teu medo de Deus, o passo final na tua dissociação.

4. Vê como a crença na morte aparentemente iria “salvar-te”. Pois se isso desaparecesse, de que outra coisa poderias ter medo senão da vida? É a atração da morte que faz a vida parecer feia, cruel e tirânica. Não sentes mais medo da morte do que do ego. Esses são os teus amigos escolhidos. Pois em tua aliança secreta com eles, concordaste em nunca deixar que o medo de Deus fosse descoberto de forma que pudesses contemplar a face de Cristo e unir-te a Ele em Seu Pai.

5. Todo obstáculo através do qual a paz tem que fluir é superado exatamente do mesmo modo, o medo que o provocou cede ao amor que está além e assim o medo desaparece. E o mesmo se dá com esse. O desejo de ficar livre da paz e expulsar o Espírito Santo de ti se apaga na presença do quieto reconhecimento de que tu O amas. A exaltação do corpo é abandonada em favor do espírito, que amas como jamais poderias amar o corpo. E o apelo da morte é perdido para sempre à medida que a atração do amor desperta e chama por ti. De um ponto além de cada um dos obstáculos ao amor, o próprio Amor te chamou. E cada um deles foi superado pelo poder da atração daquilo que está além. O fato de quereres o medo parecia estar mantendo-os em seus lugares. No entanto, quando ouviste a Voz do Amor além deles, tu respondeste e eles desapareceram.

6. E agora estás aterrorizado diante daquilo que juraste nunca olhar. Baixas os olhos, lembrando da tua promessa aos teus "amigos". A “beleza” do pecado, o delicado apelo da culpa, a “santa” imagem de cera da morte e o medo da vingança do ego que juraste com sangue não desertar, tudo isso vem à tona e ordena que não ergas os teus olhos. Pois reconheces que se olhares para isso e permitires que o véu seja erguido eles desaparecerão para sempre. Todos os teus “amigos”, os teus “protetores” e o teu “lar” se desvanecerão. Nada do que lembras agora, tu te lembrarás.

7. Parece-te que o mundo te abandonará completamente se apenas ergueres os teus olhos. No entanto, tudo o que vai ocorrer é que deixarás o mundo para sempre. Esse é o restabelecimento da tua vontade. Olha para isso de olhos abertos e nunca mais acreditarás que estás à mercê de coisas além de ti, de forças que não podes controlar e de pensamentos que vêm a ti contra a tua vontade. É a tua vontade olhar para isso. Nenhum desejo louco, nenhum impulso trivial para esqueceres novamente, nenhuma punhalada de medo e nem o suor frio da morte aparente podem se colocar contra a tua vontade. Pois o que te atrai além do véu está também profundamente dentro de ti, é inseparável da tua vontade e completamente uno.

i. Erguendo o véu

8. Não te esqueças de que vós viestes até aqui juntos, tu e teu irmão. E com certeza não foi o ego que vos conduziu até aqui. Nenhum obstáculo à paz pode ser superado através do seu auxílio. Ele não revela os seus segredos e não pede que olheis para eles para ir além. Não quer que vejais as suas fraquezas e que aprendais que ele não tem nenhum poder para vos manter afastados da verdade. O ia Que vos trouxe aqui permanece convosco e quando erguerdes os vossos olhos, estareis prontos para olhar para o terror sem medo algum. Mas antes disso, ergue os teus olhos e olha para o teu irmão com a inocência que nasce do completo perdão das tuas ilusões através dos olhos da fé que não as vê.

9. Ninguém é capaz de olhar para o medo que tem de Deus sem ficar aterrorizado a não ser que tenha aceitado a Expiação e aprendido que as ilusões não são reais. Ninguém pode ficar diante desse obstáculo sozinho, pois não poderia ir muito longe a não ser que seu irmão caminhe a seu lado. E ninguém ousaria encará-lo sem o perdão completo do seu irmão em seu próprio coração. Fica aqui um momento e não tremas. Estarás pronto. Vamos nos unir em um instante santo, aqui nesse lugar aonde o propósito, dado em um instante santo, te conduziu. E vamos nos unir na fé de que Aquele Que nos trouxe aqui juntos te oferecerá a inocência de que precisas e tu aceitarás por amor a mim e a Ele.

