sexta-feira, 26 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 7. O sacrifício desnecessário

1. Além da pobre atração do relacionamento de amor especial e sempre obscurecida por ela, está a poderosa atração do Pai pelo Filho. Não há nenhum outro amor que possa satisfazer-te porque não há nenhum outro amor. Esse é o único amor que é inteiramente dado e inteiramente retribuído. Sendo completo, ele nada pede. Sendo totalmente puro, todas as pessoas reunidas nele têm tudo. Essa não é a base de nenhum relacionamento no qual entre o ego. Pois todo relacionamento em que o ego embarca é especial.

2. O ego estabelece relacionamentos apenas para conseguir alguma coisa. E quer manter a pessoa que dá presa a ele através da culpa. É impossível para o ego entrar em qualquer relacionamento sem raiva, pois o ego acredita que a raiva faz amigos. Não é isso o que ele afirma, mas é esse o seu propósito. Pois o ego realmente acredita que pode conseguir as coisas e mantê-las fazendo com que o outro seja culpado. Essa é a sua única atração, uma atração tão fraca que não seguraria ninguém, exceto que ninguém a reconhece. Pois o ego sempre parece atrair através do amor e não tem qualquer atração para qualquer pessoa que perceba que ele atrai pela culpa.

3. A atração doentia pela culpa tem que ser reconhecida pelo que é. Pois tendo se tornado real para ti é essencial vê-la claramente e, retirando o teu investimento nela, aprender a abandoná-la. Ninguém escolheria abandonar aquilo que acredita que tenha valor. No entanto, a atração da culpa só tem valor para ti porque não olhaste para o que ela é e a julgaste completamente no escuro. À medida que a trazemos à luz, a tua única questão será a razão pela qual algum dia a quiseste. Não tens nada a perder olhando-a de olhos abertos, pois tamanha feiúra não tem lugar na tua mente santa. Esse anfitrião de Deus não pode ter nenhum investimento real nisso.

4. Dissemos antes que o ego tenta manter e aumentar a culpa, mas de tal forma que não reconheças o que ele quer te fazer. Pois a doutrina fundamental do ego é que escapas daquilo que fazes aos outros. O ego não quer bem a ninguém. No entanto, a sobrevivência do ego depende de acreditares que estás isento das suas más intenções. Ele aconselha, portanto, que se fores seu anfitrião, ele te capacitará a dirigir a tua raiva para fora, protegendo-te dessa forma. E assim ele embarca em uma cadeia sem fim e sem recompensa de relacionamentos especiais forjados na raiva e dedicados apenas a uma crença insana: a de que quanto mais raiva investes fora de ti mesmo, mais seguro vens a ser.

5. É essa a corrente que prende o Filho de Deus à culpa e é essa corrente que o Espírito Santo quer remover da tua mente santa. Pois a corrente da selvageria não tem lugar em volta do anfitrião escolhido de Deus, que não pode fazer de si mesmo o anfitrião do ego. Em nome da tua liberação e em Nome Daquele Que quer liberar-te, vamos olhar mais de perto para os relacionamentos que o ego contrai e permitir que o Espírito Santo os julgue verdadeiramente. Pois é certo que se olhares para eles, tu os oferecerás alegremente a Ele. O que o Espírito Santo é capaz de fazer com eles, tu não sabes, mas virás a estar disposto a descobrir se em primeiro lugar estiveres disposto a perceber o que tu fizeste deles.

6. De uma forma ou de outra, todo relacionamento que o ego faz se baseia na idéia de que sacrificando-se, ele vem a ser maior. O "sacrifício", que ele vê como purificação, de fato, é a raiz de seu amargo ressentimento. Pois ele preferiria atacar diretamente e evitar o adiamento do que realmente quer. Entretanto, o ego toma conhecimento da "realidade" conforme a vê e reconhece que ninguém poderia interpretar o ataque direto como amor. Entretanto, tornar culpado é ataque direto, embora não pareça ser. Pois os culpados esperam o ataque e tendo-o pedido, são atraídos para ele.

7. Em tais relacionamentos insanos, a atração do que não queres parece ser muito mais forte do que a atração do que queres. Pois cada um pensa que sacrificou alguma coisa pelo outro e o odeia por isso. No entanto, e isso o que ele pensa que quer. Ele não está absolutamente apaixonado pelo outro. Apenas acredita que está apaixonado pelo sacrifício. E por esse sacrifício, que exige de si mesmo, ele exige do outro que aceite a culpa e também se sacrifique. O perdão vem a ser impossível, pois o ego acredita que perdoar o outro é perdê-lo. E apenas através do ataque sem perdão que o ego pode assegurar a culpa que mantém todos os seus relacionamentos juntos.

8. No entanto, eles apenas aparentam estar juntos. Pois para o ego os relacionamentos significam apenas que os corpos estão juntos. É sempre isso o que o ego exige e não se opõe que a mente vá a qualquer lugar ou ao que ela possa pensar, pois isso não parece importante. Enquanto o corpo estiver lá para receber seu sacrifício, ele está contente. Para o ego, a mente é algo privado e só o corpo pode ser compartilhado. As idéias basicamente não oferecem interesse, a não ser na medida em que trazem o corpo do outro para mais perto ou para mais longe. E é nesses termos que ele avalia as idéias como boas ou más. O que faz com que o outro seja culpado e o mantém através da culpa é "bom". O que o libera da culpa é "mau", porque ele não mais acreditaria que os corpos se comunicam e assim "iria embora".

9. O sofrimento e o sacrifício são as dádivas com as quais o ego quer "abençoar" todas as uniões. E aqueles que estão unidos no seu altar aceitam o sofrimento e o sacrifício como o preço da união. Em suas alianças de raiva, nascidas do medo da solidão e ainda assim dedicadas à continuidade da solidão, cada um busca alívio da culpa aumentando-a no outro. Pois cada um acredita que isso diminui a culpa em si mesmo. O outro parece estar sempre atacando-o e ferindo-o, talvez de pequenas maneiras, talvez "inconscientemente", mas nunca sem a exigência do sacrifício. A fúria dessas pessoas reunidas no altar do ego excede em muito a consciência que podes ter disso. Pois o que o ego realmente quer, tu não te dás conta.

10. Sempre que estiveres com raiva, podes estar certo de que formaste um relacionamento especial "abençoado" pelo ego, pois a raiva é a benção do ego. A raiva toma muitas formas, mas não pode enganar por muito tempo aqueles que querem aprender que o amor não traz qualquer culpa e que aquilo que traz culpa, não pode ser amor e tem que ser raiva. Toda raiva nada mais é do que uma tentativa de fazer alguém sentir-se culpado e essa tentativa é a única base que o ego aceita para os relacionamentos especiais. A culpa é a única necessidade que o ego tem e enquanto te identificares com ele, a culpa continuará sendo atraente para ti. No entanto, lembra-te disso: estar com um corpo não é comunicação. E se pensas que é, te sentirás culpado em relação à comunicação e terás medo de ouvir o Espírito Santo reconhecendo na Sua Voz a tua própria necessidade de comunicar-te.

11. O Espírito Santo não pode ensinar através do medo. E como pode Ele comunicar-Se contigo, enquanto acreditas que comunicar-te é fazer de ti mesmo um ser sozinho? É claramente insano acreditar que através da comunicação serás abandonado. Apesar disso, muitas pessoas acreditam que seja assim. Pois pensam que as suas mentes têm que ser mantidas privadas ou as perderão, mas se os corpos estão juntos, as mentes continuam sendo de cada um. A união dos corpos vem a ser, então, a maneira pela qual querem manter as mentes separadas. Pois corpos não podem perdoar. Eles só podem fazer o que a mente lhes indica.

12. A ilusão da autonomia do corpo e sua capacidade de superar a solidão não passa de uma obra do plano do ego para estabelecer apropria autonomia. Enquanto acreditares que estar com um corpo é ter companhia, serás compelido a tentar manter o teu irmão em seu corpo, preso pela culpa. E verás segurança na culpa e perigo na comunicação. Pois o ego sempre ensinará que a solidão é solucionada através da culpa e que a comunicação é a causa da solidão. E apesar da evidente insanidade dessa lição, muitos aaprenderam.

13. O perdão está na comunicação com tanta certeza quanto a perdição está na culpa. A função de ensino do Espírito Santo é instruir aqueles que acreditam que a comunicação é perdição no sentido de mostrar que a comunicação é salvação. E Ele fará isso, porque o poder de Deus Nele e em ti está unido em um relacionamento real tão santo e tão forte que é capaz de superar até mesmo isso sem medo.

14. É através do instante santo que o que parece ser impossível é realizado, tornando evidente que não é impossível. No instante santo, a culpa não tem atração já que a comunicação foi restaurada. E a culpa, cujo único propósito é romper a comunicação, não tem função aqui. Aqui não há o que ocultar e não há pensamentos privados. A disposição de comunicar-se atrai a si a comunicação e supera completamente a solidão. Existe perdão completo aqui, pois não existe nenhum desejo de excluir ninguém da tua completeza, reconhecendo repentinamente o valor da parte de cada um nela. Na proteção da tua integridade todos são convidados e bem-vindos. E compreendes que a tua completeza é a completeza de Deus, Cuja única necessidade é que tu sejas completo. Pois a tua completeza faz com que sejas Dele na tua consciência. E é aqui que vivências a ti mesmo como foste criado e como és.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 6. O instante santo e as leis de Deus

1. É impossível usar um relacionamento às custas de outro e não sofrer culpa. E é igualmente impossível condenar parte de um relacionamento e achar paz dentro dele. Sob o ensinamento do Espírito Santo, todos os relacionamentos são vistos como compromissos totais e, apesar disso, não entram em conflito um com o outro de forma alguma. A fé perfeita em cada um deles, pela capacidade de cada um de satisfazer- te completamente, surge apenas da fé perfeita em ti mesmo. E isso não podes ter enquanto a culpa permanecer. E haverá culpa enquanto aceitares e valorizares a possibilidade de fazer de um irmão o que ele não é, porque queres que ele assim seja.  

2. Tens tão pouca fé em ti mesmo porque não estás disposto a aceitar o fato de que o amor perfeito está em ti. E assim buscas do lado de fora o que não podes achar do lado de fora. Eu te ofereço a minha fé perfeita em ti no lugar de todas as tuas dúvidas. Mas não te esqueças de que a minha fé tem que ser tão perfeita em todos os teus irmãos como é em ti, ou seria uma dádiva limitada para ti. No instante santo nós compartilhamos nossa fé no Filho de Deus porque reconhecemos, juntos, que ele é totalmente digno dela e em nossa apreciação do seu valor não podemos duvidar da sua santidade. E assim nós o amamos.

3. Toda separação desaparece à medida que a santidade é compartilhada. Pois a santidade é poder e ao compartilhá-la ela ganha em força. Se buscas satisfação gratificando as tuas necessidades conforme as percebes, tens que acreditar que a força vem de outro e que o que tu ganhas, ele perde. Alguém tem sempre que perder se tu te percebes fraco. No entanto, há uma outra interpretação dos relacionamentos que transcende o conceito de perda de poder completamente.

