terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Capítulo 7 – 6. Da vigilância à paz






1. Embora só possas amar a Filiação como um só, podes percebê-la fragmentada. É impossível, porém, ver alguma coisa em uma parte dela que não atribuas ao todo. E por isso que o ataque nunca é restrito e é por isso que se tem que abandoná-lo inteiramente. Se não o abandonas inteiramente, não o abandonas em absoluto. Medo e amor fazem ou criam, dependendo de quem os procria ou inspira, o ego ou o Espírito Santo, mas irão voltar à mente daquele que pensa e afetarão sua percepção total. Isso inclui o seu conceito de Deus, das criações divinas e das suas próprias. Não apreciará nenhum deles se os considerar com medo. Apreciará a todos se os considerar com amor.

2. A mente que aceita o ataque não pode amar. 2lsso é assim porque ela acredita que pode destruir o amor e, portanto, não compreende o que é o amor. Se não compreende o que é o amor, não pode se perceber amorosa. Isso faz perder a consciência do que é, induz a sentimentos de irrealidade e resulta em profunda confusão. O teu pensamento tem feito isso por causa do poder que ele tem, mas o teu pensamento também é capaz de salvar-te disso, porque esse poder não é feito por ti. A tua capacidade de dirigir o teu pensamento da forma que escolheres é parte do poder que ele tem. Se não acreditas que podes fazer isso, negaste o poder do teu pensamento e assim o tornaste impotente em tua crença.

3. A engenhosidade do ego para se preservar é enorme, mas brota do próprio poder da mente que o ego nega. Isso significa que o ego ataca aquilo que o está preservando, o que necessariamente resulta em extrema ansiedade. E por essa razão que o ego nunca reconhece o que está fazendo. E perfeitamente lógico, mas claramente insano. O ego suga da única fonte que é totalmente inimiga da sua existência para a sua existência. Com medo de perceber o poder dessa fonte, é forçado a depreciá-lo. Isso ameaça a sua própria existência, um estado que acha intolerável. Permanecendo lógico, mas ainda insano, o ego resolve esse dilema completamente insano de uma maneira completamente insana. Ele não percebe a própria existência como ameaçada, projetando a ameaça sobre ti e percebendo o que tu és como não existente. 10Isso assegura a continuação do ego, se ficares do seu lado, garantindo que não conhecerás a tua própria Segurança.

4. O ego não pode se dar ao luxo de conhecer coisa alguma. O conhecimento é total e o ego não acredita em totalidade. Essa descrença é a sua origem e apesar do ego não te amar, ele é fiel aos próprios antecedentes, gerando como foi gerado. A mente sempre reproduz do modo como foi produzida. Produzido pelo medo, o ego reproduz o medo. Essa é a aliança do ego e essa aliança faz com que ele seja traiçoeiro para com o amor, porque tu és amor. O amor é o teu poder, que o ego tem que negar. Ele também tem que negar tudo que esse poder te dá porque ele te dá tudo. Ninguém que tenha tudo quer o ego. Seu próprio autor, então, não o quer. A rejeição é, portanto, a única decisão que o ego poderia encontrar se a mente que o fez conhecesse a si mesma. E se ela reconhecesse qualquer parte da Filiação, conheceria a si mesma. 

5. O ego, portanto, se opõe a toda apreciação, a todo reconhecimento, a toda percepção sã e a todo conhecimento. Percebe a ameaça destas coisas como total, porque sente que todos os compromissos que a mente faz são totais. 3Forçado, então, a se desprender de ti, está disposto a se ligar a qualquer outra coisa. Mas não há nenhuma outra coisa. A mente pode, no entanto, inventar ilusões e se o fizer, vai acreditar nelas, porque é assim que as fez.

6. O Espírito Santo desfaz ilusões sem atacá-las porque não pode absolutamente percebê-las. Portanto, elas não existem para Ele. Ele resolve o conflito aparente que elas engendram, percebendo o conflito como sem significado. Eu já disse que o Espírito Santo percebe o conflito exatamente como é, e ele é sem significado. O Espírito Santo não quer que tu compreendas o conflito, Ele quer que reconheças que, porque o conflito não tem significado, é incompreensível. Como eu já disse, a compreensão traz apreciação e a apreciação traz amor. Nada mais pode ser compreendido porque nada mais é real e, portanto, nada mais tem significado.

7. Se mantiveres em mente o que o Espírito Santo te oferece, não podes ser vigilante a favor de coisa alguma, a não ser de Deus e do Seu Reino. A única razão pela qual podes achar isso difícil de aceitar é que podes ainda pensar que existe algo mais. A crença não requer vigilância a não ser que seja conflitada. Se é, existem componentes conflitantes dentro dela que conduziram a um estado de guerra e a vigilância, então, veio a ser essencial. A vigilância não tem lugar na paz. Ela é necessária contra crenças que não são verdadeiras e nunca o Espírito Santo teria apelado para isso, se não tivesses acreditado no que não é verdadeiro. Quando acreditas em alguma coisa, fazes com que seja verdadeira para ti. Quando acreditas no que Deus não conhece, o teu pensamento parece contradizer o Seu e isso faz com que pareça que O estás atacando.

8. Enfatizei repetidamente que o ego acredita que pode atacar a Deus e tenta persuadir-te de que é isso o que tens feito. Se a mente não pode atacar, o ego parte de maneira perfeitamente lógica para acreditar que tens que ser um corpo. Por não ver-te como és, ele pode se ver como quer ser. Ciente da própria fraqueza, o ego quer a tua aliança, mas não como tu realmente és. O ego, portanto, quer engajar a tua mente no seu próprio sistema delusório, pois de outro modo, a luz da tua compreensão o dissiparia. Ele não quer nenhuma parte da verdade, porque o ego em si mesmo não é verdadeiro. Se a verdade é total, o não verdadeiro não pode existir. O compromisso com uma coisa ou outra tem que ser total, elas não podem coexistir na tua mente sem dividi-la. Se não podem coexistir em paz e se tu queres a paz, tens que desistir da idéia de conflito inteiramente e para todo o sempre. Isso requer vigilância só enquanto tu não reconheces o que é verdadeiro. Enquanto acreditares que dois sistemas de pensamento totalmente contraditórios compartilham a verdade, a tua necessidade de vigilância é evidente.