10. E nem é possível olhares para isso cedo demais. Esse é o lugar para onde cada um tem que vir quando estiver pronto. Quando tiver achado o seu irmão, está pronto. No entanto, apenas alcançar esse lugar não é o suficiente. Uma jornada sem um propósito é ainda sem significado e mesmo quando ele estiver terminada parecerá não fazer nenhum sentido. Como podes saber se ela terminou a não ser que reconheças que o seu propósito foi realizado? Aqui, com o fim da jornada diante de ti, vês esse propósito. E é aqui que escolhes se olhas para ele ou se continuas vagando, apenas para retornares e escolheres outra vez. 

11. Olhar para o medo de Deus exige, de fato, certa preparação. Só os sãos podem olhar a total insanidade e a loucura delirante com piedade e compaixão, mas não com medo. Pois só quando o compartilham é que ele parece amedrontador e tu o compartilhas até que olhes para o teu irmão com perfeita fé, amor e ternura. Antes do perdão completo, tu ainda permaneces sem perdoar. Temes a Deus porque tens medo do teu irmão. Aqueles a quem não perdoas, tu temes. E ninguém alcança o amor com o medo a seu lado.

12. Esse irmão, que se encontra a teu lado, ainda te parece ser um estranho. Não o conheces e a interpretação que fazes dele é muito amedrontadora. E ainda o atacas, para manter o que parece ser o teu ser sem danos. No entanto, nas suas mãos está a tua salvação. Vês a sua loucura, que odeias porque a compartilhas. E toda a piedade e o perdão que a curariam dão lugar ao medo. Irmão, precisas do perdão doteu irmão, pois tu e ele compartilharão ou a loucura ou o Céu juntos. E erguereis os vossos olhos na fé juntos ou absolutamente não o fareis.

13. Ao teu lado está alguém que te oferece o cálice da Expiação, pois o Espírito Santo está nele. Queres manter os seus pecados contra ele ou aceitar a sua dádiva para ti? Esse doador da salvação é teu amigo ou teu inimigo? Escolhe o que ele é, lembrando-te de que vais receber dele de acordo com a tua escolha. Ele tem em si o poder de perdoar o teu pecado, assim como tu o dele. Nenhum dos dois pode dar a si mesmo esse perdão sozinho. E, no entanto, o salvador encontra-se ao lado de cada um. Permite que ele seja o que é e não busques fazer do amor um inimigo.

14. Contempla o teu Amigo, o Cristo Que se encontra a teu lado. Como Ele é santo e como é belo! Pensaste que Ele havia pecado porque jogaste o véu do pecado sobre Ele para esconder a Sua beleza. Entretanto, Ele ainda te oferece o perdão para que compartilhes a Sua santidade. Esse “inimigo”, esse “estranho”, ainda te oferece a salvação como Seu Amigo. Os “inimigos” de Cristo, os adoradores do pecado, não sabem a Quem atacam.

15. Esse é o teu irmão, crucificado pelo pecado e esperando pela liberação da dor. Não queres oferecerlhe o perdão, quando somente ele pode oferecê-lo a ti? Pela sua redenção, ele te dará a tua, com tanta certeza quanto Deus criou cada coisa viva e a ama. E ele a dará verdadeiramente, pois será ao mesmo tempo oferecida e recebida. Não há nenhuma graça no Céu que tu não possas oferecer ao teu irmão e receber do teu santíssimo Amigo. Não permitas que ele a recuse, pois ao recebê-la, tu a ofereces a ele. E ele receberá de ti o que tu recebeste dele. A redenção te foi dada para ser dada ao teu irmão e, assim, ser recebida. Aquele a quem tu perdoas é livre e aquilo que dás, tu compartilhas. Perdoa os pecados que o teu irmão pensa que cometeu e toda a culpa que pensas ver nele. 

