sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Capítulo 25 - A JUSTIÇA DE DEUS 2. Aquele que te salva das trevas

1. Não é evidente que aquilo que os olhos do corpo percebem te enche de medo? Talvez penses que lá achas uma esperança de satisfação. Talvez tenhas fantasias de atingir alguma paz e satisfação no mundo conforme o percebes. Entretanto, tem que ser evidente que o resultado não muda. Apesar das tuas esperanças e fantasias, sempre resulta o desespero. E não há exceção, nem nunca haverá. O único valor que o passado pode ter é aprenderes que ele não te deu nenhuma recompensa que gostarias de manter. Pois só assim estarás disposto a abandoná-lo e a deixar que ele desapareça para sempre.

2. Não é estranho que ainda alimentes alguma esperança de satisfação proveniente do mundo que vês? Em todos os aspectos, em qualquer momento, em qualquer lugar, nada além da culpa e do medo têm sido a tua recompensa. Quanto tempo precisas para te dar conta de que a chance de alguma mudança nesse aspecto dificilmente vale o adiamento da mudança que poderia resultar em um final melhor? Pois uma coisa é certa: o modo como tu vês, e vês há muito tempo, não oferece nenhum ponto de apoio no qual possas basear as tuas esperanças futuras e nenhuma sugestão que tenha qualquer sucesso. Colocar as tuas esperanças onde não há esperança tem que fazer com que sejas sem esperança. No entanto, esse estado de desesperança é a tua escolha, enquanto buscas esperança onde nunca é possível achá-la.

3. Não é verdade, também, que achaste uma esperança à parte disso, um cintilar – inconstante, vacilante, mas ainda assim vaga-mente visto – de que a esperança é garantida em bases que não estão nesse mundo? No entanto, o teu desejo de que elas possam ainda estar aqui, ainda te impede de desistir da tarefa sem esperança e sem recompensa que tu te colocaste. Pode fazer sentido manter uma crença fixa em que existe algum motivo para se continuar a perseguir o que sempre fracassou, com a justificativa que de repente essa coisa será bem-sucedida e trará o que nunca trouxe antes?

4. Esse passado fracassou. Fica contente por ele ter desaparecido da tua mente e já não obscurece o que lá está. Não tomes a forma pelo conteúdo, pois a forma não passa de um meio para o conteúdo. E a moldura não passa de um meio para manter o quadro erguido, de modo que possa ser visto. Uma moldura que esconda o quadro não tem propósito. Não pode ser uma moldura se é ela que vês. Sem o quadro, a moldura é sem significado. Seu propósito é mostrar o quadro e não a si mesma.

5. Quem pendura uma moldura vazia em uma parede e se põe diante dela em profunda reverência como se uma obra-prima estivesse lá para ser vista? Entretanto, se vês o teu irmão como um corpo, é apenas isso o que fazes. A obra-prima que Deus colocou nesta moldura é tudo o que há para ser visto. O corpo a mantém por algum tempo, sem obscurecê-la de forma alguma. Apesar disso, o que Deus criou não necessita de moldura alguma, pois o que Ele criou, Ele sustenta e emoldura dentro de Si Mesmo. A Sua obra-prima, Ele te oferece para que vejas. E preferes olhar a moldura ao invés dela? E absolutamente nada ver do quadro?

6. O Espírito Santo é a moldura que Deus colocou em torno da parte Dele que queres ver como separada. No entanto, sua moldura está ligada ao seu Criador, una com Ele e com Sua obra-prima. Esse é o seu propósito e tu não fazes da moldura o quadro quando escolhes vê-la em seu lugar. A moldura que Deus deu a ele apenas serve ao Seu propósito, não ao teu à parte do Seu. É o teu propósito separado que obscurece o quadro e valoriza a moldura ao invés dele. Entretanto, Deus colocou a Sua obra-prima dentro de uma moldura que durará para sempre, quando a tua já tiver se desmoronado no pó. Mas não penses que o quadro é destruído de forma alguma. O que Deus cria está a salvo de toda corrupção, imutável e perfeito na eternidade.

7. Aceita a moldura de Deus no lugar da tua e verás a obra-prima. Olha a sua beleza e compreende a Mente que a pensou, não em carne e ossos, mas em uma moldura tão bela quanto Ela Mesma. Sua santidade ilumina a impecabilidade que a moldura das trevas esconde e lança um véu de luz sobre a face do quadro que apenas reflete a luz que brilha a partir dele até seu Criador. Não penses que essa face foi jamais obscurecida pelo fato de a teres visto em uma moldura de morte. Deus a manteve a salvo para que pudesses olhá-la e ver a santidade que Ele deu a ela.

8. Dentro da escuridão, vê o salvador que salva das trevas e compreende o teu irmão assim como a Mente do seu Pai o revela a ti. Ele dará um passo à frente saindo das trevas quando tu o olhares e não mais verás a escuridão. As trevas não o tocaram e nem a ti, que o trouxeste para fora, para que pudesses olhar para ele. A sua impecabilidade apenas retrata a tua. A sua gentileza vem a ser a tua força e vós alegremente olhareis para dentro e vereis a santidade que tem que estar presente devido ao que contemplaste nele. Ele é a moldura na qual foi colocada a tua santidade e o que Deus deu a ele tem que ser dado a ti. Por mais que ele ignore a obra-prima dentro de si mesmo e veja apenas a moldura das trevas, ainda assim a tua única função é contemplar nele o que ele não vê. E nesse modo de ver a visão que olha para Cristo, em vez de ver a morte, é compartilhada.

9. Como poderia o Senhor do Céu não ficar contente por apreciares a Sua obra-prima? Que poderia Ele fazer senão agradecer a ti que amas o Seu Filho como Ele o ama? Não iria Ele tornar conhecido o Seu Amor por ti se tu não fazes outra coisa senão compartilhar o Seu louvor ao que Ele ama? Deus  aprecia a criação como Pai perfeito que é. E assim a Sua alegria se torna completa quando qualquer  parte Dele se une ao Seu louvor para compartilhar a Sua alegria. Esse irmão é a Sua dádiva perfeita  para ti. E Ele fica contente e agradecido quando tu agradeces ao Seu Filho perfeito por ser o que é. E  todos os Seus agradecimentos e toda a Sua alegria brilham sobre ti que queres completar a Sua alegria junto com Ele. E assim se completa a tua. Nenhum raio de escuridão pode ser visto por aqueles que querem fazer com que a alegria de seu Pai seja completa e a deles junto com a Sua. A gratidão do próprio Deus é livremente oferecida a todos os que compartilham o Seu propósito. Não é Vontade de Deus estar só. E nem é a tua.

10. Perdoa o teu irmão e não poderás separar-te dele, nem do seu Pai. Tu não precisas de perdão, pois  os que são totalmente puros nunca pecaram. Dá, então, o que Ele tem dado a ti para que possas ver o Seu Filho como um só e agradece ao seu Pai como o Pai te agradece. Nem acredites que todo o Seu louvor não te é dado. Pois o que dás é Seu e dando-o, aprendes a compreender a Sua dádiva a ti. E dá ao Espírito Santo o que Ele oferece igualmente ao Pai e ao Filho. Nada tem poder sobre ti exceto a Sua Vontade e a tua, que apenas estendes a Sua Vontade. Foi para isso que foste criado e o teu irmão contigo, sendo um contigo.

11. Tu e o teu irmão sois o mesmo assim como o próprio Deus é Um e não está dividido em Sua Vontade. E vós não podeis deixar de ter um só propósito, já que Ele deu o mesmo propósito a ambos. A Sua Vontade se unifica à medida em que vós vos unis em vontade, para que sejas completado oferecendo completeza ao teu irmão. Não vejas nele o pecado que ele vê, mas dá a ele a honra para que possas estimar a ti mesmo e a ele. A ti e ao teu irmão é dado o poder da salvação, para que o escape da escuridão para a luz seja vosso para ser compartilhado, para que possais ver como um só o que nunca foi separado nem esteve à parte de todo o Amor de Deus que é dado igualmente a ambos.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Capítulo 25 - A JUSTIÇA DE DEUS 1. O elo com a verdade

1. O Cristo em ti não habita em um corpo. Entretanto, Ele está em ti. E conseqüentemente não podes  estar dentro de um corpo. O que está dentro de ti não pode estar fora. E é certo que não podes estar à  parte do que está bem no centro da tua vida. O que te dá vida não pode estar abrigado na morte. E tu também não podes. Cristo está dentro de uma moldura de santidade cujo único propósito é que Ele possa se tornar manifesto para aqueles que não O conhecem, que Ele os possa chamar para que venham a Ele e o vejam ali onde imaginavam que estivessem os seus corpos. Então, os seus corpos desaparecerão para que eles possam emoldurar a Sua santidade em si mesmos.

2. Ninguém que carregue Cristo em si mesmo pode deixar de reconhecê-Lo em toda parte. Exceto nos corpos. E enquanto a pessoa acredita que está em um corpo, onde pensa que está, Ele não pode estar. E assim O carrega sem saber e não O torna manifesto. E assim não O reconhece onde Ele está. O filho do homem não é o Cristo ressurgido. Entretanto, o Filho de Deus habita exatamente onde ele está e caminha com ele dentro da sua santidade, tão visível quanto o seu especialismo que se demonstra dentro do seu corpo.

3. O corpo não necessita de cura. Mas a mente que pensa ser um corpo está, de fato, doente! E é aqui  que Cristo demonstra o remédio. O Seu propósito envolve o corpo em Sua luz e o preenche com a santidade que se irradia a partir Dele. E nada do que o corpo diz ou faz deixa de manifestá-Lo. Para aqueles que não O conhecem, o corpo O leva com gentileza e amor para curar as suas mentes. Tal é a missão que o teu irmão tem para ti. E tal tem que ser a tua missão para com ele.

  I. O elo com a verdade

1. Não pode ser difícil realizar a tarefa que Cristo designou para ti, pois Quem a realiza é Ele. E ao realizá-la aprenderás que o corpo meramente parece ser o meio de realizá-la. Pois a Mente é a Sua. E,  portanto, tem que ser a tua. A Sua santidade dirige o corpo através da mente una com Ele. E tu te manifestas para o teu irmão santo, assim como ele para ti. Aqui está o encontro do santo Cristo Consigo Mesmo; não há diferenças a serem percebidas entre os aspectos da Sua santidade, que se encontram, se unem e O erguem até Seu Pai, íntegro e puro e digno do Seu Amor eterno.

2. Como podes manifestar o Cristo em ti exceto olhando para a santidade e vendo-O lá? A percepção  te diz que tu te manifestas no que vês. Olha para o corpo e irás acreditar que estás nele. E todo corpo  que olhas te lembra de ti mesmo: o teu pecado, o teu mal e, acima de tudo, a tua morte. E, acaso, não  desprezarias aquele que te diz isso, e não irias buscar a sua morte em vez da tua? A mensagem e o mensageiro são um só. E tens que ver o teu irmão como a ti mesmo. Emoldurado no seu corpo, verás  o teu pecado, no qual estás condenado. Estabelecido na sua santidade, o Cristo nele proclama  que Ele é como tu.

3. A percepção é uma escolha do que queres ser, o mundo no qual queres viver e o estado no qual pensas que a tua mente estará contente e satisfeita. Ela escolhe aonde pensas que está a tua segurança de acordo com a tua decisão. Ela te revela a ti mesmo como gostarias de ser. E ela é sempre fiel ao teu propósito, do qual nunca se separa e nunca testemunha coisa alguma, por mais vagamente que seja, que o propósito na tua mente não sustente. A percepção é uma parte daquilo que é o teu propósito contemplar, pois os meios e o fim nunca são separados. E assim aprendes que aquilo que parece ter uma vida à parte, não tem nenhuma.

