domingo, 27 de setembro de 2015
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 8.A mudança interior
1. São os pensamentos, então, perigosos? Para os corpos, sim! Os pensamentos que parecem matar
são aqueles que ensinam ao pensador que ele pode ser morto. E assim ele ‘morre’ devido ao que aprendeu. Ele vai da vida para a morte, a prova final de que deu mais valor ao inconstante do que à constância. Com certeza, ele pensou que queria a felicidade. Contudo, não a desejava porque a felicidade era a verdade e, portanto, tem que ser constante.
2. A constância da alegria é uma condição bastante alheia à tua compreensão. Entretanto, se apenas
pudesses imaginar o que ela não pode deixar de ser, tu a desejarias mesmo sem compreendê-la. A
constância da felicidade não tem exceções, não muda de forma alguma. É inabalável como o Amor de Deus pela Sua criação. Segura em sua visão assim como o seu Criador no que Ela conhece, a felicidad olha para todas as coisas e vê que são a mesma. Ela não vê o efêmero, pois deseja que todas as coisas sejam como ela própria e as vê assim. Nada tem o poder do confundir sua constância, porque o seu próprio desejo não pode ser abalado. Ela vem com toda certeza àqueles que vêem que a questão final é necessária para o resto, assim como a paz não pode deixar de vir àqueles que escolhem curar e não julgar.
3. A razão te dirá que não podes pedir felicidade de maneira inconstante. Pois se recebes o que
desejas e se a felicidade é constante, então só precisas pedir felicidade uma única vez para tê-la sempre. E se não a tens sempre, sendo ela o que é, não a pediste. Pois ninguém falha em pedir o que deseja a qualquer coisa que ele acredite que possa oferecer alguma promessa de poder dar-lhe o que quer. Ele pode estar errado quanto ao que pede, aonde e a quê. Entretanto, ele pedirá porque o desejo é uma solicitação, um pedido feito por alguém a quem o próprio Deus jamais falhará em responder. Deus já deu tudo o que ele realmente quer. Contudo, aquilo do qual ele está incerto, Deus não pode dar. Pois ele não o deseja enquanto permanece incerto e a dádiva de Deus não pode deixar de ser incompleta a menos que seja recebida.
4. Tu, que completas a Vontade de Deus e és a Sua felicidade, cuja vontade é tão poderosa quanto
a Sua, com um poder que não se perde nas tuas ilusões, pensa com cuidado na razão pela qual ainda
não decidiste como responderás à última questão. A tua resposta às outras te possibilitou uma ajuda
para que já sejas parcialmente são. E, no entanto, é a questão final que, na realidade, pergunta se estás
disposto a ser totalmente são.
5. O que é o instante santo senão o apelo de Deus para que reconheças o que Ele te deu? Aqui está
o grande apelo à razão, a consciência do que está sempre presente para ser visto, a felicidade que poderia ser sempre tua. Aqui está a paz constante que poderias experimentar para sempre. Aqui o que a negação negou te é revelado. Pois aqui, a questão final já está respondida e o que pedes já foi dado. Aqui está o futuro agora, pois o tempo é impotente devido ao teu desejo por algo que nunca vai mudar. Isso é assim pois pediste que nada se interponha entre a santidade do teu relacionamento e a tua consciência dessa santidade.
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 7. A última questão sem resposta
1. Não vês que toda a tua miséria vem da estranha crença em que não tens poder? Ser impotente é
o custo do pecado. A impotência é a condição do pecado, o único requisito que ele exige para que se
acredite nele. Só os impotentes poderiam acreditar nele. A enormidade não tem apelo nenhum a não ser para o pequeno. E só aqueles que, em primeiro lugar, acreditam que são pequenos, poderiam ver atrativos nela. Traição ao Filho de Deus é a defesa daqueles que não se identificam com ele. E tu és por ele ou contra ele, ou o amas ou o atacas, proteges a sua unidade ou o vês despedaçado e abatido pelo teu ataque.
2. Ninguém acredita que o Filho de Deus não tenha poder. E aqueles que se vêem impotentes necessariamente acreditam que não são o Filho de Deus. O que podem ser exceto seu inimigo? E o que podem fazer exceto invejar o seu poder e pela sua inveja fazerem-se temerosos em relação a esse poder? Esses são os escuros, silenciosos e temerosos, solitários e incomunicáveis, com medo de que o
poder do Filho de Deus venha a trespassá-los e matá-los e assim erguem contra ele a sua impotência.
Eles se unem ao exército dos impotentes para batalhar na sua guerra de vingança, amargura e despeito contra ele, para torná-lo uno com eles. Porque não têm o conhecimento de que são unos com ele, não sabem a quem odeiam. Eles são, de fato, um exército pesaroso, cada um com tanta possibilidade de atacar o seu irmão ou voltar-se contra si mesmo quanto de lembrar que pensavam que tinham uma causa em comum.
3. Frenéticos, vociferantes e fortes os escuros parecem ser. No entanto, não conhecem o próprio
“inimigo”, sabem apenas que o odeiam. No ódio, eles vieram a se juntar, mas não se uniram uns aos
outros. Pois caso o tivessem feito, o ódio seria impossível. O exército dos impotentes tem que ser dispersado na presença da força. Aqueles que são fortes nunca são traidores porque não têm necessidade de sonhar com o poder e de encenar o seu sonho. Como poderia um exército atuar em sonhos? Atuaria de qualquer maneira. Poderia ser visto atacando qualquer pessoa com qualquer coisa. Sonhos não têm razão em si mesmos. Uma flor torna-se uma lança envenenada, uma criança torna-se um gigante e um camundongo ruge como um leão. E o amor torna-se ódio com a mesma facilidade. Isso não é um exército, mas uma casa de loucos. O que parece ser um ataque planejado é um hospício.
4. O exército dos impotentes é, de fato, fraco. Ele não tem armas não tem inimigo. Sim, ele pode
assolar o mundo e buscar um Inimigo. Mas jamais pode achar o que não existe. Sim, ele pode sonhar
que achou um inimigo, mas esse se deslocará até mesmo no momento em que for atacado de forma que o exército corre imediatamente para achar outro e nunca vem a descansar na vitória. E, à medida em que corre, volta-se contra si mesmo, pensando que capturou um vislumbre do grande inimigo, que sempre esquiva-se do seu ataque assassino tornando-se alguma outra coisa. Como parece traiçoeiro esse inimigo que muda tanto a ponto de ser impossível reconhecê-lo.
5. No entanto, o ódio tem que ter um alvo. Não pode haver fé no pecado sem um inimigo. Quem,
entre aqueles que acreditam no pecado, ousaria acreditar que não tem um inimigo? Poderia ele admitir que ninguém o tornou impotente? A razão com certeza lhe proporia não mais buscar o que não existe para ser achado. Entretanto, é preciso que, em primeiro lugar, ele esteja disposto a perceber um mundo onde isso não exista. Não é necessário que compreenda como poderá vê-lo. Nem deveria tentar. Pois se focaliza em algo que não pode compreender, apenas ressaltará a sua própria impotência e permitirá que o pecado lhe diga que o seu inimigo tem que ser ele próprio. Ao invés disso, que pergunte a si mesmo apenas essas questões a respeito das quais ele não pode deixar de tomar uma decisão para que isso seja feito para ele:
Desejo um mundo que eu governe ao invés de um mundo que me governe?
Desejo um mundo no qual eu tenha poder ao invés de ser impotente?
Desejo um mundo no qual não tenho inimigos e não posso pecar?
E quero eu ver aquilo que neguei porque é a verdade?
6. Podes já ter respondido às primeiras três questões, mas ainda não à última. Pois essa ainda parece
amedrontadora e distinta das outras. No entanto, a razão te asseguraria que todas elas são a mesma.
Nós dissemos que esse ano enfatizaria a igualdade das coisas que são a mesma. Essa questão final, que é de fato a última pela qual tens que te decidir, ainda parece conter uma ameaça que as outras já não te trazem. E essa diferença imaginada testemunha o fato de que tu acreditas que a verdade pode ser o inimigo que ainda podes achar. Aqui, então, aparentemente estaria a última esperança remanescente de achar o pecado e de não aceitar o poder.
7. Não te esqueças de que a escolha entre o pecado ou a verdade, impotência ou poder, é a escolha
entre atacar ou curar. Pois a cura vem do poder e o ataque da impotência. Aquele que atacas, não podes querer curar. E aquele que queres ver curado, tem que ser aquele que escolheste para ser protegido do ataque. E o que é essa decisão senão a escolha entre vê-lo através dos olhos do corpo ou permitir que ele seja revelado a ti através da visão? Como essa decisão conduz a seus efeitos, não é problema teu. Mas o que queres ver não pode deixar de ser escolha tua. Esse é um curso sobre a causa, não sobre o efeito.
8. Considera cuidadosamente a tua resposta à última questão que deixaste ainda sem resposta. E
deixa que a tua razão te diga que ela tem que ser respondida e é respondida nas outras três. E então ficará claro para ti, à medida em que observas os efeitos do pecado sob qualquer forma, que tudo o que precisas fazer é simplesmente perguntar a ti mesmo:
É isso o que eu quero ver? É isso o que eu quero?
9. Essa é a tua única decisão; essa é a condição para o que ocorre. Como acontece é irrelevante,
mas não o por quê. Tens controle sobre isso. E se escolhes ver um mundo sem um inimigo no qual não és impotente, os meios para vê-lo te serão dados.
10. Por que a questão final é tão importante? A razão te dirá porque. Ela é a mesma que as outras
três, exceto no que diz respeito ao tempo. As outras são decisões que podem ser tomadas e então desfeitas e refeitas outra vez. Mas a verdade é constante e implica um estado no qual as vacilações são impossíveis. Podes desejar um mundo que governes e que não te governe e depois mudar a tua mente. Podes desejar trocar a tua impotência por poder e perder esse desejo, assim que um pequeno lampejo de pecado te atrair. E podes querer ver um mundo sem pecado e permitir que um ‘inimigo’ te tente a usar os olhos do corpo e mudar o que desejas.
11. Em conteúdo, todas as questões são a mesma. Pois cada uma pergunta se estás disposto a trocar
o mundo do pecado pelo que o Espírito Santo vê, já que é isso o que o mundo do pecado nega. E, portanto, aqueles que olham para o pecado estão vendo a negação do mundo real. Apesar disso, a última questão acrescenta o desejo por constância ao teu desejo de ver o mundo real, de tal modo que
esse desejo vem a ser o único que tens. Respondendo ‘sim’ à questão final, acrescentas sinceridade às
decisões que já tomaste em relação a todo o resto. Pois somente então terás renunciado à opção de mais uma vez mudares de idéia. Quando isso for o que não queres, o resto terá sido totalmente respondido.