9. A tua mente está dividindo a própria aliança entre dois remos e tu não estás totalmente comprometido com nenhum dos dois. A tua identificação com o Reino está totalmente fora de qualquer questionamento, a não ser para ti quando estás pensando de forma insana. O que tu és não é estabelecido pela tua percepção e não é influenciado por ela em nada. Os problemas percebidos na identificação em qualquer nível não são problemas de fato. São problemas de compreensão, já que a sua presença implica em que acreditas que o que tu és, cabe a ti decidir. O ego acredita totalmente nisso, estando inteiramente comprometido com isso. Isso não é verdadeiro. Portanto, o ego está totalmente comprometido com a inverdade, percebendo em total contradição com o Espírito Santo e com o conhecimento de Deus.

10. Tu só podes ser percebido significativamente pelo Espírito Santo porque o que tu és é o conhecimento de Deus. Qualquer crença que aceites à parte disso vai obscurecer a Voz de Deus em ti e, portanto, obscurecerá Deus para ti. A não ser que percebas a Sua criação verdadeiramente, não podes conhecer o Criador, pois Deus e a Sua criação não são separados. A unicidade do Criador e da criação é a tua integridade, a tua sanidade e o teu poder sem limites. Esse poder sem limites é a dádiva de Deus para ti, porque ele é o que tu és. Se dissocias dele a tua mente, estás percebendo a mais poderosa força do universo como se ela fosse fraca, porque não acreditas que és parte dela.

11. Percebida sem a tua parte nela, a criação de Deus é vista como se fosse fraca e aqueles que se vêem enfraquecidos, de fato, atacam. No entanto, o ataque tem que ser cego, porque nada há que atacar. Portanto, eles inventam imagens, percebem-nas como indignas e as atacam por sua indignidade. Isso é tudo o que é o mundo do ego. Nada. Ele não tem significado. Não existe. Não tentes compreendê-lo porque, se o fizeres, estás acreditando que ele pode ser compreendido e é, portanto, capaz de ser apreciado e amado. Isso justificaria a sua existência, a qual não pode ser justificada. Tu não podes fazer com que o que é sem significado seja significativo. Isso só pode ser uma tentativa insana.

12. Permitir a entrada da insanidade em tua mente significa que não julgaste a sanidade como algo totalmente desejável. Se queres alguma outra coisa, vais fazer alguma outra coisa, mas pelo fato de ser outra coisa, ela vai atacar o teu sistema de pensamento e dividir a tua aliança. Tu não podes criar nesse estado dividido e tens que ser vigilante contra esse estado dividido, porque só a paz pode ser estendida. A tua mente dividida está bloqueando a extensão do Reino e a sua extensão é a tua alegria. Se não estendes o Reino, não estás pensando com o teu Criador nem criando como Ele criou.

13. Nesse estado deprimente, o Espírito Santo te lembra com gentileza que estás triste porque não estás realizando a tua função enquanto co-criador com Deus e estás, por conseguinte, privando a ti mesmo da alegria. Essa não é uma escolha de Deus, mas tua. 3Se a tua mente pudesse estar em desacordo com a de Deus, estarias tendo uma vontade sem significado. Entretanto, porque a Vontade de Deus é imutável, nenhum conflito de vontade é possível. Esse é o ensinamento perfeitamente consistente do Espírito Santo. A criação, e não a separação, é a tua vontade porque é a de Deus e nada que se oponha a isso significa coisa alguma. Sendo essa uma realização perfeita, a Filiação só pode realizar com perfeição estendendo a alegria na qual foi criada e identificando-se tanto com seu Criador como com suas criações, com o conhecimento de que são um só. 





segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Capítulo 7 – 5. A cura e a imutabilidade da mente







1. O corpo nada mais é senão uma estrutura para o desenvolvimento de capacidades, que está bastante à parte da utilidade que elas têm. Isso é uma decisão. Os efeitos da decisão do ego em relação a essa questão são tão evidentes que não necessitam de elaboração, mas a decisão do Espírito Santo de usar o corpo só para comunicação tem uma conexão tão direta com a cura que precisa de esclarecimento. ~O curador não curado obviamente não compreende a sua própria vocação.

2. Só as mentes se comunicam. Uma vez que o ego não pode obliterar o impulso de se comunicar, porque também é o impulso de criar, ele só pode ensinar-te que o corpo pode fazer as duas coisas, comunicar-se e criar e, portanto, não necessita da mente. O ego tenta assim ensinar-te que o corpo pode agir como a mente e é portanto auto-suficiente. Entretanto, nós temos aprendido que o comportamento não é o nível em que o aprendizado ou o ensino tem lugar, uma vez que podes agir de acordo com o que não acreditas.
Fazer isso, no entanto, vai enfraquecer-te como professor e como aprendiz porque, como tem sido enfatizado repetidamente, tu ensinas o que de fato acreditas. Uma lição inconsistente será mal ensinada e mal aprendida. Se ensinas ambas, doença e cura, és tanto um mau professor como um mau aprendiz.