4. Tu és o meio para Deus; não separado, não com uma vida à parte da Sua. A Sua vida está manifestada em ti que és o Seu Filho. Cada aspecto de Si Mesmo está emoldurado em santidade e pureza perfeita, em amor tão celestial e tão completo que só deseja poder liberar tudo aquilo que contempla para si mesmo. A sua radiância brilha através de cada corpo para o qual ele olha e limpa toda a escuridão que está nele transformando-a em luz, simplesmente olhando para o que está depois da escuridão, para a luz. O véu é erguido através da sua gentileza e nada esconde a face de Cristo de quem a contempla. Tu e o teu irmão estão diante Dele agora, para permitir que Ele ponha de lado o véu que parece mantê-los separados e à parte.

5. Já que tu acreditas que estás separado, o Céu se apresenta a ti como se fosse separado também. Não que ele o seja na verdade, mas para que o elo que te foi dado para unir-te à verdade possa chegar a ti através de algo que compreendes. Pai, Filho e Espírito Santo são como Um só, assim como todos os teus irmãos se unem como um na verdade. Cristo e Seu Pai nunca foram separados e Cristo habita dentro da tua compreensão, na parte de ti que compartilha a Vontade do Seu Pai. O Espírito Santo liga a outra parte – o diminuto, louco desejo de ser separado, diferente e especial – com o Cristo, para fazer com que a unificação fique clara para o que é realmente um. Nesse mundo, isso não é compreendido, mas pode ser ensinado.

6. O Espírito Santo serve ao propósito de Cristo em tua mente, de modo que o objetivo do especialismo possa ser corrigido onde está o erro. Como o Seu propósito é ainda uno com ambos, o Pai e o Filho, Ele conhece a Vontade de Deus e o que é realmente a tua vontade. Mas isso é compreendido pela mente que se percebe una, ciente de que é una e assim vivenciada. É função do Espírito Santo ensinar-te como é vivenciada essa unificação, o que tens que fazer para que ela seja vivenciada e aonde deves ir para fazer isso.

7. Tudo isso leva em consideração o tempo e o espaço como se fossem distintos, pois enquanto pensas que parte de ti é separada, o conceito de uma unicidade unida como um só não tem significado. Está claro que uma mente tão dividida nunca poderia ser o professor de uma Unicidade Que une todas as coisas dentro de Si Mesma. E assim, O Que está dentro dessa mente e de fato une todas as coisas tem que ser o seu Professor. No entanto, Ele tem que usar uma linguagem que essa mente possa compreender, na condição na qual ela pensa que está. E Ele tem que usar todo o aprendizado para transferir ilusões à verdade, tomando todas as idéias falsas quanto ao que tu és e conduzindo-te para além delas, para a verdade que está além das ilusões. Tudo isso pode ser muito simplesmente reduzido ao seguinte:

O que é o mesmo não pode ser diferente, e o que é uno não pode ter partes separadas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 7. O local do encontro

1. Como todas as pessoas ligadas a esse mundo defendem amargamente o especialismo que querem que seja a verdade! Seu desejo é lei para elas e o obedecem. Nada que o seu especialismo exija deixa de ser dado. Nada do que ele precise, elas negam ao que amam. E enquanto ele as chama, não ouvem  nenhuma outra Voz. Nenhum esforço é grande demais, nenhum custo muito alto, nenhum preço muito caro para salvar o seu especialismo do menor arranhão, do mais leve ataque, da dúvida sussurrada, da suspeita de ameaça, de qualquer coisa que não seja a mais profunda reverência. Esse é o teu filho, amado por ti como és amado por teu Pai. No entanto, ele está no lugar das tuas criações que, de fato, são um filho para ti de modo que possas compartilhar a Paternidade, de Deus, não arrancá-la Dele. O que é esse filho que fizeste para ser a tua força? O que é essa criança feita de terra sobre a qual tanto amor é dissipado? O que é essa paródia da criação de Deus que toma o lugar das tuas? E onde estão elas, agora que o anfitrião de Deus encontrou outro filho, o qual ele prefere?

2. A memória de Deus não brilha sozinha. O que está dentro do teu irmão contém ainda toda a criação, tudo o que foi criado e que está ainda criando, o que já nasceu e ainda por nascer, tudo o que ainda está no futuro ou aparentemente no passado. O que está nele é imutável e a tua imutabilidade é reconhecida no reconhecimento disso. A santidade em ti pertence a ele. E se a vês nele, ela retoma a ti. Todo o tributo que deste ao especialismo pertence a ele e assim retoma a ti. Todo o amor e todo o cuidado, a forte proteção, o pensamento dia e noite, a profunda preocupação, a poderosa convicção de que aquilo é o que tu és, tudo isso pertence a ele. Tudo o que deste ao especialismo pertence a ele. E nada do que é devido a ele deixa de ser devido a ti.

3. Como podes conhecer o teu valor se o especialismo te reivindica em seu lugar? Como podes deixar  de conhecê-lo na santidade do teu irmão? Não busques tornar verdadeiro o teu especialismo, pois se fosse assim, estarias realmente perdido. Ao contrário, que sejas grato porque te é dado ver a sua santidade, porque é verdade. E o que é verdadeiro nele tem que ser igualmente verdadeiro em ti.

4. Pergunta a ti mesmo o seguinte: tu és capaz de proteger a mente? O corpo, sim, um pouco; não do  tempo, mas temporariamente. E muito do que pensas que estás protegendo estás ferindo. Para quê irias protegê-lo? Pois nessa escolha se encontram tanto a sua saúde quanto o seu dano. Protege-o para mostrá-lo como isca para pegar outro peixe, para abrigar o teu especialismo em melhor estilo ou para tecer uma moldura de beleza em torno do teu ódio e o condenas à decadência e à morte. E se vês esse propósito no corpo do teu irmão, tal é a tua condenação do teu próprio. Ao contrário, tece uma moldura de santidade em torno do teu irmão para que a verdade possa brilhar sobre ele e salvar a ti da deterioração.

5. O Pai mantém o que Ele criou a salvo. Não podes tocar o que Ele criou com as falsas idéias que fizeste, porque não foste criado por ti. Não permitas que as tuas tolas fantasias te assustem. O que é imortal não pode ser atacado; o que é apenas temporal não tem efeito. Só o propósito que vês em cada coisa tem significado e se esse significado for verdadeiro, a sua segurança descansa na certeza. Se não for, não tem propósito e não é um meio para coisa alguma. Qualquer coisa que seja percebida como um meio para a verdade compartilha da santidade dela e descansa na luz, com tanta segurança quanto a própria verdade. Essa luz também não se apagará quando ela se for. O seu propósito santo lhe deu imortalidade, colocando uma outra luz no Céu, onde as tuas criações reconhecem uma dádiva vinda de ti, um sinal de que não as esqueceste.

6. O teste para todas as coisas na terra é simplesmente esse: “Para quê serve isso?” A resposta faz com que sejam o que são para ti. Elas não têm significado em si mesmas, entretanto, tu podes lhes dar realidade de acordo com o propósito ao qual serves. Aqui és apenas um meio, junto com elas. Deus é um Meio assim como Fim. No Céu, meios e fim são um só e um com Ele. Esse é o estado da verdadeira criação, que não é encontrado no tempo, mas na eternidade. Não se pode descrever isso a ninguém aqui. Também não existe nenhuma maneira de se aprender o que significa essa condição. Não enquanto tu não ultrapassares o aprendizado e chegares ao que te é Dado, não enquanto não fizeres de novo um lar santo para as tuas criações; só depois disso, ela será compreendida.

7. Um co-criador com o Pai tem que ter um Filho. Entretanto, um Filho tem que ter sido criado como Ele próprio. Um ser perfeito, que tudo abrange e por tudo é abrangido, no qual não há nada a acrescentar e nada que possa ser retirado; um ser que não nasceu da que tem tamanho, nem em lugar algum, nem em tempo algum, nem preso a limites, nem a nenhuma espécie de incertezas. Aqui os meios e o fim se unem em um só e esse não tem fim. Tudo isso é verdadeiro, no entanto, não tem significado para qualquer pessoa que ainda retenha em sua memória uma lição não aprendida, um pensamento de propósito ainda incerto ou um desejo com o objetivo dividido.

8. Esse curso não faz qualquer tentativa de ensinar o que não pode ser facilmente aprendido. O seu alcance não excede o teu próprio, a não ser para dizer que o que é teu virá a ti quando estiveres pronto. Aqui os meios e o propósito estão separados porque foram feitos assim e assim percebidos. E, portanto, nós lidamos com eles como se fossem. É essencial que se mantenha em mente que toda percepção ainda está de cabeça para baixo até que seu propósito seja compreendido. A percepção não parece ser um meio. E é isso que torna difícil apreender a quanto ela depende do propósito que tu vês nela. A percepção parece te ensinar o que vês. No entanto, não faz senão testemunhar o que ensinaste. É a figura exterior de um desejo, uma imagem que tu querias que fosse verdadeira.

9. Olha para ti mesmo e verás um corpo. Olha para esse corpo sob uma luz diferente e ele te parecerá diferente. E sem uma luz ele parecerá ter sumido. Entretanto, és reassegurado de que ele está presente porque ainda és capaz de senti-lo com as tuas mãos e ouvi-lo movimentar-se. Aqui está uma imagem que tu queres que seja o teu próprio ser. É o meio para fazer com que o teu desejo se realize. Ele dá os olhos com os quais olhá-lo, as mãos que o sentem e os ouvidos com os quais escutas os sons que ele faz. Ele mesmo prova a sua própria realidade a ti.

10. Assim, o corpo se torna uma teoria de ti mesmo, sem que te seja provida nenhuma evidência além  dele e nenhuma escapatória dentro do seu modo de ver. O curso do corpo é certo quando visto através dos teus próprios olhos. Ele cresce e murcha, floresce e morre. E não podes conceber-te à parte dele. Tu o rotulas como pecador e odeias os seus atos, julgando-o mau. Entretanto, o teu especialismo sussurra: “Esse é o meu filho amado, no qual pus as minhas complacências.” Assim o “filho” vem a ser o meio para servir ao propósito de seu “pai”. Não é idêntico, nem mesmo parecido, mas ainda assim um meio de oferecer ao “pai” o que ele quer. Tal é o travesti da criação de Deus. Pois assim como a criação de Seu Filho deu alegria a Deus e testemunhou o Seu Amor e compartilhou o Seu propósito, do mesmo modo o corpo testemunha a idéia que o fez e fala pela sua realidade e pela sua verdade.

