quinta-feira, 30 de julho de 2015

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 6. Estabelecer a meta

1. A aplicação prática do propósito do Espírito Santo é extremamente simples, mas é inequívoca. De fato, para poder ser simples, é preciso que seja inequívoca. Só é simples aquilo que é facilmente compreendido e para tanto é evidente que precisa ser claro. A colocação da meta do Espírito Santo é geral. Agora Ele irá trabalhar contigo para fazer com que ela seja específica, pois a aplicação é específica. Existem algumas orientações muito específicas que Ele provê para qualquer situação, mas lembra-te que ainda não reconheces que a sua aplicação é universal. Por conseguinte, é essencial a essa altura usá-las separadamente em cada situação até que possas enxergar com maior segurança além de cada uma delas, em uma compreensão muito mais ampla do que a que possuis agora.

2. Em qualquer situação na qual estejas incerto, a primeira coisa a considerar, muito simplesmente, é “O que eu quero que resulte disso? Para quê serve isso?” O esclarecimento da meta tem que estar no início, pois é isso o que vai determinar o resultado. No procedimento do ego, isso é revertido. A situação vem a ser o que determina o resultado, que pode ser qualquer coisa. A razão dessa abordagem desorganizada é evidente. O ego não sabe o que quer que resulte da situação. Ele está ciente do que não quer, mas somente disso. Ele não tem absolutamente nenhuma meta positiva.

3. Sem uma meta clara, positiva, estabelecida no ponto de partida, a situação apenas parece acontecer e não faz sentido enquanto não tiver acontecido. Então, tu a olhas em retrospectiva e tentas compor o que ela significou. E estarás errado. Não somente o teu julgamento está no passado, mas não tens nenhuma idéia do que deveria acontecer. Nenhuma meta foi estabelecida para que se pudesse alinhar os meios a ela. E agora, o único julgamento que sobra para ser feito é se o ego gosta ou não do resultado: é aceitável ou exige vingança? A ausência de um critério para o resultado previamente estabelecido faz com que a compreensão seja duvidosa e a avaliação impossível.

4. O valor de decidir com antecedência o que é que queres que aconteça, simplesmente está em que perceberás a situação como um meio de fazer com que isso aconteça. Farás, portanto, todos os esforços para não ver o que interfere com a realização do teu objetivo e concentrar-te-ás em tudo aquilo que te ajuda a realizá-lo. É bastante marcante que essa abordagem tem te trazido para mais perto da seleção que o Espírito Santo faz da verdade e da falsidade. O que pode ser usado para realizar a meta vem a ser verdadeiro. O que é inútil deste ponto de vista vem a ser falso. A situação agora tem significado, mas somente porque a meta fez com que ela fosse significativa.

5. A meta da verdade tem outras vantagens práticas. Se a situação é usada em favor da verdade e da sanidade, o seu resultado tem que ser a paz. E isso está bastante à margem do que seja o resultado. Se a paz é a condição da verdade e da sanidade e não pode haver paz sem elas, onde está a paz, elas têm que estar. A verdade vem por si mesma. Se vivencias a paz é porque a verdade veio a ti e verás o resultado verdadeiramente, pois o engano não pode prevalecer contra ti. Irás reconhecer o resultado porque estás em paz. Aqui, mais uma vez, vês o oposto da maneira de ver as coisas do ego, pois o ego acredita que a situação traz a experiência. O Espírito Santo sabe que a situação é como a meta a determina e é vivenciada de acordo com a meta.

6. A meta da verdade requer fé. A fé está implícita na aceitação do propósito do Espírito Santo e essa fé a tudo abrange. Onde a meta da verdade está estabelecida, lá tem que estar a fé. O Espírito Santo vê a situação como um todo. A meta estabelece o fato de que todas as pessoas nela envolvidas desempenharão o papel que têm na sua realização. Isso é inevitável. Ninguém falhará em coisa alguma. Isso parece exigir uma fé além de ti e além do que podes dar. No entanto, isso só é assim do ponto de vista do ego, pois o ego acredita em “resolver” o conflito através da fragmentação e não percebe a situação como um todo. Por conseguinte, busca partir segmentos da situação e lidar com eles separadamente, pois tem fé na separação e não na totalidade.

7. Confrontado com qualquer aspecto da situação que pareça ser difícil, o ego tentará levar esse aspecto para algum outro lugar e lá resolvê-lo. E ele parecerá ser bem-sucedido, exceto que essa tentativa conflita com a unidade e necessariamente obscurece a meta da verdade. E a paz não será vivenciada a não ser na fantasia. A verdade não veio porque a fé foi negada, sendo afastada de onde tem que estar por direito. Assim, perdes a compreensão da situação que a meta da verdade iria trazer. Pois soluções de fantasia trazem apenas a ilusão da experiência e a ilusão da paz não é a condição na qual a verdade pode entrar.

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 5. O relacionamento curado

1. O relacionamento santo é a expressão do instante santo na vida desse mundo. Como tudo o que diz respeito à salvação, o instante santo é um instrumento prático, que é testemunhado pelos seus resultados. O instante santo nunca falha. A sua experiência é sempre sentida. No entanto, sem expressão, ela não é lembrada. O relacionamento santo é um lembrete constante da experiência na qual o relacionamento veio a ser o que é. E como o relacionamento não-santo é um hino contínuo de ódio em honra daquele que o fez, assim também. O relacionamento santo é uma alegre canção de honra ao Redentor dos relacionamentos.

2. O relacionamento santo, um passo importante em direção à percepção do mundo real, é aprendido. É o velho relacionamento não-santo, transformado e visto de forma nova. O relacionamento santo  uma realização fenomenal de ensino. Em todos os seus aspectos, como se inicia, se desenvolve e vem a se realizar, representa a reversão do relacionamento não-santo. Sê consolado nisso: a única fase difícil é o início. Pois aqui, a meta do relacionamento é abruptamente deslocada para ser exatamente o oposto do que era. Esse é o primeiro resultado de oferecer o relacionamento ao Espírito Santo, para que Ele o use de acordo com os Seus propósitos.

3. Esse convite é aceito imediatamente e o Espírito Santo não perde tempo para introduzir os resultados práticos do pedido que Lhe é feito. De imediato, a Sua meta substitui a tua. Isso é realizado muito rapidamente, mas faz o relacionamento parecer perturbado, desunido e até mesmo bastante angustiante. A razão disso é bastante clara, pois o relacionamento tal como é, está em desacordo com a sua própria meta e é claramente inadequado ao propósito que foi aceito para ele. Em sua condição não-santa, a tua meta era tudo o que parecia lhe dar significado. Agora parece não fazer nenhum sentido. Muitos relacionamentos foram rompidos nesse ponto e a busca da antiga meta restabelecida em outro relacionamento. Pois uma vez que o relacionamento não-santo aceita a meta da santidade, nunca mais pode ser o que era.

4. A tentação do ego passa a ser extremamente intensa com essa alteração nas metas. Pois o relacionamento ainda não mudou suficientemente para que a sua primeira meta perca por completo a atração, e a sua estrutura é “ameaçada” pelo reconhecimento de que ele é inadequado para cumprir seu novo propósito. O conflito entre a meta e a estrutura do relacionamento é tão evidente que não podem coexistir. No entanto, agora, a meta não vai mudar. Firmemente estabelecida na relação não-santa, não existe outro caminho senão o de mudar o relacionamento de modo a se adequar à meta. Até que essa solução feliz seja vista e aceita como a única maneira de sair do conflito, o relacionamento pode parecer intensamente desgastado.

5. Não seria mais benigno deslocar a meta com maior lentidão, porque o contraste seria obscurecido e o ego ganharia tempo para re-interpretar cada passo lento de acordo com o seu desejo. Só um deslocamento radical no propósito é capaz de induzir a uma completa mudança de idéia a respeito da razão de ser de todo o relacionamento. À medida que essa mudança se desenvolve e é, afinal, realizada, ele cresce passando a ser cada vez mais benéfico e alegre. Mas no início a situação é vivenciada como muito precária. Um relacionamento, empreendido por dois indivíduos para os seus propósitos não-santos, repentinamente tem a santidade como sua meta. Quando esses dois contemplam seu relacionamento do ponto de vista deste novo propósito inevitavelmente ficam horrorizados. A sua percepção do relacionamento pode até mesmo vir a ser bastante desorganizada. E apesar disso, a maneira antiga de organizar a percepção já não serve ao propósito que concordaram em alcançar.

6. Esse é o momento da fé. Deixaste que essa meta fosse estabelecida para ti. Isso foi um ato de fé. Não abandones a fé agora que as recompensas da fé estão sendo introduzidas. Se acreditaste que o Espírito Santo estava lá para aceitar o relacionamento, porque não acreditarias agora que Ele ainda está lá para purificar aquilo que tomou sob Sua orientação? Tem fé no teu irmão, naquilo que apenas parece ser um momento difícil. A meta está estabelecida. E o teu relacionamento tem a sanidade como propósito. Pois agora te achas em um relacionamento insano, reconhecido como tal, à luz da sua meta.

7. Agora, o ego aconselha da seguinte forma: substitui esse por um outro relacionamento, ao qual a tua meta anterior era bastante apropriada. Só podes escapar do teu desespero livrando-te do teu irmão. Não precisas partir inteiramente, se escolheres não fazê-lo. Mas, tens que excluir as tuas principais fantasias do teu irmão para salvar a tua sanidade. Não ouças isso agora! Tem fé Naquele Que te respondeu. Ele ouviu. Não foi bastante explícito na Sua resposta? Tu não és totalmente insano agora. Podes negar que Ele te deu uma declaração das mais explícitas? Agora, Ele pede fé por um pouco mais de tempo, mesmo na desorientação. Pois isso passará e verás a justificação da tua fé emergir para te trazer uma convicção resplandecente. Não O abandones agora e nem abandones o teu irmão. Esse relacionamento renasceu como um relacionamento santo.

8. Aceita com contentamento o que não compreendes e deixa que isso seja explicado a ti à medida em que percebes o propósito que opera nele para torná-lo santo. Acharás muitas oportunidades para acusar o teu irmão pelo “fracasso” do teu relacionamento, pois haverá momentos em que ele parecerá não ter propósito. Uma sensação de falta de objetivos virá te assombrar e lembrar-te-ás de todas as formas nas quais algum dia buscaste satisfação e pensaste que a tinhas achado. Não esqueças agora da miséria que realmente achaste e não inspires vida ao teu ego cambaleante. Pois o teu relacionamento não foi rompido. Ele foi salvo.

9. Tu és muito novo nos caminhos da salvação e pensas que perdeste o teu caminho. O teu caminho está perdido, mas não penses que isso é uma perda. No que é novo em ti, lembra-te de que tu e o teu irmão começaram outra vez, juntos. E toma a sua mão para caminharem juntos por uma estrada muito mais familiar do que agora acreditas. Não é certo que vais te lembrar de uma meta imutável através da eternidade? Pois escolheste apenas a meta de Deus, da qual a tua intenção verdadeira nunca esteve ausente.