16. Aqui é o lugar santo da ressurreição, ao qual nós vimos mais uma vez, ao qual voltaremos até que a redenção seja realizada e recebida. Pensa em quem é o teu irmão antes de querer condená-lo. E oferece graças a Deus por ser ele santo e por ter sido dada a ele a dádiva da santidade para ti. Une-te a ele com contentamento e remove todo vestígio de culpa da sua mente perturbada e torturada. Ajuda-o a erguer a pesada carga de pecado que colocaste sobre ele e que ele aceitou como própria, e joga-a levemente para longe dele com um riso feliz. Não a pressiones contra a sua fronte como se fossem espinhos, nem o pregues a ela sem redenção e sem esperança.

17. Dá fé ao teu irmão, pois a fé e a esperança e a misericórdia são tuas para serem dadas. A dádiva é dada às mãos que dão. Olha para o teu irmão e vê nele a dádiva de Deus que queres receber. É quase Páscoa, o tempo da ressurreição. Vamos dar a redenção um ao outro e compartilhá-la, de tal modo que possamos nos erguer como um só na ressurreição, não separados na morte. Contemplo a dádiva de liberdade que eu dei ao Espírito Santo para ti. E sede livres juntos, tu e teu irmão, à medida que ofereceis ao Espírito Santo essa mesma dádiva. E dando-a, recebe-a Dele em retorno pelo que deste. Ele conduziu a ti e a mim juntos, de forma que pudéssemos nos encontrar aqui nesse lugar santo e tomar a mesma decisão.

18. Liberta o teu irmão aqui como eu te libertei. Dá-lhe a mesma dádiva e não olhes para ele com qualquer espécie de condenação. Que o vejas tão sem culpa como eu olho para ti e não vejas os pecados que ele próprio pensa ver dentro de si. Oferece ao teu irmão a liberdade e a liberação completa do pecado, aqui, no jardim da aparente agonia e morte. Assim nós iremos preparar juntos o caminho para a ressurreição do Filho de Deus e permitir que ele mais uma vez ressuscite para a lembrança feliz do seu Pai, Que não conhece o pecado, nem a morte, mas somente a vida eterna.

19. Juntos nós desapareceremos na Presença além do véu, não para nos perdermos, mas para nos acharmos; não para sermos vistos, mas conhecidos. E conhecendo, nada no plano que Deus estabeleceu para a salvação ficará por fazer. Esse é o propósito da jornada, sem o qual a jornada é sem significado. Aqui está a paz de Deus, que te é dada eternamente por Ele. Aqui está o descanso e a quietude que buscas, a razão da jornada desde o seu início. O Céu é a dádiva que deves ao teu irmão, a dívida de gratidão que ofereces ao Filho de Deus em agradecimento pelo que ele é e pelo que o seu Pai o criou para ser.

20. Pensa com cuidado em como vais olhar para o doador dessa dádiva, pois como tu o olhares, assim parecerá ser a própria dádiva. Assim como ele é visto, como o doador da culpa ou da salvação, assim a sua oferenda será vista e assim será recebida. Os crucificados dão dor porque estão na dor. Mas os redimidos dão alegria porque foram curados da dor. Todos dão conforme recebem, mas cada um tem que escolher o que virá a ser aquilo que recebe. E reconhecerá a sua escolha em função do que ele dá e do que lhe é dado. À coisa alguma no Céu ou no inferno é dado interferir com a decisão de cada um.

21. Vieste até aqui porque a jornada foi a tua escolha. E ninguém empreende fazer aquilo que acredita ser sem significado. Aquilo em que tinhas fé ainda é fiel e vela por ti na fé de modo tão gentil e ao mesmo tempo tão forte, que te ergueria muito além do véu e colocaria o Filho de Deus a salvo sob a proteção segura do seu Pai. Aqui está o único propósito que dá a esse mundo e a longa jornada através desse mundo qualquer significado que possam ter. Além disso, são sem significado. Tu e o teu irmão estão juntos, ainda sem a convicção de que eles tenham qualquer propósito. Entretanto, te é dado ver esse propósito no teu Amigo santo e reconhecê-lo como o teu próprio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