11. E assim são feitos dois filhos e ambos parecem caminhar sobre a terra sem um local de encontro, sem encontrar-se jamais. Um deles percebes fora de ti mesmo, o teu próprio filho amado. O outro descansa lá dentro, o Filho do Seu Pai, dentro do teu Irmão assim coma ele está em ti. A diferença entre eles não está na aparência que têm, nem no rumo que tomam e nem mesmo nas coisas que fazem. Eles têm propósitos diferentes. É isso o que faz com que se unam aos que são como eles e o que separa cada um de todos os aspectos com um propósito diferente. O Filho de Deus retém a Vontade de seu Pai. O filho do homem percebe uma vontade alheia e deseja que assim seja. E assim a sua percepção serve ao seu desejo, dando a esse desejo a aparência da verdade. No entanto, a percepção pode servir a outra meta. Ela não está ligada ao especialismo senão pela tua escolha. E te é dado fazer uma outra escolha e usar a percepção para um propósito diferente. E o que vês servirá bem a esse propósito e te provará a sua realidade.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 6. Como salvar-se do medo

1. Diante da santidade do teu irmão, o mundo fica imóvel e a paz desce sobre ele em gentileza e com  uma bênção tão completa que nenhum vestígio de conflito ainda permanece para assombrar-te na escuridão da noite. Ele é o teu salvador dos sonhos feitos de medo. Ele é a cura do teu senso de sacrifício e do teu medo de que o que tens se dispersará no vento e se converterá em pó. Nele está a tua garantia de que Deus está aqui e de que está contigo agora. Enquanto ele é o que é, podes estar certo de que é possível conhecer a Deus e de que Ele será conhecido por ti. Pois Ele jamais poderia deixar a Sua própria criação. E o sinal de que isso é assim está no teu irmão que te é oferecido de forma que todas as tuas dúvidas a respeito de ti mesmo possam desaparecer diante da sua santidade. Vê nele a criação de Deus. Pois nele o seu Pai espera pelo teu reconhecimento de que Ele o criou como parte de Si Mesmo.

2. Sem ti, haveria uma falta em Deus, um Céu incompleto, um filho sem um Pai. Não poderia haver nenhum universo e nenhuma realidade. Pois o que é Vontade de Deus é total e parte Dele, porque a Sua Vontade é uma só. Nada vive que não seja parte Dele e nada existe que não viva Nele. A santidade do teu irmão te mostra que Deus é um com ele e contigo; que o que ele tem é teu porque não és separado dele nem do seu Pai.

3. Nada está perdido para ti em todo o universo. Nada do que Deus criou Ele deixou de colocar diante de ti com amor, para ser teu para sempre. E nenhum Pensamento dentro da Sua Mente está ausente da tua. É a Sua Vontade que compartilhes o Seu Amor por ti e olhes para ti mesmo tão amorosamente quanto Ele te concebeu antes do mundo ter início e como Ele ainda te conhece. Deus não muda a Sua Mente a respeito do Seu Filho por circunstâncias passageiras que nenhum significado têm diante da eternidade, onde Ele habita e tu com Ele. O teu irmão é como Ele o criou. E é isso que te salva de um mundo que Ele não criou.

4. Não te esqueças de que o mundo serve apenas para curar o Filho de Deus. Esse é o único propósito que o Espírito Santo vê e, por conseguinte, o único que ele tem. Até que vejas a cura do Filho como tudo o que desejas que seja realizado por esse mundo, pelo tempo e por todas as aparências, não conhecerás o Pai e nem a ti mesmo. Pois usarás o mundo para o que não é o seu propósito e não escaparás às suas leis de violência e morte. No entanto, é dado a ti estar além de todas as suas leis em todos os aspectos, em todas as formas e em todas as circunstâncias; em toda tentação de perceberes o que não está presente e em todas as crenças nas quais o Filho de Deus é capaz de sofrer dor porque ele se vê como não é.

5. Olha para o teu irmão, contempla nele toda a inversão das leis que parecem governar esse mundo. Vê na sua liberdade a tua, pois é assim. Não permitas que o seu especialismo obscureça a verdade que existe nele, pois não escaparás a nenhuma das lei da morte às quais tu o prendas. E não há um  pecado que vejas nele que não mantenha ambos no inferno. Entretanto, a sua perfeita impecabilidade vos liberará, pois a santidade é bastante imparcial, tendo um só julgamento para todos aqueles que contempla. E esse julgamento é feito, não por ti mesmo, mas através da Voz que fala por Deus em todas as coisas que vivem e compartilham o Seu Ser.

6. É a Sua impecabilidade que olhos que vêem podem contemplar. A Sua beleza que vêem em todas as coisas. E é a Ele que procuram em toda parte e não acha nenhuma paisagem, nenhum lugar nem  tempo onde Ele não esteja. Dentro da santidade do teu irmão, a moldura perfeita para a tua salvação e para a salvação do mundo, está colocada a brilhante memória Daquele em Quem vive o teu irmão e tu junto com ele. Não permitas que os teus olhos fiquem cegos com o véu do especialismo que esconde a face de Cristo dele e também de ti. E não deixes que o medo de Deus afaste de ti por mais tempo a visão que vieste ver. O corpo do teu irmão não te mostra Cristo. Cristo é demonstrado dentro da sua santidade.

7. Escolhe, então, o que queres ver, o seu corpo ou a sua santidade, e o que escolheres é teu para a tua  contemplação. Entretanto, terás que escolher em situações incontáveis e através de um tempo que parece não ter fim, até que a verdade seja a tua decisão. Pois não se ganha outra vez a eternidade através de mais uma negação de Cristo em teu irmão. E onde está a tua salvação, se ele não é mais do que um corpo? Onde está a tua paz, senão na sua santidade? E onde está o próprio Deus, a não ser naquela parte Dele que Ele estabeleceu para sempre na santidade do teu irmão, para que possas ver a verdade acerca de ti mesmo afinal demonstrada em termos que és capaz de reconhecer e compreender?

8. A santidade do teu irmão é sacramento e bênção para ti. Os seus erros não são capazes de impedir que a bênção de Deus esteja com ele, nem que ela esteja contigo que o vês verdadeiramente. Os seus  enganos podem causar um atraso, que é dado a ti anular para ele, de tal forma que ambos possam terminar uma jornada que jamais começou e não precisa ter fim. O que nunca existiu não faz parte de ti. Entretanto, pensarás que faz, enquanto não te deres conta de que não faz parte daquele que está ao teu lado. Ele é o teu espelho e nesse espelho verás o julgamento que fizeste acerca de ambos. O Cristo em ti contempla a sua santidade. O teu especialismo olha para o seu corpo e não o contempla.

9. Que o vejas como ele é para que a tua libertação não se demore. Vagar sem sentido, sem um propósito e sem qualquer tipo de realização é tudo o que a outra escolha é capaz de te oferecer. A futilidade da função não cumprida irá assombrar-te enquanto o teu irmão estiver adormecido, até que o que te foi atribuído tenha sido feito e ele ressuscitado do passado. Ele, que condenou a si mesmo e a ti também, te é dado para que tu o salves da condenação junto contigo. E ambos verão a glória de Deus no Seu Filho, que interpretaste equivocadamente como se fosse carne e limitaste às leis que não têm qualquer poder sobre ele.

10. Não gostarias de reconhecer, com contentamento, que essas leis não são para ti? Então, não o vejas como prisioneiro delas. Não é possível que aquilo que governa uma parte de Deus não se mantenha para todo o resto. Tu te colocas sob as leis que vês como aquelas que o governam. Pensa, então, em como deve ser grande o Amor de Deus por ti, a ponto de te dar uma parte de Si Mesmo para salvar da dor e te trazer felicidade. E nunca duvides de que o teu especialismo desaparecerá diante da Vontade de Deus, Que ama cada uma de Suas partes com o mesmo amor e o mesmo cuidado. O Cristo em ti é capaz de ver o teu irmão verdadeiramente. Decidir-te-ias contra a santidade que Ele vê?

11. O especialismo é a função que tu te atribuíste. Ele só vale para ti sozinho, como coisa autocriada, auto-mantida, sem necessidade de nada e desunida em relação a qualquer coisa além do corpo. Aos  seus olhos, tu és um universo separado, com todo o poder de se manter completo dentro de si mesmo, com todas as entradas fechadas contra qualquer invasão e todas as janelas bloqueadas contra a luz. Sempre atacado e sempre furioso, com uma raiva sempre inteiramente justificada, tens perseguido essa meta com uma vigilância que nunca pensaste em deixar e com esforço incessante. E toda essa sombria determinação era apenas para isso: querias que o especialismo fosse a verdade.

12. Agora, só te é pedido que sigas outra meta que exige muito menos vigilância; com um pequeno esforço, pouco tempo e com o poder de Deus como garantia da manutenção da meta e da promessa de êxito. No entanto, dentre as duas, é essa que achas a mais difícil. O “sacrifício” do ser tu compreendes e não consideras que seja um preço alto demais. Mas uma diminuta dose de boa  vontade, um sinal de aprovação a Deus, um cumprimento ao Cristo que está em ti mesmo, consideras como uma carga exaustiva e tediosa, pesada demais para ser carregada. Apesar disso, para a dedicação à verdade conforme Deus a estabeleceu, não se pede sacrifício algum, esforço algum; e todo o poder do Céu e a força da própria verdade são dados para prover os meios e garantir a realização da meta.

13. Tu, que acreditas que é mais fácil ver o corpo do teu irmão do que a sua santidade, estejas certo de compreender o que é que fez esse julgamento. Aqui se ouve com clareza a voz do especialismo, julgando contra o Cristo e colocando dentro de ti o propósito que podes alcançar e aquilo que não podes fazer. Não te esqueças de que esse julgamento tem que se aplicar ao que fazes com ele como teu aliado. Pois o que fazes através de Cristo, ele não sabe. Para Cristo, esse julgamento não faz qualquer sentido, pois só o que é a Vontade do Seu Pai é possível e não existe nenhuma outra alternativa para que Ele veja. Como não há nenhum conflito Nele, de lá vem a tua paz. E do Seu propósito vêm os meios para a realização sem esforço e para o descanso.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 5. O Cristo em ti

1. O Cristo em ti é muito sereno. Ele olha para o que Ele ama e o conhece como a Si Mesmo. E assim  Ele se regozija com o que vê, porque sabe que tudo o que vê é um com Ele e com Seu Pai. O especialismo também se alegra com o que vê, embora não seja verdadeiro. No entanto, o que buscas é uma fonte de alegria conforme a concebes. O que desejas é verdadeiro para ti. Também não é possível que desejes alguma coisa e te falte fé para que assim seja. Desejar algo faz com que isso seja real, assim como a vontade certamente cria. O poder de um desejo sustenta ilusões com tanta força quanto o amor estende a si mesmo. Exceto que um delude, o outro cura.

2. Não existe nenhum sonho de especialismo por mais oculto ou disfarçado em forma, por mais belo que possa parecer, por mais que ofereça delicadamente a esperança da paz e o escape da dor, no qual tu não sofras a tua condenação. Nos sonhos, efeito e causa são permutáveis, pois aqui aquele que faz o sonho acredita que o que fez está acontecendo com ele. Ele não reconhece que puxou um fio daqui, uma sobra de lá e teceu um retrato a partir do nada. Pois as partes não se adequam umas às outras e o todo em nada contribui às partes para lhes dar significado.

3. De onde mais poderia surgir a tua paz senão do perdão? O Cristo em ti olha só para a verdade e não vê nenhuma condenação que possa necessitar de perdão. Ele está em paz porque não vê o pecado. Identifica-te com Ele e o que terá Ele que tu não tenhas? Ele é os teus olhos, os teus ouvidos, as tuas mãos, os teus pés. Como são gentis as cenas que Ele vê, os sons que Ele ouve. Como é bela a Sua mão que segura a mão do Seu irmão e como Ele caminha com amor ao seu lado, mostrando-lhe o que pode ser visto e ouvido e onde não há nada a ser visto e nenhum som a ser ouvido.