10. Através da Filiação se ouve a canção da liberdade, em eco alegre à tua escolha. Tu te uniste a muitos no instante santo e eles se uniram a ti. Não penses que a tua escolha te deixará sem consolo, pois o próprio Deus abençoou o teu relacionamento santo. Une-te à benção de Deus e não retenhas a tua, pois tudo o que ele necessita agora é a tua benção, de modo que possas ver que nele repousa a salvação. Não condenes a salvação, pois ela veio a ti. E dêem boas-vindas a ela juntos, pois ela veio para unir a ti e ao teu irmão em um relacionamento no qual toda a Filiação é abençoada em conjunto.

11. Vós fizestes juntos um convite ao Espírito Santo para que Ele entrasse no vosso relacionamento. De outra forma, Ele não poderia ter entrado. Embora possas ter feito muitos equívocos desde então, fizestes também enormes esforços para ajudá-lo no Seu trabalho. E Ele não deixou de apreciar tudo o que fizestes por Ele. Ele nem sequer vê quaisquer equívocos. Tu tens sido grato deste mesmo modo para com o teu irmão? Tens consistentemente apreciado os esforços positivos e deixado de ver os equívocos? Ou a tua apreciação oscilou e passou a ser tênue diante do que parecia ser a luz dos seus equívocos? Talvez estejas agora empreendendo uma campanha para acusá-lo pelo desconforto da situação em que te achas. E por essa falta de agradecimento e gratidão, tu te tornas incapaz de expressar o instante santo e assim o perdes de vista.

12. A experiência de um instante, por mais forte que possa ser, é facilmente esquecida se permites que o tempo se feche sobre ela. Ela tem que ser mantida brilhante e amável na tua consciência do tempo, mas não encoberta dentro dele. O instante permanece. Mas tu onde estás? Agradecer ao teu irmão é apreciar o instante santo e assim permitir que seus resultados, sejam aceitos e compartilhados. Atacar o teu irmão não significa perder o instante, mas fazer com que ele seja impotente em seus efeitos.

13. Tu recebeste o instante santo, mas podes ter estabelecido uma condição na qual não podes usá-lo. Como resultado, não reconheces que ele ainda está contigo. E excluindo-te da expressão do instante santo, negaste a ti mesmo o benefício que vem dele. Reforças isso a cada vez que atacas o teu irmão, pois o ataque necessariamente te cega para ti mesmo. E é impossível negar a ti mesmo e reconhecer aquilo que foi dado e recebido por ti.

14. Tu e o teu irmão estão juntos na presença santa da própria verdade. Aqui está a meta, junto contigo. Não achas que a própria meta por si mesma arranjará com contentamento os meios para a sua realização? É exatamente essa mesma discrepância entre o propósito que foi aceito e os meios, como eles se apresentam agora, que parecem fazer-te sofrer, mas fazem o Céu contente. Se o Céu estivesse fora de ti, não poderias compartilhar do contentamento celestial. Entretanto, porque está dentro, o contentamento também é teu. Vós estais unidos em propósito, mas ainda permanecem separados e divididos em relação aos meios. No entanto, a meta é fixa, firme e inalterável e os meios certamente se adequarão, posto que a meta é segura. E vós ireis compartilhar do contentamento da Filiação por ser assim.

15. À medida em que começas a reconhecer e a aceitar as dádivas que deste tão livremente ao teu irmão, aceitarás também os efeitos do instante santo e os usarás pata corrigir todos os teus equívocos e libertar-te de seus resultados. E aprendendo isso, terás também aprendido como liberar toda a Filiação e oferecê-la dando graças com contentamento a Quem te deu a tua liberação e a Quem quer estendê-la através de ti.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 4. Os dois retratos

1. Deus estabeleceu o Seu relacionamento contigo para fazer-te feliz e nada do que faças, que não compartilhe o Seu propósito, pode ser real. O propósito atribuído por Deus a qualquer coisa que seja é a sua única função. Devido à Sua razão para criar o Seu relacionamento contigo, a função dos relacionamentos veio a ser para sempre a de “fazer feliz”. E nada mais. Para cumprir essa função, tu te relacionas com as tuas criações assim como Deus com as Suas. Pois nada do que Deus criou está à parte da felicidade, e nada do que Deus criou quer outra coisa senão estender a felicidade como fez o seu Criador. Qualquer coisa que não cumpra essa função não pode ser real.

2. Nesse mundo é impossível criar. No entanto, é possível fazer feliz. Eu tenho dito repetidas vezes que o Espírito Santo não quer privar-te dos teus relacionamentos especiais, mas apenas transformá-los. E tudo o que isso significa é que Ele vai devolver-lhes à função que lhes foi dada por Deus. A função que tu lhes deste, claramente, não é a de fazer feliz. Mas o relacionamento santo compartilha o propósito de Deus ao invés de ter como objetivo substituí-lo. Cada relacionamento especial que fizeste é um substituto para a Vontade de Deus e glorifica a tua em vez da Sua, devido à ilusão de que elas são diferentes.

3. Fizeste relacionamentos muito reais mesmo nesse mundo. No entanto, não os reconheces porque elevaste os seus substitutos a uma predominância tal que, quando a verdade te chama, como faz constantemente, respondes com um substituto. Cada relacionamento especial que tenhas feito tem, como seu propósito fundamental, o objetivo de ocupar a tua mente de forma tão completa que não ouças o chamado da verdade.

4. Em certo sentido, o relacionamento especial foi a resposta que o ego deu à criação do Espírito Santo, Que foi a Resposta de Deus à separação. Pois embora o ego não tivesse compreendido o que tinha sido criado, estava ciente da ameaça. Todo o sistema de defesa que o ego desenvolveu para proteger a separação contra o Espírito Santo foi em resposta à dádiva com a qual Deus a abençoou e, através da Sua bênção, permitiu que ela fosse curada. Essa benção contém dentro de si a verdade a respeito de todas as coisas. E é verdade que o Espírito Santo está em íntimo relacionamento contigo, porque Nele o teu relacionamento com Deus é devolvido a ti. O relacionamento com Ele nunca foi rompido porque o Espírito Santo nunca esteve separado de ninguém desde a separação. E através Dele todos os teus relacionamentos santos foram cuidadosamente preservados para servir ao propósito de Deus para ti.

5. O ego está sempre alerta à ameaça e a parte da tua mente na qual o ego foi aceito está muito ansiosa para preservar a própria razão, tal como a vê. Ela não se dá conta de que é totalmente insana. E tens que reconhecer exatamente o que significa isso, se queres ser restaurado à sanidade. Os insanos protegem seus sistemas de pensamento, mas o fazem de maneira insana. E todas as suas defesas são tão insanas quanto o que pretendem proteger. A separação nada tem em si mesma, nenhuma parte, nenhuma “razão” e nenhum atributo que não seja insano. E a sua “proteção” é parte dela, tão insana quanto o todo. O relacionamento especial, que é a sua forma principal de defesa, portanto, não pode deixar de ser insano.

6. Agora tens apenas um pouco de dificuldade em dar-te conta de que o sistema de pensamento que o relacionamento especial protege não passa de um sistema de delusões. Reconheces, pelo menos em termos gerais, que o ego é insano. Entretanto, o relacionamento especial ainda te parece de algum modo "diferente”. Contudo, nós olhamos para ele muito mais de perto do que para muitos outros aspectos do sistema de pensamento do ego que tens estado mais disposto a abandonar. Enquanto esse permanece, não abandonarás os outros. Pois esse não é diferente deles. Retém esse e terás retido a todos.

7. É essencial reconhecer que todas as defesas fazem exatamente aquilo do qual pretendem defender. A base subjacente à sua efetividade é o fato de oferecerem o produto do qual pretendem defender. O que defendem é colocado nelas para ser mantido em segurança e à medida em que operam é isso o que traze a ti. Toda defesa opera dando dádivas e a dádiva sempre é uma miniatura do sistema de pensamento que a defesa protege, montada em uma moldura dourada. A moldura é muito elaborada, toda guarnecida de jóias, profundamente esculpida e polida. Seu propósito é ter valor em si mesma e distrair a tua atenção daquilo que ela contém. Mas a moldura sem o retrato, tu não podes ter. As defesas operam para fazer-te pensar que podes.

8. O relacionamento especial tem a moldura mais imponente e enganadora de todas as outras defesas que o ego usa. Seu sistema de pensamento é oferecido aqui, cercado por uma moldura tão pesada e tão elaborada que o retrato é quase que obliterado por sua estrutura imponente. Na moldura são tecidas todas as espécies de ilusões fantasiosas e fragmentadas acerca do amor, dispostas com sonhos de sacrifício e auto-glorificação, entrelaçadas com fios dourados de auto-destruição. O cintilar do sangue brilha como rubis, as lágrimas são lapidadas como diamantes e resplandecem na luz tênue na qual é feita a oferenda. 

9. Olha para o retrato. Não deixes a moldura distrair-te. Essa dádiva te é feita para a tua condenação e se a receberes, vais acreditar que estás condenado. Não podes ter a moldura sem o retrato. O que valorizas é a moldura, pois nela não vês nenhum conflito. No entanto, a moldura apenas é o invólucro para a dádiva do conflito. A moldura não é a dádiva. Não sejas enganado pelos aspectos mais superficiais desse sistema de pensamento, pois esses aspectos englobam o todo, completo em cada um deles. A morte está nessa dádiva cintilante. Não permitas que o teu olhar permaneça no cintilar hipnótico da moldura. Olha para o retrato e reconhece que é a morte que te é oferecida.

10. É por isso que o instante santo é tão importante na defesa da verdade. A verdade em si mesma não necessita de defesa, mas tu, de fato, necessitas de defesa contra a tua aceitação da dádiva da morte. Quando tu, que és a verdade, aceitas uma idéia tão perigosa para a verdade, ameaças a verdade com a destruição. E a tua defesa tem que ser agora empreendida para manter a verdade íntegra. O poder do Céu, o Amor de Deus; as lágrimas de Cristo e a alegria do Seu Espírito eterno são convocadas para defender-te do teu próprio ataque. Pois tu Os, atacas, sendo parte Deles e Eles têm que salvar-te pois amam a Si Mesmos.

11. O instante santo é uma miniatura do Céu, que te é enviada do Céu. É também um retrato, montado em uma moldura. Entretanto, se aceitas essa dádiva, não verás a moldura em absoluto, porque a dádiva só pode ser aceita através da tua disponibilidade para focalizar toda a tua atenção no retrato. O instante santo é uma miniatura da eternidade. É um retrato da intemporalidade, montado em uma moldura de tempo. Se focalizas o retrato, vais reconhecer que foi só a moldura que te fez pensar que era um retrato. Sem a moldura, a retrata é visto pelo que representa. Pois assim como todo o sistema de pensamento do ego está nas suas dádivas, também assim todo o Céu está nesse instante, tomado por empréstimo da eternidade e montado no tempo para ti.