12. Por que pensas que não tens certeza se as outras questões foram respondidas? Seria necessário
que fossem perguntadas com tanta freqü.ncia, caso tivessem sido? Enquanto a última decisão não é
tomada, a resposta é ao mesmo tempo ‘sim’ e ‘não’. Pois respondeste ‘sim’ sem perceber que esse
‘sim’ necessariamente significa ‘que não disseste não’. Ninguém se decide contra a sua própria felicidade, mas pode fazê-lo quando não vê que é isso o que está fazendo. E se vê a sua felicidade como alguma coisa em mudança constante, agora isso, agora aquilo, e agora uma sombra fugidia que não está ligada a coisa alguma, ele de fato se decide contra a felicidade.
13. A felicidade fugidia ou a felicidade em forma mutante, que se desloca com o tempo e o lugar, é
uma ilusão que não tem significado. A felicidade tem que ser constante, porque ela é alcançada pela
renúncia ao desejo do inconstante. A alegria não pode ser percebida, exceto através da visão constante. E a visão constante só pode ser dada àqueles que desejam a constância. O poder do desejo do Filho de Deus permanece sendo a prova de que ele está errado quando se vê como impotente. Deseja o que queres e o contemplarás e pensarás que é real. Todo pensamento tem apenas o poder de liberar ou matar. E nenhum pensamento pode deixar a mente do pensador ou deixar de afetá-lo.
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 6. Razão versus loucura
1. A razão não pode ver o pecado, mas pode ver erros e conduz à sua correção. Ela não os valoriza,
mas valoriza a sua correção. A razão te dirá também que quando pensas que pecas, pedes ajuda.
Entretanto, se não quiseres aceitar a ajuda que pedes, não acreditarás que ela é tua para que a dês. E
assim não a darás, dessa forma mantendo o que acreditas. Pois qualquer tipo de erro não corrigido te
engana em relação ao poder que está em ti para fazer a correção. Se o poder pode corrigir e não permites que ele o faça, tu o negas a ti mesmo e ao teu irmão. E se ele compartilha essa mesma crença, ambos irão pensar que estão condenados. Isso tu podes evitar para ti mesmo e para ele. Pois a razão não abriria caminho para a correção só para ti.
2. A correção não pode ser aceita ou recusada por ti sem o teu irmão. O pecado quer manter que
sim. Entretanto, a razão te diz que não podes ver o teu irmão ou a ti mesmo como pecador e ainda assim perceber o outro como inocente. Quem se considera culpado e vê um mundo impecável? E quem é capaz de ver um mundo cheio de pecado e considerar a si mesmo como algo à parte? O pecado quer afirmar que tu e teu irmão não podem deixar de ser separados. Mas a razão te diz que isso tem que estar errado. Se tu e teu irmão estão unidos, como poderiam ter pensamentos privados? E como seria possível que pensamentos, que entram naquilo que apenas parece ser só teu, não tenham qualquer efeito naquilo que é teu? Se as mentes são unidas, isso é impossível.
3. Ninguém pode pensar apenas por si, assim como Deus não pensa sem Seu Filho. Só se ambos
estivessem em corpos é que poderia ser assim. E nem a mente seria capaz de pensar só por si mesma a não ser que o corpo fosse a mente. Pois só os corpos podem ser separados e, portanto, irreais. A
casa da loucura não pode ser a casa da razão. Apesar disso, é fácil deixar a casa da loucura se vês a
razão. Não deixas a insanidade pelo fato de ires a algum outro lugar. Tu a deixas simplesmente por
aceitar a razão onde esteve a loucura. Loucura e razão vêem as mesmas coisas, mas é certo que olham
para elas de maneira diferente.
4. A loucura é um ataque à razão que a expulsa da mente e toma o seu lugar. A razão não ataca,
mas toma o lugar da loucura em quietude, substituindo a loucura caso a escolha do insano seja escutála. 3Mas os insanos não conhecem a própria vontade, pois acreditam que vêem o corpo e permitem que a sua própria loucura lhes diga que ele é real. A razão seria incapaz disso. E se queres defender o corpo contra a tua razão, não compreenderás o corpo nem a ti mesmo.
5. O corpo não te separa do teu irmão e, se pensas que ele o faz, estás insano. Mas a loucura tem
um propósito e acredita que também tem os meios de fazer com que o seu propósito seja real. Ver o
corpo como uma barreira entre o que a razão te diz que tem que ser unido, não pode deixar de ser insano. Também não poderias vê-lo, se ouvisses a voz da razão. Pode haver algo que esteja entre o que é contínuo? E se não há nada no meio, como é possível que o que entra em uma parte seja mantido longe das outras partes? A razão te diria isso. Mas pensa no que não podes deixar de reconhecer, se isso é assim. .
6. Se escolhes o pecado ao invés da cura, queres condenar o Filho de Deus ao que nunca poderá
ser corrigido. Tu lhe dizes, através da tua escolha, que ele está condenado; separado de ti e do seu Pai
para sempre, sem esperança de retornar em segurança. Tu lhe ensinas isso e aprenderás com ele exatamente o que ensinaste. Pois só és capaz de ensiná-lo que ele é como tu queres que ele seja e aquilo que escolhes que ele seja, não é senão a tua escolha para ti mesmo. No entanto, não penses que isso é amedrontador. Que estás unido a ele é um fato, não uma interpretação. Como pode um fato ser amedrontador a não ser que esteja em desacordo com o que valorizas mais do que a verdade? A razão te dirá que esse fato é a tua liberação.
7. Nem tu nem o teu irmão podem ser atacados sozinhos. Mas nenhum dos dois pode aceitar um
milagre em vez do ataque, sem que o outro seja abençoado por isso e curado da dor. A razão assim como o amor quer tranqüilizar-te e não busca assustar-te. O poder de curar o Filho de Deus te é dado porque ele não pode deixar de ser uno contigo. Tu és responsável pela forma como ele vê a si próprio.
E a razão te diz que te é dado mudar toda a sua mente, que é una contigo em apenas um instante. E
qualquer instante serve para trazer a completa correção dos seus erros e torná-lo íntegro. No instante em que escolhes deixar-te curar, nesse mesmo instante, vês toda a sua salvação completa junto com a
tua. A razão te é dada para que compreendas que isso é assim. Pois a razão, benigna como é o propósito do qual ela é o meio, conduz persistentemente para longe da loucura na direção da meta da verdade. E aqui deixarás cair a carga da negação da verdade. Essa é a carga que é terrível e não a verdade.
8. Que tu e teu irmão estejam unidos é a tua salvação, a dádiva do Céu, não a dádiva do medo. O
Céu parece ser uma carga para vós? Na loucura, sim. E, no entanto, o que a loucura vê tem que ser dissipado pela razão. A razão te assegura que o Céu é o que queres e tudo o que queres. Escuta Aquele Que fala com razão e traz a tua razão para que se alinhe com a Sua. Que estejas disposto a permitir que a razão seja o meio através do qual Ele te dirigirá quanto ao modo de deixar para trás a insanidade. Não te escondas por trás da insanidade com o fim de escapar da razão. Aquilo que a loucura quer ocultar, o Espírito Santo ainda exibe para que todos contemplem com contentamento.
9. Tu és o salvador do teu irmão. Ele é o teu. A razão fala com felicidade a respeito disso. A esse
amável plano foi dado amor pelo Amor. E o que o Amor planeja é como Ele próprio nisso: sendo unido, Ele quer que aprendas o que tu não podes deixar de ser. E já que és uno com Ele, necessariamente te é dado dar o que foi dado por Ele e ainda continua sendo. Passa, nem que seja apenas um instante, na alegre aceitação do que te é dado para ser dado ao teu irmão e aprende com ele aquilo que foi dado aos dois. Dar não é mais abençoado do que receber. Mas também não é menos. .. .
10. O Filho de Deus é sempre abençoado como um só. E à medida em que a sua gratidão vai para ti
que o abençoaste, a razão te dirá que é impossível que estejas à parte da bênção. A gratidão que ele te
oferece, te lembra das graças que o teu Pai te dá por completá-Lo. E só aqui a razão te diz que podes
compreender o que não podes deixar de ser. O teu Pai está tão perto de ti quanto o teu irmão. Entretanto, existe algo que possa estar mais perto de ti do que o teu Ser?
11. O poder que tens sobre o Filho de Deus não é uma ameaça à sua realidade. É apenas um testemunho dela. Em que outro lugar, senão em si próprio, poderia estar a sua liberdade, se ele já é livre? E quem poderia prendê-lo a não ser ele mesmo, se nega a própria liberdade? Não se zomba de Deus; nem tampouco Seu Filho pode ser aprisionado a não ser pelo seu próprio desejo. E é pelo seu próprio desejo que ele é liberto. Tal é a sua força e não a sua fraqueza. Ele está à mercê de si mesmo. E onde ele escolhe ser misericordioso, lá é livre. E onde, em vez disso, ele escolhe condenar, lá é mantido como um prisioneiro, esperando acorrentado o próprio perdão a si mesmo para libertá-lo.
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 4. O medo de olhar para dentro
1. O Espírito Santo nunca te ensinará que és pecador. Os erros, Ele corrigirá, mas isso não amedronta
ninguém. De fato, tens medo de olhar para dentro e ver o pecado que pensas estar lá. Isso não
terias medo de admitir. O medo em associação com o pecado o ego considera bastante apropriado e
sorri com aprovação. Ele não tem medo de deixar que te sintas envergonhado. Não duvida da tua crença e da tua fé no pecado. Seus templos não tremem em função disso. A tua fé em que o pecado lá está apenas testemunha o teu desejo de que ele lá esteja para ser visto. Isso apenas parece ser a fonte do medo.
2. Lembra-te que o ego não está sozinho. O domínio do ego é moderado e seu ‘inimigo’ desconhecido, a Quem ele nem sequer pode ver, ele teme. Em alto e bom som o ego te diz que não olhes para dentro, pois se o fizeres, os teus olhos tocarão o pecado e Deus te trespassará, cegando-te. Acreditas nisso e assim não olhas. No entanto, esse não é o medo que o ego esconde, nem o teu, que serves a ele. Em alto e bom tom, de fato, o ego reivindica que é, alto demais e com freqü.ncia demais. Pois por detrás desse grito constante e dessa proclamação frenética, o ego não está certo de que seja assim. Atrás do seu medo de olhar para dentro por causa do pecado, existe ainda um outro medo, medo esse que faz o ego tremer.