19. C. O terceiro obstáculo: a atração da morte

1. A ti e ao teu irmão, em cujo relacionamento especial o Espírito Santo entrou, é dado liberar e ser liberado da dedicação à morte. Pois isso vos foi oferecido e vós aceitastes. No entanto, ainda têm que aprender mais a respeito dessa estranha devoção, pois ela contém o terceiro obstáculo através do qual a paz tem que fluir. Ninguém pode morrer a não ser que escolha a morte. O que parece ser o medo da morte é realmente a sua atração. A culpa também é temida e temível. No entanto, ela não exerce absolutamente nenhum controle a não ser sobre aqueles que são atraídos por ela e a buscam. O mesmo se dá com a morte. Feita pelo ego, a sua sombra escura cai sobre todas as coisas vivas porque o ego é o “inimigo” da vida.

2. Entretanto, uma sombra não pode matar. O que é uma sombra para os vivos? Eles apenas passam por ela e ela se vai. Mas, e aqueles que são dedicados a não viver, os “pecadores” vestidos de negro, o coro enlutado do ego arrastando-se pesadamente para longe da vida, carregando suas correntes e marchando na lenta procissão em honra ao seu patrão sinistro, o senhor da morte? Toca qualquer um deles com as mãos gentis do perdão e observa as suas correntes caírem por terra junto com as tuas. Que o vejas deixar de lado a veste negra que ele estava usando para o próprio funeral e ouve-o rir da morte. Ele pode escapar à sentença que o pecado quer lhe impor através dó teu perdão. Isso não é nenhuma arrogância. É a Vontade de Deus. O que é impossível para ti que escolheste a Sua Vontade como tua? O que é a morte para ti? A tua dedicação não está voltada para a morte nem para o seu patrão. Quando aceitaste o propósito do Espírito Santo em lugar do propósito do ego, renunciaste à morte trocando-a pela vida. Nós temos o conhecimento de que uma idéia não deixa a sua fonte. E a morte é o resultado do pensamento a que chamamos ego com tanta certeza quanto a vida é o resultado do Pensamento de Deus.

i. O corpo incorruptível

3. Do ego vieram o pecado, a culpa e a morte em oposição à vida e à inocência e à Vontade do próprio Deus. Onde pode estar tal oposição senão nas mentes doentes dos insanos, dedicadas à loucura e estabelecidas contra a paz do Céu? Uma coisa é certa: Deus, Que não criou nem a morte e nem o pecado, não determinou em sua Vontade que sejas limitado por eles. Ele não conhece o pecado e nem os seus resultados. As figuras amortalhadas na procissão do funeral não marcham em honra ao seu Criador Cuja Vontade é que elas vivam. Elas não estão seguindo a Sua Vontade, estão se opondo à ela.

4. E o que é o corpo envolto em negro que querem enterrar? Um corpo que dedicaram à morte, um símbolo de corrupção, um sacrifício ao pecado, oferecido ao pecado para alimentá-lo e mantê-lo vivo; uma coisa condenada, amaldiçoada por aquele que a fez e lamentada por cada carpidor que olha para ela como para si mesmo. Tu, que acreditas que condenaste o Filho de Deus a isso, és arrogante. Mas tu, que queres liberá-lo, não estás senão honrando a Vontade do seu Criador. A arrogância do pecado, o orgulho da culpa, o sepulcro da separação, tudo isso é parte da tua dedicação irreconhecida à morte. O cintilar da culpa que colocaste sobre o corpo quer matá-lo. Pois aquilo que o ego ama, ele mata em obediência a si mesmo. Mas aquilo que não lhe obedece, ele não pode matar.

5. Podes te dedicar a outra coisa que manteria o corpo incorruptível e perfeito na medida em que é usado para o teu propósito santo. O corpo não morre, assim como não pode sentir. Ele nada faz. Por si mesmo, não é corruptível nem incorruptível. Não é nada. É o resultado de uma diminuta idéia louca de corrupção que pode ser corrigida. Pois Deus respondeu a essa idéia insana com a Sua própria, uma Resposta que não O deixou e que, portanto, traz o Criador à consciência de toda mente que ouviu a Sua Resposta e A aceitou.