4. Mas deixa que o teu especialismo dirija o seu caminho e tu seguirás. E ambos caminharão em perigo, na floresta escura dos que não vêem, sem iluminação a não ser os diminutos vislumbres passageiros do pecado, que cintilam por um instante para logo apagarem-se, cada um com a intenção de conduzir o outro a um precipício inominável e de lá lança-lo para baixo. Pois o que pode deleitar o especialismo senão matar? O que busca ele além de ver a morte? Aonde conduz senão à destruição? No entanto, não penses que ele olhou para o teu irmão em primeiro lugar, nem que o odiou antes de odiar-te. O pecado que seus olhos contemplam nele e amam contemplar, ele viu em ti e ainda olha para isso com alegria. Entretanto, é alegria olhar para a decadência e a loucura e acreditar que essa coisa que se arrasta, com a carne já a se desprender dos ossos e com buracos cegos no lugar dos olhos, é como tu és?

5. Regozija-te por não teres olhos para ver, ouvidos para escutar, nem mãos para segurar, nem pés para guiar. Contenta-te porque só Cristo pode te emprestar os Seus, enquanto tens essa necessidade. Eles são ilusões também, assim como os teus.. E, no entanto, porque servem a um propósito diferente, a força do seu propósito lhes é dada. E a luz é dada a tudo que vêem, ouvem, seguram e conduzem para que possas conduzir assim como foste conduzido.

6. O Cristo em ti é muito sereno. Ele sabe aonde estás indo e te conduz até lá com gentileza e muitas bênçãos por todo o caminho. O Seu Amor por Deus substitui todo o medo que pensaste ter visto dentro de ti mesmo. A Sua santidade te mostra o próprio Cristo naquele cuja mão seguras e a quem conduzes até Ele. E o que vês é como tu mesmo. Pois o que, senão Cristo, está presente para ver, ouvir, amar e seguir ao lar? Ele olhou para ti em primeiro lugar, mas reconheceu que não estavas completo. E assim buscou a tua completeza em cada coisa viva que Ele contempla e ama. E ainda a busca, para que cada uma possa oferecer-te o Amor de Deus.

7. Apesar disso, Ele está em quietude, pois sabe que o amor está em ti agora e é mantido em ti com segurança pela mesma mão que segura a mão do teu irmão na tua. A mão de Cristo mantém todos os seus irmãos Nele Mesmo. Ele lhes dá visão para os seus olhos que não vêem e canta o que é do Céu para eles, de modo que os seus ouvidos não mais possam ouvir o som da batalha e da morte. Estendendo a Sua mão, Ele alcança outros através deles para que todos possam abençoar todas as coisas vivas e ver a própria santidade. E Ele se regozija porque podes ver estas cenas, olhar para elas com Ele e compartilhar a Sua alegria. Cristo está livre de todo especialismo e é isso o que Ele te oferece para que possas salvar da morte todas as coisas vivas, recebendo de cada uma a dádiva da vida que o teu perdão oferece ao teu Ser. A visão de Cristo é tudo o que há para se ver. A canção de Cristo é tudo o que há para se ouvir. A mão de Cristo é tudo o que há para se segurar. Não há jornada que não seja caminhar com Ele.

8. Tu, que ficarias contente com o especialismo e que buscas a salvação em uma guerra com o amor considera isso: o santo Senhor do Céu desceu Ele próprio a ti, para te oferecer a tua própria completeza. O que é Seu é teu porque na tua completeza está a Sua. Ele, Cuja Vontade não é ser sem Seu Filho, nunca poderia determinar que ficasses sem os teus irmãos. E iria Ele te dar um irmão que não fosse perfeito como tu e exatamente igual a Ele em santidade, assim como tu não podes deixar de ser?

9. Tem que haver dúvida antes que possa haver conflito. E toda dúvida tem que ser a respeito de ti mesmo. Cristo não tem dúvida e da Sua certeza vem a Sua quietude. Ele trocará a Sua certeza por todas as tuas dúvidas, se concordares que Ele é um contigo e que essa unicidade é sem fim, sem tempo, e está dentro do teu alcance porque as tuas mãos são as Suas. Ele está dentro de ti, no entanto, caminha a teu lado e diante de ti, mostrando o caminho pelo qual Ele tem que seguir para achar-Se  completo. A Sua quietude vem a ser a tua certeza. E onde está a dúvida quando a certeza veio?

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 4. Especialismo versus impecabilidade

1. O especialismo é uma falta de confiança em todos exceto em ti mesmo. A fé é investida apenas em  ti mesmo. Tudo o mais vem a ser teu inimigo: temido e atacado, mortal e perigoso, odiado e merecendo apenas ser destruído. Qualquer gentileza que ele te ofereça é apenas engano, mas o seu ódio é real. Estando em perigo de ser destruído, o especialismo não pode deixar de matar e tu és atraído para ele para matá-lo primeiro. E tal é a atração da culpa. Aqui se entroniza a morte como o salvador; agora, a crucificação é redenção e a salvação só pode significar a destruição do mundo, excluindo a ti. 

2. Qual poderia ser o propósito do corpo senão o especialismo? E é isso o que faz com que ele seja frágil e impotente em defesa própria. Foi concebido para fazer com que tu sejas frágil e impotente. A meta da separação é a sua maldição. No entanto, corpos não têm nenhuma meta. O propósito é da mente. E mentes podem mudar de acordo com o que desejam. Não podem mudar o que são e todos os seus atributos. Mas o que mantêm como propósito para si mesmas pode ser mudado e os estados do corpo não podem deixar de variar de acordo com isso. Por si mesmo, o corpo nada pode fazer. Se o vês como um meio de ferir, ele é ferido. Se o vês como um meio de curar, ele é curado.

3. Só podes ferir a ti mesmo. Isso foi repetido muitas vezes, mas é difícil de apreender por enquanto. Para mentes empenhadas no especialismo é impossível. Entretanto, para aqueles que desejam curar e  não atacar é bastante óbvio. O propósito do ataque está na mente e seus efeitos são sentidos apenas onde ela está. A mente também não é limitada, assim sendo o propósito danoso necessariamente fere todas as mentes como uma só. Nada poderia fazer menos sentido para o especialismo. Nada poderia fazer mais sentido para os milagres. Pois milagres são meramente uma mudança do propósito de ferir para o de curar. Essa alteração do propósito, de fato, “coloca em perigo” o especialismo, mas só no sentido de que todas as ilusões são “ameaçadas” pela verdade. Elas não se manterão diante dela. Entretanto, que consolo jamais houve nelas, para que queiras negar a dádiva que o teu Pai te pede e, em vez de dá-la a Ele, queres dá-la a elas? Se a deres a Ele, o universo é teu. Oferecida a elas, nenhuma dádiva pode ser atribuída. Aquilo que deste ao especialismo te levou à falência e deixou o teu tesouro despojado e vazio, com a porta aberta convidando todas as coisas que querem perturbar a tua paz para que entrem e destruam.

4. Anteriormente eu disse: “Não consideres os meios através dos quais se atinge a salvação, nem como alcançá-la.” Mas considera e considera bem, se é teu desejo poder ver o teu irmão sem pecado. Para o especialismo a resposta tem que ser “não”. Um irmão sem pecado é seu inimigo, enquanto o pecado, se fosse possível, seria seu amigo. O pecado do teu irmão justificaria o especialismo e lhe daria o significado que a verdade nega. Tudo o que é real proclama a impecabilidade do teu irmão. Tudo o que é falso proclama que os seus pecados são reais. Se ele é pecador, então a tua realidade não é real, mas apenas um sonho de especialismo que dura um instante e desaba no pó.

5. Não defendas esse sonho sem sentido, no qual Deus é privado do que Ele ama e tu permaneces além da salvação. Só isso é certo nesse mundo passageiro que, na realidade, não tem nenhum significado: quando a paz não está inteiramente contigo e quando sofres qualquer espécie de dor, olhaste para algum pecado no teu irmão e te regozijaste com o que pensaste que estava lá. O teu especialismo pareceu estar a salvo devido a isso. E assim salvaste aquilo que indicaste para ser o teu salvador e crucificaste aquele que Deus te deu para substituí-lo. Com isso estás ligado a ele, pois vós sois um só. E, portanto o especialismo é o seu “inimigo” assim como também é o teu.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 3. O perdão do especialismo

1. O perdão é o fim do especialismo. Só ilusões podem ser perdoadas e então desaparecem. O perdão é liberação de todas as ilusões, por isso é impossível perdoar apenas parcialmente. Ninguém que se agarre a uma ilusão pode ver a si mesmo sem pecado, pois mantém para si um erro como algo que ainda é belo. E assim ele o chama de “imperdoável” e faz com que seja um pecado. Como pode, então, dar o seu perdão totalmente se não quer recebê-lo para si mesmo? Pois é certo que o receberia totalmente no instante em que assim o desse. E deste modo sua culpa secreta desapareceria, perdoada por ele próprio.

2. Qualquer que seja a forma de especialismo que alimentes, fizeste o pecado. Ele fica inviolado, fortemente defendido com todo o teu cômico poder contra a Vontade de Deus. E assim ele fica contra ti, o teu inimigo, não o inimigo de Deus. Desse modo ele parece dividir-te afastando-te de Deus e fazer com que estejas separado Dele, como defensor do pecado. Queres proteger o que Deus não criou. E, no entanto, esse ídolo que parece te dar poder levou-o embora. Pois deste a ele o direito que o teu irmão recebeu ao nascer, deixando-o sozinho e sem perdão, e a ti mesmo no pecado ao seu lado, ambos na miséria, diante do ídolo que não pode salvá-los.

3. Não és tu que és tão vulnerável e aberto ao ataque que apenas uma palavra, um pequeno sussurro do qual não gostes, uma circunstância que não te agrade ou um acontecimento que não antecipaste pode transtornar o teu mundo e lançar-te no caos. A verdade não é frágil. Ilusões deixam-na perfeitamente intocada e imperturbada. Mas o especialismo não é a verdade em ti. Ele pode ser posto em desequilíbrio por qualquer coisa. O que repousa no nada nunca pode ser estável. Não importa o quanto ele possa parecer grande e super-inflado, ainda assim não pode deixar de balançar, virar e rodopiar por aí com cada brisa.

4 Sem fundamento coisa alguma é segura. Deus deixaria o Seu Filho em um estado no qual a segurança não tem sentido? Não, o Seu Filho está a salvo, repousando Nele. É o teu especialismo que é atacado por todas as coisas que caminham e respiram, rastejam ou se arrastam ou simplesmente vivem. Nada está a salvo do seu ataque e ele não está a salvo de nada. Ele será para sempre incapaz de perdoar, pois isso é o que ele é: um voto secreto segundo o qual o que Deus quer para ti nunca será e tu te oporás à Sua Vontade para sempre. Também não é possível que as duas jamais venham a ser a mesma, enquanto o especialismo estiver entre elas como a espada flamejante da morte, fazendo com que sejam inimigas.

5. Deus pede o teu perdão. Ele não quer nenhuma separação, como uma vontade alheia, surgindo entre o que é a Sua Vontade para ti e o que é a tua vontade. Elas são a mesma, pois nenhuma das duas
quer o especialismo. Como poderiam querer a morte do próprio amor? No entanto, são impotentes para atacar ilusões. Elas não são corpos; como uma única Mente esperam que todas as ilusões lhes seja trazidas e deixadas para trás. A salvação não desafia nem mesmo a morte. E o próprio Deus, Que sabe que a morte não é a tua vontade, tem que dizer: “Seja feita a tua vontade”, porque tu pensas que é.