3. O que aconteceria se olhasses para dentro e não visses pecado algum? Essa questão ‘amedrontadora’ é algo que o ego nunca pergunta. E tu, que a perguntas agora, estás ameaçando todo o sistema defensivo do ego de modo por demais grave para que ele se incomode em fingir que é teu amigo. Aqueles que se uniram aos seus irmãos desligaram-se da crença em que a sua identidade está no ego. Um relacionamento santo é aquele no qual tu te unes com o que é parte de ti mesmo na verdade. E a tua crença no pecado já foi abalada e agora também não te falta inteiramente a disponibilidade de olhar para dentro e não vê-lo.
4. A tua liberação ainda é apenas parcial, ainda limitada e incompleta, no entanto, já nasceu dentro
de ti. Não estando totalmente louco, tens estado disposto a olhar para grande parte da tua insanidade e
reconhecer a loucura disso tudo. A tua fé está se movendo para dentro, além da insanidade para a razão. E o que a tua razão te diz agora, o ego não quer ouvir. O propósito do Espírito Santo foi aceito pela parte da tua mente que o ego desconhece. Tu também não a conhecias. E no entanto, essa parte, com a qual agora te identificas, não tem medo de olhar para si mesma. Ela não conhece pecado algum. De que outro modo poderia estar disposta a ver como seu o propósito do Espírito Santo?
5. Essa parte viu o teu irmão e o reconheceu perfeitamente desde o início dos tempos. E nada desejou
além de unir-se a ele e ser livre outra vez, como antes fora. Ela tem estado esperando pelo nascimento
da liberdade, para que a aceitação da liberação viesse a ti. E agora reconheces que não foi o
ego que se uniu ao propósito do Espírito Santo e, portanto, tem que haver alguma outra coisa. Não
penses que isso é loucura. Pois isso é a tua razão que te diz e decorre perfeitamente do que já aprendeste.
6. Não há incoerência alguma naquilo que o Espírito Santo ensina. Esse é o raciocínio dos
sãos. Percebeste a loucura do ego e não te fizeste temeroso, porque não escolheste compartilhá-la. Algumas vezes, ela ainda te engana. No entanto, nos teus momentos mais sãos, as suas extravagâncias não trespassam o teu coração com terror. Pois reconheceste que todas as dádivas que ele tiraria de ti, irado por ‘presunçosamente’ desejares olhar para dentro, tu não queres. Uns poucos badulaques remanescentes ainda parecem cintilar e capturar os teus olhos. Entretanto, não ‘venderias’ o Céu para possuí-los.
7. E agora o ego está com medo. Entretanto, o que ele ouve com terror, a outra parte ouve
como a mais doce música, a canção que ansiava por ouvir desde que o ego veio à tua mente pela primeira vez. A fraqueza do ego é a sua força. A canção da liberdade, que canta os louvores de um outro mundo, traz a ela a esperança da paz. Pois ela se lembra do Céu e agora vê que o Céu afinal veio à terra, fora do qual o domínio do ego a manteve por tanto tempo. O Céu veio porque achou um lar no teu relacionamento na terra. E a terra já não pode conter o que foi dado ao Céu como algo que lhe é próprio.
8. Olha gentilmente para o teu irmão e lembra-te que a fraqueza do ego é revelada na vista de ambos.
Aquilo que ele quer manter à parte se encontrou e se uniu e olha para o ego sem medo. Pequena
criança, inocente do pecado, segue na alegria o caminho para a certeza. Não te atrases em função da insana insistência do medo, segundo a qual a certeza está na dúvida. Isso não tem significado. Que importância tem para ti que isso seja proclamado tão alto? O que não tem sentido não se torna significativo pela repetição e pelo clamor. O caminho da quietude está aberto. Segue-o com felicidade e não questiones o que não pode deixar de ser assim.
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 3. Fé, crença e visão
1. Todos os relacionamentos especiais têm o pecado como sua meta. Pois são barganhas com a
realidade, às quais a aparente união é ajustada. Não te esqueças disso: barganhar é fixar um limite e
qualquer irmão com quem tenhas um relacionamento limitado, tu odeias. Podes tentar manter a barganha em nome da ‘eqüidade’, algumas vezes exigindo que sejas tu aquele que paga, talvez, mais freqüentemente, exigindo que o outro pague. Assim, em ‘eqüidade’, tentas aliviar a culpa que vem do
propósito que foi aceito para o relacionamento. E é por isso que o Espírito Santo tem que mudar o seu
propósito de forma a torná-lo útil para Ele e incapaz de causar danos a ti.
2. Se aceitas essa mudança, terás aceito a idéia de abrir espaço para a verdade. A fonte do pecado
se foi. Podes imaginar que ainda experimentas os seus efeitos, mas não é o teu propósito e já não o queres. Ninguém permite que um propósito seja substituído enquanto o deseja, pois nada é tão valorizado e protegido quanto uma meta que a mente aceita. Isso ela perseguirá, de forma sinistra ou feliz, mas sempre com fé e com a persistência que a fé inevitavelmente traz. O poder da fé nunca é reconhecido se é colocado no pecado. Mas sempre é reconhecido se é colocado no amor.
3. Por que é estranho para ti que a fé possa mover montanhas? Essa façanha é, de fato, pequena
para tal poder. Pois a fé pode manter o Filho de Deus acorrentado enquanto ele acreditar que está acorrentado. E quando for libertado dessas correntes, isso se dará simplesmente porque ele já não mais acredita nelas, retirando a fé em que possam prendê-lo e colocando-a, ao invés disso, na sua liberdade. É impossível colocar a mesma fé em direções opostas. Qualquer fé que dês ao pecado, retiras da santidade. E aquela que ofereces à santidade, foi retirada do pecado.
4. Fé, crença e visão são os meios pelos quais a meta da santidade é alcançada. Através delas, o
Espírito Santo te conduz ao mundo real e para longe de todas as ilusões nas quais a tua fé foi depositada. Essa é a Sua direção, a única que Ele jamais vê. E quando te desvias, Ele te lembra que não existe senão uma. A Sua fé, a Sua crença e a Sua visão, todas elas são para ti. E quando as tiveres aceito completamente no lugar das tuas, não mais terás necessidade delas. Pois a fé e a visão e a crença têm significado somente antes de ser alcançado o estado da certeza. No Céu, são desconhecidas. Entretanto, é através delas que se alcança o Céu.
5. É impossível que falte fé ao Filho de Deus, mas ele pode escolher aonde ela é depositada. A
ausência de fé não é falta de fé, mas fé no nada. Não falta poder à fé que é dada à ilusões, pois é através dela que o Filho de Deus acredita que é impotente. Assim ele não tem fé em si mesmo, mas é forte na fé em suas ilusões a respeito de si mesmo. Pois a fé, a percepção e a crença tu fizeste como meios de perder a certeza e achar o pecado. Essa direção louca foi escolha tua e através da tua fé naquilo que escolheste, tu fizeste o que desejaste.
6. O Espírito Santo tem uma utilidade para todos os meios que conduzem ao pecado, através dos
quais buscaste achar o pecado. Mas, à medida que Ele os usa, conduzem para longe do pecado porque o Seu propósito está na direção oposta. Ele vê os meios que usas, mas não o propósito para o qual os fizeste. Ele não os tomaria de ti, pois vê o seu valor como um meio para o que Ele quer para ti. Tu fizeste a percepção de tal modo que possas escolher entre os teus irmãos e buscar o pecado com eles. O Espírito Santo vê a percepção como um meio de te ensinar que a visão de um relacionamento santo é tudo o que queres ver. Então, darás a tua fé à santidade, desejando-a e acreditando nela devido ao teu desejo.
7. A fé e a crença passam a ser ligadas à visão, assim como todos os meios que alguma, vez serviram
ao pecado são agora re-dirigidos para a santidade. Pois o que pensas que é pecado é limitação e
aquele que tentaste limitar ao corpo, tu odeias porque temes. Na tua recusa em perdoá-lo, queres condená- lo ao corpo, porque os meios para o pecado são preciosos para ti. E assim o corpo tem a tua fé e a tua crença. Mas a santidade quer libertar o teu irmão, removendo o ódio através da remoção do medo, não como um sintoma, mas na sua fonte.
8. Aqueles que querem libertar os seus irmãos do corpo não podem ter medo. Eles renunciaram ao
meio para o pecado, escolhendo permitir que todas as limitações sejam removidas. Como desejam contemplar os seus irmãos em santidade, o poder da sua crença e fé vê muito além do corpo, dando apoio à visão e não obstruindo-a. Mas, em primeiro lugar, eles escolheram reconhecer o quanto a sua fé limitava sua compreensão do mundo, desejando colocar o poder dessa fé em outro lugar, caso lhe fosse dado um outro ponto de vista. Os milagres que se seguem a essa decisão também nascem da fé. Pois a visão é dada a todos aqueles que escolhem olhar para longe do pecado e eles são conduzidos à santidade.
9. Aqueles que acreditam no pecado têm que pensar que o Espírito Santo pede sacrifício, pois é
dessa forma que pensam que o seu propósito é realizado. Irmão, o Espírito Santo sabe que o sacrifício
nada traz. Ele não faz barganhas. E se buscas limitá-Lo, tu O odiarás, porque estás com medo. A dádiva que Ele te deu é maior do que qualquer outra coisa que exista desse lado do Céu. O instante para o reconhecimento disso está próximo. Une a tua consciência àquilo que já foi unido. A fé que dás ao teu irmão pode realizar isso. Pois Aquele Que ama o mundo está vendo-o por ti sem uma mancha de pecado, na inocência que faz com que essa vista seja tão bela quanto o Céu.
10. A tua fé no sacrifício deu a ele grande poder aos teus olhos, só tu não reconheces que não podes
ver por causa dele. Pois o sacrifício tem que ser extraído de um corpo e por outro corpo. A mente não
poderia nem pedi-lo nem recebê-lo por si mesma. Assim como o corpo também não poderia. A intenção está na mente, que tenta usar o corpo para carregar os meios para o pecado nus quais a mente acredita. Assim, a união do corpo com a mente é uma crença inevitável daqueles que dão valor ao pecado.E assim o sacrifício é invariavelmente um meio para a limitação e, portanto, para o ódio.
11. Pensas que o Espírito Santo se preocupa com isso? Ele não te dá aquilo que é Seu propósito
afastar de ti. Pensas que Ele quer te privar de algo para o teu próprio bem. Mas “bem” e “privação”são opostos e não podem ser unidos de modo significativo de forma alguma. Isso é como dizer que a lua e o sol são um só porque eles vêm com a noite e o dia e assim não podem deixar de ser unidos. Entretanto, ver um não é senão o sinal de que o outro desapareceu de vista. E também não é possível que aquilo que dá a luz seja uno com aquilo que depende da escuridão para ser visto. Nenhum exige o sacrifício do outro. Porém, cada um depende da ausência do outro.