6. Tu, que és dedicado ao incorruptível, recebeste através da tua aceitação o poder de liberar da corrupção. Qual a melhor maneira de ensinar o primeiro e fundamental princípio de um curso em milagres do que mostrar-te que aquele que parece ser o mais difícil pode ser realizado em primeiro lugar? O corpo não pode senão servir ao teu propósito. Conforme olhas para ele, assim ele parecerá ser. A morte, se fosse verdadeira, seria o rompimento final e completo da comunicação que é a meta do ego.

7. Aqueles que têm medo da morte não vêem quantas vezes e quão alto a chamam e lhe pedem para vir salvá-los da comunicação. Pois a morte é vista como segurança, o grande salvador escuro da luz da verdade, a resposta à Resposta, o silenciador da Voz por Deus. No entanto, o recuo para a morte não é o fim do conflito. Só a Resposta de Deus é o seu fim. O obstáculo do teu aparente amor pela morte, através do qual a paz tem que fluir, parece ser muito grande. Pois nele estão escondidos todos os segredos do ego, todos os seus mecanismos estranhos para enganar, todas as suas idéias doentias e imaginações insólitas. Aqui está o ponto final da união, o triunfo dos feitos do ego sobre a criação, a vitória da ausência de vida sobre a própria Vida.

8. Sob a margem poeirenta do seu mundo distorcido, o ego quer colocar o Filho de Deus que, abatido pelas suas ordens, prova em sua decadência que o próprio Deus não tem poder diante do poderio egótico, é incapaz de proteger a vida que Ele criou contra o selvagem desejo que o ego tem de matar. Meu irmão, criança do nosso Pai, isso é um sonho de morte. Não há nenhum funeral, nem altares escuros, nem mandamentos sinistros, nem rituais distorcidos de condenação aos quais o corpo te conduz. Não peças para ser liberado disso. Mas liberta-o das ordens sem misericórdia e sem esperança que impuseste a ele e perdoa-o pelo que ordenaste que ele fizesse. Ao exaltá-lo ordenaste que ele morresse, pois só a morte poderia conquistar a vida. E que outra coisa, senão a insanidade, poderia contemplar a derrota de Deus e pensar que é real?

9. O medo da morte desaparecerá quando seu apelo ceder ante a real atração do amor. O fim do pecado, que se aninha em quietude na segurança do teu relacionamento, protegido pela tua união com o teu irmão e pronto para crescer e tornar-se uma força poderosa para Deus, está muito próximo. A infância da salvação é cuidadosamente guardada pelo amor, preservada de todo pensamento que iria atacá-la e quietamente aprontada para cumprir a tarefa poderosa para a qual ela te foi dada. O teu propósito recém- nascido é embalado por anjos, nutrido pelo Espírito Santo e protegido pelo próprio Deus. Ele não necessita da tua proteção, ele é a tua. Pois é imortal e dentro dele está o fim da morte.

10. Que perigo pode assaltar os totalmente inocentes? O que pode atacar aqueles que não têm culpa? Que medo é capaz de entrar e perturbar a paz da impecabilidade? Aquilo que te foi dado, mesmo em sua infância, está em plena comunicação com Deus e contigo. Em suas mãos diminutas ele segura, em perfeita segurança, cada milagre que vais apresentar, oferecido a ti. O milagre da vida não tem idade, tendo nascido no tempo, mas nutrido na eternidade. Contempla esse infante, a quem deste um lugar de descanso através do teu perdão ao teu irmão e vê nele a Vontade de Deus. Aqui renasce o bebê de Belém. E todos aqueles que lhe dão abrigo o seguirão, não à cruz, mas à ressurreição e à vida.