12. Duas dádivas te são oferecidas. Cada uma é completa e não pode ser parcialmente aceita. Cada um é um retrato de tudo o que podes ter, visto de modos muito diferentes. Não podes comparar o seu valor comparando um retrato com uma moldura. Tens que comparar apenas os retratos ou a comparação é totalmente sem significado. Lembra-te de que é o retrato que constitui a dádiva. E só com base nisso é que estás realmente livre para escolher. Olha para os retratos. Ambos. Um é um retrato diminuto, difícil de se ver por trás das pesadas sombras de seu invólucro enorme e desproporciona1, o outro é levemente emoldurado e pende na luz, belo para ser contemplado tal como é.

13. Tu, que tanto tens tentado e ainda continuas tentando adequar o melhor retrato à moldura errada e assim combinar a que não pode ser combinado, aceita isso e fica contente: cada um desses retratos é emoldurado de forma perfeita para o que representam. Um está emoldurado para ficar fora de foco e não ser visto. O outro está emoldurado para transparecer perfeita clareza. O retrato da escuridão e da morte torna-se cada vez menos convincente à medida em que o investigas dentre seus invólucros. À medida em que cada pedra sem sentido, que parece brilhar na moldura quando está escuro, é exposto à luz, passa a ser opaco e sem vida e deixa de distrair-te do retrato. E finalmente olhas para o retrato em si mesmo, vendo afinal que, sem a proteção da moldura, ele não tem significado.

14. O outro retrato está levemente emoldurado, pois o tempo não pode conter a eternidade. Não há distração aqui. O retrato do Céu e da eternidade torna-se mais convincente à medida em que olhas para ele. E agora, através da comparação real, uma transformação de ambos os retratos pode afinal ocorrer. E a cada um é dado o seu lugar de direito quando ambos são vistas, um em relação ao outro. O retrato escuro, trazido à luz, não é percebida como amedrontador, mas o fato de que é apenas um retrato é afinal compreendido. E o que vês nele, vais reconhecer pelo que é: um retrato do que pensaste que fosse real e nada mais. Pois além desse retrata, nada verás.

15. O retrato da luz, em contraste claro e inequívoco, é transformado no que está além dele. À medida em que olhas para ele, reconheces que não é um retrato, mas uma realidade. Ele não é uma representação figurada de um sistema de pensamento, mas o Pensamento em si mesmo. O que representa está lá. A moldura se desvanece gentilmente e Deus surge na tua lembrança, oferecendo-te a totalidade da criação em troca do teu pequeno retrato, totalmente sem valor e inteiramente privado de significado.

16. À medida em que Deus ascende a Seu lugar de direita e tu ao teu, experimentarás mais uma vez o significado do relacionamento e conhecerás o que é verdadeiro. Vamos juntos ascender em paz para o Pai dando a Ele ascendência em nossas mentes. Nós tudo ganharemos por dar a Ele o poder e a glória, sem guardar nenhuma ilusão acerca de onde estão. Estão em nós, através da Sua1ascendência. O que Ele deu é Seu. Brilha em todas as Suas partes, assim como no todo. Toda a realidade do teu relacionamento com Ele está em nossos relacionamentos uns com os outros. O instante santo brilha igualmente sobre todos os relacionamentos, pois nele todos são um. Pois aqui está apenas a cura, já completa e perfeita. Pois aqui está Deus e onde Ele está só o que é perfeito e completo pode estar.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 3. Sombras do passado

1. Perdoar é meramente lembrar apenas os pensamentos amorosos que deste no passado e aqueles que te foram dados. Todo o resto tem que ser esquecido. O perdão é uma lembrança seletiva, que não se baseia na tua própria seleção. Pois as figuras feitas das sombras que queres tornar imortais são “inimigas” da realidade. Que estejas disposto a perdoar o Filho de Deus por aquilo que ele não fez. As figuras das sombras são as testemunhas que trazes contigo para demonstrar que ele fez o que não fez. Porque as trazes contigo, tu as ouvirás. E tu, que as manténs pela tua própria seleção, não compreendes como vieram à tua mente e qual é o seu propósito. Elas representam o mal que pensas que te foi feito. Tu as trazes contigo somente com o fim de poderes retribuir o mal com o mal, esperando que o seu testemunho faça com que sejas capaz de pensar em outra pessoa como a culpada e não ferir a ti mesmo. Elas falam com tanta clareza a favor da separação que ninguém que não estivesse obcecado em manter a separação poderia ouvi-las. Elas te oferecem as “razões” pelas quais deverias entrar em alianças não santas para dar apoio às metas do ego e fazer dos teus relacionamentos testemunhas do poder egótico.

2. São essas figuras das sombras que querem fazer com que o ego seja santo em teu modo de ver e te ensinar que o que fazes para mantê-lo a salvo é realmente amor. As figuras das sombras sempre falam a favor da vingança e todos os relacionamentos nos quais elas entram são totalmente insanos. Sem exceção, esses relacionamentos têm como propósito a exclusão da verdade acerca do outro e de ti mesmo. É por isso que vês em ambos o que não está presente e fazes de ambos escravos da vingança. E é por isso que qualquer coisa que te faça recordar as tuas mágoas passadas te atrai e parece passar em nome do amor, não importa quão distorcidas possam ser as associações pelas quais chegas a fazer essa conexão. E, finalmente, é por isso que todos os relacionamentos dessa natureza tornam-se tentativas de união através do corpo, pois só corpos podem ser vistos como meios para a vingança. Que os corpos são fundamentais para todos os relacionamentos não-santos é evidente. A tua própria experiência ensinou-te isso. Mas o que podes não reconhecer são todas as razões que contribuem para fazer com que o relacionamento não seja santo. Pois o que não é santo busca fortalecer a si mesmo, assim como a santidade, reunindo a si aquilo que percebe como semelhante a si.

3. No relacionamento não-santo, não é com o corpo do outro que se tenta a união, mas com os corpos daqueles que não estão presentes. Pois mesmo o corpo do outro, o que já é uma percepção extremamente limitada dele, não é o foco central do relacionamento tal como é, ou seja, inteiro. O que pode ser usado para fantasias de vingança e o que pode ser associado de forma mais pronta com aquelas pessoas contra as quais realmente se busca vingança é centralizado e separado, como as únicas partes de valor. Cada passo dado no sentido de fazer, manter ou romper um relacionamento não-santo é mais um passo em direção à maior fragmentação e à irrealidade. As figuras das sombras entram mais e mais e a pessoa em quem elas parecem estar diminui de importância.

4. O tempo, de fato, não é benigno para com o relacionamento que não é santo. Pois o tempo é cruel nas mãos do ego, assim como é benigno quando é usado para a gentileza. A atração do relacionamento não-santo começa a apagar-se e a ser questionada quase que imediatamente. Uma vez formado, a dúvida necessariamente o penetra, porque o seu propósito é impossível. O “ideal” do relacionamento nãosanto torna-se assim um ideal no qual a realidade do outro absolutamente não entra para não “estragar” o sonho. E quanto menos o outro realmente traz para o relacionamento, “melhor” ele se torna. Assim, a tentativa de união vem a ser uma maneira de excluir até mesmo a pessoa com quem se buscou a união. Pois ela foi feita de forma a excluir essa pessoa e unir-se a fantasias em “êxtase” ininterrupto.

5. Como pode o Espírito Santo trazer a interpretação que faz do corpo como um meio de comunicação a relacionamentos cujo único propósito é a separação da realidade? O que o perdão é, em si mesmo, permite a Ele que o faça. Se tudo foi esquecido, exceto os pensamentos amorosos, o que fica é eterno. E o passado transformado vem a ser como o presente. O passado não entra mais em conflito com o agora. Essa continuidade estende o presente aumentando a sua realidade e o seu valor na percepção que tens dele. Nesses pensamentos amorosos está a centelha da beleza que fica escondida na feiúra do relacionamento não-santo, onde o ódio é lembrado; ainda assim ela está lá, para voltar à vida à medida que o relacionamento for dado Àquele Que lhe dá vida e beleza. É por isso que a Expiação está centrada no passado, que é a fonte da separação e aonde ela tem que ser desfeita. Pois a separação tem que ser corrigida aonde foi feita.

6. O ego busca “resolver” os próprios problemas, não em sua fonte, mas onde não foram feitos. E assim busca garantir que não haverá solução. O Espírito Santo quer apenas fazer com que as Suas resoluções sejam completas e perfeitas e assim busca e acha a fonte dos problemas onde ela está e lá a desfaz. E com cada passo no Seu desfazer, cada vez mais a separação é desfeita e a união trazida para mais perto. Ele não está ,absolutamente confuso por nenhuma das “razões” em favor da separação. Tudo o que Ele percebe na separação é que ela tem que ser desfeita. Permite que Ele descubra a centelha da beleza escondida em teus relacionamentos e mostre-a a ti. A sua beleza te atrairá tanto que nunca mais estarás disposto a perdê-la de vista novamente. E permitirás que essa centelha transforme o relacionamento de tal forma que possas vê-la cada vez mais. Pois vais querê-la cada vez mais e tornar-te-ás cada vez menos disposto a permitir que ela seja escondida de ti. E aprenderás a buscar e a estabelecer as condições
nas quais essa beleza pode ser vista.

7. Tudo isso farás com contentamento, se apenas deixares que Ele mantenha a centelha diante de ti para iluminar o teu caminho e torná-lo mais claro para ti. O Filho de Deus é um. A quem Deus uniu como um só, o ego não pode separar. A centelha da santidade tem que estar a salvo, por mais escondida que possa estar em qualquer relacionamento. Pois o Criador do único relacionamento não deixou nenhuma parte dele fora de Si Mesmo. Essa é a única parte do relacionamento que o Espírito Santo vê porque tem o conhecimento que só essa é verdadeira. Tornaste o relacionamento irreal e, portanto, não-santo, vendo-o onde não está e como não é. Dá o passado Àquele Que pode mudar a tua mente a respeito disso por ti. Mas, primeiro, estejas certo de que reconheces inteiramente o que fizeste o passado representar e por quê.

8. O passado vem a ser uma justificativa para se entrar em uma aliança contínua, não-santa, com o ego contra o presente. Pois o presente é perdão. Portanto, os relacionamentos que a aliança não-santa dita não são percebidos nem sentidos como se estivessem acontecendo agora. Apesar disso, o quadro de referências ao qual o presente se refere em busca de significado é uma ilusão do passado, na qual aqueles elementos que servem ao propósito da aliança não-santa são retidos e o resto abandonado. E o que é assim abandonado é toda a verdade que o passado poderia oferecer ao presente como testemunhas da sua realidade. O que é mantido só testemunha a realidade dos sonhos.

9. Ainda depende de ti escolher unir-te à verdade ou à ilusão. Mas lembra-te que escolher uma é abandonar a outra. Àquela que escolheres, atribuirás beleza e realidade, porque a escolha depende de qual delas valorizas mais. A centelha da beleza ou o véu da feiúra, o mundo real ou o mundo da culpa e do medo, verdade ou ilusão, liberdade ou escravidão – tudo é a mesma coisa. Pois nunca podes escolher a não ser entre Deus e o ego. Os sistemas de pensamento só podem ser verdadeiros ou falsos e todos os seus atributos vêm apenas do que eles são. Só os Pensamentos de Deus são verdadeiros. E tudo o que decorre deles vem do que são e é tão verdadeiro quanto o é a Fonte santa de Onde vieram.