12. O corpo foi feito para ser um sacrifício para o pecado e na escuridão ele ainda é visto assim. No
entanto, à luz da visão, ele é contemplado de maneira bastante diferente. Podes ter fé nele para servir à meta do Espírito Santo e dar a ela poder para servir como meio de ajudar os cegos a ver. Mas ao ver, eles olharão para o que vem depois do corpo, assim como tu. A fé e a crença que deste ao corpo devem ser colocadas no que está além. Tu deste a percepção, a crença e a fé próprias da mente para o corpo. Deixa que elas agora sejam devolvidas ao que as produziu e ainda pode usá-las para salvar-se do que fez.
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 2. A responsabilidade pelo que se vê
1. Nós temos repetido quão pouco te é pedido para aprenderes esse curso. Essa mesma boa vontade,
que é pouca, é o que precisas para ter todo o teu relacionamento transformado em alegria, a pequena dádiva que ofereces ao Espírito Santo pela qual Ele te dá tudo; o muito pouco sobre o qual se baseia a
salvação; a diminuta mudança da mente através da qual a crucificação é transformada em ressurreição. E sendo verdadeira, é tão simples que não pode falhar em ser completamente compreendida. Rejeitada, sim, mas não ambígua. E se escolhes ir contra ela agora, não será porque é obscura, mas porque esse pequeno custo pareceu, no teu julgamento, ser grande demais para ser pago pela paz.
2. Essa é a única coisa que precisas fazer pela visão, pela felicidade, para ficares livre da dor e
escapares completamente do pecado; para que tudo isso te seja dado. Dize apenas isso, mas dize-o com convicção e sem reservas, pois aqui está o poder da salvação:
Eu sou responsável pelo que vejo.
Eu escolho os sentimentos que experimento e eu decido quanto à meta que quero alcançar.
E todas as coisas que parecem me acontecer eu as peço e as recebo conforme pedi.
Não enganes mais a ti mesmo pensando que és impotente diante do que é feito a ti. Apenas reconhece
que tens estado equivocado e todos os efeitos dos teus equívocos desaparecerão.
3. É impossível que o Filho de Deus seja simplesmente conduzido por eventos exteriores a ele. É
impossível que os acontecimentos que vêm a ele não tenham sido sua escolha. Seu poder de decisão é o determinante de toda situação na qual ele parece se achar por acaso ou por acidente. Nenhum acidente ou acaso é possível dentro do universo como Deus o criou, fora do qual não há nada. Sofre e terás decidido que o pecado era a tua meta. Sê feliz e terás dado o poder de decisão Àquele Que tem que decidir-Se por Deus por ti. Essa é a pequena dádiva que ofereces ao Espírito Santo e inclusive essa Ele te dá para que a dês a ti mesmo. Pois através dessa dádiva te é dado o poder de liberar o teu salvador para que ele possa te dar a salvação.
4. Não te ressintas, então, por esse pequeno oferecimento. Nega-o e manténs o mundo da mesma
forma como o vês agora. Entrega-o e tudo o que vês se vai com ele. Nunca tanto foi dado por tão pouco. No instante santo essa troca é efetuada e mantida. Aqui o mundo que não queres é trazido àquele que queres. E aqui o mundo que queres te é dado porque o queres. Entretanto, para isso, em primeiro lugar, o poder do teu querer tem que ser reconhecido. Tens que aceitar a força deste poder e não a sua fraqueza. Tens que perceber que, o que é suficientemente forte para fazer um mundo, pode deixar que ele se vá e pode aceitar a correção, se estiveres disposto a ver que estavas errado.
5. O mundo que vês não é senão a vã testemunha de que estavas certo. Essa testemunha é insana.
Tu a treinaste no testemunho que ela te dá e quando ela o deu de volta a ti, escutaste e te convenceste
de que o que ela viu era verdadeiro. Tu fizeste isso a ti mesmo. Vê apenas isso e verás também como é circular o raciocínio sobre o qual se baseia o teu ‘ver'. Isso não te foi dado. Isso foi a tua dádiva a ti e ao teu irmão. Assim sendo, que estejas disposto a deixar que ela seja tirada do teu irmão e substituída pela verdade. E à medida em que olhas para a mudança no teu irmão, ser-te-á dado vê-la em ti mesmo. '
6. Talvez não vejas a necessidade que tens de fazer esse pequeno oferecimento. Então, olha mais
de perto para o que ele é. E muito simplesmente vejas nele toda a troca da separação pela salvação. O
ego não é mais do que uma idéia segundo a qual é possível que coisas aconteçam ao Filho de Deus sem a sua vontade e, portanto, sem a Vontade do seu Criador, Cuja Vontade não pode ser separada da sua própria. O que substitui a vontade do Filho de Deus é isso: uma louca revolta contra o que não pode deixar de ser para sempre. Essa é a afirmação de que ele tem o poder de tornar Deus impotente, e assim tomar para si o poder de Deus e deixar-se sem aquilo que tem sido a Vontade de Deus para ele. Essa é a idéia louca que entronizaste sobre os teus altares e adoras. E qualquer coisa que a ameace parece atacar a tua fé, pois é aqui que ela está investida. Não penses que não tens fé, pois a tua crença e confiança nisso são, de fato, fortes.
7. O Espírito Santo pode te dar fé na santidade e visão para vê-la com bastante facilidade. Mas não
deixaste aberto e desocupado o altar onde é o lugar das dádivas. Onde elas deveriam estar, colocaste os teus ídolos a alguma outra coisa. Tu dás realidade a essa outra ‘vontade’, que parece te dizer o que tem que acontecer. E portanto o que te mostraria outra coisa não pode deixar de parecer irreal. Tudo o que te é pedido-é abrir espaço para a verdade. Não te é pedido que faças ou executes o que está além da tua compreensão. Tudo o que te é pedido é que a deixes entrar; apenas que pares de interferir com o que acontecerá por si mesmo; simplesmente que reconheças de novo a presença do que pensaste que tinhas descartado.
8. Que estejas disposto, por um instante, a deixar os teus altares livres do que depositaste sobre
eles e o que realmente lá está tu não podes deixar de ver. O instante santo não é um instante de criação, mas de reconhecimento. Pois o reconhecimento vem da visão e da suspensão do julgamento. Só então é possível olhar para dentro e ver o que tem que estar lá, claramente visível e totalmente independente de inferência e julgamento. O desfazer não é tarefa tua, mas de fato depende de ti dar boas-vindas a isso ou não. A fé e o desejo caminham de mãos dadas, pois todas as pessoas acreditam naquilo que querem.
9. Nós já dissemos que o ego faz de conta que a fantasia é real pois essa é a forma como ele lida
com aquilo que quer para fazer com que seja assim. Não há melhor demonstração do poder do querer e, portanto, da fé para fazer com que suas metas pareçam reais e possíveis. A fé no irreal conduz a ajustes da realidade de forma a fazê-la adequar-se à meta da loucura. A meta do pecado induz à percepção de um mundo amedrontador para justificar seu propósito. O que desejas, tu verás. E se a sua realidade é falsa, mantê-la-ás, por não reconheceres todos os ajustes que nela introduziste para fazer com que seja assim.
10. Quando a visão é negada, a confusão de causa e efeito vem a ser inevitável. O propósito agora
passa a ser o de manter obscura a causa do efeito e o de fazer o efeito aparecer como a causa. Essa aparente independência do efeito permite que ele seja considerado como algo que existe por si mesmo, e capaz de servir como uma causa para os eventos e sentimentos que aquele que o fez pensa que ele causa. Anteriormente, nós falamos do teu desejo de criar o teu próprio criador e ser pai ao invés de filho para com ele. Esse é o mesmo desejo. O Filho é o efeito, cuja Causa ele quer negar. E assim, ele parece ser a causa, produzindo efeitos reais. Nada pode ter efeitos sem uma causa e confundir os dois simplesmente é falhar na compreensão de ambos.
11. É igualmente necessário que reconheças que fizeste o mundo que vês, assim como que reconheças que não criaste a ti mesmo. Ambos são o mesmo equívoco. Nada que não tenha sido criado pelo teu Criador tem qualquer influência sobre ti. E se pensas que o que fizeste pode te dizer o que vês e sentes e se colocas a tua fé na habilidade dessas coisas para fazer com que seja assim, estás negando o teu Criador e acreditando que fizeste a ti mesmo. Pois se pensas que o mundo que fizeste tem poder para fazer de ti o que ele quer, estás confundindo Pai e Filho, efeito e Fonte.
12. As criações do Filho são como as do seu Pai. No entanto, ao criá-las o Filho não se ilude achando
que é independente de sua Fonte. A sua união com Ela é a Fonte da sua criação. À parte disso, ele
não tem poder de criar e o que faz não tem significado. Não muda nada na criação, depende inteiramente da loucura daquele que o faz e não pode servir para justificar a loucura. O teu irmão pensa que fez o mundo contigo. Assim ele nega a criação. Contigo, ele pensa que o mundo que ele fez o fez. Assim, ele nega que ele o tenha feito.
13. No entanto, a verdade é que tu e teu irmão foram ambos criados por um Pai amoroso, Que os
criou juntos e como um só. Vê o que ‘prova’ o contrário e negas toda a tua realidade. Mas admite que
todas as coisas que parecem se interpor entre vós, mantendo-vos afastados um do outro e separados do vosso Pai, tu fizeste em segredo e o instante da liberação veio a ti. Todos os seus efeitos terão desaparecido, porque a sua fonte terá sido descoberta. É a sua aparente independência da sua fonte que te mantém prisioneiro. Esse é o mesmo equívoco que pensar que és independente da Fonte pela Qual foste criado e que nunca deixaste.
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO Introdução
1. A projeção faz a percepção. O mundo que vês é o que deste ao mundo, nada mais do que isso. Mas
embora não seja mais do que isso, não é menos. Portanto, é importante para ti. Ele é a testemunha do
teu estado mental, o retrato externo de uma condição interna. Como um homem pensa, assim ele
percebe. Portanto, não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo. A
percepção é um resultado e não uma causa. E é por isso que qualquer ordem de dificuldades em
milagres é sem significado. Tudo que é contemplado com visão é curado e santo. Nada percebido sem ela significa coisa alguma. E onde não há significado, há caos.