11. Quando qualquer coisa te parece ser uma fonte de medo, quando qualquer situação te afeta aterradoramente e faz o teu corpo tremer e o suor frio do medo se abate sobre ele, lembra-te que isso sempre se dá por uma razão: o ego a percebeu como um símbolo do medo, um sinal do pecado e da morte. Lembra-te, então, que nenhum sinal nem símbolo deve ser confundido com a fonte, pois necessariamente simbolizam alguma outra coisa além de si mesmos. O seu significado não pode estar neles mesmos, mas tem que ser buscado naquilo que representam. E podem assim significar tudo ou nada, de acordo com a verdade ou com a falsidade da idéia que refletem. Confrontado com tal aparente incerteza de significado, não a julgues. Lembra-te da presença santa Daquele que te foi dado para ser a Fonte do julgamento. Entrega-a a Ele para julgar por ti e dize:

Eu te entrego isso para que o examines e o julgues por mim.
Que eu não o veja como um sinal de pecado e de morte; nem use-o para a destruição.
Ensina-me como não fazer disso um obstáculo à paz, e sim a deixar que Tu o utilizes por mim para facilitar sua vinda.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

19. B. O segundo obstáculo: a crença em que o corpo tem valor pelo que oferece

1. Nós dissemos que a paz em primeiro lugar tem que superar o obstáculo do teu desejo de ficar livre dela. Onde a atração da culpa domina, a paz não é querida. O segundo obstáculo pelo qual a paz tem que fluir e, estreitamente relacionado com o primeiro, é a crença segundo a qual o corpo tem valor pelo que oferece. Pois aqui se faz com que a atração da culpa seja manifestada no corpo e vista nele.

2. Esse é o valor que pensas que a paz quer roubar de ti. É isso que acreditas que ela quer que deixes de possuir, deixando-te sem lar. E é por isso que queres negar um lar à paz. Esse é o “sacrifício” que sentes como se fosse grande demais para ser feito, demais para ser pedido a ti. Isso é um sacrifício ou uma liberação? O que é que o corpo te deu realmente que justifique a tua estranha crença em que nele está avsalvação? Não vês que essa é a crença na morte? Aqui está o foco da percepção da expiação como assassinato. Aqui está a fonte da idéia de que o amor é medo.

3. Os mensageiros do Espírito Santo são enviados para muito além do corpo, chamando a mente para se unir em comunhão santa e estar em paz. Tal é a mensagem que eu dei a eles para ti. São apenas os mensageiros do medo que vêem o corpo, pois buscam aquilo que pode sofrer. É um sacrifício ser removido daquilo que pode sofrer? O Espírito Santo não exige de ti que sacrifiques a esperança do prazer do corpo, ele não tem nenhuma esperança de prazer. Mas também não pode trazer a ti o medo da dor. A dor é o único “sacrifício” que o Espírito Santo pede e esse Ele quer remover.

4. A paz se estende a partir de ti só para o que é eterno e ela alcança o que está fora a partir do eterno em ti. Ela flui através de todas as outras coisas. O segundo obstáculo não é mais sólido do que o primeiro. Pois não queres nem ficar livre da paz nem limitá-la. O que são esses obstáculos que queres interpor entre a paz e a continuação do trajeto da paz senão barreiras que colocas entre a tua vontade e a sua realização? Queres comunhão, não o banquete do medo. Queres salvação, não a dor da culpa. E queres o teu Pai, não um pequeno monte de barro para ser a tua casa. No teu relacionamento santo, está o Filho do teu Pai. Ele não perdeu a comunhão com Ele e nem consigo mesmo. Quando concordaste em unir-te ao teu irmão, reconheceste que isso é assim. Isso não custa nada, mas libera do custo.

5. Pagaste muito caro pelas tuas ilusões e nada daquilo por que pagaste te trouxe paz. Não estás contente que o Céu não possa ser sacrificado e que nenhum sacrifício possa ser pedido a ti? Não existe nenhum obstáculo que possas colocar diante da nossa união, pois em teu relacionamento santo eu já estou presente. Nós superaremos juntos todos os obstáculos, pois nós nos encontramos do lado de dentro da porta e não do lado de fora. Como é facilmente aberta a porta do lado de dentro, dando passagem à paz para abençoar o mundo cansado! Será que pode ser difícil para nós ultrapassarmos as barreiras juntos, se tu já te uniste ao que é sem limites? O fim da culpa está em tuas mãos para ser dado. Irias tu parar agora para procurar a culpa no teu irmão?