4. Não achas difícil acreditar que quando uma outra pessoa invoca Deus em busca de amor, o teu próprio chamado permanece igualmente forte. E nem pensas que quando Deus responde a ela, diminui a tua esperança de ser respondido. Ao contrário, estás mais inclinado a considerar o seu sucesso como uma testemunha da possibilidade do teu. Isso acontece porque reconheces, por mais vagamente que seja, que Deus é uma idéia e assim a tua fé Nele é reforçada pelo compartilhar. O que achas difícil aceitar é o fato de que, como teu Pai, tu és uma idéia. E como Ele, podes dar de ti mesmo de forma completa sem perder coisa alguma, apenas ganhando. Aqui está a paz, pois aqui não há conflito.

5. No mundo da escassez, o amor não tem significado e a paz é impossível. Pois o ganho e a perda são ambos aceitos e assim ninguém tem consciência de que o amor perfeito está dentro de si. No instante santo, reconheces a idéia do amor em ti mesmo e unes essa idéia com a Mente que a pensou e não poderia abandoná-la. Mantendo-a dentro de si mesma, não há perda. Assim o instante santo vem a ser uma lição que ensina como manter todos os teus irmãos na tua mente, experimentando não a perda, mas a completeza. Daí se segue que só podes dar. E isso é amor, pois só isso é natural sob as leis de Deus. No instante santo, as leis de Deus prevalecem e só elas têm significado. As leis desse mundo deixam de ter qualquer significado. Quando o Filho de Deus aceita as leis de Deus como o que Ele quer com contentamento, é impossível que fique preso ou limitado de qualquer maneira.Nesse instante, ele é tão livre quanto Deus quer que ele seja. Pois no instante em que se recusa a ser limitado, não é mais limitado.

6. No instante santo não acontece nada que não tenha sido sempre. Somente o véu que havia sido colocado sobre a realidade é erguido. Nada mudou. No entanto, a consciência da imutabilidade vem rapidamente à medida em que o véu do tempo é posto de lado. Ninguém que não tenha ainda vivenciado o levantar do véu e se sentido irresistivelmente atraído para a luz que está por trás, pode ter fé no amor sem medo. No entanto, o Espírito Santo te dá essa fé, porque Ele a ofereceu a mim e eu a aceitei. Não tenhas medo de que o instante santo te seja negado, pois eu não o neguei. E através de mim, o Espírito Santo o dá a ti como tu o darás. Não permitas que nenhuma necessidade que percebas obscureça a tua necessidade disso. Pois no instante santo, irás reconhecer a única necessidade que os Filhos de Deus compartilham igualmente e através deste reconhecimento te unirás a mim no oferecimento do que é necessário.

7. É através de nós que a paz virá. Une-te a mim na idéia da paz, pois em idéias as mentes podem se comunicar. Se queres dar de ti mesmo como o teu Pai dá o Seu próprio Ser aprenderás a compreender a natureza do Ser. E aí o significado do amor é compreendido. Mas lembra-te de que a compreensão é da mente e só da mente. O conhecimento é, portanto, da mente e as suas condições estão na mente com ele. Se não fosses uma idéia e nada além de uma idéia, não poderias estar em total comunicação com tudo o que sempre existiu. No entanto, enquanto preferires ser alguma outra coisa ou tentares não ser nenhuma outra coisa e alguma outra coisa ao mesmo tempo, não irás lembrar-te da linguagem da comunicação que conheces perfeitamente.

8. No instante santo Deus é lembrado e a linguagem da comunicação com todos os teus irmãos é lembrada com Ele. Pois a comunicação é lembrada em conjunto, como a verdade. Não existe exclusão no instante santo porque o passado se foi e com ele se vai tudo o que constituía a base da exclusão. Sem a sua fonte, a exclusão desaparece. E isso permite à tua Fonte e A de todos os teus irmãos, substituí-la na tua consciência. Deus e o poder de Deus tomarão o Seu lugar de direito em ti e vivenciarás a plena comunicação de idéias com idéias. Através da tua capacidade de fazer isso, aprenderás o que não podes deixar de ser, pois começarás a compreender o que é o teu Criador e o que é a criação junto com Ele.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 5. O instante santo e os relacionamentos especiais

1. O instante santo é o instrumento de aprendizado mais útil do Espírito Santo para te ensinar o significado do amor. Pois o seu propósito é suspender inteiramente o julgamento. O julgamento sempre se baseia no passado, pois a experiência passada é a base sobre a qual julgas. O julgamento vem a ser impossível sem o passado, pois sem ele não compreendes nada. Não farias nenhuma tentativa de julgar, porque seria bastante evidente para ti que não compreendes o que as coisas significam. Tens medo disso porque acreditas que, sem o ego, tudo seria o caos. No entanto, eu te asseguro que sem o ego, tudo seria amor.

2. O passado é o instrumento de ensino principal do ego, pois foi no passado que aprendeste a definir as tuas próprias necessidades e adquiriste métodos para satisfazê-las em teus próprios termos. Nós temos dito que limitar o amor a uma parte da Filiação e trazer a culpa para os teus relacionamentos e assim fazer com que sejam irreais. Se buscas separar certos aspectos da totalidade e olhar para eles de forma que satisfaçam as tuas necessidades imaginárias, estás tentando usar a separação para salvar-te. Como, então, poderia a culpa não entrar? Pois a separação é a fonte da culpa e apelar para ela em busca de salvação é acreditar que estás sozinho. Estar sozinho é ser culpado. Pois sentir-te sozinho é negar a Unicidade do Pai e de Seu Filho e assim atacar a realidade.

3. Não podes amar partes da realidade e compreender o que o amor significa. Se queres amar de modo diferente de Deus, Que não conhece amor especial, como podes compreender o amor? Acreditar que relacionamentos especiais, com amor especial podem te oferecer a salvação é acreditar que a separação é salvação. Pois é na completa igualdade da Expiação que está a salvação. Como podes decidir que aspectos especiais da Filiação podem te dar mais do que outros? O passado te ensinou isso. Entretanto, o instante santo te ensina que não é assim.

4. Devido à culpa, todos os relacionamentos especiais têm elementos de medo. E por isso que variam e mudam tão freqüentemente. Eles não se baseiam apenas em amor imutável. E o amor, ali onde entrou o medo, não merece total confiança porque não é perfeito. Em Sua função como Intérprete do que fizeste, o Espírito Santo usa os relacionamentos especiais, que escolheste para dar apoio ao ego, como experiências de aprendizado que apontam para a verdade. Sob o Seu ensinamento, todo relacionamento vem a ser uma lição de amor. 

5. O Espírito Santo sabe que ninguém é especial. No entanto, Ele também percebe que fizeste relacionamentos especiais, que Ele quer purificar e não deixar que destruas. Não importa quão pouco santa seja a razão pela qual tu os fizeste, Ele pode traduzi-los em santidade, removendo tanto medo quanto tu Lhe permitires. Podes colocar qualquer relacionamento sob os Seus cuidados e estar seguro de que não resultará em dor, se Lhe ofereceres a tua disponibilidade para que o relacionamento não sirva à necessidade alguma que não seja a do Espírito Santo. Toda culpa no relacionamento surge do uso que fazes dele. Todo o amor, do uso do Espírito Santo. Não tenhas, portanto, medo de abandonar as tuas necessidades imaginárias que iriam destruir o relacionamento. A tua única necessidade é a do Espírito Santo.

6. Qualquer relacionamento que queiras substituir por outro não foi oferecido ao Espírito Santo para que Ele o use. Não há nenhum substituto para o amor. Se queres tentar substituir um aspecto do amor por outro, puseste menos valor em um do que no outro. Não só os separaste, como também julgaste contra ambos. No entanto, julgaste em primeiro lugar contra ti mesmo, ou nunca terias imaginado que precisavas de teus irmãos como eles não são. A não ser que tivesses visto a ti mesmo como alguém sem amor, não poderias tê-los julgado tão semelhantes a ti em carência.

7. O uso que o ego faz dos relacionamentos é tão fragmentado que ele freqüentemente vai ainda mais longe: uma parte de um aspecto serve aos seus propósitos, enquanto ele prefere partes diferentes de um outro aspecto. Assim, monta a realidade de acordo com o seu próprio gosto caprichoso, oferecendo à tua busca um retrato que não é semelhante a nada que exista. Pois não há nada no Céu ou na terra a que ele se pareça e assim não importa o quanto busques essa realidade, não a poderás achar porque não é real.

8. Todas as pessoas na terra formaram relacionamentos especiais e embora isso não seja assim no Céu, o Espírito Santo sabe como trazer um toque do Céu a esses relacionamentos aqui. No instante santo ninguém é especial, pois as tuas necessidades pessoais não invadem ninguém para fazer os teus irmãos parecerem diferentes. Sem os valores do passado, tu os verias a todos como o mesmo e iguais a ti. E também não verias nenhuma separação entre tu e eles. No instante santo, vês em cada relacionamento o que ele será quando perceberes apenas o presente.

9. Deus te conhece agora. Ele não Se lembra de nada, tendo sempre conhecido a ti exatamente como te conhece agora. O instante santo reflete o Seu conhecimento trazendo toda a percepção para fora do passado e assim removendo o quadro de referências que construíste para julgar os teus irmãos. Uma vez que ele se tenha ido, o Espírito Santo o substitui pelo Seu quadro de referências. Seu quadro de referências é simplesmente Deus. A intemporalidade do Espírito Santo só é encontrada aqui. Pois no instante santo, livre do passado, vês que o amor está em ti mesmo e não tens necessidade de olhar para fora e arrancar culposamente o amor de onde pensavas que ele estivesse.

10. Todos os teus relacionamentos são abençoados no instante santo, porque a benção não é limitada. No instante santo, a Filiação ganha como um só e unida na tua benção, ela vem a ser una para ti. O significado do amor é o significado que Deus deu a ele. Dá ao amor qualquer significado que não seja o de Deus e será impossível compreendê-lo. Deus ama a cada irmão como Ele te ama, nem mais nem menos. Ele precisa de todos igualmente e de ti também. No tempo, te foi dito para ofereceres milagres segundo a minha orientação e deixar o Espírito Santo trazer a ti aqueles que estão te buscando. No entanto, no instante santo, te unes diretamente a Deus e todos os teus irmãos se reunem em Cristo. Aqueles que estão reunidos em Cristo não estão de forma alguma separados. Pois Cristo é o Ser que a Filiação compartilha, assim como Deus compartilha Seu Ser com Cristo.

11. Pensas que podes julgar o Ser de Deus? Deus O Criou além do julgamento em função da Sua necessidade de estender o Amor. Com o amor em ti mesmo, não tens necessidade alguma, a não ser a de estendê-lo. No instante santo não existe conflito de necessidades, pois existe apenas uma. Pois o instante santo alcança a eternidade e a Mente de Deus. E é apenas lá que o amor tem significado e apenas lá pode ser compreendido.

terça-feira, 23 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 4. A prática do instante santo

1. Esse curso não está além do aprendizado imediato, a não ser que acredites que a Vontade de Deus leva tempo. E isso apenas significa que preferirias protelar o reconhecimento de que tal é a Vontade de Deus. O instante santo é esse instante e todos os instantes. É aquele que queres que seja. Aquele que não quiseres que seja está perdido parati. Cabe a ti decidires quando ele será. Não o atrases. Pois além do passado e do futuro, onde não irás achá-lo, ele está reluzente e pronto para a tua aceitação. No entanto, não podes trazê-lo à tua alegre consciência enquanto não o quiseres, pois ele contém toda a liberação da pequenez.