3. A cura é a única capacidade que todos podem e têm que desenvolver caso queiram ser curados. A cura é a forma de comunicação do Espírito Santo nesse mundo e a única que Ele aceita. Ele não reconhece nenhuma outra porque não aceita a confusão do ego entre mente e corpo. As mentes podem comunicar-se, mas não podem ferir. O corpo a serviço do ego pode ferir outros corpos, mas isso não pode ocorrer a menos que o corpo já tenha sido confundido com a mente. Essa situação também pode ser usada para a cura ou para a mágica, mas tens que lembrar que a mágica sempre envolve a crença em que a cura causa danos. Essa crença é a sua premissa totalmente insana e a mágica procede de acordo com ela.

4. A cura só fortalece. A mágica sempre tenta enfraquecer. A cura nada percebe no curador que todas as outras pessoas não compartilhem com ele. A mágica sempre vê algo de “especial” no curador, alguma coisa que ele acredita que pode oferecer como dádiva a uma outra pessoa que não a tem. Ele pode acreditar que a dádiva vem de Deus para ele, mas é bastante evidente que não compreende a Deus se pensa que tem alguma coisa que falte aos outros.

5. O Espírito Santo não trabalha por acaso e a cura que é Dele sempre funciona. A não ser que o curador sempre cure através Dele, os resultados vão variar. No entanto, a cura em si mesma é consistente, já que só a consistência está livre de conflito e só o que está livre de conflito é íntegro. Aceitando exceções e admitindo que às vezes pode curar e às vezes não, o curador obviamente está aceitando a inconsistência. Ele está, portanto, em conflito e está ensinando o conflito. É possível que alguma coisa de Deus não seja para todos e para sempre? O amor é incapaz de quaisquer exceções. Só se existe medo a idéia de exceções pode parecer significativa. As exceções são amedrontadoras porque são feitas pelo medo. O “curador amedrontado” é uma contradição nos próprios termos e, por conseguinte, é um conceito que só a mente conflitada poderia perceber como significativo.

6. O medo não alegra. A cura sim. O medo sempre faz exceções. cura nunca faz. O medo produz dissociação, porque induz à separação. A cura sempre produz harmonia, porque procede da integração. E previsível porque se pode contar com ela. Pode-se contar com tudo o que é de Deus, porque tudo o que é de Deus é totalmente real. Pode-se contar com a cura porque ela é inspirada pela Sua Voz e está de acordo com as Suas leis. Apesar disso, se a cura é consistente, ela não pode ser compreendida de maneira inconsistente. A compreensão significa consistência porque Deus significa consistência. Já que é esse o Seu significado também é o teu. O teu significado não pode estar em desacordo com o Seu, porque todo o teu significado e o teu único significado vem do Seu e é como o Seu. Deus não pode estar em desacordo Consigo Mesmo e tu não podes estar em desacordo com Ele. Não podes separar o teu Ser do teu Criador, Que te criou compartilhando contigo o que Ele é.

7. O curador não curado quer gratidão de seus irmãos, mas não é grato a eles. Isso acontece porque ele pensa que está lhes dando alguma coisa e não está recebendo algo igualmente desejável em troca. Seu ensino é limitado porque está aprendendo tão pouco. A sua lição de cura é limitada pela sua própria ingratidão que é uma lição de doença. O verdadeiro aprendizado é constante e tão vital em seu poder de mudar que um Filho de Deus pode reconhecer seu poder em um instante e mudar o mundo no instante seguinte. Isso é assim porque, ao mudar a sua mente, ele mudou o mais poderoso mecanismo que jamais lhe foi dado para mudar. Isso não contradiz de modo algum a imutabilidade da mente tal como Deus a criou, mas tu pensas que a tens mudado na medida em que aprendes através do ego. Isso te coloca na posição de precisar aprender uma lição que aparenta ser contraditória;—tens que aprender a mudar a tua mente a respeito da tua mente. Só através disso podes aprender que ela é imutável.

8. Quando curas, isso é exatamente o que estás aprendendo. Estás reconhecendo a mente imutável em teu irmão, reconhecendo que ele não poderia ter mudado a sua mente. É assim que percebes o Espírito Santo nele. E só o Espírito Santo nele que nunca muda a Sua Mente. Ele próprio pode pensar que pode, ou não se perceberia doente. Ele, portanto, não conhece o que é o seu Ser. Se tu só vês o imutável nele, realmente não o mudaste. Ao mudar a tua mente a respeito da sua para ele, tu o ajudas a desfazer a mudança que o seu ego pensa ter feito nele.

9. Assim como podes ouvir duas vozes, podes ver de dois modos. Um dos modos te mostra uma imagem, ou um ídolo que podes adorar em função do medo, mas nunca vais amar. A outra só te mostra a verdade, que vais amar, porque vais compreende-la. A compreensão é apreciação, porque podes te identificar com o que compreendes e por fazê-lo parte de ti mesmo, tu o aceitaste com amor. E assim que o próprio Deus te criou, em compreensão, em apreciação e em amor. O ego é totalmente incapaz de compreender isso porque não compreende o que faz, não o aprecia e não o ama. Ele incorpora para tirar. Literalmente acredita que cada vez que priva alguém de alguma coisa, ele aumenta. 9Eu tenho falado muitas vezes do aumento do Reino pelas tuas criações, que só podem ser criadas como tu foste. A glória total e a alegria perfeita que é o Reino estão em ti para serem dadas.Tu não queres dá-lo?

10. Não podes esquecer o Pai porque eu estou contigo e eu não posso esquece-lo. Esquecer-me é esquecer a ti mesmo e a Ele Que te criou. Nossos irmãos são esquecidos. E por isso que precisam da tua memória de mim e Daquele Que criou a mim. Através dessa lembrança, podes mudar as suas mentes a respeito de si mesmos, assim como eu posso mudar a tua. A tua mente é uma luz tão poderosa que podes olhar dentro das suas e iluminá-las, assim como eu posso iluminar a tua. Eu não quero compartilhar o meu corpo em comunhão porque isso é não compartilhar coisa alguma. Tentaria eu compartilhar uma ilusão com os filhos santíssimos de um Pai santíssimo? No entanto, eu de fato quero compartilhar minha mente contigo porque somos uma só Mente e essa Mente é nossa. Vê só essa Mente em toda parte, porque só essa está em toda a parte e em todas as coisas. “Ela é todas as coisas porque abrange todas as coisas em si mesma. Bem-aventurado és tu que percebes só isso, porque percebes só o que é verdadeiro.