10. Meu irmão santo, eu quero entrar em todos os teus relacionamentos e caminhar entre tu e as tuas fantasias. Permite que o meu relacionamento contigo seja real para ti e deixa que eu traga realidade à tua percepção dos teus irmãos. Eles não foram criados para permitir que ferisses a ti mesmo através deles. Eles foram criados para criar contigo. Essa é a verdade que eu quero interpor entre tu e a tua meta feita de loucura. Não fiques separado de mim e não permitas que o propósito santo da Expiação se perca para ti em sonhos de vingança. Relacionamentos nos quais tais sonhos são acalentados excluíram a mim. Deixa-me entrar, em Nome de Deus, e trazer-te a paz para que possas me oferecer a paz.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 2. O mundo perdoado

1. Tu és capaz de imaginar quão belos parecerão para ti aqueles a quem tiveres perdoado? Em nenhuma fantasia jamais viste nada tão belo. Nada do que vês aqui, dormindo ou acordado, chega perto de tamanha beleza. E coisa alguma valorizarás como essa, nem nada será tão precioso. Nada do que lembras, que tenha feito o teu coração cantar com alegria, jamais te trouxe sequer uma pequena parte da felicidade que ver isso vai te trazer. Pois verás o Filho de Deus. Contemplarás a beleza que o Espírito Santo ama contemplar e pela qual Ele agradece ao Pai. Ele foi criado para ver isso para ti até que aprendesses a vê-lo por ti mesmo. E todo o Seu ensinamento leva a ver isso e a dar graças com Ele.

2. Essa beleza não é uma fantasia. É o mundo real, brilhante e limpo e novo, com tudo cintilando debaixo do sol aberto. Nada está oculto aqui, pois todas as coisas foram perdoadas e não existem fantasias para esconder a verdade. A ponte entre aquele mundo e esse é tão pequena e tão fácil de atravessar, que não poderias acreditar que ela é o ponto de encontro de mundos tão diferentes. No entanto, essa pequena ponte é a coisa mais forte que, de algum modo, toca esse mundo. Esse pequeno passo, tão mínimo que escapou à tua atenção, é um passo largo através do tempo até à eternidade, indo além de tudo o que é feio até à beleza que vai encantar-te e que nunca cessará de te maravilhar pela sua perfeição.

3. Esse passo, o menor passo jamais dado, é ainda a maior realização de todas no plano de Deus para a Expiação. Tudo o mais é aprendido, mas isso é dado, completo e totalmente perfeito. Ninguém, a não ser Aquele Que planejou a salvação, poderia completá-la assim. O mundo real, em sua beleza, tu aprendes a alcançar. Fantasias são desfeitas e nada nem ninguém permanece ainda preso a elas e pelo teu próprio perdão estás livre para ver. No entanto, o que vês é apenas o que fizeste com a bênção do teu perdão. E com essa bênção final do Filho de Deus sobre si mesmo, a percepção real, nascida da nova perspectiva que ele aprendeu, cumpriu o propósito que tinha.

4. As estrelas desaparecerão na luz e o sol que abriu o mundo à beleza se desvanecerá. A percepção não terá significado quando tiver se tornado perfeita, pois todas as coisas que tiverem sido usadas para o aprendizado não mais terão qualquer função. Nada jamais mudará; nem ocorrerão os deslocamentos, nem as nuances, nem as diferenças, nem as variações que fizeram com que a percepção fosse possível. A percepção do mundo real será tão breve que mal terás tempo para agradecer a Deus por ela. Pois Deus dará o último passo prontamente, quando tiveres alcançado o mundo real e estiveres pronto para Ele.

5. O mundo real é atingido simplesmente pelo perdão completo do velho, desse mundo que vês sem perdão. O Grande Transformador da percepção empreenderá contigo uma cuidadosa investigação da mente que fez esse mundo e descobrirá para ti as razões aparentes de o teres feito. Na luz da razão real que Ele traz, na medida em que o segues, Ele te mostrará que não existe absolutamente nenhuma azão aqui. Cada ponto que a Sua razão toca ressurge com beleza e o que parecia feio na escuridão da ua falta de razão é repentinamente liberado para a formosura. Nem mesmo aquilo que o Filho de Deus fez na insanidade poderia deixar de ter uma centelha oculta de beleza que a gentileza não pudesse liberar.

6. Toda essa beleza erguer-se-á para abençoar a tua vista à medida em que olhas para o mundo com olhos que perdoam. Pois o perdão literalmente transforma a visão e permite que vejas o mundo real se aproximando quieta e gentilmente através do caos, removendo todas as ilusões que tinham distorcido a tua percepção e a fixado no passado. A menor das folhas vem a ser algo maravilhoso e um tufo de grama um sinal da perfeição de Deus.

7. Do mundo perdoado, o Filho de Deus é facilmente erguido ao seu lar. E lá ele tem o conhecimento de que sempre descansou ali em paz. Mesmo a salvação tornar-se-á um sonho e sumirá da tua mente. Pois a salvação é o fim dos sonhos e com o término dos sonhos, ela não terá mais significado. Quem, desperto no Céu, poderia sonhar que jamais houvesse qualquer necessidade de salvação?

8. Quanto queres a salvação? Ela te dará o mundo real, que palpita pronto para te ser dado. A ânsia do Espírito Santo para dar-te isso é tão intensa que Ele não quer esperar, embora espere com paciência. Vai de encontro à Sua paciência com a tua impaciência em relação a qualquer adiamento do teu  ncontro com Ele. Sai contente para te encontrares com o teu Redentor e caminha com Ele em onfiança para fora desse mundo e para dentro do mundo real da beleza e do perdão.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Capitulo 17 - O PERDÃO E O RELACIONAMENTO SANTO 1. Trazendo as fantasias à verdade

1. A traição do Filho de Deus se passa apenas em ilusões e todos os seus “pecados” não são senão a sua própria imaginação. A sua realidade é para sempre sem pecado. Ele não precisa ser perdoado, mas desperto. Nos seus sonhos, ele traiu a si mesmo, a seus irmãos e a seu Deus. No entanto, o que é feito em sonhos não é realmente feito. É impossível convencer o sonhador de que isso é assim, pois sonhos são o que são devido à ilusão de realidade que lhes é própria. Só no despertar está a liberação total em relação a eles, pois só então vem a ser perfeitamente evidente que não tiveram em absoluto qualquer efeito sobre a realidade e não a mudaram. Fantasias mudam a realidade. Esse é o seu propósito. Elas não podem fazer isso na realidade, mas podem fazê-lo na mente que quer que a realidade seja diferente.

2. Assim sendo, só o teu desejo de mudar a realidade é amedrontador, pois através do teu desejo pensas que realizaste o que desejas. Essa estranha posição, em certo sentido, reconhece o teu poder. Entretanto, por distorcê-lo e por dedicá-lo ao “mal”, também faz com que seja irreal. Não podes servir a dois senhores que te pedem coisas conflitantes. O que usas na fantasia, negas à verdade. Por outro lado, o que dás à verdade para que ela o use para ti, está a salvo da fantasia.

3. Quando afirmas que tem que haver uma ordem de dificuldades em milagres, tudo o que queres dizer é que há certas coisas que queres manter longe da verdade. Acreditas que a verdade não pode lidar com elas apenas porque queres mantê-las à parte da verdade. Muito simplesmente, a tua falta de fé no poder que cura toda a dor surge do teu desejo de reter alguns aspectos da realidade para as fantasias. Se apenas reconhecesses o que isso faz com a tua apreciação do todo! O que reservas para ti mesmo, tiras Daquele Que quer liberar-te. A não ser que o devolvas, é inevitável que a tua perspectiva da realidade seja deformada e incorreta.

4. Enquanto quiseres que isso seja assim, a ilusão de uma ordem de dificuldades em milagres permanecerá contigo. Pois estabeleceste essa ordem na realidade, dando um pouco dessa realidade a um professor e um pouco a outro. E assim aprendes a lidar com uma parte da verdade de uma maneira e com a outra parte de outra. Fragmentar a verdade é destruí-la, tornando-a sem significado. Ordens de realidade constituem uma perspectiva sem compreensão, um quadro de referências para a realidade ao qual ela não pode ser realmente comparada de forma alguma.

5. Pensas que podes trazer verdade a fantasias e aprender o que a verdade significa a partir da perspectiva das ilusões? A verdade não tem significado na ilusão. O quadro de referência para o seu significado tem que ser ela mesma. Quando tentas trazer a verdade às ilusões, estás tentando fazer com que as ilusões sejam reais e estás tentando mantê-las, justificando a tua crença nelas. Mas dar ilusões à verdade é permitir à verdade ensinar que as ilusões são irreais e assim permitir que escapes delas. Não reserves nenhuma idéia separada da verdade ou estabeleces ordens de realidade que necessariamente te aprisionam. Não há ordem na realidade, porque tudo nela é verdadeiro.

6. Que estejas voluntariamente disposto, então, a dar tudo o que retiveste fora da verdade Àquele Que conhece a verdade e em Quem tudo é trazido à verdade. A salvação da separação tem que ser completa, ou não será de forma alguma. Não te preocupes com nada, exceto com a tua disponibilidade para ter isso realizado. Ele o realizará, não tu. Mas não te esqueças disso: quando te perturbas e perdes a paz da tua mente porque um outro está tentando resolver os seus problemas através da fantasia, estás recusando- te a perdoar a ti mesmo por essa mesma tentativa. E estás mantendo a ambos afastados da verdade e da salvação. À medida em que o perdoas, devolves à verdade o que estava sendo negado por ambos. E verás o perdão onde o tiveres dado.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES 6. A ponte para o mundo real

1. A busca do relacionamento especial é um sinal de que te igualas ao ego e não a Deus. Pois o relacionamento especial só tem valor para o ego. Para o ego, a não ser que um relacionamento tenha valor especial, não tem significado pois o ego percebe todo amor como especial. Entretanto, isso não pode ser natural, pois não é como o relacionamento de Deus e de Seu Filho, e todos os relacionamentos que não são como esse têm que ser anti-naturais. Pois Deus criou o amor como Ele quer que seja e deu esse amor como ele é. O amor não tem significado exceto como o seu Criador o definiu pela Sua Vontade. É impossível defini-lo de outro modo e compreendê-lo.


2. O amor é liberdade. Procurá-lo colocando a ti mesmo em cativeiro é separar-te dele. Pelo Amor de Deus; não busques mais a união na separação, nem a liberdade em cativeiro! À medida em que tu liberas, na mesma medida serás liberado. Não te esqueças disso ou o amor será incapaz de achar-te e consolar- te.

3. Há uma forma na qual o Espírito Santo pede a tua ajuda, se queres a Sua. O instante santo é o recurso mais útil que Ele tem para proteger-te da atração da culpa, o verdadeiro chamariz no relacionamento especial. Não reconheces que ela é a atração real nesse relacionamento, pois o ego te ensinou que a liberdade está nele. No entanto, quanto mais de perto olhas para o relacionamento especial, mais evidente fica que ele não pode deixar de fomentar a culpa e, portanto, tem que aprisionar.