2. A condenação é o teu julgamento sobre ti mesmo e isso irás projetar sobre o mundo. Se o vês
condenado, tudo o que vês é o que fizeste para ferir o Filho de Deus. Se contemplas o desastre e a
catástrofe, tentaste crucificá-lo. Se vês santidade e esperança, tu te uniste à Vontade de Deus para
libertá-lo. Não há escolha a não ser entre essas duas decisões. E verás a testemunha para a escolha que fizeste e aprenderás a partir daí a reconhecer qual delas escolheste. O mundo que vês apenas te mostra quanta alegria te permitiste ver em ti mesmo e aceitar como tua. E se esse é o seu significado, então o poder de dar-lhe alegria não pode deixar de estar dentro de ti
I. A canção esquecida
1. Não te esqueças de que o mundo que aqueles que não vêem ‘vêem’, tem que ser imaginado, pois o
seu aspecto real lhes é desconhecido. Eles têm que inferir o que poderia ser visto de evidência sempre
indireta e reconstruir suas inferências à medida em que tropeçam e caem devido ao que não
reconheceram, ou podem caminhar sem danos através de portas abertas que pensavam estar fechadas. E o mesmo acontece contigo. Tu não vês. Os teus dados para a inferência estão errados e assim tropeças e cais sobre as pedras que não reconheceste, mas falhas em estar ciente de que podes atravessar as portas que pensavas estarem fechadas, mas que estão abertas diante de olhos que não vêem, esperando para te dar as boas-vindas.
2. Como é tolo tentar julgar o que poderia ser visto no lugar disso. Não é necessário imaginar como o
mundo tem que ser. Ele precisa ser visto antes que o reconheças pelo que é. E possível te mostrar quais são as portas que estão abertas e podes ver aonde está a segurança, qual é o caminho que conduz à escuridão e qual é o que conduz à luz. O julgamento sempre te dará direções falsas, mas a visão te mostra aonde ir. Por que deverias adivinhar?
3. Não há necessidade de aprender através da dor. E lições benignas são aprendidas alegremente e
lembradas com contentamento. O que te dá felicidade, tu queres aprender e não esquecer. Não é isso o que queres negar. A tua questão consiste em saber se os meios através dos quais esse curso é aprendido te trarão a alegria que ele promete. Se acreditasses que ele te traria, aprendê-lo não seria nenhum problema. Ainda não és um aprendiz feliz porque ainda permaneces incerto, não tens certeza se a visão te dá mais do que o julgamento e aprendeste que não podes ter ambos.
4. Os cegos se acostumam a seu mundo por meio de seus ajustamentos a ele. Pensam que conhecem o
seu caminho dentro dele. Eles o aprenderam não através de lições alegres, mas devido à dura
necessidade de limites que acreditaram não serem capazes de superar. E ainda acreditando nisso,
gostam dessas lições e prendem-se a elas porque não podem ver. Não compreendem que essas lições os mantêm cegos. Nisso eles não acreditam. E assim mantêm o mundo que aprenderam a ‘ver’ em suas imaginações, acreditando que a sua escolha é essa ou nenhuma. Eles odeiam o mundo que aprenderam através da dor. E pensam que todas as coisas que estão nesse mundo servem para lembrá-los de que são incompletos e amargamente destituídos.
5. Assim definem as suas vidas e onde vivem, ajustando-se a elas como pensam que devem, com
medo de perder o pouco que possuem. E assim é com todos os que vêem o corpo como tudo o que têm e tudo o que os seus irmãos têm. Eles tentam alcançar uns aos outros e falham e falham outra vez. E ajustam-se à solidão, acreditando que manter o corpo é salvar o pouco que têm. Escuta e tenta pensar se te lembras do que vamos falar agora.
6. Escuta, – talvez possas captar um indício de um estado antigo, não totalmente esquecido; vago
talvez, mas não completamente estranho, como uma canção cujo nome há muito foi esquecido e as
circunstâncias nas quais a ouviste estão completamente apagadas. Nem toda a canção ficou em ti, mas apenas um pequeno trecho da melodia, sem ligação com qualquer pessoa ou local ou com qualquer coisa em particular. Mas te lembras, apenas a partir deste pequeno trecho, como era bela a canção, como era maravilhoso o cenário em que a ouviste e como amavas aqueles que ali estavam e escutaram contigo.
7. As notas nada são. No entanto, tu as mantiveste contigo, não por elas mesmas, mas como uma
suave lembrança de algo que te faria chorar se te lembrasses como te foi caro. Poderias lembrar-te, mas tens medo, acreditando que perderias o mundo que aprendeste desde então. E apesar disso, sabes que nada no mundo que aprendeste tem nem sequer a metade do valor daquilo para ti. Ouve e vê se te
lembras de uma canção antiga que conheceste há muito tempo e da qual gostaste mais do que de
qualquer melodia que tenhas ensinado a ti mesmo a apreciar desde então.
8. Além do corpo, além do sol e das estrelas, além de todas as coisas que vês e ainda assim de
algum modo familiar, está um arco de luz dourada que, à medida que olhas, se alonga em um grande
círculo brilhante. E todo o círculo se enche de luz diante dos teus olhos. Os contornos do círculo
desaparecem e o que há dentro já não está mais contido em nada. A luz se expande e cobre todas as
coisas, estendendo-se até à infinidade, para sempre brilhante e sem nenhuma ruptura ou limite em part alguma. Dentro dela tudo está unido em perfeita continuidade. E nem é possível imaginar que qualquer coisa pudesse estar fora, pois não há lugar algum onde essa luz não esteja.
9. Essa é a visão do Filho de Deus, a quem conheces bem. Aqui está o que vê aquele que conhece
o seu Pai. Aqui está a memória do que tu és: uma parte disso, com tudo isso dentro de ti e unido a tudo com a mesma certeza com que tudo está unido em ti. Aceita a visão que pode te mostrar isso e não o corpo. Conheces a antiga canção e a conheces bem. Nada jamais te será tão caro como esse antigo hino de amor que o Filho de Deus ainda canta a seu Pai.
10. E agora os cegos podem ver, pois a mesma canção que cantam em honra ao seu Criador
glorifica também a eles. A cegueira que fizeram não será capaz de resistir à memória dessa canção. E
contemplarão a visão do Filho de Deus lembrando-se quem é aquele a respeito do qual estão cantando. O que é um milagre senão essa lembrança? E existe alguém em quem essa memória não esteja? A luz em um só desperta a luz em todos. E quando a vês em teu irmão, tu estás te lembrando por todos.
Capítulo 20 - A VISÃO DA SANTIDADE 8. A visão da impecabilidade
1. A visão virá a ti primeiramente em vislumbres, mas eles serão suficientes para te mostrar o que
é dado a ti que vês o teu irmão sem pecado. A verdade te é restituída através do teu desejo, assim como foi perdida para ti através do teu desejo por uma outra coisa. Abre o lugar santo que fechaste por valorizar essa ‘outra coisa’ e aquilo que nunca foi perdido retornará em quietude. Foi guardado para ti. A visão não seria necessária se o julgamento não tivesse sido feito. Deseja agora que ele seja desfeito totalmente e isso será feito para ti.
2. Não queres conhecer a tua própria Identidade? Não gostarias de trocar alegremente as tuas dúvidas
pela certeza? Não tens vontade de ficar livre da miséria e aprender de novo sobre a alegria? O teu
relacionamento santo te oferece tudo isso. Assim como ele te foi dado, também o serão os seus efeitos. E assim como seu propósito santo não foi feito por ti, o meio pelo qual o final feliz deste relacionamento é teu também não vêm de ti. Regozija-te naquilo que vem a ser teu se apenas pedires e não penses que precisas fazer nem os meios nem o fim. Tudo isso é dado a ti; que não queres senão ver o teu irmão sem pecado. Tudo isso é dado, esperando apenas que não desejes senão receber. A visão é dada livremente àqueles que pedem para ver.
3. A impecabilidade do teu irmão te é dada em luz brilhante, para ser contemplada com a visão do
Espírito Santo e para que tu te regozijes nela junto com Ele. Pois a paz virá a todos os que pedem por
ela com desejo real e sinceridade de propósito, propósito esse que é compartilhado com o Espírito Santo e uno com Ele no que é a salvação. Assim sendo, que estejas disposto a ver o teu irmão sem pecado, para que Cristo possa se erguer diante da tua visão e te dar alegria. E não deposites nenhum valor no corpo do teu irmão que o prende a ilusões do que ele é. Ele deseja ver a sua impecabilidade, assim como tu. E abençoa o Filho de Deus no teu relacionamento e não vejas nele o que tu fizeste dele.
4. O Espírito Santo garante que o que foi a Vontade de Deus para ti e o que Ele te deu será teu.
Esse é o teu propósito agora, e a visão que o faz teu está pronta para ser dada. Tens a visão que te capacita a não ver o corpo. E ao olhares para o teu irmão, verás um altar ao teu Pai, santo como o Céu, cintilando de pureza radiante e reluzindo com os lírios brilhantes que colocaste sobre ele. O que é que pode ter mais valor do que isso para ti? Por que pensas que o corpo é uma casa melhor, um abrigo mais seguro para o Filho de Deus? Por que preferes olhar para ele do que para a verdade? Como é possível que a máquina da destruição seja preferida e escolhida para substituir o lar santo que o Espírito Santo oferece, aonde Ele irá habitar contigo?
5. O corpo é o sinal da fraqueza, da vulnerabilidade e da perda de poder. Pode tal salvador ajudarte?
Na tua aflição e necessitando de ajuda, tu te voltarias para aquele que é impotente para ajudar? Aquilo que é lamentavelmente pequeno é a escolha perfeita para invocar em busca de força? O julgamento parecerá tomar fraco o teu salvador. No entanto, és tu que necessitas da sua força. Não há problema, não há evento nem situação, não há perplexidade que a visão não solucione. Tudo é redimido quando contemplado com visão. Pois esse não é o teu modo de ver e traz consigo as amadas leis Daquele a Quem essa vista pertence.
6. Tudo o que é olhado com visão vai gentilmente para o lugar que lhe é próprio de acordo com as
leis trazidas pelo Seu modo de ver calmo e certo. O fim de todas as coisas para as quais Ele olha é sempre seguro. Pois irão cumprir o Seu propósito, serão vistas em formas que não foram ajustadas e são perfeitamente adequadas à realização do propósito. A destrutibilidade torna-se benigna e o pecado se transforma em bênção sob o Seu olhar gentil. O que podem os olhos do corpo perceber com poder de corrigir? Os olhos do corpo se ajustam ao pecado, incapazes .de deixar de vê-lo sob qualquer forma e o vêem em toda parte, em todas as coisas. Olha através dos olhos do corpo e tudo diante de ti estará condenado. Tudo o que poderia te salvar, tu nunca verás. O teu relacionamento santo, a fonte da tua salvação, será privado de significado e seu propósito mais santo ficará destituído do meio para a sua realização.