6. Perdoa o grande Criador do universo, a Fonte da vida, do amor e da santidade, o Pai perfeito de um  Filho perfeito, pelas tuas ilusões do teu especialismo. Aqui está o inferno que escolheste para ser o teu lar. Ele não escolheu isso para ti. Não Lhe peças que entre nisso. O caminho está bloqueado para o amor e a salvação. Entretanto, se queres liberar o teu irmão das profundezas do inferno, terás perdoado Aquele Cuja Vontade é que repouses para sempre nos braços da paz, em perfeita segurança e sem o calor e a malícia de um único pensamento de especialismo para frustrar o teu repouso. Perdoa ao Santíssimo o especialismo que Ele não poderia dar e que, em vez disso, tu fizeste.

7. Os especiais estão todos dormindo, cercados por um mundo de beleza que não vêem. A liberdade, a paz e a alegria estão lá, ao lado do ataúde onde dormem e os chamam para vir para fora e despertar do seu sonho de morte. No entanto, eles nada ouvem. Estão perdidos em sonhos de especialismo. Odeiam o chamado que quer despertá-los e amaldiçoam a Deus porque Ele não fez do seu sonho realidade. Amaldiçoam a Deus e morrem, mas não por causa Dele Que não fez a morte; apenas em sonhos. Abre um pouco os teus olhos, vê o salvador que Deus te deu para que pudesses olhar para ele e devolver a ele o direito que ele recebeu ao nascer. Esse direito é o teu.

8. Os escravos do especialismo ainda serão livres. Tal é a Vontade de Deus e a de Seu Filho. Iria Deus condenar a Si Mesmo ao inferno e à perdição? E queres que isso seja feito com o teu salvador? Deus te chama a partir dele para que te unas à Sua Vontade com o fim de salvar a ambos do inferno. Olha o sinal dos cravos nas mãos que Ele exibe para que tu o perdoes. Deus pede a tua misericórdia para o Seu Filho e para Ele próprio. Não a negues a Eles. Eles te pedem apenas que a tua vontade seja feita. Buscam o teu amor para que possas amar a ti mesmo. Não ames o teu especialismo em vez Deles. O sinal dos cravos está em tuas mãos também. Perdoa ao teu Pai por não ter sido Sua Vontade que sejas crucificado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 2. A traição do especialismo

1. A comparação tem que ser um mecanismo do ego, pois o amor não faz nenhuma. O especialismo sempre faz comparações. É estabelecido por uma falta que é vista no outro e é mantido pela busca de  faltas e por deixar a vista todas as faltas que for capaz de perceber. Isso é o que ele busca e é para isso que olha. E aquele que ele assim diminui viria sempre a ser o teu salvador se não tivesses escolhido, ao contrário, fazer dele uma medida diminuta do teu especialismo. Frente à pequenez que vês nele, ficas alto e nobre, limpo e honesto, puro e sem mancha em comparação com o que vês. E nem sequer compreendes que assim é a ti mesmo que diminuis.

2. Perseguir o especialismo sempre se dá à custa da paz. Quem pode atacar seu salvador e abatê-lo e  ainda reconhecer o seu forte apoio? Quem pode detrair a sua onipotência e ainda compartilhar o seu poder? E quem pode usá-lo como a medida da pequenez e liberar-se de limites Tens uma função na  salvação. Perseguir a salvação te trará alegria. Mas perseguir o especialismo necessariamente te trará dor. Aqui está uma meta que quer derrotar a salvação e assim ir contra a Vontade de Deus. Valorizar o especialismo é estimar uma vontade alheia, para a qual as ilusões de ti mesmo são mais caras do que a verdade.

3. O especialismo é a idéia do pecado que se fez real. É impossível até mesmo imaginar o pecado sem  essa base. Pois o pecado surgiu dela, surgiu do nada; uma flor maléfica totalmente sem raízes. Aqui está aquele que fez a si mesmo “salvador”, o “criador” que não cria como o Pai, e que fez o Seu Filho  como a si mesmo e não como Ele. Seus filhos “especiais” são muitos, nunca um só, cada um exilado de si mesmo e Daquele de Quem é parte. E também não amam a Unicidade Que os criou unos com Ela. Escolheram o seu especialismo em vez do Céu e da paz e envolvem-no cuidadosamente no pecado para mantê-lo “a salvo” da verdade.

4. Tu não és especial. Se pensas que és e queres defender o teu especialismo contra a verdade do que  realmente és, como podes conhecer a verdade? Que resposta que o Espírito Santo te dê pode “alcançar-te, quando é ao teu especialismo que escutas e é ele que pergunta e responde? Tudo o que tu escutas é a sua resposta diminuta, que não tem nenhum som na melodia que transborda de Deus para ti eternamente louvando com amor o que tu és. E essa imensa canção de honra e amor pelo que tu és parece silenciosa e inaudível diante da sua “magnificência”. Tu te esforças para que teus ouvidos ouçam a sua voz sem som e, no entanto, o Chamado do próprio Deus é insonoro para ti.

5. Podes defender o teu especialismo, mas nunca ouvirás a Voz que fala por Deus ao seu lado. Elas  falam línguas diferentes e caem em ouvidos diferentes. Para cada pessoa especial a verdade é uma mensagem diferente, com significado diferente. No entanto, como é possível que a verdade seja diferente para cada um? As mensagens especiais que os especiais ouvem os convencem de que eles são diferentes e à parte, cada um em seus pecados especiais e “a salvo” do amor, que absolutamente não vê o seu especialismo. A visão de Cristo é “inimiga” para com eles, pois não vê o objeto de seus olhares e quer mostrar-lhes que o especialismo que pensam que vêem é uma ilusão.

6. O que poderiam ver em seu lugar? A brilhante radiância do Filho de Deus, tão semelhante a seu Pai que a memória do Pai salta à mente no mesmo instante. E com essa memória, o Filho se lembra das suas próprias criações tão semelhantes a ele quanto ele em relação a seu Pai. E todo o mundo que ele fez e todo o seu especialismo e todos os pecados que manteve em defesa disso e contra si mesmo se desvanecerão, à medida que a sua mente aceita a verdade sobre ele mesmo, à medida que ela retorna para ocupar o lugar de tudo isso. Esse é o único “custo” da verdade: não mais verás o que nunca existiu, nem ouvirás o que não tem som. É um sacrifício não desistir de nada e receber o Amor de Deus para sempre?

7. Tu, que acorrentaste o teu salvador ao teu especialismo e deste a ele o seu lugar, lembra-te disso: ele não perdeu o poder de te perdoar todos os pecados que pensas que colocaste entre ele e a função da salvação que lhe foi dada para ti. E tu também não mudarás a sua função, assim como não és capaz de mudar a verdade nele ou em ti mesmo. Mas estejas certo de que a verdade é exatamente a mesma em ambos. Ela não dá mensagens diferentes e tem um único significado. E é um significado que tu e teu irmão podeis compreender, um significado que traz a liberação para ambos. Aqui está o teu irmão com a chave do Céu em sua mão estendida para ti. Não permitas que o sonho do especialismo permaneça entre vós. O que é um está unido em verdade.

8. Pensa na beleza que verás dentro de ti mesmo, quando tiveres olhado para ele como para um amigo. Ele é o inimigo do especialismo e amigo só daquilo que é real em ti. Nenhum dos ataques que pensaste ter lançado contra ele, arrebatou-lhe a dádiva que Deus quer que ele te dê. A sua necessidade de te dar essa dádiva é tão grande quanto a tua necessidade de possuí-la. Permite que ele te perdoe todo o teu especialismo e faze com que tu sejas íntegro na tua mente e um com ele. Ele espera pelo teu perdão somente para que possa devolvê-lo a ti. Não foi Deus Quem condenou Seu Filho, mas tu, para salvar o seu especialismo e matar o seu Ser.

9. Vieste até muito longe no caminho para a verdade, longe demais para hesitares agora. Mais um passo apenas e todo vestígio do medo de Deus se fundirá em amor. O especialismo do teu irmão e o teu são inimigos e estão ligados no ódio para matar um ao outro e negar que vós sois o mesmo. Entretanto, não são as ilusões que alcançaram esse obstáculo final que parece fazer com que Deus e o Céu sejam tão remotos que não se pode alcançá-Los. Aqui, nesse lugar santo, a verdade está esperando para receber a ti e ao teu irmão em bênção silenciosa e em uma paz tão real e abrangedora que nada fica de fora. Deixa todas as ilusões acerca de ti mesmo fora deste lugar ao qual vieste em esperança e honestidade.

10. Aqui está aquele que pode te salvar do teu especialismo. Ele tem necessidade da tua aceitação dele próprio como parte de ti, assim como tu tens da dele. Vós sois iguais para Deus, assim como Deus é para Si Mesmo. Ele não é especial, pois não quer guardar parte do que Ele é só para Si Mesmo, negando- a a Seu Filho e reservando-a só para Si. E é disso que tens medo, pois se Ele não é especial, então é Sua Vontade que Seu Filho seja como Ele e o teu irmão é como tu. Não especial, mas possuidor de todas as coisas, incluindo a ti. Dá-lhe apenas o que ele já tem, lembrando que Deus Se deu a ti e ao teu irmão em amor igual para que ambos possais compartilhar o universo com Aquele Que escolheu que o amor nunca poderia ser dividido nem mantido separado do que ele é e não pode deixar de ser para sempre.

11. Tu és do teu irmão, uma parte do amor não foi negada a ele. Mas é possível que tenhas perdido porque ele é completo? O que foi dado a ele faz com que tu sejas completo, assim como ele. O Amor de Deus te deu a ele e ele a ti porque Ele deu a Si Mesmo. O que é o mesmo, sendo o que Deus é, é um com Ele. E só o especialismo poderia fazer com que a verdade segundo a qual Deus e tu são um só parecesse ser qualquer outra coisa que não o Céu com a esperança da paz por fim à vista.

12. O especialismo é o selo da traição sobre a dádiva do amor. Qualquer coisa que sirva ao seu propósito tem que ser dada para matar. Nenhuma dádiva que ostente o seu selo oferece senão traição a quem a dá e a quem a recebe. Nenhum olhar que venha de olhos velados pelo especialismo pode olhar para outra coisa que não seja a vista da morte. Ninguém que acredite em sua potência busca outra coisa senão barganhas e transigências que querem estabelecer o pecado como substituto do amor e servi-lo fielmente. E nenhum relacionamento que valorize esse propósito faz outra coisa senão agarrar-se ao assassinato como a arma de segurança e o defensor supremo de todas as ilusões contra a “ameaça” do amor.

13. A esperança do especialismo faz com que pareça possível que Deus tenha feito o corpo como a prisão que mantém Seu Filho afastado Dele próprio. Pois o especialismo exige um lugar especial, onde Deus não possa entrar e um esconderijo onde ninguém é bem-vindo, exceto o teu ser diminuto. Nada aqui é sagrado a não ser para ti e só para ti, à parte e separado de todos os teus irmãos; a salvo de todas as intrusões da sanidade sobre as ilusões; a salvo de Deus e salvo para o conflito que dura para sempre. Aqui está a porta do inferno que fechaste sobre ti mesmo para governar na loucura e na solidão o teu reino especial, à parte de Deus, longe da verdade e da salvação.