11. Vem, então, a mim, e aprende sobre a verdade que está em ti. A mente que compartilhamos é compartilhada por todos os nossos irmãos e, na medida em que os vemos verdadeiramente, serão curados. Deixa que a tua mente brilhe sobre as suas mentes junto com a minha e através da nossa gratidão para com eles, fazeis cientes da luz que há neles. Essa luz brilhará de volta sobre ti e sobre toda a Filiação, porque essa é a dádiva apropriada que tu ofereces a Deus. Ele a aceitará e a dará à Filiação porque é aceitável para Ele e, portanto, para os Seus Filhos. Isso é comunhão verdadeira com o Espírito Santo, Que vê o altar de Deus em todas as pessoas e ao trazê-lo à tua apreciação, Ele te chama para que ames a Deus e à Sua criação. Só podes apreciar a Filiação como um só. Isso é parte da lei da criação e, portanto, governa todo pensamento. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Capítulo 7 – 4. A cura como reconhecimento da verdade




1. A verdade só pode ser reconhecida e só precisa ser reconhecida. A inspiração é do Espírito Santo e a certeza é de Deus de acordo com as Suas leis. Ambas, portanto, vêm da mesma Fonte, já que a inspiração vem da Voz por Deus e a certeza vem das leis de Deus. A cura não vem diretamente de Deus, Que conhece Suas criações como perfeitamente íntegras. Entretanto, a cura ainda assim é de Deus porque procede da Sua Voz e das Suas leis. E o seu resultado em um estado mental que não O conhece. Esse estado é desconhecido para Ele e portanto não existe, mas aqueles que dormem não estão cientes. Porque não estão cientes, não conhecem.

2. O Espírito Santo tem que trabalhar através de ti para te ensinar que Ele está em ti. Esse é um passo intermediário rumo ao conhecimento de que estás em Deus, porque és parte Dele. Os milagres que o Espírito Santo inspira não podem ter ordem de dificuldades porque todas as partes da criação são da mesma ordem. Essa é a Vontade de Deus e a tua. As leis de Deus estabelecem isso e o Espírito Santo lembra isso a ti. Quando curas, estás lembrando as leis de Deus e esquecendo as leis do ego. Eu disse anteriormente que esquecer é meramente um modo de lembrar melhor. Não é, portanto, o oposto de lembrar quando percebido apropriadamente. Impropriamente percebido, induz a uma percepção de conflito com alguma outra coisa como faz toda percepção incorreta. Percebido apropriadamente, pode ser usado como uma saída do conflito, como é o caso de toda percepção apropriada.

3. O ego não quer ensinar a todo mundo tudo o que tem aprendido, porque isso derrotaria o seu propósito. Por conseguinte, ele absolutamente não aprende nada. O Espírito Santo te ensina a usar o que o ego tem feito para ensinar o oposto do que o ego tem “aprendido.” O tipo de aprendizado é tão irrelevante quanto é irrelevante a capacidade particular que foi aplicada ao aprendizado. Tudo o que precisas fazer é o esforço para aprender, pois o Espírito Santo tem uma meta unificada para o esforço. Se diferentes capacidades são aplicadas durante um tempo suficientemente longo a uma meta, as próprias capacidades vêm a ser unificadas. Isso acontece porque elas são canalizadas em uma única direção, ou seja, em um único caminho. Em última instância, todas elas contribuem para um resultado único e, ao fazê-lo, o que é enfatizado é a sua similaridade ao invés de suas diferenças.

4. Portanto, todas as capacidades devem ser entregues ao Espírito Santo, Que compreende como usá-las de forma apropriada. Ele as usa só para a cura, porque só te conhece íntegro. Curando, aprendes sobre a integridade e aprendendo sobre a integridade, aprendes a lembrar de Deus. Tu O tens esquecido, mas o Espírito Santo compreende que o teu esquecimento tem que ser traduzido em um modo de lembrar.

5. A meta do ego é tão unificada quanto a do Espírito Santo e é por causa disso que as suas metas nunca podem ser reconciliadas de modo algum e em nenhuma extensão. O ego sempre busca dividir e separar. O Espírito Santo sempre busca unificar e curar. Conforme curas, és curado, porque o Espírito Santo não vê ordem de dificuldades na cura. Curar é a maneira de desfazer a crença em diferenças, sendo a única forma de perceber a Filiação como um só. Essa percepção está, portanto, de acordo com as leis de Deus mesmo em um estado mental que não esteja de acordo com o Seu. A força da percepção certa é tão grande que traz a mente para o que está de acordo com a Sua Mente, porque ela serve à Sua Voz Que está em todos vós.

6. Pensar que podes te opor à Vontade de Deus é realmente uma delusão. O ego acredita que pode e que pode te oferecer a sua própria “vontade” como uma dádiva. Tu não a queres. Ela não é uma dádiva. Não é absolutamente nada. Deus te deu uma dádiva que ao mesmo tempo tens e és. Quando não a usas, tu te esqueces que a tens. Por não lembrares dela, não conheces o que és. A cura, então, é uma maneira de aproximar-te do conhecimento por pensar de acordo com as leis de Deus e reconhecer a sua universalidade. Sem esse reconhecimento, tens feito com que as leis sejam sem significado para ti. Entretanto, elas não são sem significado, já que todo o significado está contido por elas e está nelas.