7. O julgamento não passa de um brinquedo, um capricho, o meio sem significado de jogar o jogo
vão da morte em tua imaginação. Mas a visão corrige todas as coisas, trazendo-as gentilmente para o
controle benigno das leis do Céu. O que aconteceria se reconhecesses que esse mundo é uma alucinação? O que aconteceria se compreendesses realmente que o inventaste? O que aconteceria se te desses conta de que aqueles que parecem perambular sobre ele, para pecar e morrer, atacar e assassinar e destruir a si mesmos, são totalmente irreais? Poderias ter fé no que vês, se aceitasses isso? E queres ver isso?
8. As alucinações desaparecem quando são reconhecidas pelo que são. Essa é a cura e o remédio.
Não acredites nelas e desaparecerão. E tudo o que precisas fazer é reconhecer que foste tu que fizeste
tudo isso. Uma vez que tiveres aceitado esse simples fato e tomado a ti o poder que lhes deste, estás
liberado em relação a elas. Uma coisa é certa: as alucinações servem a um propósito e quando esse propósito já não se mantém, elas desaparecem. Portanto, a questão nunca é saber se tu as queres, mas sempre, queres o propósito ao qual elas servem? Esse mundo parece oferecer muitos propósitos, cada um diferente e com valores diferentes. No entanto, todos são o mesmo. Mais uma vez, não há nenhuma ordem, apenas uma aparente hierarquia de valores.
9. Só dois propósitos são possíveis. E um é o pecado, o outro a santidade. Nada existe no meio e
aquele que escolhes determina o que vês. Pois o que vês é simplesmente como escolhes realizar a tua
meta. As alucinações servem para realizar a meta da loucura. Elas são os meios pelos quais o mundo
exterior, projetado de dentro, se ajusta ao pecado e parece testemunhar sua realidade. Ainda é verdade que nada existe do lado de fora. No entanto, em cima do nada são feitas todas as projeções. Pois é a projeção que dá ao ‘nada’ todo o significado que ele contém.
10. O que não tem significado não pode ser percebido. E o significado sempre olha para dentro para
achar a si mesmo e depois olha para fora. Assim, todo o significado que dás ao mundo exterior tem que refletir o que viste internamente; ou melhor, se viste qualquer coisa ou apenas a julgaste desfavoravelmente. A visão é o meio pelo qual o Espírito Santo traduz os teus pesadelos em sonhos felizes, as tuas selvagens alucinações, que te mostram todos os resultados amedrontadores do pecado que imaginas, em cenas calmas e tranqüilizadoras pelas quais Ele quer substituí-los. Estas visões e sons gentis são contemplados com felicidade e ouvidos com alegria. Eles são os Seus substitutos para todas as cenas aterradoras e sons gritantes que o propósito do ego trouxe à tua consciência horrorizada. Eles se afastam do pecado, lembrando-te que não é a realidade, que te assusta e que os erros que cometeste podem ser corrigidos.
11. Quando tiveres olhado para o que aparentava ser aterrador e tiveres visto tudo isso se transformar
em paisagens de beleza e paz; quando tiveres olhado cenas de violência e morte e observado que
mudaram e vieram a ser panoramas tranqüilos de jardins sob céus abertos, com a água clara, portadora da vida, correndo alegremente por eles em riachos dançantes que nunca se perdem, quem precisará persuadir-te a aceitara dádiva da visão? E depois da visão, há alguém que poderia recusar aquilo que necessariamente se segue? Pensa só por um instante apenas nisso: podes contemplar a santidade que Deus deu a Seu Filho. E nunca mais precisas pensar que há alguma outra coisa para veres.
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
CAPÍTULO 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - VII. A consistência entre meios e fim
1. Muito dissemos a
respeito das discrepâncias entre meios e fim e de como eles têm que ser
ali-nhados antes que o teu relacionamento santo possa te trazer só alegria. Mas nós dissemos também que o meio para
cumprir a meta do Espírito Santo virá da mesma Fonte da qual vem o Seu
propósito. Sendo tão simples e direto, esse curso nada tem em si que não seja
consistente. As inconsistências aparentes
ou aquelas partes que achas mais difíceis do que as outras são apenas
indicações de áreas onde os mei-os e o fim ainda são discrepantes. E isso produz grande desconforto. Isso não
precisa ser assim. Esse
curso não requer quase nada de ti. É impossível imaginar outro que peça tão
pouco ou que possa ofere-cer mais.
2. O período de desconforto que se segue à
mudança repentina do pecado para a santidade em um relacionamento pode estar
agora quase no final. Na medida em que ainda o experimentas, estás
recu-sando-te a deixar os meios Àquele Que mudou o propósito. Reconheces que queres a meta. Não estás
também disposto a aceitar os meios? Se não estás, vamos admitir que tu és inconsistente. Um propósito se atinge através de meios
e se queres um propósito tens que estar disposto a querer também os meios. Como é possível uma pessoa ser sincera e
dizer: ‘Quero isso acima de tudo, no entanto, não quero a-prender os meios de
conseguir isso?’
3. Para obter a meta, o Espírito Santo de
fato pede pouco. Ele não pede mais para dar os meios também. Os meios são
secundários em relação à meta. E quando hesitas é porque o propósito te
as-susta, não os meios. Lembra-te disso, pois de outro modo cometerás o erro de
acreditar que os meios são difíceis. No entanto, como podem ser difíceis se
simplesmente te são dados? Eles garantem a meta e estão perfeitamente alinhados
com ela. Antes de olharmos para eles um
pouco mais de perto, lembra-te que se pensas que os meios são impossíveis, a
tua vontade de alcançar o propósito foi abalada. Pois se é possível alcançar
uma meta, os meios para se fazer isso têm que ser igualmente possíveis.
4. É impossível ver o teu irmão sem pecado
e ainda assim olhar para ele como se fosse um corpo. Isso não é perfeitamente consistente com a
meta da santidade? Pois a santidade é apenas o resultado de se permitir que os
efeitos do pecado sejam suspensos de forma que o que sempre foi verdadeiro seja
reconhecido. Ver um corpo sem pecado é impossível, pois a santidade é positiva
e o corpo é simples-mente neutro. Ele não é pecaminoso, mas também não é sem
pecado. Como o nada que é, o corpo não pode ser significativamente investido
dos atributos de Cristo ou do ego. Qualquer um dos dois inevita-velmente seria
um erro, pois ambos colocariam os atributos onde eles não podem estar. E ambos
têm que ser desfeitos para os propósitos da verdade.
5. O corpo é o meio
pelo qual o ego tenta fazer com que o relacionamento não-santo pareça real. O
instante não-santo é a hora dos corpos. Mas aqui o propósito
é o pecado. Ele não pode ser atingido a não ser em ilusões e, assim, a
ilusão de um irmão como se fosse um corpo está bastante de acordo com o
propósito da não santidade. Devido a essa consistência, o meio permanece sem
ser questionado en-quanto o fim é valorizado. O que se vê se adapta ao que se
deseja; pois a vista sempre é secundária ao desejo. E se vês o corpo,
escolheste o julgamento e não a visão. Pois a visão, como os relacionamentos, não
tem nenhuma ordem. Vês ou não vês.
6. Aquele que vê o corpo de um irmão fez um
julgamento sobre ele e não o vê. Ele não o vê real-mente como um pecador, ele
não o vê de jeito nenhum. Na escuridão do pecado, ele é invisível. Ele apenas
pode ser imaginado na escuridão e é aqui que as ilusões que manténs a seu
respeito não se adap-tam à sua realidade. Aqui as ilusões e a realidade são
mantidas separadas. Aqui as ilusões nunca são trazidas à verdade e sempre são
escondidas em relação a ela. E aqui, na escuridão, a realidade do teu irmão é
imaginada como um corpo, em relacionamentos não-santos com outros corpos,
servindo à cau-sa do pecado por um instante antes que ele morra.
7. Há de fato uma diferença entre esse
imaginar vão e a visão. A diferença não está neles mesmos, mas no seu
propósito. Não são senão meios, cada um apropriado ao fim para o qual é
empregado. Ne-nhum dos dois pode servir ao propósito do outro, pois cada um é a
escolha de um propósito, empregado em seu nome. Cada um é sem significado sem o
fim para o qual foi destinado e nem tem qualquer valor como uma coisa separada,
à parte da intenção. Os meios parecem reais porque a meta é valorizada. E o
julgamento não tem valor a não ser que a meta seja o pecado.
8. Não se pode olhar para o corpo a não ser
através do julgamento. Ver o corpo é sinal de que te falta visão e de que
negaste o meio que o Espírito Santo te oferece para servir ao Seu propósito.
Como é possível que um relacionamento santo atinja seu propósito através dos
meios do pecado? O julgamen-to, tu ensinaste a ti mesmo; a visão é aprendida
com Ele, Que quer desfazer o teu ensinamento. A Sua visão não pode ver o corpo
porque não pode olhar para o pecado. E assim ela te conduz à realidade. O teu
irmão santo não é nenhuma ilusão e vê-lo é a tua liberação. Tenta não vê-lo na
escuridão, pois lá o que imaginas a seu respeito parecerá real. Fechaste os
teus olhos para excluí-lo. Tal foi o teu propósito e enquanto esse propósito
parecer ter um significado, os meios para alcançá-lo serão avaliados como
dignos de serem vistos e, assim, tu não verás.
9.
A tua questão não deveria ser ‘Como posso ver o meu irmão sem o corpo?’ Apenas
pergunta: ‘Realmente desejo vê-lo sem pecado?’ E ao perguntares, não te
esqueças de que é vendo a sua impeca-bilidade que tu escaparás do medo. A
salvação é a meta do Espírito Santo. O meio é a visão. Pois aque-les que vêem, olham
para o que é sem pecado. Ninguém que ame pode julgar e
o que ele vê está livre de qualquer condenação. E o que ele vê, ele não fez, pois
lhe foi dado para que ele veja, assim como lhe foi dada a visão que fez com que
fosse possível ver.
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Capítulo 21 - RAZÃO E PERCEPÇÃO 5. A função da razão
1. A percepção seleciona e faz o mundo que vês. Ela literalmente escolhe segundo a direção da
mente. As leis de tamanho, forma, brilho poderiam talvez se manter, se outras coisas fossem iguais.