4. O relacionamento especial é totalmente sem significado sem um corpo. Se o valorizas, não podes deixar de valorizar o corpo também. E aquilo que valorizas, vais manter. O relacionamento especial é um mecanismo para limitar o teu ser a um corpo e para limitar a tua percepção dos outros aos seus corpos. Os Grandes Raios, se fossem vistos, estabeleceriam que o relacionamento especial é totalmente sem valor. Pois ao vê-los, o corpo desapareceria, porque o seu valor teria sido perdido. E assim todo o teu investimento em vê-lo seria retirado.

5. Vês o mundo que valorizas. Desse lado da ponte vês o mundo de corpos separados, buscando unir-se uns aos outros em uniões separadas e vir a ser um através da perda. Quando dois indivíduos buscam tornar-se um, estão tentando diminuir a sua magnitude. Cada um nega o seu poder, pois a união separada exclui o universo. Muito mais é deixado de fora do que levado para dentro, pois Deus é deixado de fora e nada é levado para dentro. Se uma única união desse tipo fosse feita em perfeita fé, o universo entraria nela. No entanto, o relacionamento especial que o ego busca não inclui nem mesmo um indivíduo inteiro. O ego quer apenas parte dele e vê apenas essa parte e nada mais.

6. Do outro lado da ponte é tão diferente! Por algum tempo o corpo ainda é visto, mas não de maneira exclusiva, como é visto aqui. A pequena centelha que mantém os Grandes Raios dentro dele também é visível e essa centelha não pode ser por muito tempo limitada à pequenez. Uma vez que tenhas atravessado a ponte, o valor do corpo é de tal forma diminuído na tua vista que não verás necessidade alguma de engrandecê-lo. Pois reconhecerás que o único valor que o corpo tem está em permitir que tragas os teus irmãos para a ponte contigo e lá sejam todos liberados juntos.

7. A ponte em si mesma nada mais é do que uma transição na perspectiva dá realidade. Desse lado, tudo o que vês é grosseiramente distorcido e completamente fora de perspectiva. O que é pequeno e insignificante é engrandecido e o que é forte e poderoso reduzido à pequenez. Na transição, há um período de confusão, no qual um sentimento de desorientação de fato pode ocorrer. Mas não tenhas medo, pois só significa que tens estado disposto a soltar o teu apego ao quadro de referências distorcido que aparentava manter o teu mundo no lugar. Esse quadro de referências é feito em torno do relacionamento especial. Sem essa ilusão, não poderia haver significado algum que ainda buscasses aqui.

8. Não tenhas medo de ser abruptamente erguido e jogado na realidade. O tempo é benigno e, se o usares em favor da realidade, ele manterá contigo um ritmo gentil na tua transição. A urgência está apenas em desalojar a tua mente da posição fixada aqui. Isso não te deixará sem lar e sem um quadro de referências. O período de desorientação, que precede à transição em si, é muito mais curto do que o tempo que levou para fixar a tua mente de forma tão firme em ilusões. O adiamento irá ferir-te agora mais do que antes, apenas porque reconheces que é adiamento e que escapar da dor é realmente possível. Acha esperança e conforto ao invés de desespero no seguinte: não poderias achar por muito tempo nem mesmo a ilusão do amor em qualquer relacionamento especial aqui. Pois já não estás mais totalmente insano e logo reconhecerias a culpa da auto-traição pelo que ela é.

9. Nada que busques fortalecer no relacionamento especial é realmente parte de ti. E não podes manter parte do sistema de pensamento que te ensinou que ele é real e compreender o Pensamento que conhece o que tu és. Permitiste que o Pensamento da tua realidade entrasse em tua mente e porque o convidaste, ele habitará contigo. O teu amor por ele não permitirá que traias a ti mesmo e não poderias entrar em um relacionamento no qual ele não pudesse ir contigo, pois não irias querer estar à parte dele.

10. Fica contente por teres escapado à caricatura de salvação que o ego te ofereceu e não olhes para trás com saudade do travesti grotesco que ele fez dos teus relacionamentos. Agora ninguém precisa sofrer, pois chegaste longe demais para ceder à ilusão da beleza e da santidade da culpa. Só os totalmente insanos poderiam olhar para a morte e o sofrimento, a doença e o desespero e vê-los dessa forma. O que a culpa tem formado é feio, amedrontador e muito perigoso. Não vejas nisso qualquer ilusão de verdade e beleza. E sê grato porque há um lugar onde a verdade e a beleza esperam por ti. Vai em frente para encontrá-las com contentamento e aprende o quanto te espera pela tua simples disponibilidade para renunciar ao nada porque é nada.

11. A nova perspectiva que irás ganhar pela travessia será compreender aonde é o Céu. Desse lado, ele parece estar do lado de fora e depois da ponte. No entanto, à medida em que atravessas para unir-te a ele, ele unir-se-á a ti e virá a ser um contigo. E irás pensar, em feliz espanto, que por tudo isso a nada renunciaste! A alegria do Céu, que não tem limites, aumenta com cada luz que retorna para tomar seu lugar de direito dentro dela. Não esperes mais, por Amor a Deus e a ti mesmo. E que o instante santo te acelere no teu caminho como certamente o fará, se apenas deixares que ele venha a ti.

12. O Espírito Santo só te pede essa pequena ajuda: sempre que os teus pensamentos vagarem em torno de um relacionamento especial que ainda te atraia, entra com Ele em um instante santo e lá permite que Ele te libere. Ele só precisa da tua disponibilidade para compartilhar a Sua perspectiva para dá-lo a ti de forma completa. E a tua disponibilidade não precisa ser completa porque a Sua é perfeita. É Sua tarefa expiar a tua falta de disponibilidade através da Sua fé perfeita e é a Sua fé que compartilhas com Ele no instante santo. À partir do teu reconhecimento da tua falta de disponibilidade para liberar-te, a Sua disponibilidade perfeita te é dada. Chama por Ele, pois o Céu está ao Seu chamado. E deixa que Ele chame o Céu por ti.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES 5. A escolha a favor da completeza

1. Ao olhar para o relacionamento especial é necessário em primeiro lugar reconhecer que nele está envolvida uma grande quantidade de dor. Tanto a ansiedade como o desespero, a culpa e o ataque, todos esses estados estão presentes nele, interrompidos por períodos em que parecem ter desaparecido. Todos têm que ser compreendidos como realmente são. Não importa que forma tomem são sempre um ataque ao próprio ser para fazer com que o outro seja culpado. Eu falei disso anteriormente, mas existem alguns aspectos do que se está realmente tentando fazer que não foram tocados.

2. Em termos muito simples, a tentativa de fazer com que o outro seja culpado é sempre dirigida contra Deus. Pois o ego quer que tu O vejas, e apenas Ele, como culpado, deixando a Filiação aberta ao ataque e sem proteção contra isso. O relacionamento especial de amor é a principal arma do ego para manter-te afastado do Céu. Ele não parece ser uma arma, mas se considerares como o valorizas e porque, reconhecerá que não pode deixar de ser assim.

3. O relacionamento especial de amor é a dádiva de que o ego mais se vangloria e aquela que maior apelo tem para aqueles que não querem renunciar à culpa. É aqui que a “dinâmica” do ego fica mais clara, pois contando com a atração desse oferecimento, as fantasias que se formam em torno dele são freqüentemente bastante evidentes. Aqui em geral se julga que elas são aceitáveis e até mesmo naturais. Ninguém considera esquisito amar e odiar ao mesmo tempo e até aqueles que acreditam que odiar é pecado, apenas sentem-se culpados, mas não corrigem isso. Essa é a condição “natural” da separação e aqueles que aprendem que ela não é de forma alguma natural, parecem ser.. os anti-naturais. Pois esse mundo é o oposto do Céu, tendo sido feito para ser o seu oposto e todas as coisas aqui tomam a direção exatamente oposta daquilo que é verdadeiro. No Céu, onde o significado do amor. é conhecido, o amor é a mesma coisa que a união. Aqui, onde a ilusão do amor é aceita no lugar do amor, o amor é percebido como separação e exclusão.

4. É no relacionamento especial, nascido do desejo oculto do amor especial de Deus, que o ódio do ego triunfa. Pois o relacionamento especial é a renúncia ao Amor de Deus e a tentativa de garantir para o próprio ser o especialismo que Ele negou. É essencial para a preservação do ego que acredites que esse especialismo não é o inferno, mas o Céu. Pois o ego não quer que jamais vejas que a separação só poderia ser uma perda, sendo a única condição na qual o Céu não poderia existir.

5. Para todos, o Céu é completeza. Não pode haver nenhum desacordo em relação a isso, porque ambos, o ego e o Espírito Santo, o aceitam. No entanto, eles estão em completo desacordo em relação ao que seja a completeza e como realizá-la. O Espírito Santo tem o conhecimento de que a completeza está em primeiro lugar na união e depois na extensão da união. Para o ego, a completeza está no triunfo e na extensão da “vitória” até o triunfo final sobre Deus. Nisso ele vê a liberdade última do ser, pois nada permaneceria para interferir com o ego. Essa é a sua idéia do Céu. E portanto a união, que é uma condição na qual o ego não pode interferir, tem que ser o inferno.

6. O relacionamento especial é um instrumento do ego, estranho e anti-natural, com o fim de unir inferno e Céu e fazer com que sejam indistintos. E a tentativa de achar o que se imagina de “melhor” dos dois mundos simplesmente tem levado a fantasias de ambos e à incapacidade de perceber um ou outro tal como é. O relacionamento especial é o triunfo dessa confusão. É um tipo de união do qual a união está excluída e a base para a tentativa da união repousa na exclusão. Que melhor exemplo poderia haver da máxima do ego: “Busca, mas não aches?”

7. O mais curioso de tudo é o conceito do ser que o ego apregoa no relacionamento especial. Esse “ser” busca o relacionamento para se tornar completo. Entretanto, quando acha o relacionamento especial no qual pensa que pode realizar isso, ele se desfaz de si mesmo e tenta se “trocar” pelo ser do outro. Isso não é união, pois, não existe aí aumento nem extensão. Cada parceiro tenta sacrificar o ser que não quer em troca daquele que pensa que preferiria. E sente-se culpado. pelo “pecado” de tomar e nada dar de valor em troca. Quanto valor pode ele dar a um ser do qual quer se desfazer em.troca de outro  “melhor”?

8. O ser “melhor” que o ego busca é sempre um mais especial. E qualquer um que pareça possuir um ser especial é “amado” pelo que pode ser tirado dele. Nos casos em que ambos os parceiros vêem esse ser especial um no outro, o ego vê “uma união feita no Céu.” Pois nenhum dos dois irá reconhecer que pediu o inferno e, portanto, não irá interferir com a ilusão que o ego tem do Céu, e é essa que ele oferece para interferir com o Céu. No entanto, se todas as ilusões são feitas de medo e não podem ser feitas de nada mais, a ilusão do Céu nada mais é senão uma forma” atraente’“ de medo, na qual a culpa é profundamente enterrada e emerge na forma de “amor”.