2. Atua prática, portanto, tem que basear-se na tua disponibilidade para permitir que toda a pequenez se vá. O instante em que a magnitude irá despontar sobre ti está tão distante quanto o teu desejo por ela. Na medida em que tu não a desejas, e em vez dela aprecias a pequenez, nessa medida ela está distante de ti. Na medida em que a quiseres, tu a trarás para mais perto. não penses que és capaz de achar a salvação a teu próprio modo e tê-la. Entrega qualquer plano que tenhas feito para a tua salvação no lugar do plano de Deus. O plano de Deus irá contentar-te e nenhuma outra coisa pode te trazer a paz. Pois a paz é de Deus e de mais ninguém além Dele.

3. Sê humilde diante Dele e ainda assim grande Nele. E não dês valor a nenhum plano do ego mais do
que ao plano de Deus. Pois deixas vazio o teu lugar no Seu plano, que precisas preencher se queres unirte a mim, pela tua decisão de unir-te a qualquer outro plano senão o Dele. Eu te chamo para preencher a tua parte santa no plano que Ele deu ao mundo para liberar o mundo da pequenez. Deus quer que o Seu anfitrião habite em liberdade perfeita. Qualquer aliança a um plano de salvação, que não seja o de Deus, diminui o valor da Sua Vontade para ti em tua própria mente. E no entanto, é a tua mente que é anfitriã para com Ele.

4. Queres aprender o quanto é perfeito e imaculado o altar santo no qual o teu Pai te colocou? Isso irás reconhecer no instante santo, no qual entregas de boa vontade e com alegria todos os outros planos exceto o de Deus. Pois lá está a paz, perfeitamente clara, porque tens estado disposto a satisfazer as condições que ela requer. Podes reivindicar o instante santo a qualquer momento e em qualquer lugar em que o queiras. Na tua prática, tenta entregar qualquer outro plano que tenhas aceito para achar magnitude na pequenez. Ela não está lá. Usa o instante santo só para reconhecer que sozinho não podes saber onde ela está e só podes enganar a ti mesmo.

5. Eu estou no instante santo com tanta clareza quanto queres que eu esteja. E, a extensão na qual aprendes a aceitar-me, é a medida do tempo em que o instante santo será teu. Eu apelo a ti para que faças com que o instante santo seja teu imediatamente, pois a liberação da pequenez na mente do anfitrião de Deus depende da disposição da sua vontade e não do tempo.

6. A razão pela qual esse curso é simples é que a verdade é simples. A complexidade é do ego e não é mais do que a tentativa do ego de obscurecer o óbvio. Poderias viver para sempre no instante santo, começando agora e chegando à eternidade, se não fosse por uma razão muito simples. Não obscureças a simplicidade dessa razão, pois se o fizeres, será apenas porque preferes não reconhecê-la e não permitir que ela se vá. A razão simples, colocada simplesmente, é a seguinte: o instante santo é um tempo no qual recebes e dás comunicação perfeita. Isso significa, entretanto, que esse é um tempo em que a tua mente está a  berta, tanto para receber como para dar. E o reconhecimento de que todas as mentes estão em comunicação. Ele não busca, portanto, mudar nada mas apenas aceitar tudo.

7. Como podes fazer isso, quando preferes ter pensamentos privados e mantê-los? A única forma na qual poderias fazê-lo seria negar a comunicação perfeita que faz do instante santo o que ele é. Tu acreditas que podes abrigar pensamentos que não queres compartilhar e que a salvação está em guardar os teus pensamentos apenas para ti mesmo. Pois em pensamentos privados, conhecidos apenas por ti, pensas que achaste uma maneira de manter o que tens só para ti e compartilhar o que tu queres compartilhar. E, então, te perguntas por que será que não estás em comunicação total com aqueles que estão em torno de ti e com Deus, Que envolve a todos juntos.

8. Todo pensamento que mantiveres oculto corta a comunicação porque queres que seja assim. É impossível reconhecer a comunicação perfeita enquanto cortar a comunicação tiver valor para ti. Pergunta a ti mesmo com honestidade: "Eu quero ter comunicação perfeita e estou totalmente disposto a deixar de lado para sempre tudo aquilo que interfere com ela?" Se a resposta é não, então o fato do Espírito Santo estar pronto para dá-la a ti não é suficiente para que seja tua, pois ainda não estás pronto para compartilhá-la com Ele. E ela não pode vir à mente que se decidiu contra ela. Pois o instante santo é dado e recebido quando a disposição da vontade é igual, sendo a aceitação da Vontade única que governa todo pensamento.

9. A condição necessária para o instante santo não requer que não tenhas nenhum pensamento que não seja puro. Mas requer que não tenhas nenhum que queiras guardar. A inocência não é feita por ti. Ela te é dada no instante em que a queiras. A Expiação não teria razão de ser se não houvesse necessidade dela. Não serás capaz de aceitar a comunicação perfeita enquanto a ocultares de ti mesmo. Pois aquilo que queres ocultar está oculto para ti. Na tua prática, então, tenta apenas estar vigilante contra o engano e não busques proteger os pensamentos que queres guardar para ti mesmo. Deixa que a pureza do Espírito Santo os dissipe com seu brilho e traze toda a tua consciência para estares pronto para a pureza que Ele te oferece. Assim Ele fará com que estejas preparado para reconheceres que és o anfitrião de Deus e não o refém de ninguém nem de coisa alguma.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 3. Pequenez versus magnitude

1. Não te contentes com a pequenez. Mas estejas certo de compreender o que ela é e por que nunca poderias te contentar com ela. A pequenez é o oferecimento que fazes a ti mesmo. Tu a ofereces no lugar da magnitude e a aceitas. Tudo nesse mundo é pequeno porque é um mundo feito de pequenez na estranha crença em que ela pode contentar-te. Quando lutas por qualquer coisa nesse mundo acreditando que tal coisa te trará paz, estás te diminuindo e cegando a ti mesmo para a glória. A pequenez e a glória são as escolhas disponíveis para os teus esforços e a tua vigilância. Tu sempre escolherás uma às custas da outra.

2. Entretanto, o que não reconheces a cada vez que escolhes é que a tua escolha representa uma avaliação de ti mesmo. Escolhe a pequenez e não terás paz, pois terás julgado a ti mesmo como indigno dela. E seja o que for que ofereças a ti mesmo para substituí-la, é uma dádiva muito pobre para satisfazer-te. E essencial que aceites o fato, e que o aceites com contentamento, de que não existe forma alguma de pequenez que possa jamais contentar-te. És livre para tentares quantas desejares, mas tudo o que estarás fazendo será adiar a tua volta ao lar. Pois só ficarás contente na magnitude, que é o teu lar.

3. Há uma profunda responsabilidade que deves a ti mesmo e que deves aprender a lembrar todo o tempo. Inicialmente, a lição pode parecer dura, mas aprenderás a amá-la quando reconheceres que é verdadeira e não é senão um tributo ao teu poder. Tu, que buscaste e achaste a pequenez, lembra-te disso: toda decisão que tomas brota só do que pensas que és e representa o valor que dás a ti mesmo. Acredita que o pequeno pode contentar-te e, por estares te limitando, não te satisfarás. Pois a tua função não é pequena e só achando-a e cumprindo-a podes escapar da pequenez.

4. Não há dúvida acerca de qual é a tua função pois o Espírito Santo sabe qual é. Não há dúvida acerca da magnitude da tua função, pois ela te alcança através Dele a partir da Magnitude. Não tens que te esforçar por ela, porque a tens. Todo o teu esforço deve ser dirigido contra a pequenez, pois proteger a tua magnitude nesse mundo, de fato, requer vigilância. Manter a tua magnitude em perfeita consciência nesse mundo feito de pequenez é uma tarefa que os pequenos não podem empreender. No entanto, ela te é pedida em tributo à tua magnitude e não à tua pequenez. Nem é pedida a ti sozinho. O poder de Deus apoiará todo esforço que fizeres a favor do Seu Filho querido. Procura o pequeno e negarás a ti mesmo o poder de Deus. Não é Vontade de Deus que o Seu Filho se contente com menos do que tudo. Pois Ele não se contenta sem o Seu Filho e o Filho não pode se contentar com menos do que o que o Pai lhe deu.

5. Anteriormente eu te perguntei: "Queres ser refém do ego ou anfitrião de Deus?" Permite que essa pergunta te seja feita pelo Espírito Santo todas as vezes que tomas uma decisão. Pois toda decisão que tomas responde a essa pergunta e convida ou a alegria ou a tristeza correspondentemente. Quando Deus Se deu a ti na tua criação, te estabeleceu como Seu anfitrião para sempre. Ele não te deixou e tu não O deixaste. Todas as tuas tentativas de negar a Sua magnitude e fazer do Seu Filho um refém do ego não podem tornar pequeno aquele que Deus uniu a Si Mesmo. Toda decisão que tomas é pelo Céu ou pelo inferno e te traz a consciência daquilo a favor do qual te decidiste.

6. O Espírito Santo pode manter a tua magnitude limpa de toda pequenez de forma clara e em perfeita segurança na tua mente, intocada por qualquer pequena dádiva que o mundo da pequenez queira te oferecer. Mas para tanto, não podes te alinhar contra Ele no que é Sua Vontade para ti. Decide-te por Deus através Dele. Pois a pequenez e a crença em que podes te contentar com ela são decisões que tomas acerca de ti mesmo. O poder e a glória que vêm de Deus e estão em ti são para todos aqueles que, como tu, se percebem pequenos e acreditam que a pequenez possa se inflar e vir a ser um senso de magnitude capaz de contentá-los. Nunca dês a pequenez e nem a aceites. Toda honra é devida ao anfitrião de Deus. A tua pequenez te engana, mas a tua magnitude pertence a Ele, Que habita em ti e em Quem habitas. Então, não toques ninguém com pequenez em Nome de Cristo, eterno Anfitrião para com Seu Pai.

7. Nesta estação (Natal), que celebra o nascimento da santidade nesse mundo, une-te a mim, que me decidi pela santidade por ti. É nossa tarefa conjunta restaurar a consciência da magnitude para o anfitrião que Deus indicou para Si mesmo. Dar a dádiva de Deus está além de toda tua pequenez, mas não além de ti. Pois Deus quer Se dar através de ti. Ele alcança a todos a partir de ti e além de todos às criações do Filho de Deus, mas sem deixá-lo. Muito além do teu pequeno mundo, mas ainda assim em ti, Ele Se estende para sempre. No entanto, traz todas as Suas extensões a ti, como anfitrião para com Ele.

8. É um sacrifício deixar para trás a pequenez e não vagar em Vão? Não é um sacrifício despertar para a glória. Mas é um sacrifício aceitar qualquer coisa menor do que a glória. Aprende que tens que ser digno do Príncipe da Paz, nascido em ti em honra Daquele Cujo anfitrião tu és. Não conheces o que o amor significa porque buscaste adquiri-lo com pequenas dádivas, assim valorizando-o muito pouco para compreenderes a sua magnitude. O amor não é pequeno e o amor habita em ti, pois és o Seu anfitrião. Diante da grandeza que vive em ti, a tua pobre apreciação de ti mesmo e todos os pequenos oferecimentos que fazes deslizam para o nada.