14. A chave que jogaste fora, Deus a deu ao teu irmão, cujas mãos santas querem oferecê-la a ti quando estiveres pronto para aceitar o Seu plano para a tua salvação em lugar do teu. Como poderia essa prontidão ser atingida a não ser que vejas toda a tua miséria e tenhas a consciência de que o teu plano falhou e para sempre falhará em trazer-te qualquer tipo de paz e alegria? Através desse desespero viajas agora, no entanto, é apenas uma ilusão de desespero. A morte do especialismo não é a tua morte, mas o teu despertar para a vida eterna. Tu simplesmente emerges de uma ilusão do que és para a aceitação de ti mesmo como Deus te criou.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Capítulo 24 - A META DO ESPECIALISMO 1. O especialismo como um substituto para o amor

Introdução
1. Não te esqueças de que a motivação deste curso é alcançar e manter o estado da paz. Nesse estado, a mente está quieta e a condição na qual Deus é lembrado é atingida. Não é necessário dizer a Ele o  que fazer. Ele não falhará. Onde Ele pode entrar, Ele já está. E é possível que Deus não possa entrar onde é Sua Vontade estar? A paz será tua porque essa é a Sua Vontade. Podes acreditar que uma sombra é capaz de deter a Vontade que mantém o universo em segurança? Deus não espera por ilusões que permitam que Ele seja Ele próprio. Nem Seu Filho tampouco. Eles são. E que ilusão, que pareça vagar em vão entre Eles, tem o poder de derrotar o que é a Vontade de Deus e de Seu Filho?

2. Aprender esse curso requer disponibilidade para questionar todos os valores que manténs. Nenhum pode ser mantido oculto e obscuro sem pôr em risco o teu aprendizado. Nenhuma crença é neutra. Todas têm o poder de ditar cada decisão que tomas. Pois uma decisão é uma conclusão baseada em todas as coisas nas quais acreditas. É o resultado da tua crença e decorre dela com tanta certeza quanto o sofrimento se segue à culpa e a liberdade à impecabilidade. Não há substitutos para a paz. O que Deus cria não tem alternativa. A verdade surge do que Ele conhece. E as tuas decisões vêm das tuas crenças com tanta certeza quanto toda a criação surgiu na Sua Mente devido ao que Ele conhece.

I. O especialismo como um substituto para o amor

1. Amor é extensão. Deixar de dar a menor das dádivas é não conhecer o propósito do amor. O amor  oferece tudo para sempre. Retém apenas uma crença, um oferecimento e o amor se vai, porque pediste a um substituto que tomasse o seu lugar. E agora a guerra, o substituto para a paz, não pode deixar de vir com a única alternativa que podes escolher para o amor. A tua escolha dá a essa alternativa toda a realidade que ela parece ter.

2. As crenças jamais atacarão umas às outras abertamente porque resultados conflitantes são impossíveis. Mas uma crença não reconhecida é uma decisão de guerrear em segredo, onde os resultados do conflito permanecem desconhecidos e nunca são trazidos à razão para serem avaliados quanto ao sentido que fazem ou não. E muitos resultados sem sentido têm sido alcançados e decisões sem significado tomadas e mantidas ocultas, para virem a ser crenças às quais agora se dá o poder de dirigir todas as decisões subseqüentes. Não te enganes quanto ao poder desses guerreiros ocultos para perturbar a tua paz. Pois ela fica à sua mercê enquanto decides deixá-la lá. Os inimigos secretos da paz, a tua menor decisão de escolher o ataque em vez do amor, irreconhecidos e ágeis para te desafiar ao combate e a uma violência muito mais inclusiva do que tu imaginas, lá estão por escolha tua. Não negues a sua presença nem os seus terríveis resultados. Tudo o que pode ser negado é a sua realidade, mas não o seu resultado.

3. Em todos os momentos, a única crença que é mantida zelosamente oculta e que é defendida embora não seja reconhecida, é fé no especialismo. Isso toma muitas formas, mas sempre se choca com a realidade da criação de Deus e com a grandeza que Ele deu a Seu Filho. Que outra coisa poderia justificar o ataque? Pois quem poderia odiar alguém cujo Ser é o seu próprio e a Quem conhece? Só os especiais poderiam ter inimigos, pois eles são diferentes e não o mesmo. E qualquer tipo de diferença impõe ordens de realidade e uma necessidade de julgar à qual não se pode escapar.

4. O que Deus criou não pode ser atacado, pois nada há no universo que não seja como ele próprio. Mas o que é diferente exige julgamentos, que têm que vir de alguém ‘melhor’, de alguém incapaz de ser como aquilo que condena, alguém que esteja ‘acima’ disso, impecável em comparação a isso. E assim o especialismo vem a ser um meio e um fim simultaneamente. Pois o especialismo não apenas aparta como serve de justificativa a partir da qual o ataque àqueles que parecem situar-se ‘abaixo’ da pessoa especial é ‘natural’ e ‘justo’. Os especiais sentem-se fracos e frágeis devido a diferenças, pois aquilo que quer fazer com que sejam especiais é inimigo para com eles. No entanto, eles protegem sua inimizade e o chamam de ‘amigo’. Em função dele, lutam contra o universo, pois não há nada no mundo que valorizem mais. .

5. O especialismo é o grande ditador de decisões erradas. Aqui está a grande ilusão a respeito do que  tu és e do que é o teu irmão. E aqui está o que não pode deixar de fazer com que o corpo seja querido e digno de ser preservado. O especialismo tem que ser defendido. As ilusões podem atacá-lo e, de fato, o fazem. Pois o que o teu irmão não pode deixar de ser para manter o teu especialismo é uma ilusão. Ele, que é ‘pior’ do que tu, tem que ser atacado de maneira que o teu especialismo possa viver às custas da sua derrota. Pois o especialismo é triunfo e a tua vitória é a derrota e a vergonha do teu irmão. Como pode ele viver com todos os teus pecados sobre ele? E quem, senão tu, não pode deixar de conquistá-lo?

6. Seria possível odiar o teu irmão se tu fosses como ele? Poderias atacá-lo se reconhecesses que a tua jornada é com ele e rumo a uma meta que é a mesma? Tu não o ajudarias a alcançá-la de todas as formas que pudesses, se a sua realização fosse percebida como a tua? És seu inimigo no especialismo; amigo, em um propósito compartilhado. O especialismo nunca pode compartilhar, pois depende de metas que só podes alcançar sozinho. E é necessário que ele jamais as alcance ou a tua própria meta é posta em risco. É possível que o amor tenha significado onde a meta é o triunfo? E que decisão pode ser tomada em favor disso que não vá ferir-te?

7. O teu irmão é teu amigo porque o Pai o criou como tu. Não há diferença. Tu foste dado ao teu  irmão de maneira que o amor pudesse ser estendido, e não tirado do teu irmão. O que deixas de dar está perdido para ti. Deus Se deu a ti e ao teu irmão e lembrar disso é agora o único propósito que compartilhais. E assim é o único que tendes. Poderias atacar o teu irmão se tivesses escolhido não ver especialismo algum entre tu e ele? Olha com equanimidade o que quer que seja que faz com que dês apenas boas-vindas parciais ao teu irmão, ou quer fazer com que penses que estás em melhor situação estando separado. Não é sempre a tua crença segundo a qual o teu especialismo fica limitado pelo teu relacionamento? E não é esse o ‘inimigo’ que faz de ti e do teu irmão ilusões um para o outro?

8. O medo de Deus e do teu irmão vem de cada crença não reconhecida no especialismo. Pois tu exiges que o teu irmão se curve a ele contra a sua vontade. E o próprio Deus tem que honrar o especialismo ou sofrer a tua vingança. Cada pontada de malícia, cada punhalada de ódio ou desejo de separar surge aqui. Pois aqui, o propósito que tu e teu irmão compartilhais vem a ser obscuro para ambos. Queres te opor a esse curso porque ele te ensina que tu e teu irmão sois iguais. Vós não tendes nenhum propósito que não seja o mesmo e nenhum que o vosso Pai não compartilhe convosco. Pois o vosso relacionamento foi limpo de metas especiais. E queres agora derrotar a meta da santidade que o Céu deu a ele? Que perspectiva pode ter o que é especial que não mude com cada golpe aparente, cada julgamento leve ou imaginário que se faz sobre ele?

9. Aqueles que são especiais têm que defender ilusões contra a verdade. Pois o que é o especialismo senão um ataque à Vontade de Deus? Tu não amas o teu irmão enquanto for isso o que queres defender contra ele. Isso é o que ele ataca e tu proteges. Aqui está a razão da batalha que promoves contra ele. Aqui, ele tem que ser teu inimigo e não teu amigo. Nunca pode haver paz entre o que é diferente. 
Ele é teu amigo porque vós sois o mesmo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Capítulo 23 - A GUERRA CONTRA TI MESMO 4. Acima do campo de batalha

1. Que não permaneças em conflito, pois não há guerra sem ataque. O medo de Deus é o medo da vida e não da morte. Entretanto, Ele permanece sendo o único lugar de segurança. Nele, não há ataque e nenhuma forma de ilusão anda a espreita no Céu. O Céu é totalmente verdadeiro. Nenhuma diferença entra nele e aquilo que é totalmente o mesmo não pode conflitar. Não te é pedido que lutes contra o teu desejo de assassinar. Mas é pedido a ti que, reconheças que as formas que ele toma escondem a mesma intenção. E é disso que tens medo e não da forma. O que não é amor é assassinato. O que não é amoroso, não pode deixar de ser um ataque. Cada ilusão é um assalto à verdade e cada uma violenta a idéia do amor porque parece ser igualmente verdadeira.

2. O que pode ser igual à verdade e ao mesmo tempo diferente? Assassinato e amor são incompatíveis. No entanto, se ambos são verdadeiros, então, ambos não podem deixar de ser o mesmo e indistinguíveis um do outro. Assim eles serão para aqueles que vêem o Filho de Deus como um corpo. Pois não é o corpo que é como o Criador do Filho. E o que é sem vida não pode ser o Filho da Vida. Como pode um corpo estender-se para conter o universo? É possível ele criar e ser o que ele cria? E pode ele oferecer às suas criações tudo o que ele é e nunca sofrer perda?

3. Deus não compartilha a Sua Junção com um corpo. Ele deu a função de criar a Seu Filho porque ela é a Sua própria. Não é pecado acreditar que a função do Filho é o assassinato, mas é insanidade. O que é o mesmo não pode ter nenhuma função diferente. A criação é o meio para a extensão de Deus e o que é Seu não pode deixar de ser do Seu Filho também. Ou o Pai e o Filho são assassinos, ou nenhum dos dois o é. A vida não faz a morte, criando como a si mesma.

4. A bela luz do teu relacionamento é como o Amor de Deus. Ela não pode ainda assumir a função santa que Deus deu a Seu Filho, pois o teu perdão em relação ao teu irmão ainda não é completo e assim não pode ser estendido à toda a criação. Cada forma de assassinato e de ataque que ainda te atraia e que não reconheças pelo que é, limita a cura e os milagres que tens o poder de estender a todos. Entretanto, o Espírito Santo compreende como aumentar as tuas pequenas dádivas e fazer com que sejam poderosas. Ele compreende também como é que o teu relacionamento se ergue acima do campo de batalha não mais dentro dele. Essa é a tua parte: reconhecer que qualquer forma de assassinato não é a tua vontade. Não ver o campo de batalha é agora o teu propósito.