9. O apelo do inferno está só na terrível atração da culpa que o ego oferece àqueles que depositam sua fé na pequenez. A convicção da pequenez está em todo relacionamento especial, pois só quem se sente privado de algo pode valorizar o especialismo. A exigência do especialismo e a percepção de dar o especialismo como um ato de amor faria com que o amor fosse odioso. O real propósito do relacionamento especial, em estrita concordância com as metas do ego, é destruir a realidade e substituí-la pela ilusão. Pois o ego é, ele próprio, uma ilusão, e só as ilusões podem ser testemunhas da sua “realidade”.

10. Se percebesses o relacionamento especial como um triunfo sobre Deus, tu o quererias? Não pensemos em sua natureza amedrontadora, nem na culpa que ele necessariamente acarreta, nem na tristeza, nem na solidão. Pois esses são apenas atributos de toda a religião da separação e do contexto total no qual se pensa que ela ocorre. O tema central em sua litania de sacrifícios é que Deus tem que morrer para que tu possas viver. E é esse tema que é encenarão no relacionamento especial. Através da morte do teu ser, pensas que podes atacar outro ser e arrancá-lo do outro para substituir o ser que desprezas. E o desprezas porque não pensas que ele oferece o especialismo que exiges. E odiando-o, tu o tornaste pequeno e indigno, porque tens medo dele.

11. Como podes dar poder ilimitado àquilo que pensas que atacaste? A verdade veio a ser para ti tão amedrontadora, que a não ser que ela fosse fraca, pequena e indigna de ser valorizada, não terias coragem de olhar para ela. Pensas que é mais seguro dotar o pequeno ser que fizeste com o poder que arrebataste da verdade, triunfando sobre ela e deixando-a impotente. Vê quão exatamente esse ritual é encenado no relacionamento especial. Um altar é erigido entre duas pessoas separadas, no qual cada uma busca matar o seu ser e instaurar em seu corpo um outro ser que tire o seu* poder da sua morte. Muitas e muitas vezes esse ritual é encenado. E nunca se completa, nem nunca será completado. O ritual da completeza não pode completar, pois a vida não surge da morte, nem o Céu do inferno.

12. Sempre que uma forma qualquer de relacionamento especial te tentar a buscar o amor em um ritual, lembra-te de que o amor é conteúdo e não forma de espécie alguma. O relacionamento especial é um ritual de forma, com o objetivo de elevar a forma para que ela tome o lugar de Deus, às custas do conteúdo. Não há nenhum significado na forma e nunca haverá. O relacionamento especial tem que ser reconhecido pelo que é: um ritual sem sentido, no qual a força é extraída da morte de Deus e investida em Seu assassino como sinal de que a forma triunfou sobre o conteúdo e o amor perdeu o seu significado. Queres que isso seja possível, mesmo sem considerar a sua evidente impossibilidade? Se fosse possível, terias feito de ti mesmo um impotente. Deus não está com raiva. Ele meramente não poderia deixar que isso acontecesse. Não podes mudar a Mente de Deus. Nenhum dos rituais que tenhas inventado, nos quais a dança da morte te deleite, pode trazer morte ao eterno. E o substituto que escolheste para a Integridade de Deus também não pode ter qualquer influência sobre ela.

13. Não vejas no relacionamento especial nada além de uma tentativa sem significado de erguer outros deuses diante Dele e, adorando-os, obscurecer a insignificância que lhes é própria e a Sua grandeza. Em nome da tua completeza, não queres isso. Pois cada ídolo que ergues para colocar diante Dele, se coloca diante de ti, no lugar do que tu és.

 “.. .and on his body raise another self to take its power from his death .” o original é um pouco mais claro pois ‘its’, relativo a ‘poder’, é neutro indicando claramente que se refere ao poder do ser.

14. A salvação está no simples fato de que as ilusões não são amedrontadoras porque não são verdadeiras. Elas apenas aparentam ser amedrontadoras, na medida em que falhas em reconhecê-las pelo que são; e falharás nisso na medida em que quiseres que sejam verdadeiras. E nessa mesma medida estás negando a verdade e assim falhando em fazer a simples escolha entre verdade e ilusão, Deus e fantasia. Lembra-te disso e não terás dificuldade em perceber a decisão exatamente como ela é e nada mais.

15. O núcleo da ilusão da separação está simplesmente na fantasia da destruição do significado do amor. E a não ser que o significado do amor seja restaurado para ti, não podes conhecer a ti mesmo, já que compartilhas esse significado. A separação é apenas a decisão de não conhecer a ti mesmo. Todo esse sistema de pensamento é uma experiência de aprendizado cuidadosamente inventada e programada para conduzir para longe da verdade e para dentro da fantasia. Entretanto, para cada aprendizado que te feriria, Deus te oferece correção e a possibilidade de escapar completamente de todas as suas conseqüências.

16. A decisão de escutar ou não esse curso e segui-lo é somente a escolha entre a verdade e a ilusão. Pois aqui está a verdade, separada da ilusão e não confundida com ela em absoluto. Como essa escolha vem a ser simples quando é percebida apenas como é. Pois só fantasias fazem com que a confusão na escolha seja possível e elas são totalmente irreais.

17. Esse ano é, então, o tempo de tomar a decisão mais fácil com a qual jamais foste confrontado e ao mesmo tempo a única. Atravessarás a ponte para a realidade simplesmente porque reconhecerás que Deus está do outro lado e aqui não há absolutamente nada. É impossível não tomar a decisão natural
quando isso é reconhecido.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES 4. A ilusão e a realidade do amor

1. Não tenhas medo de olhar para o relacionamento especial de ódio, pois a liberdade está em olhar para ele. Seria impossível não conhecer o significado do amor exceto por isso. Pois o relacionamento especial de amor, no qual está escondido o sentido do amor, é empreendido somente para fazer com que o ódio não seja visto, mas não para deixar que ele se vá. A tua salvação despontará com clareza diante dos teus olhos abertos à medida que olhares para isso. Não podes limitar o ódio. O relacionamento especial de amor não vai fazer com que ele não seja visível, vai apenas empurrá-lo para o subsolo e escondê-lo de vista. É essencial trazê-lo para ser visto e não fazer nenhuma tentativa de escondê-lo. Pois é a tentativa de equilibrar o ódio com o amor que faz com que o amor seja sem significado para ti. Não reconheces a extensão da ruptura que existe nisso. E até que o faças, ela permanecerá sem reconhecimento e, portanto, sem cura.

2. Os símbolos do ódio contra os símbolos do amor encenam um conflito que não existe. Pois símbolos representam uma outra coisa e o símbolo do amor não tem significado se o amor é tudo. Passarás por esse último desfazer sem nenhum dano e emergirás daí, finalmente, como tu mesmo. Esse é o último passo para se estar pronto para Deus. Não desistas da tua vontade agora; estás perto demais e vais cruzar a ponte em perfeita segurança, traduzido em quietude da guerra para a paz. Pois a ilusão do amor nunca irá satisfazer-te, mas a sua realidade, que te espera do outro lado, te dará tudo.

3. O relacionamento especial de amor é uma tentativa de limitar os efeitos destrutivos do ódio, achando um abrigo na tempestade da culpa. Não faz nenhuma tentativa de erguer-se acima da tempestade, à luz do sol. Ao contrário, enfatiza a culpa fora do abrigo tentando construir barricadas contra ela e manterse do lado de dentro. O relacionamento especial de amor não é percebido como um valor em si mesmo, mas como um lugar de segurança, do qual o ódio é cortado e mantido à parte. O parceiro especial no amor é aceitável só enquanto ele serve a esse propósito. O ódio pode entrar e é até mesmo bem-vindo em certos aspectos do relacionamento, mas ele ainda é mantido pela ilusão do amor. Se a ilusão se vai, o relacionamento é rompido ou vem a ser insatisfatório com base na desilusão.

4. O amor não é uma ilusão. É um fato. Onde a desilusão é possível, não houve amor, mas ódio. Pois o ódio é uma ilusão e o que pode mudar nunca foi amor. É certo que aqueles que selecionam determinadas pessoas como parceiros para qualquer aspecto da vida e as usam para qualquer propósito que não compartilhariam com os outros, estão tentando viver com culpa ao invés de morrer de culpa. Essa é a escolha que vêem. E o amor, para eles, é apenas uma maneira de escapar da morte. Eles o buscam desesperadamente, porém não na paz na qual, com contentamento, o amor viria a eles em quietude. E quando descobrem que o medo da morte ainda paira sobre eles, o relacionamento de amor perde a ilusão de que é o que não é. Quando as barricadas contra ele são quebradas, o medo invade e o ódio triunfa.

5. Não existem triunfos de amor. Só o ódio tem qualquer ligação com o “triunfo do amor”. A ilusão do amor pode triunfar sobre a ilusão do ódio, mas sempre ao preço de fazer de ambos ilusões. Enquanto durar a ilusão do ódio, nessa mesma medida o amor será uma ilusão para ti. E então, a única escolha que permanece possível é determinar qual a ilusão que preferes. Não há conflito na escolha entre verdade e ilusão. Vendo isso nesses termos, ninguém hesitaria. O conflito entra no instante em que a escolha parece se fazer entre ilusões, porém essa escolha não tem importância. Onde uma escolha é tão perigosa quanto a outra, a decisão tem que ser uma decisão de desespero.

6. A tua tarefa não é buscar o amor, mas simplesmente buscar e achar todas as barreiras que construíste dentro de ti contra ele. Não é necessário buscar o que é verdadeiro, mas é necessário buscar o que é falso. Toda ilusão é uma ilusão de medo, não importa a forma que tome. E a tentativa de escapar de uma ilusão para outra tem que falhar. Se buscas o amor fora de ti mesmo, podes estar certo de que percebes o ódio dentro de ti e tens medo desse ódio. No entanto, a paz nunca virá da ilusão do amor, mas só da sua realidade.

7. Reconhece isso posto que é verdadeiro, e a verdade tem que ser reconhecida se é que queremos distingui- la da ilusão: o relacionamento especial de amor é uma tentativa de trazer o amor para a separação. E como tal não é nada mais do que uma tentativa de trazer o amor para o medo e fazer com que ele seja real no medo. Violando fundamentalmente a única condição do amor, o relacionamento especial de amor quer realizar o impossível. Como, a não ser em ilusões, isso poderia ser feito? É essencial que olhemos bem de perto exatamente o que é que pensas que podes fazer para resolver esse dilema que te parece muito real, mas que não existe. Vieste até aqui e estás próximo da verdade e só isso se interpõe entre ti e a ponte que te conduz a ela.

8. O Céu espera silenciosamente e as tuas criações estendem as mãos para ajudar-te a atravessar e dar boas-vindas a elas. Pois é a elas que buscas. Não buscas senão a tua própria completeza e são elas que te tornam completo. O relacionamento especial de amor não é senão um pobre substituto para aquilo que te faz íntegro na verdade, não em ilusões. O teu relacionamento com elas é sem culpa e isso te permite olhar todos os teus irmãos com gratidão, porque as tuas criações foram criadas em união com eles. A aceitação das tuas criações é a aceitação da unicidade da criação, sem a qual jamais poderias ser completo. Nenhum especialismo é capaz de te oferecer o que Deus te deu e o que tu és unido a Ele no dar.