9. Santa criança de Deus, quando aprenderás que só a santidade pode contentar-te e dar-te a paz? Lembra-te de que não aprendes só para ti mesmo, assim como eu também não o fiz. Porque eu aprendi por ti, podes aprender de mim. Eu quero apenas te ensinar o que é teu, de modo que juntos nós possamos substituir a pobre pequenez que prende o anfitrião de Deus à culpa e à fraqueza pela alegre consciência da glória que está nele. Meu nascimento em ti é o teu despertar para a grandeza. Dá boas-vindas a mim, não em uma manjedoura, mas no altar à santidade, onde a santidade habita em perfeita paz. O meu Reino não é desse mundo porque é em ti. E tu és do teu Pai. Vamos nos unir em tua honra, pois tens que permanecer para sempre além da pequenez.

10. Decide comigo, que me decidi por habitar contigo. A minha vontade é a Vontade de meu Pai, tendo o conhecimento de que a Sua Vontade é constante e está para sempre em paz com ela mesma. Nada te contentará a não ser a Sua Vontade. Não aceites menos, lembrando-te de que tudo o que eu aprendi é teu. O que o meu Pai ama, eu amo como Ele e eu não posso aceitar-te como não és, assim como Ele também não  pode. E assim como tu também não podes. Quando tiveres aprendido a aceitar o que és, não mais farás dádivas para oferecer a ti mesmo pois terás o conhecimento de que és completo, sem necessidade alguma e incapaz de aceitar qualquer coisa para ti mesmo. Mas darás alegremente, tendo recebido. O anfitrião de Deus não precisa buscar para achar coisa alguma.

11. Se estás totalmente disposto a deixar a salvação ao plano de Deus e não é tua vontade tentar alcançar a paz por ti mesmo, a salvação te será dada. Entretanto, não penses que és capaz de substituir o Seu plano pelo teu. Ao contrário, une-te a mim no plano de Deus para que possamos liberar todos aqueles que querem ser limitados, proclamando juntos que o Filho de Deus é Seu anfitrião. Assim, nós não deixaremos ninguém esquecer o que queres lembrar. E assim tu te lembrarás.

12. Em todas as pessoas invoques somente a lembrança de Deus e do Céu, que está nelas. Pois onde gostarias que o teu irmão estivesse, lá pensarás que estás. Não ouças o seu apelo ao inferno e à pequenez mas só o seu chamado ao Céu e a grandeza. Não te esqueças de que o seu chamado é o teu e responde-lhe comigo. O poder de Deus está para sempre ao lado do Seu anfitrião, pois só protege a paz na qual Ele habita. Não coloques a pequenez diante do altar santo de Deus, que se ergue acima das estrelas e alcança até mesmo o Céu, devido ao que é dado a ele.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

CAPÍTULO 15 - O INSTANTE SANTO 2. O fim da dúvida

1. A Expiação tem lugar no tempo, mas não é para o tempo. Estando em ti, ela é eterna. O que contém a lembrança de Deus não pode estar limitado pelo tempo. Tu também não estás. Pois, a não ser que Deus seja limitado, tu não podes ser. Um instante oferecido ao Espírito Santo é oferecido a Deus em teu nome  e nesse instante, irás despertar gentilmente Nele. No instante abençoado em que abandonares todo o teu aprendizado passado, o Espírito Santo rapidamente te oferecerá toda a lição da paz. O que pode tomar tempo, quando todos os obstáculos ao aprendizado tiverem sido removidos? A verdade está tão além do tempo que acontece de uma só vez em sua totalidade. Pois como foi criada una, a sua unicidade não depende do tempo em absoluto.

2. Não te preocupes com o tempo e não temas o instante de santidade que removerá todo o medo. Pois o instante da paz é eterno porque e sem medo. Esse instante virá, sendo a lição que Deus te dá através do Professor que Ele indicou para traduzir tempo em eternidade. Bem-aventurado é o Professor de Deus, Cuja alegria é ensinar ao Filho santo de Deus a sua santidade. A Sua alegria não está contida no tempo. O Seu ensinamento é para ti porque a Sua alegria é tua. 'Através Dele estás diante do altar de Deus, onde Ele gentilmente traduz inferno em Céu. Pois é só no Céu que Deus quer que estejas.

3. Quanto tempo pode levar para estares onde Deus quer que estejas? Pois estás onde sempre estiveste e onde estarás para sempre. Tudo o que tens, tens para sempre. O instante abençoado se prolonga para abranger o tempo, assim como Deus se estende para abranger a ti. Tu, que passaste dias, horas e até mesmo anos acorrentando os teus irmãos ao teu ego, em uma tentativa de mantê-lo e sustentar sua fraqueza, não percebes a Fonte da força. Nesse instante santo irás desacorrentar todos os teus irmãos e recusar- te-ás a apoiar a sua fraqueza ou a tua própria.

4. Não reconheces o quanto tens usado mal os teus irmãos ao vê-los como fontes de apoio para o ego. Como resultado, eles testemunham o ego em tua percepção e parecem fornecer razões para que não deixes que ele se vá. No entanto, são testemunhas muito mais fortes e convincentes do Espírito Santo. E apóiam a Sua força. É, portanto, escolha tua se eles vão apoiar o ego ou o Espírito Santo em ti. E reconhecerás qual dos dois escolheste através das reações deles. Um Filho de Deus que tenha sido liberado através do Espírito Santo em um irmão é sempre reconhecido. Ele não pode ser negado. Se permaneces incerto, é apenas porque não deste liberação completa. E devido a isso, não deste completamente um único instante ao Espírito Santo. Pois quando tiveres dado, terás certeza de teres dado. Terás certeza porque a testemunha do Espírito Santo falará Dele de forma tão clara que ouvirás e compreenderás. Terás dúvidas até ouvires uma única testemunha a quem tenhas liberado totalmente através do Espírito Santo. E, então, não mais duvidarás.

5. O instante santo ainda não aconteceu para ti. No entanto acontecerá e o reconhecerás com perfeita certeza. Nenhuma dádiva de Deus é reconhecida de nenhuma outra forma. Podes praticar a mecânica do instante santo e muito aprenderás em fazê-lo. No entanto, o brilho resplandecente e cintilante do instante santo, que literalmente te cegará para esse mundo pela sua própria visão, tu não podes prover. E aqui está, tudo nesse instante, completo, realizado e totalmente dado.

6. Começa agora a praticar a pequena parte que te cabe em separar o instante santo. Receberás instruções muito específicas conforme fores avançando. Aprender a separar esse único segundo e a experimentá- lo como algo fora do tempo e começar a vivenciar a ti mesmo como um ser que não é separado. Não tenhas medo de que não vás receber ajuda nisso. O Professor de Deus e a Sua lição darão apoio à tua força. Apenas a tua fraqueza te abandonará nesta prática, pois é a prática do poder de Deus em ti. Usa-o apenas por um instante e nunca mais o negarás outra vez. Quem pode negar a Presença daquilo diante do qual o universo se inclina em apreciação e contentamento? Diante do reconhecimento do universo que A testemunha, as tuas dúvidas têm que desaparecer.

terça-feira, 16 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 11 - O teste da verdade

1. Por ora, a coisa essencial é aprender que tu não tens o conhecimento.* O conhecimento é poder e todo poder é de Deus. Tu, que tentaste reter o poder para ti mesmo, "perdeste-o". Ainda tens o poder, mas interpuseste tanta coisa entre ele e a tua consciência que não podes usá-lo. Tudo o que ensinaste a ti mesmo fez com que o teu poder fosse cada vez mais obscuro para ti. Não sabes o que ele é, nem onde está. Fizeste uma aparência de poder e uma exibição de força tão lamentáveis que elas não podem deixar de falhar. Pois o poder não é uma força aparente e a verdade está além de qualquer espécie de aparência. Entretanto, tudo o que se interpõe entre tu e o poder de Deus em ti não é senão o teu aprendizado do falso e as tuas tentativas de desfazer o que é verdadeiro.

2. Que estejas disposto, então, a deixar que tudo isso seja desfeito e fica contente com o fato de que não estás preso a isso para sempre. Pois ensinaste a ti mesmo como aprisionar o Filho de Deus, uma lição tão impensável que só os insanos, no mais profundo dos sonos, poderiam sequer sonhá-la. É possível Deus aprender como não ser Deus? E é possível que Seu Filho, a quem Ele deu todo o poder, aprenda a ser impotente? O que é que ensinaste a ti mesmo que possas realmente preferir manter no lugar do que tens e do que és?

3. A Expiação te ensina como escapar para sempre daquilo que ensinaste a ti mesmo no passado, mostrando- te só o que és agora. O aprendizado foi realizado antes mesmo de seus efeitos se manifestarem. O aprendizado está, portanto, no passado, mas a sua influência determina o presente, dando a ele qualquer que seja o significado que tem para ti. O teu aprendizado não dá ao presente qualquer significado. Nada do que jamais aprendeste pode te ajudar a compreender o presente ou te ensinar como desfazer o passado. O teu passado é o que ensinaste a ti mesmo. Deixa que tudo isso se vá. Não tentes compreender qualquer evento, qualquer coisa ou qualquer pessoa sob essa "luz", pois a escuridão dentro da qual tu procuras ver só pode obscurecer. Não deposites qualquer confiança na escuridão no sentido de iluminar a tua compreensão, pois se o fizeres, estarás contradizendo a luz e assim pensarás que vês a escuridão. Entretanto, a escuridão não pode ser vista, pois não é nada além de uma condição na qual ver torna-se impossível.

4. Tu, que ainda não trouxeste toda a escuridão que ensinaste a ti mesmo à luz que está em ti, dificilmente podes julgar a verdade e o valor deste curso. No entanto, Deus não te abandonou. E assim tens mais uma lição enviada por Ele, já aprendida para toda criança da luz por Aquele a Quem Deus a deu. Essa lição brilha com a glória de Deus, pois nela está o Seu poder, que Ele com tanto contentamento compartilha com Seu Filho. Aprende a respeito da Sua felicidade, que é a tua. Mas para realizar isso, todas as tuas lições escuras têm que ser voluntariamente trazidas à verdade e alegremente entregues por mãos abertas para receber, não fechadas para tomar. Cada lição escura que trazes Aquele Que ensina a luz, Ele aceitará de ti porque tu não a queres. E contente Ele trocará cada uma pela lição brilhante que Ele aprendeu para ti. Nunca acredites que qualquer lição que tenhas aprendido à parte Dele signifique qualquer coisa.

5. Tens um teste, tão certo quanto Deus, para reconheceres se o que aprendeste é verdadeiro.
* Referência a Sócrates. O verbo comumente associado a essa citação é "saber".
Se estás totalmente livre de qualquer tipo de medo e se todos aqueles que se encontram contigo ou até

mesmo pensam em ti compartilham a tua paz perfeita, então podes estar seguro de que aprendeste a  lição de Deus e não a tua própria. A não ser que tudo isso seja verdadeiro, existem na tua mente lições escuras que te ferem e retardam e fazem o mesmo a todos em torno de ti. A ausência da paz perfeita significa apenas uma coisa: pensas que a tua vontade para com o Filho de Deus não é a mesma que a Vontade do seu Pai para ele. Toda lição escura ensina isso, de uma forma ou de outra. E cada lição brilhante com a qual o Espírito Santo substituirá as escuras que tu não aceitas te ensina que a tua vontade é a do Pai e a de Seu Filho.