7. Busca em primeiro lugar o Reino dos Céus porque é lá que as leis de Deus operam verdadeiramente e elas só podem operar verdadeiramente porque são as leis da verdade. Mas busques apenas isso, porque não podes achar nada mais. Não há nada mais. Deus é Tudo em todos em um sentido muito literal. Tudo o que é está Nele, Que é tudo o que É. Portanto, tu estás Nele, já que o que és é Dele. A cura é um modo de esquecer o senso de perigo que o ego tem induzido em ti, por não reconheceres sua existência no teu irmão. Isso fortalece o Espírito Santo em ambos, porque é uma recusa a admitir o medo. O amor só pre- cisa deste convite. Ele vem livremente a toda a Filiação, sendo o que é a Filiação. Através do teu despertar para ele, estás meramente esquecendo daquilo que não és. Isso te permite lembrar o que és. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Capítulo 7 – 3. A realidade do Reino






1. O Espírito Santo ensina uma lição e a aplica a todos os indivíduos em todas as situações. Sendo livre de conflitos, Ele maximiza todos os esforços e todos os resultados. Ao ensinar o poder do Reino do próprio Deus, ensina-te que todo poder é teu. A sua aplicação não importa. Ele é sempre máximo. A tua vigilância não o estabelece como teu, mas te capacita a usá-lo sempre e de todas as maneiras. Quando eu disse “Estou contigo sempre” literalmente quis dizer isso. Não me ausento de ninguém em nenhuma situação. Como eu estou sempre contigo, tu és o caminho, a verdade e a vida. Não fizeste esse poder, assim como eu também não o fiz. Ele foi criado para ser compartilhado e, por conseguinte, não pode ser percebido de forma significativa se atribuído a qualquer pessoa em detrimento de outra. Tal percepção faz com que ele seja sem significado por eliminar ou deixar de ver o seu único e real significado.

2. O significado de Deus espera no Reino, porque é onde Ele o colocou. Não espera no tempo. Meramente descansa no Reino, porque lá é o seu lugar assim como o teu. Como é possível que tu, que és o significado de Deus, percebas a ti mesmo como se estivesses ausente dele? Só podes ver a ti mesmo como se estivesses separado do teu significado, vivenciando-te como irreal. É por isso que o ego é insano: ensina que tu não és o que és. Isso é tão contraditório que é claramente impossível. Essa é, portanto, uma lição que não podes realmente aprender e, portanto, não podes realmente ensinar. Porém, estás sempre ensinando. Por conseguinte, tens que estar ensinando alguma outra coisa, mesmo que o ego não saiba o que é. O ego, então, está sempre sendo desfeito e suspeita dos teus motivos. A tua mente não pode ser unificada em aliança com o ego, porque a mente não pertence a ele. Assim sendo, o que é “traiçoeiro” para o ego é fiel à paz. O “inimigo” do ego é, portanto, teu amigo.

3. Eu já disse que o amigo do ego não é parte de ti, porque o ego se percebe em guerra e, portanto, necessita de aliados. Tu, que não estás em guerra, tens que procurar irmãos e reconhecer como irmãos todos aqueles que vês, porque só os iguais estão em paz. Como os Filhos iguais de Deus têm tudo, não podem competir.
No entanto, se percebem qualquer um de seus irmãos como qualquer outra coisa que não seja seus iguais perfeitos, a idéia de competição entra em suas mentes. Não subestimes a tua necessidade de ser vigilante contra essa idéia, porque todos os teus conflitos vêm dela. Essa é a crença em que interesses conflitantes são possíveis e, portanto, tu aceitaste o impossível como verdadeiro. Isso é diferente de dizer que percebes a ti mesmo como irreal?

4. Estar no Reino é meramente enfocar toda a tua atenção nele.
Enquanto acreditares que podes tratar do que não é verdadeiro, estás aceitando o conflito como tua escolha. É realmente uma escolha? Parece ser, mas a aparência e a realidade dificilmente são a mesma coisa. Tu que és o Reino não estás preocupado com aparências. A realidade é tua porque és realidade. E assim que ter e ser em última instância se reconciliam, não no Reino, mas na tua mente. Lá, o altar é a única realidade. O altar está perfeitamente claro no pensamento, porque é um reflexo do Pensamento perfeito. A tua mente certa vê só irmãos, porque só vê na sua própria luz.

5. O próprio Deus iluminou a tua mente e a mantém iluminada pela Sua Luz porque a Sua Luz é o que é a tua mente. Isso está totalmente além do questionamento e quando o questionas, és respondido. A Res- posta simplesmente desfaz a questão estabelecendo o fato de que questionar a realidade é um questionamento sem significado. E por isso que o Espírito Santo nunca questiona. Sua única função é desfazer o questionável e, assim, conduzir à certeza. O que estão certos são perfeitamente calmos porque não estão em dúvida. Não levantam questões porque nada de questionável entra em suas mentes. Isso os mantém em perfeita serenidade, porque isso é o que compartilham, conhecendo o que são. 




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Capítulo 7 – 2. A lei do Reino






1. Curar é o único tipo de pensamento nesse mundo que se assemelha ao Pensamento de Deus e, devido aos elementos que ambos compartilham, pode facilmente transferir-se para ele. Quando um irmão per- cebe a si mesmo como doente, está se percebendo como se não fosse íntegro e, portanto, necessitado. Se também o vês desse modo, estás vendo-o como se ele estivesse ausente ou separado do Reino, fazendo com que o Reino em si se torne obscuro para ambos. A doença e a separação não são de Deus, mas o Rei- no é. Se obscureces o Reino, estás percebendo o que não é de Deus.