5. Que sejas erguido e de um ponto mais alto olha para ele lá embaixo. De lá a tua perspectiva será bastante diferente. Aqui, no meio do campo de batalha, ele de fato parece real. Aqui escolheste ser parte dele. Aqui, o assassinato é a tua escolha. Entretanto, do alto, a escolha são os milagres em vez do assassinato. E a perspectiva que vem dessa escolha te mostra que a batalha não é real, que é fácil escapar. Os corpos podem batalhar, mas o choque de formas é sem significado. E acaba quando reconheces que nunca teve início. Como pode uma batalha ser percebida como se não fosse nada quando te engajas nela? Como pode a verdade dos milagres ser reconhecida se o assassinato é a tua escolha?

6. Quando a tentação de atacar surge para fazer com que a tua mente se tome escura e assassina, lembra-te que podes ver a batalha do alto. Mesmo em formas que não reconheças, os sinais tu conheces. Há uma punhalada de dor, uma pontada de culpa e acima de tudo, a perda da paz. Isso conheces bem. Quando essas coisas ocorrerem, não deixes o teu posto no alto, mas rapidamente escolhe um milagre ao invés do assassinato. E o próprio Deus e todas as luzes do Céu gentilmente irão inclinar-Se para ti, sustentando-te no alto. Pois escolheste permanecer onde Ele quer que estejas e nenhuma ilusão pode atacar a paz de Deus junto com Seu Filho.

7. Não vejas ninguém a partir do campo de batalha, pois lá olharás para ele a partir do nada. Não tens um ponto-de-referência a partir do qual olhar, de onde possas dar significado ao que vês. Pois somente os corpos poderiam atacar e assassinar e, se esse é o teu propósito, então, não podes deixar de ser um com eles. Só um propósito unifica e aqueles que compartilham um só propósito têm a mente una. O corpo não tem propósito em si mesmo e não pode deixar de ser solitário. De baixo, ele não pode ser superado. De cima, os limites que ele impõe aos que ainda se encontram na batalha desaparecem e não são percebidos. O corpo está entre o Pai e o Céu que Ele criou para o Seu Filho porque não tem propósito.

8. Pensa no que é dado àqueles que compartilham o propósito de seu Pai e têm conhecimento de que  é o seu próprio. Não lhes falta nada. Qualquer espécie de pesar é inconcebível. Só a luz que amam está na sua consciência e só o amor brilha sobre eles para sempre. O amor é o seu passado, seu presente e seu futuro; sempre o mesmo, eternamente completo e totalmente compartilhado. Eles têm o conhecimento de que é impossível que a sua felicidade possa jamais sofrer qualquer tipo de mudança. Talvez penses que o campo de batalha possa te oferecer alguma coisa que possas ganhar. É possível que isso seja algo que te ofereça uma calma perfeita e um senso de amor tão profundo e quieto que nenhum toque de dúvida pode jamais manchar a tua certeza? E isso durará para sempre? 

9. Aqueles que têm a força de Deus em sua consciência nunca poderiam pensar em batalha. O que poderiam eles ganhar senão a perda da sua perfeição? Pois todas as coisas pelas quais se luta no campo de batalha são do corpo, algo que ele parece oferecer ou possuir. Ninguém que tenha o conhecimento de que tudo tem poderia buscar a limitação ou valorizar os oferecimentos do corpo. A falta de sentido da conquista é bastante evidente a partir da esfera serena acima do campo de batalha. O que pode conflitar com tudo? E o que há lá que ofereça menos e possa ainda assim ser mais querido? Quem, sustentado pelo Amor de Deus, poderia achar a escolha entre os milagres e o assassinato difícil de fazer?

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Capítulo 23 - A GUERRA CONTRA TI MESMO 3. Salvação sem transigência

1. Não é verdade que não reconheces algumas das formas que o ataque pode tomar? Se é verdade que  o ataque, sob qualquer forma, te ferirá e o fará tanto numa forma na qual não o reconheças quanto naquela que reconheces, então, obrigatoriamente deduz-se que nem sempre reconheces a fonte da dor. O ataque, sob qualquer forma, é igualmente destrutivo. Seu propósito não muda. Sua única intenção é assassinar e que forma de assassinato serve para encobrir a culpa maciça e o medo frenético da punição que o assassino não pode deixar de sentir? Ele pode negar que seja um assassino e justificar a sua selvageria com sorrisos à medida em que ataca. No entanto, ele irá sofrer e olhará para sua intenção em pesadelos nos quais os sorrisos terão desaparecido e o propósito vem à tona para encontrar a sua consciência horrorizada e continuar perseguindo-o. Pois ninguém pensa em assassinato e escapa da culpa que o pensamento acarreta. Se o intento é a morte, que importância tem a forma que tome?

2. É a morte, sob qualquer forma, por mais bela e caridosa que possa parecer, uma bênção e um sinal  de que a Voz Que fala por Deus fala através de ti ao teu irmão? A embalagem não faz a dádiva que  dás. Uma caixa vazia, por mais bonita que seja e por mais gentilmente que seja dada, ainda assim nada contém. E nem quem a recebe e nem quem a dá é enganado por muito tempo. Não dês o perdão ao teu irmão e tu o atacas. Não lhe dás nada e não recebes dele senão o que deste.

3. A salvação não é uma transigência de maneira alguma. Fazer transigências é aceitar apenas parte do que queres, levar um pouco e renunciar ao resto. A salvação não renuncia a nada. Ela é completa para todos. Permite que a idéia da transigência apenas entre em ti e a consciência do propósito da salvação se perde porque não é reconhecida. Ela é negada onde a transigência foi aceita, pois a transigência é a crença em que a salvação é impossível quer afirmar que podes atacar um pouco, amar um pouco e saber a diferença. Desse modo, ela pretende ensinar que um pouco do que é o mesmo ainda pode ser diferente e, mesmo assim, o que é o mesmo permaneceria intacto, como um só. Isso faz sentido? Isso pode ser compreendido?

4. Esse curso é fácil exatamente porque não faz nenhuma transigência. Apesar disso parece difícil para aqueles que ainda acreditam que é possível fazer transigências. Eles não vêem que, se ela é possível, a salvação é ataque. Entretanto, é certo que a crença em que a salvação é impossível não pode sustentar uma certeza calma e tranqüila de que ela veio. O perdão não pode ser negado apenas um pouco. Nem é possível atacar por isso, amar por aquilo e compreender o perdão. Não queres reconhecer todas as formas de assalto à tua paz, já que só assim vem a ser impossível para ti perdê-la de vista? Ela pode ser mantida brilhando diante da tua visão, para sempre clara e nunca fora da tua vista, se não a defendes.

5. Aqueles que acreditam que a paz pode ser defendida e que o ataque é justificado em seu favor, não  podem perceber que ela está dentro deles. Como poderiam ter esse conhecimento? Poderiam aceitar o perdão lado a lado com a crença em que o assassinato toma algumas formas através das quais a sua paz é salva? Estariam dispostos a aceitar o fato de que o seu selvagem propósito é dirigido contra eles próprios? Ninguém se alia a inimigos e nem é um com eles em propósito. E ninguém faz transigências a um inimigo, ao contrário, continua odiando-o pelo que ele lhe tirou.

6. Não te equivoques tomando trégua por paz, nem transigência pelo escape do conflito. Ser liberado do conflito significa que ele acabou. A porta está aberta, deixaste o campo de batalha. Não ficaste vagando por lá na esperança tímida de que ela não iria retornar, porque as metralhadoras cessaram fogo por um instante e o medo que assombra o local da morte não está aparente. Não há segurança em um campo de batalha. Podes olhar de cima para ele em segurança e não ser tocado. Mas, dentro dele, não podes achar segurança alguma. Nenhuma árvore que ainda se mantenha de pé te abrigará. Nenhuma ilusão de proteção se mantém contra a fé no assassinato. Aqui o corpo se mantém, dividido entre o desejo natural de se comunicar e a intenção não-natural de assassinar e morrer. Pensas que a forma que o assassinato possa tomar é capaz de oferecer segurança? E possível que a culpa esteja ausente de um campo de batalha?

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Capítulo 23 - A GUERRA CONTRA TI MESMO 2. As leis do caos

1. As ‘leis’ do caos podem ser trazidas à luz, embora nunca possam ser compreendidas. Leis caóticas dificilmente têm significado e estão, portanto, fora da esfera da razão. No entanto, elas parecem ser um obstáculo à razão e à verdade. Vamos, então, olhá-las calmamente para que possamos olhar para o que está além delas, compreendendo o que são e não o que elas querem manter. É essencial que se compreenda para o que servem, porque o propósito que têm é fazer com que a verdade seja sem significado e atacá-la. Aqui estão as leis que regem o mundo que fizeste. E, no entanto, nada governam e não é preciso quebrá-las, simplesmente olhar para elas e ir além.

2. A primeira lei caótica é que a verdade é diferente para cada um. Como todos esses princípios, esse mantém que cada um é separado e tem um conjunto diferente de pensamentos que o põe à margem dos outros. Esse princípio se desenvolve a partir da crença em que existe uma hierarquia de ilusões, algumas são mais valiosas e, portanto, verdadeiras. Cada um estabelece isso para si mesmo e faz com que seja verdadeiro através do seu ataque ao que o outro valoriza. E isso é justificado porque os valores diferem e aqueles que os mantêm parecem não ser como os outros e, portanto, são inimigos.

3. Pensa em como isso parece interferir com o primeiro princípio dós milagres. Pois isso estabelece graus de verdade entre ilusões, fazendo com. que pareça que algumas são mais difíceis de superar do que outras. Se fosse reconhecido que todas são a mesma e igualmente inverídicas, seria então fácil de se compreender que os milagres se aplicam a todas elas. Todos os tipos de erros podem ser corrigidos porque são inverídicos. Quando trazidos à verdade, ao invés de serem levados uns aos outros, meramente desaparecem. Nenhuma parte do nada pode ser mais resistente à verdade do que outra.

4. A segunda lei do caos, de fato valorizada por todos os adoradores do pecado, é que cada um não pode deixar de pecar e, portanto merece ataque e morte. Esse princípio, estreitamente relacionado com o primeiro, é a exigência de que os erros pedem punição e não correção. Pois a destruição daquele que faz o erro coloca-o além da correção e além do perdão. O que ele fez é assim interpretado como uma sentença irrevogável sobre si mesmo, a qual o próprio Deus não tem o poder de superar. O pecado não pode ser redimido, sendo a crença segundo a qual o Filho de Deus pode cometer equívocos pelos quais a sua própria destruição vem a ser inevitável.

5. Pensa no que isso parece fazer com o relacionamento entre o Pai e o Filho. Agora, aparentemente, eles nunca mais poderão ser um outra vez. Pois um deles não pode deixar de estar sempre condenado, e pelo outro. Agora, eles são diferentes e inimigos. E o seu relacionamento é de oposição, assim como os aspectos separados do Filho só se encontram para conflitar, mas não para unir-se. Um vem a ser fraco, o outro forte através da sua derrota. E o medo de Deus e uns dos outros agora aparenta ser razoável e se faz real devido ao que o Filho de Deus fez a ambos, a si mesmo e a seu Criador.