6. Não te preocupes acerca de como poderás aprender uma lição tão completamente diferente de tudo o que ensinaste a ti mesmo. Como poderias saber? A tua parte é muito simples. Só precisas reconhecer que tudo o que aprendeste, tu não queres. Pede para ser ensinado e não uses as tuas experiências para confirmar o que aprendeste. Quando a tua paz é ameaçada ou perturbada, de qualquer forma, dize a ti mesmo: Eu não conheço o significado de coisa alguma, inclusive disso. E, portanto, eu não sei como responder a isso. E não vou usar o meu próprio aprendizado passado como a luz que há de me guiar agora. Com essa recusa de tentares ensinar a ti mesmo o que não conheces, o Guia que Deus te deu vai falar contigo. Ele tomará o Seu lugar de direito na tua consciência no instante em que tu o abandonares e o
ofereceres a Ele.

7. Não podes ser o teu próprio guia para milagres, pois foste tu que fizeste com que fossem necessários. E porque fizeste isso, os meios dos quais dependes para os milagres te foram providos. O Filho de Deus não pode fabricar necessidades que o seu Pai não satisfaça, se ele apenas voltar-se um pouco para Ele. No entanto, Ele não pode obrigar Seu Filho a voltar-se para Ele e permanecer sendo Ele próprio. É impossível que Deus perca a Sua Identidade, pois se Ele o fizesse, perderias a tua. E sendo a tua, Ele não pode mudar a Si Mesmo, pois a tua Identidade é imutável. O milagre reconhece a Sua imutabilidade vendo o Seu Filho como ele sempre foi e não como ele quer se fazer. O milagre traz os efeitos que só a inculpabilidade pode trazer e assim estabelece o fato de que a inculpabilidade não pode deixar de ser.

8. Como é possível que tu, tão firmemente ligado à culpa e comprometido a assim permaneceres, estabeleças para ti mesmo a tua inculpabilidade? Isso é impossível. Mas estejas certo de que estás disposto a reconhecer que isso é impossível. A orientação do Espírito Santo é limitada apenas porque pensas que podes conduzir alguma pequena parte ou lidar com certos aspectos da tua vida sozinho. Assim queres fazer com que Ele seja inconfiável e usar essa falta de confiabilidade fictícia como uma desculpa para esconder Dele certas lições escuras. E limitando assim a orientação que queres aceitar, és incapaz de depender dos milagres para responder a todos os teus problemas por ti.

9. Pensas que aquilo que o Espírito Santo quer que dês, Ele deixaria de te dar? Não tens nenhum problema que Ele não possa solucionar oferecendo-te um milagre. Milagres são para ti. E todo medo ou toda dor ou toda provação que tenhas já foi desfeito. Ele trouxe todos eles à luz, tendo-os aceito em teu lugar e reconhecido que nunca existiram. Não existem lições escuras que Ele já não tenha iluminado por ti. As lições que irias ensinar a ti mesmo, Ele já corrigiu. Elas não existem na Sua Mente em absoluto. Pois o passado não prende a Ele e, portanto, não prende a ti. Ele não vê o tempo como tu o vês. E cada milagre que Ele te oferece, corrige o uso que fazes do tempo, fazendo com que seja o Seu.

10. Aquele Que te libertou do passado, quer ensinar-te que estás livre do passado. Ele só quer que aceites as Suas realizações como tuas, porque Ele as realizou por ti. E porque Ele as realizou, elas são tuas. Ele fez com que sejas livre daquilo que fizeste. Podes negá-Lo, mas não podes chamá-Lo em vão. Ele sempre dá as Suas dádivas em lugar das tuas. Ele quer estabelecer Seu brilhante ensinamento de forma tão firme em tua mente, que nenhuma lição escura de culpa possa habitar no que Ele estabeleceu como santo através da Sua Presença. Agradece a Deus porque Ele está aí e trabalha através de ti. E todas as Suas obras são tuas. Ele te oferece um milagre com cada um que permites que Ele faça através de ti.

11. O Filho de Deus será sempre indivisível. Como somos mantidos como um em Deus, aprendemos como um Nele. O Professor de Deus é como Seu Criador assim como Seu Filho e, através do Seu Professor, Deus proclama a Sua Unicidade e a do Seu Filho. Escuta em silêncio e não levantes a tua voz contra Ele. Pois Ele ensina o milagre da unicidade e diante da Sua lição a divisão desaparece. Ensina como Ele aqui e irás lembrar-te que sempre criaste como teu Pai. O milagre da criação nunca cessou, tendo sobre si o selo santo da imortalidade. Essa é a Vontade de Deus para toda a criação e toda a criação se une nesta vontade.

12. Aqueles que lembram-se sempre que nada conhecem e que vieram a estar dispostos a aprender todas as coisas, irão aprendê-las. Mas sempre que confiarem em si mesmos, nada aprenderão. Destruíram sua motivação para aprender por pensarem que já sabem. Não penses que compreendes coisa alguma enquanto não passares pelo teste da paz perfeita, pois a paz e a compreensão vão juntas e nunca podem ser achadas sozinhas. Cada uma traz a outra consigo, pois é a lei de Deus que não sejam separadas. Elas são causa e efeito uma da outra e, assim, quando uma está ausente, a outra não pode estar.

13. Só aqueles que reconhecem que não podem ter o conhecimento a não ser que os efeitos da compreensão estejam com eles, podem realmente aprender alguma coisa. Para isso, é preciso que eles queiram a paz e nada mais. Sempre que pensas que sabes, a paz sairá de ti, porque terás abandonado o Professor da paz. Sempre que compreendes inteiramente que não sabes a paz retornará, pois terás convidado a Ele para fazer isso, abandonando o ego a Seu favor. Não invoques o ego para nada; é só isso que precisas fazer. O Espírito Santo irá, por Si mesmo, preencher todas as mentes que assim abrem espaço para Ele.

14. Se queres paz, tens que abandonar o professor do ataque. O Professor da paz jamais te abandonará. Tu podes desertá-Lo, mas Ele jamais retribuirá, pois a Sua fé em ti é a Sua compreensão. Ela é tão firme quanto é a Sua fé no Seu Criador e Ele tem o conhecimento de que fé no Seu Criador não pode deixar de abranger fé na Sua criação. Nesta consistência está a Sua santidade, que Ele não pode abandonar, pois não é Sua vontade fazê-lo. Tendo a tua perfeição sempre diante da Sua vista, Ele dá a dádiva da paz a todas as pessoas que percebem a necessidade da paz e querem tê-la. Abre caminho para a paz e ela virá. Pois a compreensão está em ti e dela necessariamente vem a paz.

15. O poder de Deus, do qual ambas surgem, é teu com tanta certeza quanto é Dele. Tu pensas que não O conheces só porque, sozinho, é impossível conhecê-Lo. No entanto, vê as obras poderosas que Ele fará através de ti e terás que te convencer de que as fizeste através Dele. É impossível negar a Fonte de efeitos que têm tanto poder que não poderiam vir de ti. Abre espaço para Ele e achar-te-ás tão pleno de poder que nada prevalecerá contra a tua paz. E esse será o teste pelo qual reconhecerás que compreendeste.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 10 - A igualdade dos milagres



1. Quando nenhuma percepção se interpõe entre Deus e Suas criações ou entre as Suas crianças e as deles próprios, o conhecimento da criação não pode deixar de continuar para sempre. Os reflexos que aceitas no espelho da tua mente no tempo, apenas fazem com que a eternidade se aproxime ou se afaste. Mas a eternidade em si está além de todo o tempo. Alcança o que está fora do tempo e toca-o, com a ajuda do seu reflexo em ti. E te afastarás do tempo e te voltarás para a santidade, com tanta certeza quanto o reflexo da santidade chama a todos para que deixem de lado a culpa. Reflete a paz do Céu aqui e traze esse mundo para o Céu. Pois o reflexo da verdade atrai todas as pessoas para a verdade e, na medida em que entram na verdade, deixam para trás todos os reflexos. 

2. No Céu a realidade é compartilhada, não refletida. Compartilhando seu reflexo aqui, a sua verdade vem a ser a única percepção que o Filho de Deus aceita. E assim a lembrança do seu Pai desponta nele e ele não mais se satisfaz com outra coisa que não seja a sua própria realidade. Tu, na terra, não tens nenhuma concepção do que seja a ausência de limites pois o mundo em que pareces viver é um mundo feito de limites. Nesse mundo, não é verdade que possa ocorrer qualquer coisa sem ordem de dificuldades. O milagre, portanto, tem uma função única e é motivado por um Professor único Que traz as leis de um outro mundo para esse. O milagre é a única coisa que podes fazer que transcende essa ordem, sendo baseado não em diferenças, mas na igualdade. 

3. Milagres não estão em competição e o número de milagres que podes realizar é ilimitado. Eles podem ser simultâneos e tão numerosos quanto uma legião. Isso não é difícil de compreender uma vez que tu os concebes como sendo de alguma forma possíveis. O que é mais difícil de apreender é a ausência de ordem de dificuldades que sela o milagre como algo que não pode deixar de vir de algum outro lugar, não daqui. Do ponto de vista do mundo isso é impossível. 
4. Talvez tenhas estado ciente de que não há competição entre os teus pensamentos, os quais, embora possam entrar em conflito, podem ocorrer juntos e em grande número. Tu podes estar tão habituado a isso que o fato te causa pouca surpresa. No entanto, estás também habituado a classificar alguns dos teus pensamentos como mais importantes, mais amplos ou melhores, mais sábios, ou mais produtivos e valiosos do que outros. Isso é verdadeiro no que diz respeito aos pensamentos que atravessam a mente daqueles que pensam que vivem à parte. Pois alguns são reflexos do Céu, enquanto outros são motivados pelo ego, que apenas parece pensar. 

5. O resultado disso é uma trama, um padrão mutável, que nunca descansa e nunca fica parado. Move-se sem cessar através do espelho da tua mente e os reflexos do Céu não duram senão por um momento e logo se turvam à medida em que a escuridão os apaga. Onde houve luz, a escuridão em um instante a remove e padrões alternados de luz e de escuridão varrem de forma constante a tua mente. A pouca sanidade que ainda permanece é mantida por um sentido de ordem que tu estabeleces. Entretanto, o próprio fato de poderes fazer isso e trazer alguma ordem ao caos, te mostra que não és um ego e que tem que haver mais do que um ego em ti. Pois o ego é caos e se tudo em ti fosse o ego, absolutamente nenhuma ordem seria possível. Entretanto, embora a ordem que impões à tua mente limite o ego, ela também te limita. Ordenar é julgar e organizar através do julgamento. 