6. Permite que eu seja para ti o símbolo do fim da culpa e olha para o teu irmão como olharias para mim. Perdoa-me todos os pecados que pensas que o Filho de Deus cometeu. E à luz do teu perdão, ele lembrar-se-á quem ele é e esquecerá o que nunca foi. Eu peço o teu perdão, pois se tu és culpado, eu também tenho que ser. Mas se eu superei a culpa e venci o mundo, tu estavas comigo. Queres ver em mim o símbolo da culpa ou o fim da culpa, lembrando-te de que o que eu significo para ti é o que vês dentro de ti mesmo?

7. A partir do teu relacionamento santo, a verdade proclama a verdade e o amor olha para si mesmo. A salvação flui do mais profundo no interior do lar que ofereceste a meu Pai e a mim. E nós lá estamos juntos, na comunhão quieta na qual o Pai e o Filho estão unidos. Oh, vindes vós que tendes fé à santa união do Pai e do Filho em vós mesmos! E não vos mantenhais à parte do que vos é oferecido em gratidão por terdes dado à paz um lar no Céu. Enviai para todo o mundo a feliz mensagem do fim da culpa e todo o mundo responderá. Pensai na vossa felicidade quando todos vos oferecerem o testemunho do fim do pecado e vos mostrarem que o seu poder se foi para sempre. Onde pode estar a culpa, quando a crença no pecado se foi? E onde está a morte, quando seu grande advogado não mais for ouvido?

8. Perdoa-me as tuas ilusões e libera-me da punição pelo que eu não fiz. Assim aprenderás a liberdade que eu ensinei, ensinando a liberdade ao teu irmão e assim me liberando. Eu estou dentro do teu relacionamento santo, todavia, queres me aprisionar atrás dos obstáculos que ergues à liberdade e impedir o meu caminho para ti. No entanto, não é possível manter afastado Aquele Que já está presente. E Nele é possível que a nossa comunhão, na qual já estamos unidos, venha a ser o foco da nova percepção que trará luz a todo o mundo contido em ti.

i. A atração da dor

9. A tua pequena parte é apenas dar ao Espírito Santo toda a idéia de sacrifício. E aceitar a paz que Ele te dá em seu lugar, sem os limites que iriam deter a sua extensão e assim limitariam a tua consciência dela. Pois o que Ele dá tem que ser estendido, se queres ter o seu poder sem limites e usá- o para a liberação do Filho de Deus. Não é disso que queres ficar livre e tendo isso não podes limitá- o. Se a paz não tem um lar, tu também não tens e eu também não tenho. E Ele, Que é o nosso lar, está ao desabrigo conosco. É esse o teu desejo? Queres ser para sempre um errante em busca de paz? Queres investir a tua esperança de paz e felicidade naquilo que não pode deixar de falhar?

10. A fé no eterno é sempre justificada, pois o eterno é para sempre benigno, infinito em sua paciência e totalmente amoroso. Ele te aceitará totalmente e te dará paz. No entanto, ele só pode se unir com o que já está em paz em ti, imortal como ele próprio. O corpo não pode te trazer nem paz nem tumulto, nem alegria nem dor. É um meio e não um fim. Não tem propósito em si mesmo, mas somente aquele que lhe é dado. O corpo parecerá ser qualquer coisa que seja o meio de alcançar a meta que lhe atribuíste. Só a mente pode estabelecer um propósito e só a mente pode ver os meios para a sua realização e justificar o seu uso. Paz e culpa são ambas condições da mente a serem atingidas. E essas condições são o lar da emoção que as suscita e que é, portanto, compatível com elas.

11. Mas pensa em qual delas é compatível contigo. Aqui está a tua escolha e ela é livre. Mas tudo o que está nela virá com ela, e o que pensas que és nunca pode estar à parte dela. O corpo é o grande traidor aparente da fé. Nele está a desilusão e as sementes da falta de fé, mas só se lhe pedes o que ele não pode dar. É possível que o teu equívoco seja um motivo razoável para a depressão e a desilusão e para o ataque vingativo contra aquilo que pensas que te falhou? Não uses o teu erro como justificativa para a tua falta de fé. Não pecaste, mas tens estado equivocado naquilo que é fiel. E a correção do teu equívoco vai te dar motivos para a fé.