6. A arrogância em que se baseiam as leis do caos não pode ser mais evidente do que aqui. Aqui está um princípio que pretende definir o que o Criador da realidade tem que ser, o que Ele tem que pensar e o que Ele tem que acreditar e como Ele tem que responder acreditando nisso. Nem mesmo se considera necessário perguntar-Lhe acerca da verdade do que foi estabelecido para que Ele creia. Seu Filho pode dizer-Lhe isso e Ele não tem senão a escolha de aceitar a sua palavra ou estar equivocado. Isso conduz diretamente à terceira crença absurda que parece fazer com que o caos seja eterno. Pois se Deus não pode estar equivocado, Ele tem que aceitar a crença do Seu Filho acerca do que ele é e odiálo por isso.

7. Vê como o medo de Deus é reforçado por esse terceiro princípio. Agora vem a ser impossível voltar-se para Ele pedindo ajuda na miséria. Pois agora Ele veio a ser o ‘inimigo’ Que a causou, a Quem é inútil apelar. E nem pode a salvação estar dentro do Filho, cujos aspectos parecem estar em guerra contra Ele e justificados em seu ataque. E agora o conflito se faz inevitável, além da ajuda de Deus. Pois agora a salvação não pode deixar de ser impossível porque o salvador veio a ser o inimigo.

8. Não pode haver nenhuma liberação, nem é possível escapar. Assim a Expiação vem a ser um mito e a vingança, não o perdão, é a Vontade de Deus. A partir de onde tudo isso começa, não há nenhuma ajuda, à vista que possa ser bem-sucedida. Só a destruição pode ser o resultado. E o próprio Deus parece estar ao lado da destruição para dominar Seu Filho. Não penses que o ego fará com que sejas capaz de achar um meio de escapar do que ele quer. Essa é a função deste curso, que não valoriza o que o ego estima.

9. O ego só valoriza aquilo que ele toma dos outros. Isso conduz à quarta lei do caos, que, se as outras forem aceitas, não pode deixar de ser verdadeira. Essa lei aparente é a crença segundo a qual tens aquilo que tomaste de outros. Através disso, a perda do outro vem a ser o teu ganho, e assim ela falha em reconhecer que jamais podes tomar coisa alguma de ninguém a não ser de ti mesmo. No entanto, todas as outras leis necessariamente conduzem a isso. Pois inimigos não dão voluntariamente um ao outro e nem buscariam compartilhar as coisas que valorizam. E o que os teus inimigos querem afastar de ti tem que valer a pena possuir já que eles o esconderam da tua vista.

10. Todos os mecanismos da loucura são vistos emergindo aqui: o ‘inimigo’ que se faz forte por manter oculta a herança valiosa que deveria ser tua; a tua posição que é justificada assim como o ataque pelo que foi mantido à parte de ti, e a perda inevitável que o teu inimigo não pode deixar de sofrer para te salvar. Assim os culpados protestam em favor de sua ‘inocência’. Se não tivessem sido forçados a esse vil ataque pelo comportamento inescrupuloso do inimigo, eles teriam respondido apenas com benignidade. Mas em um mundo selvagem, os benignos não podem sobreviver, assim sendo eles não podem deixar de saquear ou serão saqueados.

11. E agora há uma vaga questão não respondida, ainda não ‘explicada’. O que é essa coisa preciosa, essa pérola de valor inestimável, esse tesouro secreto a ser arrancado com justa, ira desse inimigo tão traidor e astuto? Não pode deixar de ser aquilo que queres, mas que nunca achaste. E agora ‘compreendes’ a razão por que não o achaste. Pois isso foi tomado de ti por esse inimigo e escondido aonde não pensarias sequer em olhar. Ele o ocultou no seu próprio corpo, fazendo disso a cobertura para a culpa que ele sente, o esconderijo do que te pertence. Agora, o seu corpo tem que ser destruído e sacrificado para que possas ter aquilo que te pertence. A sua traição exige a sua morte, para que possas viver.  E tu só atacas em auto-defesa.

12. Mas o que é isso que queres que exige a sua morte? Como podes estar certo de que o teu ataque assassino é justificado, a não ser que saibas para que ele serve? E aqui, um princípio final do caos vem para ‘resgatar’. Ele mantém que há um substituto para o amor. Essa é a mágica que irá curar toda a tua dor, o fator que faltava em tua loucura e que a faz ‘sã’. Essa é a razão pela qual não podes deixar de atacar. Eis aqui o que faz com que a tua vingança seja justificada. Eis aqui, revelada, a dádiva secreta do ego, arrancada do corpo do teu irmão, ali escondida na malícia e no ódio para ser dada àquele a quem a dádiva de fato pertence. Ele quer privar-te do ingrediente secreto que daria significado à tua vida. O substituto para o amor, nascido da tua inimizade para com o teu irmão, tem que ser a salvação. Não há nenhum substituto para ele e existe apenas um. E todos os teus relacionamentos não têm senão o propósito de se apoderar dele e fazer com que seja teu.

13. A tua posse nunca se faz completa. E nunca o teu irmão deixará de atacar-te em função do que tu lhe roubaste. Nem Deus porá fim à Sua vingança contra ambos, pois na Sua loucura, Ele não pode deixar de ter esse substituto para o amor e matar a ambos. Tu, que acreditas que caminhas na sanidade, com os pés em terra sólida e através de um mundo no qual é possível achar um significado, considera isso: essas são as leis nas quais a tua ‘sanidade’ parece se basear. Esses são os princípios que fazem com que a terra sob os teus pés pareça sólida. E é aqui que procuras um significado. Essas são as leis que fizeste para a tua salvação. Elas mantêm no lugar o substituto para o Céu que tu preferes. Esse é o seu propósito, foram.feitas para isso. Não faz sentido questionar o que significam. Isso é evidente. Os meios da loucura têm que ser insanos. Estás igualmente certo de que reconheces que a meta é a loucura?

14. Ninguém quer a loucura e ninguém fica apegado à própria loucura se vê que é isso o que ela é. O que protege a loucura é a crença em que ela seja verdadeira. É a função da insanidade tomar o lugar da verdade. Ela tem que ser vista como verdade para que se acredite nela. E se ela é a verdade, então necessariamente o seu oposto, que antes era a verdade, agora não pode deixar de ser loucura. Tal reversão, completamente ao contrário, onde a loucura é sanidade, as ilusões são verdadeiras, o ataque é benignidade, o ódio é amor e o assassinato é benção, é a meta a que servem as leis do caos. Esses são os meios pelos quais as leis de Deus aparentam estar revertidas. Aqui as leis do pecado parecem manter o amor cativo e deixar que o pecado se vá em liberdade.

15. Essas não parecem ser as metas do caos, pois através da grande reversão, elas aparentam ser as leis da ordem. Como poderia não ser assim? O caos é a ausência de leis e não tem leis. Para que se acredite nele, suas aparentes leis têm que ser percebidas como reais. Sua meta de loucura tem que ser vista como sanidade. E o medo, com lábios cinzentos e olhos que não vêem, cego e terrível ao ser contemplado, é erguido ao trono do amor, seu conquistador moribundo, seu substituto, o salvador da salvação. Como as leis do medo fazem a morte parecer bela. Dá graças ao herói no trono do amor que salvou o Filho de Deus para o medo e para a morte!

16. Entretanto, como é possível que se possa acreditar em semelhantes leis? Existe um estranho instrumento que possibilita isso. Ele nem sequer deixa de ser familiar, nós já vimos como ele parece funcionar muitas vezes antes. Na verdade, ele não funciona; entretanto, nos sonhos, onde só as ombras desempenham papéis principais, ele parece muito poderoso. Nenhuma lei do caos poderia compelir à crença a não ser através da ênfase na forma e da desconsideração do conteúdo. Ninguém que pense que qualquer uma dessas leis é verdadeira vê o que ela diz. Algumas das formas que tomam parecem ter significado e isso é tudo.

17. Como é possível que algumas formas de assassinato não signifiquem morte? É possível que um ataque, sob qualquer forma, seja amor? Que forma de condenação é uma bênção? Quem pode fazer com que o seu próprio salvador seja impotente e achar a salvação? Não permitas que a forma do ataque a ele te engane. Não podes buscar danificá-lo e ser salvo. Quem pode achar segurança contra o ataque voltando-se contra si mesmo? Como pode ter importância a forma que essa loucura tome? É um julgamento que derrota a si mesmo, condenando o que diz que quer salvar. Não te enganes quando a loucura toma uma forma que pensas ser bela. Aquilo que tenciona a tua destruição não é teu amigo.

18. Afirmarias e pensarias que é verdade que não acreditas nessas leis sem sentido e nem ages de acordo com elas. E quando olhas para o que elas dizem, não se pode acreditar nelas. Irmão, tu acreditas nelas. Pois de que outra maneira poderias perceber a forma que tomam, com um conteúdo como esse? É possível que quaisquer dessas formas se mantenham? No entanto, acreditas nelas pela forma que tomam e não reconheces o conteúdo. Ele nunca muda. Podes pintar lábios cor-de-rosa em um esqueleto, vesti-lo com o que é belo, agradá-lo e mimá-lo e fazê-lo viver? E podes ficar contente com uma ilusão de que estejas vivendo?

19. Não há vida fora do Céu. Onde Deus criou a vida, lá ela tem que estar. Em qualquer estado à parte do Céu, a vida é ilusão. Na melhor das hipóteses, parece vida; na pior, parece morte. No entanto, os dois são julgamentos sobre o que não é vida, são iguais na sua falta de acuidade e de significado. A vida fora do Céu é impossível e o que não está no Céu não está em lugar nenhum. Fora do Céu, existe apenas o conflito de ilusões sem sentido, impossível e além de toda a razão, mas apesar disso percebido como uma eterna barreira para o Céu. Ilusões não são senão formas. Seu conteúdo nunca é verdadeiro.

20. As leis do caos governam todas as ilusões. As suas formas conflitam, fazendo com que pareça bastante possível valorizar algumas acima de outras. Entretanto, cada uma delas se baseia, com tanta certeza quanto as outras, na crença segundo a qual as leis do caos são as leis da ordem. Cada uma sustenta essas leis de forma completa, oferecendo um testemunho certo de que essas leis são verdadeiras. As formas aparentemente mais gentis do ataque não são menos certas no seu testemunho ou nos seus resultados. É certo que as ilusões trarão medo devido às crenças que nelas estão implicadas, não devido à sua forma. E a falta de fé no amor, sob qualquer forma, testemunha a realidade do caos.

21. Da crença no pecado necessariamente decorre a fé no caos. Como é uma decorrência parece ser uma conclusão lógica, um passo válido no pensamento ordenado. Os passos para o caos decorrem de forma ordenada do seu ponto de partida. Cada um deles é uma forma diferente na progressão da reversão da verdade, conduzindo ainda mais ao aprofundamento do terror e ao distanciamento da verdade. Não penses que um passo é menor do que o outro, nem que é mais fácil o retomo de um do que de outro. Toda a descida do Céu está em cada um deles. E onde o teu pensamento começa, lá ele tem que terminar.

22. Irmão, não dês nenhum passo para a descida ao inferno. Pois tendo dado um, não reconhecerás o resto pelo que eles são. E eles seguir-se-ão. O ataque, sob qualquer forma, colocou o teu pé sobre a escadaria tortuosa que conduz para longe do Céu. No entanto, a qualquer instante, é possível que tudo isso seja desfeito. Como podes saber se escolheste os degraus do Céu ou o caminho para o inferno? Bem facilmente. Como te sentes? A paz está na tua consciência? Estás certo da direção em que estás indo? E estás seguro de que a meta do Céu pode ser a1cançada? Se não, caminhas sozinho. Pede, então, ao teu Amigo que se una a ti e que te dê a certeza de onde vais.