6.Vai te parecer difícil aprender que não tens nenhuma base para ordenar os teus pensamentos. O Espírito Santo ensina essa lição dando-te brilhantes exemplos de milagres para mostrar-te que a tua maneira de ordenar está errada, mas que uma maneira melhor te é oferecida. O milagre oferece exatamente a mesma resposta a todo pedido de ajuda. Ele não julga o pedido. Meramente reconhece o que ele é e responde de acordo. Ele não considera que chamado é o mais alto, ou o maior ou o mais importante. Tu, que ainda estás preso ao julgamento, podes ficar imaginando como podes ser solicitado a fazer algo que requer que não tenhas qualquer julgamento próprio. A resposta é muito simples. O poder de Deus, não o teu, engendra milagres. O milagre em si mesmo é apenas a testemunha de que tens o poder de Deus em ti. Essa é a razão pela qual o milagre abençoa igualmente a todos os que o compartilham e é também por isso que todos o compartilham. O poder de Deus é ilimitado. E sendo sempre máximo, oferece tudo a qualquer chamado, de qualquer pessoa. Não há nenhuma ordem de dificuldades aqui. A um pedido de ajuda, se dá ajuda. 

7. O único julgamento envolvido é a divisão única do Espírito Santo em duas categorias: uma, de amor e a outra, o pedido de amor. Não podes fazer essa divisão com segurança, pois estás por demais confuso para reconhecer o amor ou para acreditar que tudo o mais não é senão um pedido de amor. Estás por demais preso à forma e não ao conteúdo. O que consideras conteúdo não é absolutamente conteúdo. É meramente forma e nada mais. Pois não respondes ao que um irmão realmente te oferece, mas só à percepção particular do seu oferecimento pela qual o ego o julga. 

8. O ego é incapaz de compreender o conteúdo e não se preocupa absolutamente com ele. Para o ego se a forma é aceitável, o conteúdo também tem que ser. De outro modo, ele atacará a forma. Se acreditas que compreendes alguma coisa a respeito da "dinâmica" do ego, permita-me assegurar-te que nada compreendes. Pois por ti mesmo, não poderias compreendê-la. O estudo do ego não é o estudo da mente. De fato, o ego gosta de se estudar e aprova inteiramente as iniciativas de estudantes que querem "analisá-lo", assim aprovando a sua importância. No entanto, eles apenas estudam a forma sem conteúdo significativo. Pois o seu professor é sem sentido, embora tenha o cuidado de esconder esse fato por trás de palavras que impressionam, mas às quais falta qualquer sentido consistente quando são postas juntas. 

9. Isso é característico dos julgamentos do ego. Separadamente, eles parecem manter-se, mas ponha-os juntos e o sistema de pensamento que surge dessa união é incoerente e completamente caótico. Pois a forma não é suficiente para o significado e a falta de conteúdo subjacente faz com que um sistema coeso seja impossível. Assim, a separação permanece sendo a condição escolhida pelo ego. Pois ninguém sozinho pode julgar o ego verdadeiramente. No entanto, quando dois ou mais se reunem para buscar a verdade, o ego já não é mais capaz de defender a sua falta de conteúdo. O fato da união lhes diz que ele não é verdadeiro. 

10. É impossível lembrar de Deus em segredo e sozinho. Pois lembrar de Deus significa que não estás sozinho e estás disposto a lembrar-te disso. Não tomes nenhum pensamento para ti mesmo, pois nenhum pensamento que tenhas é para ti mesmo. Se queres te lembrar do teu Pai, deixa que o Espírito Santo ordene os teus pensamentos e dá apenas a resposta com a qual Ele te responde. Todas as pessoas buscam amor como tu o fazes, mas ninguém o conhece a menos que se una a ti nesta busca. Se empreendeis juntos a busca, vós levais convosco uma luz tão poderosa que dá significado ao que vedes. A jornada solitária falha porque excluiu aquilo que quer achar. 

11. Assim como Deus se comunica com o Espírito Santo em ti, também o Espírito Santo traduz as comunicações Dele através de ti de forma que possas compreendê-las. Deus não tem comunicações secretas, pois tudo o que é Dele é perfeitamente aberto e livremente acessível a todos, sendo para todos. Nada vive em segredo e o que queres esconder do Espírito Santo é nada. Qualquer interpretação que quiseres dar a um irmão não tem sentido. Deixa que o Espírito Santo mostre-o a ti e ensine a ambos o seu amor e o seu pedido de amor. Nem a sua mente e nem a tua contém mais do que estas duas ordens de pensamento.

 12. O milagre é o reconhecimento de que isso é verdadeiro. Onde há amor, o teu irmão tem que dá-lo a ti devido ao que é o amor. Mas onde há um pedido de amor, tu tens que dá-lo, devido ao que és. Anteriormente, eu disse que esse curso iria te ensinar como lembrar-te do que és, restaurando a tua Identidade em ti. Nós já aprendemos que essa Identidade é compartilhada. O milagre vem a ser o meio de compartilhá-La. Suprindo a tua Identidade aonde quer que Ela não seja reconhecida, tu A reconhecerás. E o próprio Deus, Cuja Vontade é estar com Seu Filho para sempre, abençoará cada reconhecimento do Seu Filho com todo o Amor que tem por ele. E o poder de todo o Seu Amor não estará ausente de qualquer milagre que ofereças ao Seu Filho. Como, então, pode haver qualquer ordem de dificuldades entre eles?


quarta-feira, 10 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 9 - O reflexo da santidade

1. A Expiação não te torna santo. Tu foste criado santo. Ela simplesmente traz a não-santidade à santidade; ou seja, o que fizeste ao que és. Trazer a ilusão à verdade ou o ego à Deus é a única função do Espírito Santo. Não mantenhas o que fizeste longe do teu Pai, pois esconder isso tem te custado o conhecimento Dele e de ti mesmo. O conhecimento é seguro, mas onde está a tua segurança à parte dele? A feitura do tempo para tomar o lugar da intemporalidade está na decisão de ser como não és. Assim, a verdade tornou-se passado e o presente foi dedicado à ilusão. E o passado também foi mudado e interposto entre o que sempre foi e o agora. O passado que lembras nunca existiu e representa apenas a negação do que sempre existiu.

2. Trazer o ego a Deus não é senão trazer o erro à verdade, onde ele aparece corrigido, pois é o oposto do que encontra. É desfeito porque a contradição não pode mais se manter. Por quanto tempo pode a contradição se manter quando a sua natureza impossível é claramente revelada? O que desaparece na luz não é atacado. Meramente desaparece porque não é verdadeiro. Realidades diferentes não têm significado, pois a realidade tem que ser uma só. Ela não pode mudar com o tempo, o humor ou o acaso. A sua imutabilidade é o que faz com que ela seja real. Isso não pode ser desfeito. O desfazer é para a irrealidade. E isso a realidade fará para ti.

3. Meramente por seres o que és, a verdade te libera de tudo o que não és. A Expiação é tão gentil que só precisas sussurrar e todo o seu poder correrá para auxiliar-te e apoiar-te. Tu não és frágil com Deus ao teu lado. Entretanto, sem Ele, não és nada. A Expiação oferece Deus a ti. A dádiva que recusaste é mantida por Ele em ti. O Espírito Santo a mantém lá para ti. Deus não deixou o Seu altar, embora os Seus ado  radores tenham colocado outros deuses sobre ele. O templo ainda é santo pois a Presença que nele habita é a santidade.

4. No templo, a santidade aguarda em quietude o retorno daqueles que a amam. A Presença tem o conhecimento de que eles vão retornar para a pureza e para a graça. A amabilidade de Deus gentilmente os fará entrar e cobrirá todo o seu sentimento de dor e perda com a garantia imortal do Amor do seu Pai. Lá, o medo da morte será substituído pela alegria da vida. Pois Deus é Vida e eles habitam na Vida. A Vida é tão santa quanto a Santidade pela qual foi criada. A Presença da santidade vive em tudo o que vive, pois a santidade criou a vida e não deixa aquilo que criou santo como ela própria.

5. Nesse mundo, tu podes vir a ser um espelho sem mancha, no qual a santidade do teu Criador se irradia a partir de ti para tudo à tua volta. Podes refletir o Céu aqui. No entanto, é preciso que nenhum reflexo das imagens de outros deuses turve o espelho que manteria em si o reflexo de Deus. A terra pode refletir o Céu ou o inferno: Deus ou o ego. Tu só tens que deixar o espelho limpo, isento de todas as imagens de escuridão que escondeste e atraíste para ele. Deus brilhará nele por Si Mesmo. Só o claro reflexo de Deus pode ser percebido nele.

6. Os reflexos são vistos na luz. Na escuridão são obscuros e seu significado parece estar apenas em interpretações variáveis ao invés de em si mesmos. O reflexo de Deus não necessita de interpretação. Ele é claro. Só precisas limpar o espelho e a mensagem que se irradia daquilo que o espelho apresenta para que todos vejam, ninguém deixará de compreender. Essa é a mensagem que o Espírito Santo mantém no espelho que está em cada um. Cada um a reconhece porque a necessidade que tem dela lhe foi ensinada, mas não Portanto, deixa que ele a veja e a compartilhe contigo.

7. Se pudesses reconhecer, mesmo que fosse apenas por um instante, o poder de cura que o reflexo de Deus brilhando em ti pode trazer a todo o mundo, não poderias esperar para fazer com que o espelho da tua mente ficasse limpo para receber a imagem da santidade que cura o mundo. A imagem da santidade que brilha na tua mente não é obscura e não vai mudar. Seu significado para aqueles que olham para ela não é obscuro, pois todos a percebem como a mesma. Todos trazem os seus problemas diferentes para a sua luz curativa e todos os problemas lá acham apenas a cura.

8. A resposta da santidade a qualquer tipo de erro é sempre a mesma. Não há nenhuma contradição naquilo que a santidade invoca. A sua única resposta é a cura, sem consideração do que lhe é trazido. Aqueles que aprenderam a oferecer apenas cura, devido ao reflexo da santidade neles, estão afinal prontos para o Céu. Lá a santidade não é um reflexo, mas ao invés disso, a condição vigente daquilo que aqui era apenas um reflexo para eles. Deus não é uma imagem e as Suas criações, enquanto parte Dele, O mantêm em si na verdade. Elas não apenas refletem a verdade, são a verdade.

terça-feira, 9 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 8 - O local santo do encontro

1. Na escuridão, obscureceste a glória que Deus te deu e o poder que Ele concedeu ao Seu Filho sem culpa. Tudo isso está escondido em cada lugar escuro, envolto em culpa e na escura negação da inocência. Por trás das escuras portas que fechaste não há nada, porque nada pode obscurecer a dádiva de Deus. E o fechar das portas que interfere com o reconhecimento do poder de Deus que brilha em ti. Não faças com que o poder seja banido da tua mente, mas deixa que todas as coisas capazes de esconder a tua glória sejam trazidas ao julgamento do Espírito Santo e lá sejam desfeitas. Aquele que Ele quer salvar para a glória está salvo para ela. Ele prometeu ao Pai que através Dele tu serias liberado da pequenez para a glória. Ele é totalmente fiel ao que prometeu a Deus, pois Ele compartilha com Deus a promessa que Lhe foi feita para compartilhar contigo.