Elas não são iguais. Pois é muito mais provável que descubram aquilo que procuras do que aquilo que preferirias não ver. Nem todos os gritos ásperos e acessos de raiva absurdos do ego conseguem abafar a suave e quieta Voz por Deus para aqueles que querem ouvi-La. A percepção é uma escolha e não um fato. Mas dessa escolha depende muito mais do que podes reconhecer por enquanto. Pois da voz que escolhes ouvir e do que escolhes ver depende inteiramente tudo o que acreditas que és. A percepção é uma testemunha apenas disso e nunca da realidade. No entanto, ela pode te mostrar as condições nas quais a consciência da realidade é possível ou aquelas nas quais ela nunca seria.
2. A realidade não necessita da tua cooperação para ser o que é. Mas a tua consciência da realidade
necessita da tua ajuda, porque é escolha tua. Escuta o que o ego diz e vê o que ele te dirige para ver e é certo que verás a ti mesmo de forma diminuta, vulnerável e cheio de medo. Experimentarás depressão, um senso de indignidade e sentimentos de impermanência e irrealidade. Acreditarás que és uma vítima desamparada de forças que estão muito além do teu próprio controle e que são muito mais poderosas do que tu. E irás pensar que o mundo que fizeste dirige o teu destino. Pois essa será a tua fé. Mas nunca acredites, por que essa é a tua fé, que ela faz a realidade.
3. Há uma outra Visão e uma outra Voz nas Quais está a tua liberdade, esperando apenas pela tua
escolha. E se Nelas depositas a tua fé, perceberás um outro ser em ti. Esse outro ser vê milagres como
naturais. Eles são tão simples e tão naturais para ele como é a respiração para o corpo. São a resposta
óbvia para os pedidos de ajuda, a única coisa que ele faz. Os milagres não parecem naturais para o ego porque ele não compreende como mentes separadas podem influenciar umas às outras. Nem poderiam fazê-lo. Mas as mentes não podem ser separadas. Esse outro ser está perfeitamente consciente disso. E assim ele reconhece que os milagres não afetam a mente de uma outra pessoa, apenas a sua própria. Eles sempre mudam a tua mente. Não há outra.
4. Não reconheces toda a extensão na qual a idéia da separação interferiu com a razão. A razão
está no outro ser que cortaste da tua consciência. E nada do que permitiste que se mantivesse na tua
consciência é capaz de razão. Como é possível que o segmento da mente desprovido de razão compreenda o que é a razão ou apreenda a informação que ela quer dar? Todos os tipos de questões podem surgir dentro dele, mas se a questão básica brota da razão, ele não a perguntará. Como tudo o que brota da razão, a questão básica é óbvia, simples e permanece sem ter sido colocada. Mas não penses que a razão não poderia respondê-la.
5. O plano de Deus para a tua salvação não poderia ter sido estabelecido sem a tua vontade e o teu
consentimento. Ele tem que ter sido aceito pelo Filho de Deus, pois o que é a Vontade de Deus para ele não pode deixar de ser recebido. Pois a Vontade de Deus não determina nada à parte dele e nem espera no tempo para ser realizada. Portanto, o que se uniu à Vontade de Deus tem que estar em ti agora, sendo eterno. Tens que ter reservado um local no qual o Espírito Santo pode habitar e onde Ele está. Ele tem que ter estado lá desde que surgiu a necessidade de que Ele estivesse e essa foi suprida no mesmo instante. Isso a tua razão te diria, se escutasses. No entanto, com toda clareza, não é esse o raciocínio do ego. Que a natureza da tua razão seja alheia para o ego é a prova de que não é nele que vais achar a resposta. No entanto, se isso não pode deixar de ser assim, ela tem que existir. E se ela existe para ti e tem a tua liberdade como o propósito que lhe foi dado, tens que ser livre para achá-la.
6. O plano de Deus é simples, nunca circular e nunca auto-destrutivo*. Ele não tem Pensamentos
exceto os que estendem o Ser e nisso tem que estar incluída a tua vontade. Portanto, tem que haver uma parte de ti que conhece a Sua Vontade e a compartilha. Não tem significado perguntar se o que tem que ser de fato é. Mas tem significado perguntar por que não estás ciente do que és, pois isso tem que ter uma resposta, se o plano de Deus para a tua salvação é completo. E tem que ser completo, porque a sua Fonte não conhece o incompleto.
7. Onde estaria a resposta senão na Fonte? E onde estás senão lá, onde essa mesma resposta se
encontra? Por conseguinte a resposta é a tua Identidade, que é um efeito verdadeiro dessa mesma Fonte tanto quanto a resposta, têm que estar juntas e ser a mesma. Oh, sim, conheces isso e muito mais do que apenas isso. Entretanto, qualquer parte do conhecimento ameaça a dissociação tanto quanto todo ele. E todo o conhecimento virá com qualquer uma das partes. Aqui está a parte que podes aceitar. Aquilo qu a razão aponta tu podes ver, porque as testemunhas a seu favor são claras. Só os totalmente insanos podem descartá-las e disso tu já passaste. A razão é um meio que serve ao propósito do Espírito Santo por seu próprio direito. Ela não é re-interpretada e re-dirigida a partir da meta do pecado como são os outros. Pois a razão está além da escala de meios ao alcance do ego.
8. Fé, percepção e crença podem ser mal colocadas e servir às necessidades do grande impostor
tão bem quanto servem à verdade. Mas a razão não tem qualquer lugar na loucura e nem pode ser ajustada para se adequar aos seus fins. A fé e a crença são fortes na loucura, guiando a percepção na direção daquilo que a mente valorizou. Mas a razão não entra nisso de modo algum, pois a percepção ruiria imediatamente se a razão fosse aplicada. Não há razão na insanidade, pois ela depende inteiramente da ausência de razão. O ego nunca a usa, porque não reconhece que ela exista. Os que são parcialmente insanos têm acesso a ela e só eles têm necessidade dela. O conhecimento não depende dela e a loucura a mantém de fora.
9. A parte da mente onde está a razão foi dedicada, pela tua vontade em união com A do teu Pai,
ao desfazer da insanidade. Aqui foi o propósito do Espírito Santo aceito e realizado, as duas coisas simultaneamente. A razão é alheia à insanidade e aqueles que a usam ganharam um meio que não se pode aplicar ao pecado. O conhecimento está muito além de qualquer tipo de consecução. Mas a razão pode servir para abrir as portas que fechaste contra ele.
10. Tu vieste para bem perto disso. A fé e a crença se deslocaram e colocaste a questão que o ego
jamais perguntaria. A tua razão não te diz agora que a pergunta tem que ter vindo de alguma coisa que não conheces, mas que não pode deixar de te pertencer? A fé e a crença, mantidas pela razão, não podem falhar em conduzir à mudança da percepção. E nesta mudança abre-se espaço para a visão. A visão estende-se além de si mesma, assim como o propósito ao qual ela serve e todos os meios para a sua realização.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
CAPÍTULO 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - VI. O templo do Espírito Santo
1. O significado do Filho de Deus está unicamente em seu
relacionamento com o seu Criador. Se esse significado se encontrasse em
qualquer outro lugar, estaria baseado na contingência, mas não há nada mais. E esse relacionamento é totalmente amoroso e
eterno. Entretanto, o Filho de Deus inventou um relacionamento não-santo entre
ele e seu Pai: o seu relacionamento real é um relacionamento de união perfeita
e de continuidade ininterrupta. O relacionamento que ele construiu é parcial,
auto-centrado, partido em fragmentos e cheio de medo. O que foi criado pelo seu
Pai é totalmente auto-abrangente e auto-extensivo. O que foi feito por ele é
totalmente auto-destrutivo e auto-limitador.
2. Nada é melhor para mostrar o contraste do que a
experiência de ambos, de um relacionamento santo e de um relacionamento
não-santo. O primeiro baseia-se no amor e descansa nele, sereno e
im-perturbado. O corpo não interfere. Qualquer relacionamento no qual o corpo
entre não se baseia no amor, mas na idolatria. O amor deseja ser conhecido,
completamente compreendido e compartilhado. Ele não tem segredos, nada que
queira manter à parte e esconder. Ele caminha à luz do sol, de olhos abertos e em
calma, com um sorriso de boas-vindas e uma sinceridade tão simples e tão óbvia
que não pode ser interpretada equivocadamente.
3. Mas ídolos não compartilham. Os ídolos aceitam, mas
nunca dão em retomo. Eles podem ser amados, mas não podem amar. Não compreendem
aquilo que lhes é oferecido e qualquer rela-cionamento no qual entrem perdeu o
seu significado. O amor por eles tornou o amor sem significado. Vivem em
segredo, odeiam a luz do sol e ficam felizes na escuridão do corpo, onde podem
esconder-se e manter escondidos os seus segredos junto com eles. E não têm
relacionamentos, pois ninguém mais, é bem vindo ali. Não sorriem para ninguém e
não vêem aqueles que sorriem para eles.
4. O amor não tem templos escuros onde mistérios são
mantidos na obscuridade e escondidos do sol. Ele não busca poder, mas
relacionamentos. O corpo é a arma escolhida pelo ego para buscar poder através dos relacionamentos. E seus relacionamentos são
necessariamente não-santos, pois o que são, ele nem sequer vê. Ele só os quer pelas ofertas através das quais
prosperam os seus ídolos. O resto ele
simplesmente joga fora, pois tudo o que poderiam lhe oferecer é visto como sem
valor. Sem lar, o ego busca tantos corpos quantos puder colecionar para neles
colocar os seus ídolos e assim estabelecê-los como templos para si mesmo.
5. O templo do Espírito Santo não é um corpo, mas um
relacionamento. O corpo é uma mancha isolada feita de escuridão, uma câmara
secreta e oculta, um ponto diminuto de mistério sem sentido, um invólucro sem
significado cuidadosamente protegido, mas que nada esconde. Aqui o
relacionamento não-santo escapa à realidade e busca migalhas para manter-se
vivo. Ele quer arrastar os seus irmãos para cá, mantendo-os aqui em sua própria
idolatria. Aqui ele está “a salvo” porque aqui o amor não pode entrar. O
Espírito Santo não constrói os seus templos aonde o amor nunca pode estar. Iria
Ele, Que vê a face de Cristo, escolher como seu lar o único lugar em todo o
universo onde ela não pode ser vista?
6. Não podes fazer do corpo o templo do Espírito Santo e
ele nunca será a sede do amor. Ele é o lar do idólatra e da condenação do amor.
Pois aqui o amor se faz amedrontador e a esperança é abando-nada. Mesmo os
ídolos que são adorados aqui estão envoltos em mistério e mantidos à parte
daqueles que os adoram. Esse é o templo dedicado à negação dos relacionamentos
e da reciprocidade. Aqui é o ‘mistério’ da separação percebido no temor e
mantido na reverência. O que
Deus não quer que seja, aqui é mantido ‘a salvo’ de
Deus. Mas o que não reconheces é que aquilo de que tens medo no teu ir-mão e
não queres ver, é o que faz com que Deus pareça amedrontador para ti e continue
sendo um des-conhecido.