2. Curar, então, é corrigir a percepção em teu irmão e em ti mesmo compartilhando o Espírito Santo com ele. Isso coloca ambos dentro do Reino e restaura a integridade do Reino na tua mente. Isso reflete a criação, porque unifica por aumentar e integra por estender. O que projetas ou estendes é real para ti. Essa é uma lei imutável da mente nesse mundo, assim como no Reino. Contudo, o conteúdo é diferente nesse mundo, porque os pensamentos que ela governa são muito diferentes dos Pensamentos do Reino. As leis têm que ser adaptadas às circunstâncias quando se quer que elas mantenham a ordem. A principal característica das leis da mente, assim como operam nesse mundo, é que obedecendo-as, e eu te asseguro que tens que obedecê-las, podes chegar a resultados diametralmente opostos. Isso é assim porque as leis foram adaptadas às circunstâncias desse mundo, no qual resultados diametralmente opostos parecem possíveis porque tu podes responder a duas vozes conflitantes.

3. Fora do Reino, a lei que prevalece dentro dele é adaptada para: “O que projetas, tu acreditas.” Essa é a forma na qual ela pode ser ensinada, porque fora do Reino, o aprendizado é essencial. Essa forma implica que vais aprender o que tu és a partir do que tens projetado sobre os outros e, portanto, acreditas que eles sejam. No Reino não há ensino ou aprendizado, porque não há crença.
Só há certeza. Deus e Seus Filhos, na segurança do que é, têm o conhecimento de que o que tu estendes, tu és. Essa forma da lei não é adaptada de modo algum, sendo a lei da criação. O próprio Deus criou a lei criando através dela. E Seus Filhos, que criam como Ele, a seguem com contentamento tendo o conheci- mento de que o aumento do Reino depende dela assim como dependeu a própria criação deles.

4. As leis têm que ser comunicadas se é que serão úteis. Com efeito, elas têm que ser traduzidas para aqueles que falam línguas diferentes. No entanto, um bom tradutor, embora tenha que alterar a forma do que traduz, nunca muda o significado. De fato, todo o seu propósito é mudar a forma de tal modo que se mantenha o significado original. O Espírito Santo é o tradutor das leis de Deus para aqueles que não as compreendem. Não poderias fazê-lo por conta própria, porque uma mente conflitada não pode ser fiel a um único significado e irá, portanto, mudar o significado para preservar a forma.

5. O propósito do Espírito Santo ao traduzir é exatamente o oposto. Ele traduz só para preservar o senti- do original em todos os aspectos e em todas as línguas. Portanto, Ele se opõe à idéia de que as diferenças na forma são significativas, sempre enfatizando que essas diferenças não importam. O significado da Sua mensagem é sempre o mesmo; só o significado importa. A lei da criação de Deus não envolve o uso da verdade para convencer Seus Filhos da verdade. A extensão da verdade, que é a lei do Reino, se baseia apenas no conhecimento do que é a verdade. Essa é a tua herança e não requer nenhum aprendizado, mas quando deserdaste a ti mesmo, vieste a ser um aprendiz da necessidade.

6. Ninguém questiona a conexão entre o aprendizado e a memória. O aprendizado é impossível sem memória, já que tem que ser consistente para ser lembrado. E por isso que o ensinamento do Espírito Santo é uma lição em lembrar. Eu disse anteriormente que Ele ensina a lembrança e o esquecimento, mas o esquecimento serve apenas para tornar a lembrança consistente. Tu esqueces de modo a lembrar melhor. Não vais compreender as Suas traduções, enquanto escutas duas maneiras de interpretá-las. Portanto, tens que esquecer ou abandonar uma para compreender a outra. Esse é o único caminho no qual podes aprender a consistência de modo que possas afinal ser consistente.

7. O que pode significar a perfeita consistência do Reino para aqueles que estão confusos? É evidente que a confusão interfere com o significado e, portanto, impede o aprendiz de apreciá-lo. Não há nenhuma confusão no Reino porque há apenas um significado. Esse significado vem de Deus e é Deus. Porque também é o que tu és, tu o compartilhas e estendes como fez o teu Criador. Ele não precisa de tradução porque é perfeitamente compreendido, mas necessita de extensão porque significa extensão. A comunicação é perfeitamente direta e perfeitamente unida. É totalmente livre, porque nada discordante jamais entra. É por isso que é o Reino de Deus. Pertence a Ele e é, portanto, como Ele. Essa é a sua realidade e nada pode agredi-la. 




terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 7 - AS DÁDIVAS DO REINO 1. O último passo






1. O poder criativo de Deus e de Suas criações é ilimitado, mas não estão em uma relação recíproca. Tu te comunicas inteiramente com Deus, como Ele faz contigo. Esse é um processo em andamento no qual compartilhas e porque compartilhas, és inspirado para criar como Deus. Entretanto, na criação não estás em uma relação recíproca com Deus, uma vez que Ele te criou, mas tu não O criaste. Eu já te disse que somente nesse aspecto o teu poder criativo difere do Seu. Mesmo nesse mundo há um paralelo. Os pais dão à luz as crianças, mas as crianças não dão à luz aos pais. Contudo eles dão à luz as suas crianças e assim dão à luz como os seus pais.

2. Se criasses a Deus e Ele te criasse, o Reino não poderia aumentar através do seu próprio pensamento criativo. A criação seria, portanto, limitada e vós não seríeis co-criadores com Deus. Assim como o Pen- samento criativo de Deus procede Dele para ti, assim também o teu pensamento criativo tem que proce- der de ti para as tuas criações. Somente deste modo é que todo poder criativo pode se estender para fora. As realizações de Deus não são tuas, mas as tuas são como as Suas. Ele criou a Filiação e tu a aumentas. Tens o poder de adicionar ao Reino, embora não tenhas o poder de adicionar ao Criador do Reino. Tu reivindicas esse poder quando vens a ser vigilante só a favor de Deus e do Seu Reino. Ao aceitar esse po- der como teu, aprendes a lembrar o que tu és.