2. Ele ainda a compartilha, para ti. Tudo o que promete coisas diferentes, grandes ou pequenas, muito ou pouco valorizadas, Ele substituirá com a única promessa que Lhe foi dada para ser colocada sobre o altar ao teu Pai e ao Seu Filho. Nenhum altar a Deus se mantém sem o Seu Filho. E nada que seja trazido para esse altar, que não seja igualmente digno de Ambos, deixará de ser substituído por dádivas totalmente aceitáveis para o Pai e para o Filho. Podes oferecer culpa a Deus? Não podes, então, oferecê-la ao Seu Filho. Pois Eles não estão à parte e as dádivas a um são oferecidas ao outro. Tu não conheces a Deus porque não tens conhecimento disso. E no entanto, de fato, conheces a Deus e isso também. Tudo isso está a salvo dentro de ti, onde o Espírito Santo brilha. Ele não brilha onde há divisão, mas no local do encontro onde Deus, unido ao Seu Filho, fala ao Seu Filho através Dele. A comunicação entre o que não pode ser dividido não pode cessar. O local do encontro santo do Pai e do Filho, que são inseparáveis, está no Espírito Santo e em ti. Toda interferência na comunicação com o Filho que é a Vontade do próprio Deus éimpossível aqui. Amor sem interrupção e sem falha flui constantemente entre o Pai e o Filho assim como Ambos querem que seja. E assim é.

3. Não permitas que a tua mente vague por corredores escuros, afastados do centro da luz. Tu e o teu irmão podeis escolher conduzir-vos de forma a vos perderdes, mas só o Guia indicado para vós pode trazer-vos à união. Ele com certeza te conduzirá aonde Deus e Seu Filho esperam pelo teu reconhecimento. Eles estão unidos para dar-te a dádiva da unicidade, diante da qual toda separação some. Une-te ao que és. Não podes unir-te com nada exceto a realidade. A glória de Deus e a de Seu Filho te pertencem na verdade. Não há nada que se oponha a elas e não podes conceder a ti mesmo nenhuma outra coisa.

4. Não há substituto para a verdade. E a verdade fará com que isso fique claro para ti à medida em que fores trazido ao lugar aonde tens que te encontrar com a verdade. E para lá terás que ser conduzido através de uma gentil compreensão que não pode levar-te a nenhum outro lugar. Onde Deus está, lá tu estás. Tal é a verdade. Nada pode mudar o conhecimento, dado a ti por Deus, em desconhecimento. Tudo o que Deus criou conhece o próprio Criador. Pois é assim que a criação é realizada pelo Criador e por Suas criações. No local santo do encontro estão unidos o Pai e as Suas criações e as criações do Seu Filho com Eles. Há um elo que os une a todos, mantendo-os na unicidade a partir da qual a criação acontece.

5. O elo através do qual o Pai Se une àqueles a quem Ele dá o poder de criar não pode nunca ser rompido. O próprio Céu é união com toda a criação e com o seu único Criador. E o Céu permanece sendo a Vontade de Deus para ti. Não deposites outras dádivas senão essa sobre os teus altares, pois nada pode coexistir com ela. Aqui as tuas pequenas oferendas são reunidas à dádiva de Deus e somente o que é digno do Pai será aceito pelo Filho, a quem se destina. Àqueles a quem Deus Se dá, Ele é dado. As tuas pequenas dádivas desaparecerão no altar onde Ele depositou a Sua própria.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 7 - Compartilhando a percepção com o Espírito Santo

1. O que tu queres? A luz ou as trevas? O conhecimento ou a ignorância? O que quiseres é teu, mas não ambos. Os opostos têm que ser reunidos, não mantidos à parte. Pois a sua separação só existe em tua mente e eles são reconciliados pela união, assim como tu. Na união, tudo o que não é real tem que desaparecer, pois a verdade é união. Assim como as trevas desaparecem na luz, também a ignorância se apaga quando desponta o conhecimento. A percepção é o meio pelo qual a ignorância é trazida ao conhecimento. No entanto, é preciso que não haja engano na percepção, pois de outra forma ela vem a ser o mensageiro da ignorância ao invés de ser uma ajuda na procura da verdade.

2. A procura da verdade não é senão procurar honestamente tudo o que interfere com a verdade. A verdade é. Não pode ser perdida, nem buscada, nem achada. Ela está presente, onde quer que estejas, estando dentro de ti. Entretanto, ela pode ser ou não reconhecida, pode ser falsa ou real para ti. Se a escondes, ela vem a ser irreal para ti, porque tu a escondeste e a cercaste de medo. Sob cada pedra angular de medo sobre a qual montaste o teu sistema de crenças insano, a verdade está escondida. Porém, não podes ter conhecimento disso, pois ao esconderes a verdade no medo, não vês razão para acreditar que, quanto mais olhares para o medo, menos o verás e mais claro se tomará o que ele oculta.

3. É impossível convencer aqueles que não conhecem de que conhecem. Do seu ponto de vista, isso não é verdade. Mas é verdade, porque Deus tem conhecimento disso. Estes são pontos de vista claramente opostos em relação ao que são “aqueles que não conhecem.” Para Deus, é impossível não conhecer. Portanto, não se trata absolutamente de um ponto de vista, mas apenas de uma crença em algo que não existe. Os que não conhecem têm apenas essa crença e devido a ela estão errados a respeito de si mesmos.  Definiram a si próprios como não foram criados. A sua criação não foi um ponto de vista, mas uma certeza. A incerteza trazida à certeza não retém nenhuma convicção de realidade.

4. Nossa ênfase tem sido colocada em trazer o que é indesejável para o desejável, o que tu não queres para o que queres. Vais reconhecer que a salvação terá que vir a ti deste modo, se considerares o que é a dissociação. Dissociação é um processo distorcido de pensamento pelo qual dois sistemas de crenças que não podem coexistir são mantidos. Se são reunidos, a aceitação dos dois conjuntamente é impossível. Mas se um deles é mantido longe do outro nas trevas, a sua separação parece manter ambos vivos e iguais em sua realidade. A sua união vem a ser, assim, a fonte do medo, pois se eles se encontram, é preciso retirar a aceitação de um dos dois. Não podes ter ambos, pois um nega o outro. Mantidos à parte esse fato não é visto, pois pode-se dotar cada um com uma crença sólida se estão em locais separados. Reúnaos e o fato da sua completa incompatibilidade fica instantaneamente evidente. Um deles irá embora porque o outro está sendo visto no mesmo lugar.

5. A luz não pode entrar nas trevas quando a mente acredita nas trevas e não deixa que ela se vá. A verdade não luta contra a ignorância e o amor não ataca o medo. Aquilo que não necessita de proteção, não se defende. A defesa foi feita por ti. Deus não a conhece. O Espírito Santo usa defesas em favor da verdade só porque tu as fizeste contra a verdade. A Sua percepção acerca das defesas, de acordo com o Seu propósito, meramente muda-as fazendo com que sejam um chamado por aquilo que atacaste por meio delas. Defesas, como tudo o que fizeste, têm que ser gentilmente voltadas para o teu próprio bem, traduzidas pelo Espírito Santo de meios de auto-destruição em meios de preservação e liberação. A Sua tarefa é muito grande, mas o poder de Deus está com Ele. Portanto, para Ele, ela é tão fácil que foi realizada no instante em que Lhe foi dada a teu favor. Não te demores no teu retorno à paz imaginando como pode Ele cumprir o que Deus Lhe deu para fazer. Deixa isso para Ele Que conhece. Não te é pedido que executes tarefas poderosas por ti mesmo. A ti, pede-se apenas que faças o pouco que o Espírito Santo te sugere fazer, confiando Nele apenas o suficiente para acreditar que se Ele te pede, tu és capaz de fazer. Verás com que facilidade tudo o que Ele pede pode ser realizado.

6. O Espírito Santo não te pede mais do que isso: traze a Ele todos os segredos que trancaste longe Dele. Abre todas as portas para Ele e pede-Lhe que entre nas trevas e as ilumine, dissipando-as. A teu convite, Ele entra com contentamento. Ele traz a luz à escuridão, se fizeres com que a escuridão esteja aberta para Ele. Mas aquilo que escondes, Ele não pode olhar. Ele vê por ti e a não ser que olhes com Ele, Ele não pode ver. A visão de Cristo não é para Ele sozinho, mas para Ele junto contigo. Traze, portanto, todos os teus pensamentos escuros e secretos a Ele e olhaos junto com Ele. Ele mantém a luz e tu a escuridão. Elas não podem coexistir quando Ambos olham para elas juntos. O Seu julgamento tem que prevalecer e Ele o dará a ti, na medida em que unires a tua percepção à Dele.

7. Unir-te a Ele para ver é o modo como aprendes a compartilhar com Ele a interpretação da percepção que conduz ao conhecimento. Não podes ver sozinho. Compartilhar a percepção com Ele, Que te foi dado por Deus, irá ensinar-te como reconhecer o que vês. É o reconhecimento de que nada do que vês significa coisa alguma por si só. Ver com Ele vai te mostrar que todo significado, inclusive o teu, não vem da visão dupla, mas da fusão gentil de todas as coisas em um significado, uma emoção e um propósito. Deus tem um Propósito que Ele compartilha contigo. A visão única, que o Espírito Santo te oferece, irá trazer essa unicidade à tua mente com clareza e brilho tão intensos, que não poderias desejar, mesmo em troca do mundo inteiro, não aceitar o que Deus quer que tenhas. Contempla a tua vontade aceitando que é a Sua, e que todo o Seu Amor é o teu. Toda honra seja dada a ti através Dele e através Dele a Deus.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 6 - A luz da comunicação

1. A jornada que empreendemos juntos é a troca da escuridão pela luz, da ignorância pela compreensão. Nada que compreendas é temível. Só na escuridão e na ignorância é que percebes o que é assustador e te refugias indo mais fundo na escuridão. E, no entanto, só o que está escondido pode aterrorizar, não pelo que é, mas por estar escondido. O obscuro é assustador porque tu não compreendes o seu significado. Se compreendesses, ele ficaria claro e já não estarias no escuro. Nada pode ter um valor oculto, pois o que está escondido não pode ser compartilhado e, portanto, o seu valor é desconhecido. Aquilo que está escondido e mantido à parte, mas o valor está sempre na apreciação conjunta. O que está oculto não pode ser amado e, portanto, tem que ser temido.

2. A luz serena na qual o Espírito Santo habita dentro de ti é simplesmente a perfeita abertura, na qual nada está escondido e assim nada é amedrontados. O ataque sempre cederá ao amor se é trazido a ele e não escondido do amor. Não existe escuridão que a luz do amor não dissipe, a não ser que seja escondida da beneficência do amor. O que é mantido à parte do amor não pode compartilhar o seu poder de cura, porque tem estado separado e mantido nas trevas. As sentinelas das trevas o vigiam cuidadosamente e
tu, que fizeste esses guardiões de ilusões a partir do nada, agora tens medo deles.

3. Queres continuar a dar poder imaginário a essas estranhas idéias de segurança? Elas não são seguras nem inseguras. Não protegem nem atacam. Elas nada fazem, não sendo absolutamente nada. Como guardiões das trevas e da ignorância, só olhes para eles em busca do medo, pois o que mantêm obscuro é amedrontados. Mas deixa-os ir e o que era amedrontados não mais o será. Sem a proteção da obscuridade, só a luz do amor permanece pois só isso tem significado e pode viver na luz. Tudo o mais tem que desaparecer.