9. Do outro lado da ponte está a tua completeza, pois estarás totalmente em Deus, sem vontade de ter nada em especial, mas apenas ser totalmente como Ele, completando-O pela tua completeza. Não tenhas medo de atravessar para a morada da paz e da santidade perfeita. Somente lá está a completeza de Deus e de Seu Filho estabelecida para sempre. Não busques isso no desolado mundo da ilusão, onde nada é certo e onde tudo falha em satisfazer. Em Nome de Deus, estejas totalmente disposto a abandonar todas as ilusões. Em qualquer relacionamento no qual estejas totalmente disposto a aceitar a completeza, e só isso, lá Deus é completado e Seu Filho com Ele.

10. A ponte que conduz à união em ti mesmo tem necessariamente que conduzir ao conhecimento, pois foi construída com Deus ao teu lado e te conduzirá diretamente a Ele, onde está a tua completeza totalmente compatível com a Dele. Toda ilusão que aceitas em tua mente, julgando-a atingível, remove o teu próprio senso de completeza e assim nega a Integridade do teu Pai. Qualquer fantasia, seja ela de amor ou de ódio, priva-te do conhecimento, pois as fantasias são o véu por trás do qual se oculta a verdade. Para levantar o véu, que parece tão escuro e pesado, só é preciso valorizar a verdade além de qualquer fantasia e estar inteiramente disposto a não te satisfazeres com a ilusão no lugar da verdade.

11. Não queres ir através do medo para o amor? Pois tal parece ser a jornada. O amor chama, mas o ódio quer que fiques. Não escutes o chamado do ódio e não vejas fantasias, pois a tua completeza está na verdade e em nenhum outro lugar. Vê no chamado do ódio e em qualquer fantasia que surja para atrasar-te apenas o pedido de ajuda que se eleva sem cessar de ti ao teu Criador. Não iria Ele te responder, já que a tua completeza é a Sua? Ele te ama totalmente sem ilusões, como tu tens que amar. Pois o amor é totalmente sem ilusões e, portanto, totalmente sem medo. Aquele de quem Deus se lembra não pode deixar de ser íntegro. E Deus nunca esqueceu o que O faz íntegro. Na tua completeza está a memória da Sua Integridade e da Sua gratidão para contigo pela Sua completeza. No Seu elo contigo estão ambas, a Sua incapacidade de esquecer e a tua capacidade de lembrar. Nele estão unidos a tua disponibilidade para amar e todo o Amor de Deus, Que não te esqueceu.

12. O teu Pai não é mais capaz de esquecer a verdade em ti do que tu és capaz de falhar em lembrá-la. O Espírito Santo é a ponte até Ele, feita da tua disponibilidade para unir-te a Ele e criada pela Sua alegria em união contigo. A jornada que parecia sem fim está quase completa, pois o que é sem fim está muito próximo. Quase o reconheceste. Afasta-te comigo firmemente de todas as ilusões agora e não deixes que nada obstrua o caminho da verdade. Nós vamos empreender a última jornada inútil longe da verdade juntos e então, juntos, iremos diretamente a Deus em alegre resposta ao Seu chamado para a Sua completeza.

13. Se relacionamentos especiais de qualquer tipo querem impedir a completeza de Deus, podem ter qualquer valor para ti? O que interferiria com Deus, tem que interferir também contigo. Só no tempo parece ser possível a interferência na completeza de Deus. A ponte, através da qual Ele quer carregar-te, te elevaria do tempo para a eternidade. Desperta do tempo e responde sem medo ao chamado Daquele que te deu a eternidade na tua criação. Desse lado da ponte que leva à intemporalidade, tu nada compreendes. Mas conforme fores pisando levemente sobre ela, seguro pela intemporalidade, és dirigi do diretamente ao Coração de Deus. No seu centro e somente lá, estás a salvo para sempre porque estás completo para sempre. Não há nenhum véu que o Amor de Deus em nós juntos não possa levantar. O caminho para a verdade está aberto. Segue-o comigo.

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES 3. A recompensa do ensino

1. Nós já aprendemos que todas as pessoas ensinam e ensinam todo o tempo. Podes ter ensinado bem e, no entanto, ainda assim é possível que não tenhas aprendido como aceitar o consolo do teu ensinamento. Se considerares o que ensinaste e como isso é alheio ao que pensavas que conhecias, serás compelido a reconhecer que o teu Professor veio de além do teu sistema de pensamento. Portanto, Ele pôde olhá-lo de forma justa e percebê-lo como não sendo verdadeiro. Ele tem que ter feito isso com base em um sistema de pensamento muito diferente, que não tem nada em comum com o teu. Pois certamente, o que Ele tem ensinado e o que tu tens ensinado através Dele, nada tem em comum com o que ensinaste antes que Ele viesse. E os resultados foram trazer paz aonde havia dor e o sofrimento desapareceu para ser substituído pela alegria.

2. Podes ter ensinado a liberdade, mas não aprendeste como ser livre. Eu disse anteriormente: “Pelos seus frutos os conhecereis, e eles conhecerão a si mesmos”. Pois é certo que julgas a ti mesmo de acordo com o teu ensinamento. O ensino do ego produz resultados imediatos porque as suas decisões são imediatamente aceitas como sendo a tua escolha. E essa aceitação significa que estás disposto a julgar a ti mesmo de acordo com isso. Causa e efeito são muito claros no sistema de pensamento do ego, porque todo o teu aprendizado foi dirigido no sentido de estabelecer a relação entre eles. E não terias fé no que tão diligentemente ensinaste a ti mesmo a acreditar? No entanto, lembra-te do cuidado que despendeste na escolha das tuas testemunhas, evitando aquelas que falavam pela causa da verdade e de seus efeitos.

3. O fato de não teres aprendido o que ensinaste não te mostra que não percebes a Filiação como um só? Não te mostra, também, que tu não te consideras uno em ti mesmo? Pois é impossível ensinar com sucesso totalmente sem convicção e é igualmente impossível que a convicção esteja fora de ti. Nunca poderias ter ensinado a liberdade a não ser que acreditasses nela. E o que ensinaste não pode deixar de ter vindo de ti mesmo. Entretanto, esse Ser tu claramente não conheces e não O reconheces, mesmo que Ele funcione. O que funciona tem que estar presente. E só se negares o que Ele tem feito é que poderás negar a Sua presença.

4. Esse é um curso que te ensina como conhecer a ti mesmo. Tens ensinado o que tu és, mas não tens
permitido que o que és te ensine. Tens sido muito cuidadoso em evitar o óbvio e em não ver a relação
real de causa e efeito que é perfeitamente evidente. Entretanto, dentro de ti está tudo o que ensinaste. O que será isso que não aprendeu? Tem que ser essa parte que realmente está fora de ti, não por tua própria projeção, mas na verdade. E é essa parte, que levaste para dentro, que não és. O que aceitas em tua mente não a muda na realidade. Ilusões não são senão crenças no que não existe. E o aparente conflito entre verdade e ilusão só pode ser resolvido separando-te da ilusão e não da verdade.

5. O teu ensinamento já fez isso, pois o Espírito Santo é parte de ti. Criado por Deus, Ele não deixou a Deus nem a Sua criação. Ele é Deus e tu, assim como tu és Deus e Ele juntos. Pois a Resposta de Deus à separação adicionou mais a ti do que o que tentaste tirar. Ele protegeu a ambos, a ti e às tuas criações juntos, mantendo em unidade contigo o que querias excluir. E as tuas criações tomarão o lugar do que levaste para dentro de ti para substituí-las. Elas são muito reais, são parte do Ser que não conheces. Elas se comunicam contigo através do Espírito Santo e o seu poder e gratidão para contigo pela sua criação, elas oferecem com contentamento ao teu ensinamento de ti mesmo, que para elas é o lar onde habitam. Tu, que és o anfitrião de Deus, és também anfitrião para com elas. Pois nada do que é real jamais deixou a mente do seu criador. E o que não é real nunca esteve lá.

6. Tu não és dois “seres” em conflito. O que está além de Deus? Se tu, que O abraças e a quem Ele abraça são o universo, tudo o mais tem que estar fora, onde não há nada. Ensinaste isso e de muito longe no universo, embora não além de ti mesmo, as testemunhas do teu ensinamento se reuniram para ajudar- te a aprender. A sua gratidão uniu-se à tua e à de Deus para fortalecer a tua fé no que ensinaste. Pois o que ensinaste é verdadeiro. Sozinho, estás fora do teu ensinamento e à parte dele. Mas com elas não pode deixar de aprender que não ensinaste senão a ti mesmo e aprendeste da convicção que compartilhaste com elas.

7. Esse ano, começarás a aprender e tornarás o aprendizado proporcional ao ensino. Escolheste isso pela tua própria vontade de ensinar. Embora pareças ter sofrido por isso, a alegria de ensinar ainda será tua. Pois a alegria do ensino está no aprendiz que a oferece ao professor em gratidão e a compartilha com ele. Na mesma medida em que aprendes, a tua gratidão para com o teu Ser, Que te ensina o que Ele é, há de crescer e ajudar-te a honrá-Lo. E aprenderás o Seu poder, força e pureza e amá-Lo-ás como Seu Pai O ama. Seu Reino não tem limites nem tem fim e nada existe Nele que não seja perfeito e eterno. Tudo isso tu és e nada fora disso é o que tu és.

8. Ao teu Ser mais santo toda honra é devida pelo que és e pelo que é Aquele que te criou como tu és. Mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas terão que fazer uma ponte sobre a brecha que imaginam existir entre os seus “seres”. Cada um constrói essa ponte, que o conduz através da brecha, assim que estiver disposto a fazer um pequeno esforço para atravessá-la. Seus pequenos esforços são poderosamente complementados pela força do Céu e pela vontade unida de todos os que fazem do Céu o que ele é, estando unidos dentro dele. Assim, aquele que quer fazer a travessia é literalmente transportado até lá.

9. A tua ponte está edificada com mais firmeza do que imaginas e o teu pé está firmemente plantado sobre ela. Não tenhas medo de que a atração daqueles que estão do outro lado e te esperam, não te impulsione para atravessares com segurança. Pois virás aonde queres estar e onde o teu Ser te espera.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES 2. O poder da santidade

1. Ainda podes pensar que é impossível compreender a santidade, porque não podes ver como ela pode ser estendida para incluir todas as pessoas. E te foi dito que ela tem que incluir todas as pessoas para ser santa. Não te preocupes com a extensão da santidade, pois não compreendes a natureza dos milagres. Nem és tu quem os faz. É a sua extensão, muito além dos limites que percebes, que demonstra que tu não os fazes. Por que deverias te preocupar com a forma pela qual o milagre se estende a toda a Filiação, quando não compreendes o milagre em si mesmo? Um atributo não é mais difícil de compreender do que o todo. Se os milagres existem de qualquer forma, os seus atributos têm que ser milagrosos, sendo parte deles.