3. O lugar das tuas criações é em ti, assim como o teu lugar é em Deus. Tu és parte de Deus, como os teus filhos são parte dos Seus Filhos. Criar é amar. O amor se estende para fora simplesmente porque não pode ser contido. Sendo sem limites, não pára. Ele cria para sempre, mas não no tempo. As criações de Deus sempre existiram, porque Ele sempre existiu. As tuas criações sempre existiram, porque só podes criar como Deus cria. A eternidade é tua, porque Ele te criou eterno.

4. O ego, por outro lado, sempre exige direitos recíprocos porque é competitivo ao invés de ser amoroso. Está sempre disposto a barganhar, mas não pode compreender que ser como o outro significa que nenhuma barganha é possível. Para ganhar, tens que dar, não barganhar. Barganhar é limitar a dádiva e não é essa a Vontade de Deus. Unir a tua vontade à de Deus é criar como Ele. Deus não limita as Suas dádivas de modo algum. Vós sois as Suas dádivas de modo que as vossas dádivas têm que ser como as Suas. As vossas dádivas ao Reino têm que ser como as Suas dádivas a vós.

5. Eu dei só amor ao Reino porque acreditava que era isso o que eu era. O que acreditas que és determina as tuas dádivas e se Deus te criou estendendo-Se a ti, só podes estender-te como Ele fez. Só a alegria au- menta para sempre, já que a alegria e a eternidade são inseparáveis. Deus Se estende além dos limites e além do tempo e tu que és co-criador com Ele estendes o Seu Reino para sempre e além de todos os limi- tes. A eternidade é o selo indelével da criação. O eterno está em paz e alegria para sempre.

6. Pensar como Deus é compartilhar a Sua certeza do que tu és e criar como Ele é compartilhar o Amor perfeito que Ele compartilha contigo. O Espírito Santo te conduz a isso, para que a tua alegria possa ser completa pois o Reino de Deus é íntegro. Eu tenho dito que o último passo no despertar do conhecimento é dado por Deus. Isso é verdadeiro, mas é difícil explicar em palavras, porque as palavras são símbolos e nada do que é verdadeiro precisa ser explicado. No entanto, o Espírito Santo tem a tarefa de traduzir o inútil em útil, o sem significado em significativo e o temporário em intemporal. Ele pode, portanto, dizer- te alguma coisa a respeito deste último passo.

7. Deus não dá passos, porque as Suas realizações não são graduais. Ele não ensina, porque as Suas criações são imutáveis. Ele não faz nada por último, porque criou em primeiro lugar e para sempre. E necessário compreender que a palavra “primeiro” quando aplicada a Ele, não é um conceito de tempo. Ele é primeiro no sentido de que é o Primeiro na própria Santíssima Trindade. Ele é o Criador Primeiro, por- que criou Seus co-criadores. Como Ele o fez, o tempo não se aplica nem a Ele nem ao que Ele criou. O “último passo” que Deus dará era, portanto, verdadeiro no início, é verdadeiro agora e será verdadeiro para sempre. O que é intemporal está sempre presente, porque tudo o que é é eternamente imutável. Não muda por aumentar, porque foi para sempre criado para aumentar. Se tu o percebes como se não estives- se aumentando, não conheces o que é isso. Também não conheces Quem o criou. Deus não te revela isso porque isso nunca foi escondido. A Sua luz nunca foi obscurecida, porque é Sua Vontade compartilhá-la. Como é possível que o que é inteiramente compartilhado possa ser negado e então revelado? 




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 5.3 As lições do Espírito Santo - Sê vigilante só a favor de Deus e do Seu Reino

 C. Sê vigilante só a favor de Deus e do Seu Reino

1. Dissemos anteriormente que o Espírito Santo é avaliador e tem que ser. Ele separa o verdadeiro do falso em tua mente e te ensina a julgar cada pensamento que permites que entre em tua mente à luz do que Deus lá colocou. Qualquer coisa que esteja de acordo com essa luz, Ele retém para fortalecer o Reino em ti. O que está parcialmente de acordo com ela, Ele aceita e purifica. Mas o que está inteiramente em desacordo Ele rejeita julgando contra. É assim que Ele mantém o Reino perfeitamente consistente e perfeitamente unificado. Lembra-te, porém, de que o que o Espírito Santo rejeita, o ego aceita. $Isso é assim porque eles estão em desacordo fundamental sobre todas as coisas, estando em desacordo fundamental em relação ao que tu és. As crenças do ego em torno dessa questão crucial variam e é por isso que ele promove diferentes estados de ânimo. O Espírito Santo nunca varia nesse ponto e, assim, o único estado de ânimo que Ele engendra é a alegria. Ele a protege, rejeitando tudo que não nutre a alegria, e assim só Ele é capaz de manter-te totalmente alegre.

2. O Espírito Santo não te ensina a julgar os outros, porque Ele não quer que ensines o erro e o aprendas. Dificilmente Ele seria consistente em Seu ensinamento se permitisse que fortalecesses o que precisas aprender a evitar. Na mente de quem pensa, portanto, Ele é julgador, mas só no sentido de unificar a mente de modo que ela possa perceber sem julgamento. Isso faz com que a mente seja capaz de ensinar sem julgamento e, por conseguinte, de aprender a ser sem julgamento. O desfazer só é necessário em tua mente, de modo que não venhas a projetar em lugar de estender. O próprio Deus estabeleceu o que podes estender com perfeita segurança. Assim sendo, a terceira lição do Espírito Santo é:
Sê vigilante só a favor de Deus e do Seu Reino.