4. A morte rende-se à vida simplesmente porque a destruição não é verdadeira. A luz da inculpabilidade brilha dissipando a culpa, porque quando as duas são reunidas, a verdade de uma não pode deixar de fazer com que a falsidade da outra seja perfeitamente clara. Não mantenhas separadas a culpa e a inculpabilidade, pois a tua crença em que podes ter ambas não tem significado. Tudo o que fizeste mantendo-as à parte foi fazer com que perdessem seu significado, confundindo uma com a outra. E assim não reconheces que apenas uma delas significa alguma coisa. A outra é totalmente sem sentido.

5. Tu tens considerado a separação como um meio de romper a tua comunicação com o teu Pai. O Espírito Santo a re-interpreta como um meio de restabelecer o que não foi rompido, mas foi obscurecido. Todas as coisas que fizeste têm utilidade para Ele, para o Seu propósito santíssimo. Ele tem o conhecimento de que não estás separado de Deus, mas percebe muitas coisas em tua mente que permitem que penses que estás. Tudo isso e nenhuma outra coisa é o que Ele quer separar de ti. Ele quer te ensinar como usar a teu favor o poder de decisão, que tu fizeste em substituição ao poder de criação. O que o fizeste para crucificar a ti mesmo, tens que aprender com Ele como aplicá-lo à causa santa da restauração.

6. Tu, que falas através de símbolos obscuros e tortuosos, não compreendes a linguagem que fizeste. Ela não tem significado, pois o seu propósito não é a comunicação, mas sim, o rompimento da comunicação. Se o propósito da linguagem é a comunicação, como pode essa língua significar alguma coisa? Entretanto, mesmo esse estranho e distorcido esforço de comunicar através de não comunicar, contém suficiente amor para fazer com que ele seja significativo, se o seu Intérprete não é o seu autor. Tu, que o fizeste, não estás expressando senão conflito, do qual o Espírito Santo quer liberar-te. Entrega a Ele o que queres comunicar. Ele interpretará isso para ti com perfeita clareza, pois Ele conhece com Quem estás em perfeita comunicação.

7. Tu não sabes o que dizes e assim não sabes o que te é dito. No entanto, o teu Intérprete percebe o significado na tua linguagem estrangeira. Ele não tentará comunicar o que não tem significado. Mas Ele irá separar tudo o que tem significado, deixando o resto de lado e oferecendo a tua verdadeira comunicação àqueles que querem comunicar-se contigo de forma tão verdadeira quanto tu queres. Falas duas línguas ao mesmo tempo e isso não pode deixar de levar à ininteligibilidade. Entretanto, se uma delas não significa nada e a outra tudo, só essa última é possível para os propósitos da comunicação. A outra só interfere
com ela.

8. A função do Espírito Santo é inteiramente comunicação. Ele, portanto, tem que remover qualquer coisa que interfira com a comunicação de modo a restaurá-la. Por conseguinte, não mantenhas nenhuma fonte de interferência longe da Sua vista, pois Ele não atacará as tuas sentinelas. Apenas traze-as a Ele e deixa que a Sua gentileza te ensine que, trazidas à luz, elas não são amedrontadoras e não podem servir para guardar as portas escuras por trás das quais absolutamente nada é cuidadosamente escondido. Nós temos que abrir todas as portas e deixar que a luz entre como um rio. Não existem câmaras ocultas no templo de Deus. Suas portas estão escancaradas para saudar a Seu Filho. Ninguém pode deixar de vir aonde Deus o chamou, se ele próprio não fechar a porta às boas-vindas de seu Pai.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

CAPITULO 14 - 5 - O círculo da Expiação

1. A única parte da tua mente que tem realidade é a parte que ainda te liga a Deus. Não gostarias de ter toda a tua mente transformada em uma mensagem radiante do Amor de Deus para compartilhar com todos os solitários que O têm negado? Deus faz com que isso seja possível. Negarias o Seu anseio de ser conhecido? Tu anseias por Ele, como Ele por ti. Isso é imutável para sempre. Aceita, então, o imutável. Deixa o mundo da morte para trás e retorna serenamente para o Céu. Não existe nada de valor aqui e tudo que tem valor está lá. Escuta o Espírito Santo e a Deus, através Dele.Ele fala de ti para ti. Não há culpa em ti, pois Deus é abençoado em Seu Filho assim como o Filho é abençoado Nele.

2. Todos têm um papel especial a desempenhar na Expiação, mas a mensagem dada a cada um é sempre a mesma: o Filho de Deus não tem culpa. Cada um ensina a mensagem de forma diferente e a aprende de forma diferente. No entanto, até que a ensine e a aprenda, sofrerá a dor de uma consciência meio vaga de que a sua verdadeira função permanece nele sem ser cumprida. A carga da culpa é pesada, mas Deus não te quer preso a ela. O Seu plano para o teu despertar é tão perfeito quanto o teu é falho. Tu não sabes o que fazes, mas Aquele Que sabe está contigo. A Sua gentileza é tua e todo amor que compartilhas com Deus Ele guarda em confiança para ti. Ele não quer te ensinar nada a não ser como ser feliz.

3. Filho abençoado de um Pai pleno de bênçãos, a alegria foi criada para ti. Quem pode condenar aquele a quem Deus abençoou? Não existe nada na Mente de Deus que não compartilhe a Sua brilhante inocência. A criação é a extensão natural da pureza perfeita. Tu aqui só és chamado para te dedicares, com ativa disponibilidade, à negação da culpa em todas as suas formas. Acusar é não compreender. Os aprendizes felizes da Expiação vêm a ser os professores da inocência que é o direito de tudo o que Deus criou. Não negues a eles o que lhes é devido, pois não vais recusar apenas a eles.

4. A herança do Reino é o direito do Filho de Deus, dado a ele em sua criação. Não tentes roubá-la ou estarás pedindo a culpa e irás experimentá-la. Protege a sua pureza de todo pensamento que queira roubá-la e mantê-la longe da sua vista. Traze a inocência à luz, em resposta ao chamado da Expiação. Que nunca deixes a pureza ficar escondida, mas deixa a tua luz brilhar afastando os véus pesados da culpa dentro dos quais o Filho de Deus se escondeu da sua própria vista.

5. Estamos todos unidos na Expiação aqui e nenhuma outra coisa pode nos unir nesse mundo. Assim o mundo da separação desaparecerá e a comunicação plena será restaurada entre o Pai e o Filho. O milagre reconhece a inculpabilidade que tem que ter sido negada para produzir a necessidade da cura. Não recuses esse feliz reconhecimento, pois a esperança da felicidade e a liberação de todo tipo de sofrimento estão nele. Quem não quer senão ficar livre da dor? Ele pode não ter ainda aprendido como trocar a culpa pela inocência, nem ter reconhecido que só nesta troca a libertação da dor pode vir a ser sua. Entretanto, aqueles que falharam em aprender necessitam de ensino, não de ataque. Atacar aqueles que têm necessidade de ensinamento é falhar em aprender com eles.

6. Professores da inocência, cada um a seu modo, uniram-se assumindo a sua parte no currículo unificado da Expiação. Não há nenhuma unidade de metas no aprendizado à parte disso. Não há conflito nesse currículo, que tem apenas um objetivo, seja qual for a forma como é ensinado. Cada esforço feito a seu favor é oferecido com o propósito único de liberar da culpa para a glória eterna de Deus e de Sua criação. E cada ensinamento que aponta para isso aponta diretamente para o Céu e para a paz de Deus. Não há nenhuma dor, nenhum julgamento, nenhum medo que esse ensinamento possa falhar em superar. O poder do próprio Deus apóia esse ensinamento e garante os seus resultados sem limites.

7. Une os teus próprios esforços ao poder que não pode falhar e tem que resultar na paz. Ninguém deixa de ser tocado por um ensinamento como esse. Tu não verás a ti mesmo além do poder de Deus se ensinares apenas isso. Não estarás isento dos efeitos dessa lição santíssima, que só busca restaurar o que é o direito da criação de Deus. Tu inevitavelmente aprenderás a tua inocência de cada um a quem concederes a liberação da culpa. O círculo da Expiação não tem fim. E acharás uma confiança cada vez mais abrangente na tua segura inclusão no círculo com cada um que trouxeres para dentro da sua segurança e da sua paz perfeita.  

8. Que a paz, então, esteja com todos os que vêm a ser professores da paz. Pois a paz é o reconhecimento da pureza perfeita, da qual ninguém está excluído. Dentro do seu círculo santo estão todos aqueles que Deus criou como Seu Filho. A alegria é o seu atributo unificador e ninguém é deixado de lado para sofrer pela culpa sozinho. O poder de Deus atrai todas as pessoas ao seu abraço seguro de amor e união. Que estejas em quietude dentro deste círculo e atraias todas as mentes torturadas para que se unam a ti na segurança da sua paz e da sua santidade. Fica comigo dentro dele, como um professor da Expiação, não da culpa.

9. Bem-aventurados sejais, vós que ensinais comigo. Nosso poder não vem de nós, mas de nosso Pai. Na inculpabilidade nós O conhecemos, como Ele nos conhece sem culpa. Eu estou dentro do círculo, chamando-te para a paz. Ensina a paz comigo e pisa, como eu, em terra santa. Lembra-te por todas as pessoas do poder do teu Pai, que Ele lhes deu. Não acredites que não podes ensinar a Sua paz perfeita. Não fiques fora, mas une-te a mim do lado de dentro. Não falhes no único propósito para o qual o meu ensinamento te chama. Devolve a Deus o Seu Filho assim como Ele o criou ensinando-lhe a sua inocência.

10. A crucificação não tomou parte na Expiação. Só a ressurreição veio a ser a minha parte nele. Esse é o símbolo da liberação da culpa pela inculpabilidade. Aquele que percebes como culpado, queres crucificar. No entanto, restauras a inculpabilidade a todo aquele a quem vês sem culpa. A crucificação é sempre o objetivo do ego. Ele vê a todos como culpados e através da sua condenação quer matar. O Espírito Santo só vê a inculpabilidade e em Sua gentileza, Ele quer liberar do medo e restabelecer o reinado do amor. O poder do amor está em Sua gentileza que é de Deus e, portanto, não pode crucificar nem sofrer crucificação. O templo que tu restauras vem a ser o teu altar, pois foi reconstruído através de ti. E tudo o que dás a Deus é teu. Assim Ele cria e assim tu tens que restaurar.

11. Cada um que vês, colocas dentro do círculo santo da Expiação ou deixas de fora, julgando-o merecedor da crucificação ou da redenção. Se o trouxeres para dentro do círculo da pureza, lá descansarás com ele. Se o deixares de fora, é lá que te unirás a ele. Não julgues a não ser na quietude que não vem de ti. Recusa-te a aceitar qualquer um como se ele não tivesse a bênção da Expiação e trate-o a ela abençoando-o. A santidade tem que ser compartilhada, pois dentro dela está tudo o que a faz santa. Vem com contentamento para o círculo santo e olha para fora em paz, para todos aqueles que pensam que estão de fora. Não elimines ninguém, pois aqui está o que cada um busca junto contigo. Vem, vamos nos unir a ele no lugar santo da paz que é onde todos nós devemos estar, unidos como um só na Causa da paz.