2. Há uma tendência a fragmentar e depois a se preocupar com a verdade de apenas uma pequena parte do todo. E isso não passa de uma forma de evitares o todo ou de olhares para onde ele não está, para te concentrares naquilo que tu pensas que serias mais capaz de compreender. Pois essa não é senão mais uma forma através da qual ainda queres tentar manter a compreensão como algo que é só teu. Uma forma melhor e muito mais útil para pensar nos milagres é a seguinte: tu não os compreendes, nem em parte, nem no todo. No entanto, eles foram realizados através de ti. Portanto, a tua compreensão não pode ser necessária. Mesmo assim ainda é impossível realizar o que não podes compreender. E, portanto, tem que haver Algo em ti que, de fato, compreende.

3. Para ti o milagre não pode parecer natural, porque o que fizeste para ferir a tua mente faz com que ela seja tão anti-natural que não se lembra mais do que é natural para ela. E quando te é dito o que é natural, não és capaz de compreender. O reconhecimento da parte como todo e do todo em cada parte é perfeitamente natural, pois é assim que Deus pensa e o que é natural para Ele é natural para ti. A percepção totalmente natural iria te mostrar instantaneamente que a ordem de dificuldades em milagres é impossível, pois ela envolve uma contradição a respeito do que os milagres significam. E se pudesses compreender o seu significado, dificilmente os seus atributos poderiam causar-te perplexidade.

4. Tu fizeste milagres, mas é bastante evidente que não os fizeste sozinho. Tiveste sucesso todas as vezes em que alcançaste outra mente e te uniste a ela. Quando duas mentes se unem em uma só e compartilham igualmente uma idéia, foi estabelecido o primeiro elo na consciência da Filiação como um só. Quando tiveres feito essa união, como o Espírito Santo te pede que faças, e quando a tiveres oferecido a Ele para que Ele a use como achar adequado, a Sua percepção natural da tua dádiva permite que Ele a compreenda e que tu uses a Sua compreensão a teu favor. É impossível convencer-te da realidade do que claramente foi realizado através da tua disponibilidade enquanto acreditares que tens que compreender o que aconteceu ou não terá sido real.

5. Como é possível que a fé na realidade seja tua enquanto estás determinado a fazer com que ela seja irreal? E estarás, de fato, mais seguro mantendo a realidade das ilusões do que aceitando alegremente a verdade pelo que ela é e dando graças por ela? Honra a verdade que te foi dada e fica contente porque não a compreendes. Os milagres são naturais para Aquele Que fala por Deus. A Sua tarefa é traduzir o milagre no conhecimento que representa, o qual está escondido para ti. Permite que a Sua compreensão do milagre seja suficiente para ti e não voltes as costas para todas as testemunhas que Ele te deu da Sua realidade. 

6. Nenhuma evidência vai te convencer da verdade do que não queres. No entanto, o teu relacionamento com Ele é real. Não consideres isso com medo, mas com alegria. Aquele que chamaste está contigo. Dá-Lhe as boas-vindas e honra as testemunhas que te trazem as boas-novas de que Ele veio. É verdade, exatamente como temes, que reconhecê-Lo é negar tudo aquilo que pensas que conheces. Mas o que pensas que conheces nunca foi verdadeiro. Que benefício há para ti em prender-te a isso e negar a evidência da verdade? Pois chegaste por demais perto da verdade para renunciar a ela agora e vais te render à sua atração irresistível. Podes adiar isso agora, mas só por pouco tempo. O Anfitrião de Deus te chamou e tu ouviste. Nunca mais estarás totalmente disposto a não escutar.

7. Esse é um ano de alegria no qual a tua capacidade de escutar aumentará e a paz crescerá com isso. O poder da santidade e a fraqueza do ataque estão ambos sendo trazidos à tua consciência. E isso foi realizado em uma mente firmemente convencida de que a santidade é fraqueza e o ataque é poder. Não deveria isso ser um milagre suficiente para te ensinar que o teu Professor não vem de ti? Mas lembra-te também de que sempre que ouviste a Sua interpretação, os resultados te trouxeram alegria. Irias preferir os resultados da tua interpretação, considerando com honestidade o que têm sido? A Vontade de Deus para ti é algo melhor. Não poderias olhar com maior caridade a quem Deus ama com perfeito amor?

8. Não interpretes contra o Amor de Deus, pois tens muitas testemunhas que falam dele com tanta clareza que só os cegos e os surdos poderiam deixar de vê-las e ouvi-las. Esse ano determina-te a não negar o que te foi dado por Deus. Desperta e compartilha o que te foi dado, pois essa é a única razão pela qual Ele te chamou. A Sua Voz tem falado claramente e, no entanto, tens tão pouca fé no que ouviste porque preferiste depositar mais fé no desastre que fizeste. Hoje, vamos nos resolver juntos a aceitar as boas-novas de que o desastre não é real e de que a realidade não é desastre. A realidade é certa e segura e totalmente benigna para com todas as pessoas e para com todas as coisas. Não existe amor maior do que aceitar isso e ficar contente. Pois o amor só pede que sejas feliz e te dará tudo o que faz a felicidade.

9. Nunca entregaste ao Espírito Santo nenhum problema que Ele não tenha resolvido para ti e nem jamais o farás. Nunca tentaste resolver sozinho coisa alguma que tivesse sucesso. Não é tempo de juntares estes fatos e extraíres deles algum sentido? Esse é o ano para a aplicação das idéias que te foram dadas. Pois as idéias são forças poderosas para serem usadas e não para serem mantidas em vão. Elas já te provaram suficientemente o seu poder para que deposites nelas a tua fé e não em negá-las. Esse ano, investe na verdade e deixa que ela trabalhe em paz. Tem fé Naquele Que tem fé em ti. Pensa no que realmente viste e ouviste e o reconheças. É possível estares sozinho com testemunhas como estas?

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Capítulo 16 - O PERDÃO DAS ILUSÕES. 1 - A verdadeira empatia

1. Sentir empatia não significa unir-te em sofrimento, pois é isto o que tens que te recusar a compreen-der. Essa é a interpretação do ego acerca da empatia e sempre é usada para formar um relacionamento especial, no qual se compartilha o sofrimento. A capacidade de sentir empatia é muito útil para o Espí-rito Santo, desde que permitas que Ele a use a Seu modo. Seu modo é muito diferente. Ele não compre-ende o sofrimento e quer que ensines que o sofrimento não é compreensível. Quando Ele se relaciona através de ti, não se relaciona através do teu ego com outro ego. O Espírito Santo não se une à dor, compreendendo que a cura da dor não se dá através de tentativas delusórias de entrar nela e aliviá-la por compartilhar a delusão.

2. A prova mais clara de que a empatia, como o ego a usa, é destrutiva está no fato de que só é aplicada a determinados tipos de problemas e a determinados tipos de pessoas. Ele os seleciona e se une a eles. E nunca se une a não ser com o intuito de fortalecer a si mesmo. Tendo se identificado com aquilo que pensa que compreende, o ego vê a si mesmo e quer aumentar a si mesmo compartilhando o que é como ele. Não cometas nenhum equívoco acerca dessa manobra: sempre que o ego sente empatia o faz para enfraquecer e enfraquecer é sempre atacar. Tu não conheces o significado da empatia. Entretanto, de uma coisa podes estar certo: se apenas te sentares serenamente à parte e deixares que o Espírito Santo se relacione através de ti, terás empatia com força e ganharás em força, não em fraqueza.

3. A tua parte é apenas a de lembrar-te disso: não queres que nada do que valorizas venha a ti através de um relacionamento. Não escolhes feri-lo nem curá-lo ao teu próprio modo. Não sabes o que é a cura. Tudo o que aprendeste acerca da empatia vem do passado. E não há nada do passado que queiras com-partilhar, pois não há nada do passado que queiras guardar. Não uses a empatia para fazer com que o passado seja real e assim perpetuá-lo. Deixa-te ficar gentilmente de lado e permite que a cura seja reali-zada para ti. Mantém em mente apenas um único pensamento e não o percas de vista, por mais que se-jas tentado a julgar uma situação qualquer e a determinar a tua reação por julgá-la. Concentra a tua mente apenas nisso:
Eu não estou só e não iria impor o passado a meu Hóspede.
Eu O convidei e Ele está aqui. Eu não preciso fazer nada, exceto não interferir.

4. A verdadeira empatia é Daquele Que tem o conhecimento do que ela é. Aprenderás a Sua interpreta-ção da empatia se permitires que Ele use a tua capacidade para a força e não para a fraqueza. Ele não irá abandonar-te, mas certifica-te de que tu não o abandonarás. A humildade é força apenas nesse senti-do: reconhecer e aceitar o fato de que tu não sabes, é reconhecer e aceitar o fato de que Ele sabe. Não estás certo de que Ele fará a Sua parte, porque nunca fizeste, até agora, a tua completamente. Não po-des saber como responder ao que não compreendes. Não sejas tentado nisso e não cedas ao uso triunfal que o ego faz da empatia para a sua própria glória.

5. O triunfo da fraqueza não é o que queres oferecer a um irmão. E, no entanto, não reconheces nenhum triunfo exceto esse. Isso não é conhecimento e a forma de empatia que acarretaria isso é tão deformada que aprisionaria aquilo que quer liberar. Os não redimidos não podem redimir, no entanto, têm um Re-dentor. Não tentes ensiná-Lo. Tu és o aprendiz, Ele o Professor. Não confundas o teu papel com o Seu, pois isso nunca trará paz a ninguém. Oferece a tua empatia a Ele, pois é a Sua percepção e a Sua força que queres compartilhar. E deixa que Ele te ofereça a Sua força e a Sua percepção para serem comparti-lhadas através de ti.

6. O significado do amor se perde em qualquer relacionamento que procure a fraqueza e espere lá achar o amor. O poder do amor, que é o significado do relacionamento, está na força de Deus que paira sobre ele e o abençoa silenciosamente, envolvendo-o nas asas da cura. Deixa que assim seja e não tentes substituir isso pelo teu “milagre”. Eu disse que se um irmão te pede para fazeres alguma coisa tola, que a faças. Mas estejas certo de que isso não significa fazer alguma coisa tola que vá ferir a ele ou a ti, pois o que ferisse um, feriria ao outro. Os pedidos tolos são tolos simplesmente porque conflitam, já que sempre contêm algum elemento de especialismo. Só o Espírito Santo reconhece as necessidades tolas assim como as reais. E Ele te ensinará como satisfazer a ambas, sem perder nenhuma delas.

7. Tu tentarás fazer isso só em segredo. E pensarás que, ao satisfazer as necessidades de uma, não com-prometerás a outra, porque as manténs separadas e secretas. Esse não é o caminho, pois não leva à vida e à verdade. Nenhuma necessidade ficará por muito tempo sem ser satisfeita se as deixares todas Àque-le Cuja função é satisfazê-las. Essa é a Sua função, não a tua. Ele não as satisfará secretamente, pois quer compartilhar tudo o que dás através Dele. É por isso que Ele dá. O que dás através Dele é para toda a Filiação não apenas para uma parte dela. Deixa a Ele a função que Lhe pertence, pois Ele a cum-prirá se apenas Lhe pedires que entre em teus relacionamentos e os abençoe para ti.