3. Esse é um passo da maior importância em direção à mudança fundamental. Contudo, ainda há nele um aspecto da reversão do pensamento, uma vez que implica que há alguma coisa contra a qual tens que ser vigilante. Avançou-se muito em relação à primeira lição, que é meramente o começo da reversão do pensamento e também em relação à segunda, que é essencialmente a identificação do que é mais desejável. Esse passo, que decorre do segundo assim como o segundo decorre do primeiro, enfatiza a dicotomia entre o desejável e o indesejável. Portanto, faz com que a escolha final seja inevitável. 

4. Enquanto o primeiro passo parece aumentar o conflito e o segundo pode ainda acarretar conflito em certa medida, esse passo pede vigilância de forma consistente contra ele. Eu já te disse que podes ser tão vigilante contra o ego como a favor dele. Essa lição não ensina somente que podes ser, mas também que tens que ser. Ele não se preocupa com a ordem de dificuldades, mas com a prioridade clara que deve ser dada à vigilância. Essa lição é inequívoca no sentido de que ensina que é necessário não haver exceções, embora não negue que a tentação de fazer exceções vai ocorrer. Aqui, então, é feito um apelo à tua consistência apesar do caos. No entanto, o caos e a consistência não podem coexistir por muito tempo, já que são mutuamente exclusivos. Contudo, na medida em que tens que estar vigilante contra alguma coisa, não estás reconhecendo essa exclusividade mútua e ainda acreditas que podes escolher uma coisa ou outra. Ao ensinar o que escolher, o Espírito Santo, em última instância, vai ensinar-te que não precisas escolher de forma alguma. Isso finalmente libertará a tua mente da escolha e a dirigirá para a criação dentro do Reino.

5. A escolha através do Espírito Santo vai conduzir-te ao Reino. Tu crias através do que és verdadeiramente, mas o que és, tens que aprender a lembrar. O caminho para lembrar disso é inerente ao terceiro passo, que reune as lições implícitas nos outros e vai além rumo à integração real. Se te permitires ter em tua mente só o que Deus lá colocou, estás admitindo a tua mente tal como Deus a criou. Portanto, tu a estás aceitando como é. Já que ela é íntegra, estás ensinando paz, porque acreditas na paz. Deus ainda dará o passo final por ti, mas à altura do terceiro passo, o Espírito Santo já te preparou para Deus. Ele está te aprontando para a tradução de ter em ser pela própria natureza dos passos que tens que dar com Ele.

6. Tu, em primeiro lugar, aprendes que ter se baseia em dar e não em receber. Em seguida, aprendes que tu aprendes o que ensinas e que queres aprender paz. Essa é a condição para a identificação com o Reino, já que é essa a condição do Reino. Tens acreditado que estás sem o Reino, tendo portanto te excluído dele na tua crença. Por conseguinte, é essencial ensinar-te que não há dúvida quanto à tua inclusão e que a crença segundo a qual não estás incluído é a única coisa que tens que excluir.

7. O terceiro passo é, então, para a proteção da tua mente, permitindo-te identificar-te só com o centro, onde Deus colocou o altar a Si Mesmo. Altares são crenças, mas Deus e as Suas criações estão além da crença porque estão além do questionamento. A Voz por Deus só fala em favor da crença que está além do questionamento, que é a preparação para ser sem questionamento. Enquanto a crença em Deus e em Seu Reino for assaltada por quaisquer dúvidas em tua mente, a Sua realização perfeita não é evidente para ti. É por isso que tens que ser vigilante a favor de Deus. O ego fala contra a Sua criação e engendra, portanto, a dúvida. Não podes ir além da crença enquanto não acreditares inteiramente.

8. Ensinar a toda a Filiação sem exceção demonstra que percebes a sua integridade e aprendeste que ela é una. Agora tens que ser vigilante para manter em tua mente essa unicidade, porque se permitires a entrada da dúvida, perderás a consciência da integridade da mente e serás incapaz de ensiná-la. A integridade do Reino não depende da tua percepção, mas a tua consciência da sua integridade sim. É apenas a tua consciência que necessita de proteção, uma vez que aquilo que é não pode ser agredido. Entretanto, não podes ter um senso real do que é, enquanto estiveres em dúvida quanto ao que tu és. É por isso que a vigilância é essencial. As dúvidas sobre o que é não devem entrar na tua mente, ou não poderás saber o que és com certeza. A certeza é de Deus para ti. A vigilância não é necessária para a verdade, mas é necessária contra as ilusões.

9. A verdade é sem ilusões e portanto está dentro do Reino. Tudo o que está fora do Reino é ilusão. Quando jogaste fora a verdade, tu te viste como se estivesses sem ele. Fazendo outro reino que valorizas-te, não guardaste só o Reino de Deus em tua mente e assim colocaste parte da tua mente fora dele. O que fizeste aprisionou a tua vontade e te deu uma mente doente que tem que ser curada. A tua vigilância contra essa doença é o caminho para curá-la. Uma vez que a tua mente está curada, ela irradia saúde e através disso ensina a cura. Isso te estabelece como um professor que ensina como eu. A vigilância foi requerida de mim tanto quanto de ti e aqueles que escolhem ensinar a mesma coisa têm que estar de acordo sobre o que acreditam.

10. O terceiro passo, então, é uma declaração do que queres acreditar e implica em uma disponibilidade para abandonar tudo o mais. O Espírito Santo vai fazer com que sejas capaz de dar esse passo, se tu O seguires. A tua vigilância é o sinal de que queres que Ele te guie. A vigilância de fato requer esforço, mas só até que aprendas que o esforço em si é desnecessário. Tu despendeste grande esforço para preservar o que fizeste porque não era verdadeiro. Portanto, agora, tens que voltar o teu esforço contra isso. Só assim é possível cancelar a necessidade do esforço e recorrer ao ser que tu ao mesmo tempo tens e és. Esse reconhecimento é totalmente sem esforço, posto que já é verdadeiro e não necessita de proteção. Está na segurança perfeita de Deus. Portanto, a inclusão é total e a criação é sem limites. 


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