12. É impossível buscar o prazer através do corpo e não achar dor. É essencial que esse relacionamento seja compreendido, pois o ego o vê como prova do pecado. Ele não é realmente punitivo em absoluto. É apenas o resultado inevitável de te equacionares com o corpo, que é o convite à dor. Pois ele convida o medo a entrar e vem a ser o teu propósito. A atração da culpa tem que entrar com ele e o que quer que seja que o medo oriente o corpo a fazer é, portanto, doloroso. Ele irá compartilhar a dor de todas as ilusões e a ilusão do prazer será o mesmo que a dor.

13. Isso não é inevitável? Sob as ordens do medo, o corpo perseguirá a culpa, servindo ao seu patrão cuja atração pela culpa mantém toda a ilusão da sua existência. É isso, então, a atração da dor. Regido por essa percepção, o corpo vem a ser o servo da dor, buscando-a como um dever e obedecendo à idéia de que a dor é prazer. É essa a idéia que está por trás de todo o maciço investimento do ego no corpo. E é esse relacionamento insano que ele mantém escondido e, no entanto, se alimenta disso. A ti ele ensina que o prazer do corpo é felicidade. Entretanto, para si mesmo sussurra: “É a morte”.

14. Por que deveria o corpo ser qualquer coisa para ti? Com certeza, aquilo de que é feito não é precioso. E com a mesma certeza, ele não tem sentimento. Ele te transmite os sentimentos que queres. Como qualquer veículo de comunicação, o corpo recebe e envia as mensagens que lhe são dadas. Não tem nenhum sentimento por elas. Todo o sentimento que nelas está investido é dado pelo remetente e pelo destinatário. Tanto o ego como o Espírito Santo reconhecem isso e ambos reconhecem também que aqui o remetente e o destinatário são o mesmo. O Espírito Santo te diz isso com alegria. O ego o esconde de ti, pois quer manter-te inconsciente disso. Quem iria enviar mensagens de ódio e ataque se apenascompreendesse que essas mensagens são enviadas a si mesmo? Quem iria acusar, culpar e condenar a si mesmo?

15. As mensagens do ego sempre são enviadas para longe de ti, acreditando que por tua mensagem de ataque e culpa alguma outra pessoa, mas não tu, irá sofrer. E mesmo que sofras, ainda assim alguém irá sofrer mais. O grande enganador reconhece que não é assim, mas como “inimigo” da paz, insiste que mandes para fora todas as tuas mensagens de ódio e libertes a ti mesmo. E para convencer-te de que isso é possível, pede ao corpo que busque a dor no ataque a outra pessoa chamando-a de prazer e oferecendo- te isso como libertação do ataque.

16. Não ouças a loucura do ego e não acredites que o impossível seja verdadeiro. Não te esqueças de que o ego dedicou o corpo à meta do pecado e coloca nele toda a sua fé em que isso possa ser realizado. Seus tristes discípulos cantam continuamente os louvores do corpo em solene celebração ao domínio do ego. Ninguém pode deixar de acreditar que ceder à atração da culpa é escapar da dor. Ninguém pode deixar de considerar-se um corpo, sem o qual morreria e, no entanto, dentro do qual a morte é igualmente inevitável.

17. Não é dado aos discípulos do ego reconhecer que têm se dedicado à morte. A liberdade lhes é oferecida, mas eles não a aceitaram e aquilo que é oferecido tem que ser também recebido para ser verdadeiramente dado. Pois o Espírito Santo também é um veículo de comunicação, recebendo do Pai e oferecendo as Suas mensagens ao Filho. Como o ego, o Espírito Santo é ao mesmo tempo o remetente e o destinatário. Pois o que é enviado através Dele retoma a Ele, buscando a si mesmo ao longo do caminho e achando aquilo que busca. Da mesma forma o ego acha a morte que ele busca, devolvendo-a a ti.