7. Os idólatras sempre terão medo do amor, pois nada os
ameaça tão severamente quanto a apro-ximação do amor. Deixa que o amor se
aproxime deles e não vejas o corpo, como o amor certamente fará, e recuarão no
medo sentindo o fundamento aparentemente firme de seu templo começar a tremer e
ruir. Irmão, tu tremes com eles. No entanto, o que temes não é senão o arauto
da liberação. Esse lugar de escuridão não é a tua casa. O teu templo não está
ameaçado. Lá não és mais um idólatra. O propósito do Espírito Santo está seguro
no teu relacionamento e não no teu corpo. Tu escapaste do corpo. Onde estás, o
corpo não pode entrar, pois o Espírito Santo lá estabeleceu o Seu templo.
8. Não há ordem alguma nos
relacionamentos. São ou não são. Um relacionamento não-santo não é um
relacionamento. É um estado de isolamento que parece ser o que não é. Nada mais
do que isso. No instante em que a idéia louca de fazer com que o teu
relacionamento com Deus não fosse santo pa-receu ser possível, todos os teus
relacionamentos tornaram-se sem significado. Nesse instante não-santo, nasceu o tempo e os corpos foram
feitos para abrigar essa idéia louca dando-lhe a ilusão de reali-dade. E assim
ela pareceu ter um lar que se manteve por um pequeno espaço de tempo e sumiu.
Pois o que poderia abrigar essa idéia insana contra a realidade a não ser por
um instante?
9. Os ídolos têm que desaparecer e não deixar nenhum
vestígio de sua passagem. O instante não-santo do seu poder aparente é frágil
como um floco de neve, mas não tem a sua beleza. É esse o substi-tuto que tu
queres para a bênção eterna do instante santo e sua beneficência sem limites? É
a malevo-lência do relacionamento não-santo, aparentemente tão poderosa, tão
amargamente mal interpretada e tão investida de falsa atração, o que preferes
no lugar do instante santo que te oferece paz e compreen-são? Então, deixa de
lado o corpo é o transcende em quietude, erguendo-te para dar as boas-vindas ao
que realmente queres. E do teu
templo santo, não olhes para trás para aquilo de que despertaste. Pois nenhuma
ilusão pode atrair a mente que as transcendeu e as deixou muito atrás.
10. O relacionamento santo reflete o verdadeiro
relacionamento que o Filho de Deus tem com seu Pai na realidade. O Espírito
Santo descansa dentro dele na certeza de que durará para sempre. Seu
fun-damento firme é eternamente mantido pela verdade e o amor brilha sobre ele
com o sorriso gentil e a bênção terna que oferece aos seus. Aqui o instante
não-santo é trocado alegremente pelo instante santo no qual a reciprocidade é
segura. Aqui o caminho para os relacionamentos verdadeiros está gentilmente
aberto, através do qual tu e teu irmão caminham juntos deixando o corpo para
trás com gratidão e des-cansando nos Braços Eternos. Os braços do amor estão
abertos para vos receber e vos dar paz para sempre.
11. O corpo é o ídolo do ego; a crença no pecado que se
fez carne e então se projetou para fora. Isso produz o que parece ser uma
parede de carne em torno da mente, mantendo-a prisioneira em um ponto diminuto
de espaço e tempo, devedora para com a morte, e tudo que lhe é dado é apenas um
instante no qual suspirar, se lamentar e morrer em honra ao seu patrão. E esse
instante não-santo parece ser a vida: um instante de desespero, uma diminuta
ilha de areia seca, sem água e estabelecida de forma incerta no esquecimento.
Aqui o Filho de Deus pára por um breve momento para oferecer a sua devoção aos
ído-los da morte e, então, seguir adiante. E aqui ele está mais morto do que
vivo. Entretanto, é também aqui que ele faz novamente a sua escolha entre a
idolatria e o amor. Aqui lhe é dado escolher entre passar esse instante pagando
tributos ao corpo ou permitir que lhe seja dada a liberdade em relação a isso.
A-qui, ele pode aceitar o instante santo que lhe é oferecido para substituir o
não-santo que escolheu ante-riormente. E aqui ele pode aprender que relacionamentos
são a sua salvação e não a sua perdição.
12. Tu, que estás aprendendo isso, podes ainda estar
amedrontado, mas não estás imobilizado. O instante santo agora é de maior valor
para ti do que o que parece ser a sua contraparte não-santa e a-prendeste que
realmente só queres um dos dois. Essa não é hora de tristeza. Talvez confusão,
mas difi-cilmente desânimo. Tens um relacionamento real e
ele tem significado. Ele é como o teu relacionamen-to real com Deus, assim como
coisas iguais se parecem entre si. A idolatria ficou para trás e não tem
significado. Talvez ainda tenhas um pouco de medo do teu irmão, talvez uma
sombra do medo de Deus ainda permaneça contigo. No entanto, o que é isso para
aqueles a quem foi dado um relacionamento verdadeiro além do corpo? É possível
que sejam por muito tempo detidos sem olhar para a face de Cristo? E é possível
que por muito tempo mantenham a memória do seu relacionamento com o Pai
a-fastada de si mesmos e a lembrança do Seu Amor à parte da própria
consciência?
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
CAPÍTULO 20 - A VISÃO DA SANTIDADE - V. Arautos da eternidade
1. Nesse mundo, o Filho de Deus se aproxima o máximo
possível de si mesmo em um relacionamento santo. Lá começa a achar a certeza
que o seu Pai tem em relação a ele. E lá acha a sua função de restaurar as leis
de seu Pai naquilo que era mantido fora delas e de achar o que estava perdido.
Só no tempo é possível que alguma coisa seja perdida e nunca perdida para
sempre. Assim as partes do Filho de Deus gradualmente se unem no tempo e, com
cada união, o fim do tempo chega mais perto. Cada milagre de união é um
poderoso arauto da eternidade. Ninguém que tenha um propósito único, unificado
e seguro pode ter medo. Ninguém que compartilhe o seu propósito com ele, pode
deixar de ser um com ele.
2. Cada arauto da eternidade canta o fim do pecado e do
medo. Cada um fala no tempo do que está muito além do tempo. Duas vozes que se erguem juntas tocam os corações de
todos para que possam bater como um só. E
nesta batida única do coração está proclamada a unidade do amor e ela é
recebida com boas-vindas. Paz ao teu relacionamento santo, que tem o poder de
manter a unidade do Filho de Deus. Tu dás ao teu irmão por todos e na tua
dádiva todos passam a ser contentes. Não
esqueças Quem te deu as dádivas que dás e não te esquecendo disso, vais lembrar
Quem deu as dádivas a Ele para que Ele as desse a ti.
3. É impossível superestimar o valor do teu irmão. Só o
ego faz isso, mas tudo o que ele quer dizer é que quer o outro para si mesmo e,
portanto, o valoriza muito pouco. O que é inestimável com toda a clareza não
pode ser avaliado. Reconheces o medo que surge da tentativa sem significado de
julgar o que está tão além do teu julgamento que nem sequer és capaz de vê-lo?
Não julgues o que é invisível para ti ou nunca o verás, mas espera com
paciência pela sua vinda. Será dado a ti ver o valor do teu irmão quando tudo o
que quiseres para ele for a paz. E o que queres para ele, tu receberás.
4. Como podes estimar o valor daquele que te oferece a
paz? Que irias querer exceto o seu ofere-cimento? O seu valor foi estabelecido
pelo seu Pai e tu o reconhecerás à medida que receberes a dádiva do seu Pai
através dele. O que está nele resplandecerá com tanto brilho na tua visão
agradecida que simplesmente o amarás e ficarás contente. Não pensarás em
julgá-lo, pois quem veria a face de Cristo e ainda assim insistiria que o
julgamento tem significado? Pois essa insistência pertence àqueles que não
vêem. A tua escolha é a visão ou o julgamento, mas nunca ambos.
5. O corpo do teu irmão tem tão pouca utilidade para ti
como para ele. Quando só é usado de acordo com o que o Espírito Santo ensina,
ele não tem função. Pois as mentes não necessitam do corpo para se comunicarem.
A vista que vê o corpo não tem utilidade nenhuma que sirva ao propósito de um
relacionamento santo. E enquanto olhares para o teu irmão assim, os meios e o
fim não terão sido alinhados. Por que são necessários tantos instantes santos
para permitir que isso seja realizado quando um bastaria? Só há um. O pequeno
sopro de eternidade que corre através do tempo como luz dourada é sempre o
mesmo; não há nada antes dele, não há nada depois.
6. Tu olhas para cada instante santo como um ponto
diferente no tempo. Ele nunca muda. Tudo o que ele jamais conteve e jamais irá
conter está aqui exatamente agora. O passado nada toma do instante santo e o
futuro nada adicionará. Aqui, então, está tudo. Aqui está a beleza do teu
relacionamento, com o meio e fim já em perfeita harmonia. Aqui está a fé
perfeita que um dia oferecerás ao teu irmão já oferecida a ti; aqui já foi dado
o perdão sem limites que tu darás a ele e a face de Cristo, que ainda
contemplarás, também já foi vista.
7. Podes avaliar o doador de uma dádiva como essa? Trocarias essa dádiva por qualquer outra? Essa dádiva
faz retornarem as leis de Deus à tua lembrança. E simplesmente lembrando-as, as leis que te mantinham
como prisioneiro da dor e da morte têm que ser esquecidas. Essa não é uma
dádiva que te é oferecida pelo corpo do teu irmão. O véu que esconde a dádiva
também o esconde. Ele é a dádiva e, no entanto, ele não tem conhecimento disso.
Tu também não tens. Contudo, tem fé que Aquele Que vê a dádiva em ti e no teu
irmão vai oferecê-la e recebê-la por ambos. E através da Sua visão tu a verás,
e através da Sua compreensão tu a reconhecerás e a amarás como algo que é
propriamente teu.
8. Sê consolado e sente o Espírito Santo velando por ti
com amor e perfeita confiança no que Ele vê. Ele conhece o Filho de Deus e
compartilha a certeza do seu Pai de que o universo descansa em suas mãos gentis
em segurança e em paz. Vamos levar agora em consideração o que ele precisa
aprender para compartilhar a confiança de seu Pai nele. O que é ele, para que o
Criador do universo o ofereça a ele e tenha o conhecimento de que tudo descansa
em segurança? Ele não olha para si mesmo assim como seu Pai o conhece. E, no
entanto, é impossível que a confiança de Deus tenha sido depositada
equivocadamente.
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