terça-feira, 31 de março de 2015

CAPÍTULO 11 – 3 - Da escuridão a luz

 1. Quando estás exausto, lembra-te que feriste a ti mesmo. O teu Consolador poderá dar-te o descanso, mas tu mesmo não podes. Não sabes como, pois se soubesses não poderias nunca ter exaurido a ti mesmo. A não ser que firas a ti mesmo, jamais poderias sofrer de forma alguma, pois não é essa a Vontade de Deus para o Seu Filho. A dor não é de Deus, pois Ele não conhece nenhum ataque e a Sua paz te envolve silenciosamente. Deus é muito quieto, pois Nele não há nenhum conflito. O conflito é a raiz de todo o mal, pois sendo cego, não vê a quem ataca. No entanto, sempre ataca o Filho de Deus e tu és o Filho de Deus.

2. O Filho de Deus, de fato, necessita de consolo, pois ele não sabe o que faz, acreditando que a sua vontade não lhe pertence. O Reino é seu e, apesar disso, ele vaga sem lar. Em casa em Deus, ele está solitário e no meio de todos os seus irmãos, não tem amigos. Permitiria Deus que isso fosse real, quando Ele Mesmo não teve vontade de ficar só? E se a tua vontade é a Sua, isso não pode ser verdadeiro para ti, porque não é verdadeiro para Ele.

3. Oh, minha criança, se conhecesses o que é a Vontade de Deus para ti, a tua alegria seria completa! E o que é a Vontade de Deus já aconteceu, pois foi sempre verdadeiro. Quando vem a luz e tiveres dito: "A Vontade de Deus é minha", verás uma beleza tal que saberás que ela não vem de ti. A partir da tua alegria, criarás beleza em Seu Nome, pois a tua alegria, assim como a Sua, não mais poderá ser contida. O pequeno mundo desolado sumirá no nada e o teu coração estará tão cheio de alegria, que saltarás para o Céu e para a presença de Deus. Não posso te dizer o que isso será, pois o teu coração não está pronto. No entanto, posso te dizer e freqüentemente lembrar-te, que o que é a Vontade de Deus para ti é teu.

4. O caminho não é difícil, mas é muito diferente. O teu é o caminho da dor, a respeito do qual Deus nada conhece. Esse caminho é, de fato, duro e muito solitário. O medo e o luto são os teus hóspedes e eles vão contigo e habitam contigo durante o caminho. Mas a jornada escura não é o caminho do Filho de Deus. Caminha na luz e não vejas os escuros companheiros, pois eles não são companheiros adequados para o Filho de Deus, que foi criado da luz e na luz. A Grande Luz está sempre em torno de ti e brilha a partir de ti. Como é possível que vejas os companheiros escuros em uma luz tal como essa? Se os vês, é apenas porque estás negando a luz. Mas, em vez disso, nega a eles, pois a luz está aqui e o caminho é claro.

5. Deus nada esconde do Seu Filho, mesmo que Seu Filho queira esconder-se. Entretanto, O Filho de Deus não pode esconder a sua glória, pois é Vontade de Deus que ele seja glorioso e assim deu-lhe a luz que brilha nele. Tu nunca perderás o teu caminho, pois Deus te conduz. Quando vagas incerto, apenas empreendeste uma jornada que não é real. Os companheiros escuros, a estrada escura, tudo isso é ilusão. Volta-te para a luz, pois a pequena centelha em ti é parte de uma Luz tão grande que pode varrer-te de toda a escuridão para sempre. Pois o teu Pai é o teu Criador e tu és como Ele.

6. As crianças da luz não podem habitar na escuridão, pois a escuridão não está nelas. Não sejas enganado pelos consoladores escuros e nunca permitas que eles entrem na mente do Filho de Deus, posta que não têm lugar no Seu templo. Quando és tentado a negá-Lo, lembra-te que não há outros deuses a serem colocados diante Dele e aceita a Sua Vontade para ti em paz. Pois não podes aceitá-la de outro modo.

7. Só o Consolador de Deus pode consolar-te. Na quietude do Seu templo, Ele espera para dar-te a paz que é tua. Dá a Sua paz, para que possas entrar no templo e achá-la esperando por ti. Mas sê santo na Presença de Deus, ou não saberás que estás lá. Pois o que não é como Deus não pode entrar na Sua Mente, já que não foi o Seu Pensamento e, portanto, não pertence a Ele. E a tua mente tem que ser tão pura quanto a Sua, se queres conhecer o que te pertence. Guarda o Seu templo cuidadosamente, pois Ele próprio mora lá e habita em paz. Tu não podes entrar na Presença de Deus com os companheiros escuros a teu lado, mas também não podes entrar sozinho. Todos os teus irmãos têm que entrar. Pois não podes compreender a Integridade a não ser que sejas íntegro e nenhuma parte do Filho pode ser excluída se ele quer conhecer a Integridade do seu Pai.

8. Na tua mente, tu podes aceitar toda a Filiação e abençoá-la com a luz que o teu Pai lhe deu. Então serás digno de habitar no templo com Ele, porque é tua vontade não ser sozinho. Deus abençoou o Seu Filho para sempre. Se o abençoares no tempo, estarás na eternidade. O tempo não pode separar-te de Deus se tu o empregas a favor do eterno.

segunda-feira, 30 de março de 2015

CAPÍTULO 11 – 2 - O convite à cura

 1. Se a doença é separação, a decisão de curar e ser curado é o primeiro passo rumo ao reconhecimento do que queres verdadeiramente. Todo ataque é um passo para longe disso e cada pensamento de cura o aproxima. O Filho de Deus tem tanto o Pai como o Filho, porque ele é ambos, Pai e Filho. Unir ter e ser é unir a tua vontade com a Sua, pois a Sua Vontade para ti é Ele Mesmo. E a tua vontade é entregar-te a Ele, porque na tua compreensão perfeita do Pai, tens o conhecimento de que há apenas uma Vontade. Mesmo assim, quando atacas qualquer parte de Deus e do Seu Reino, a tua compreensão não é perfeita e o que realmente queres está, portanto, perdido para ti.

2. A cura, então, vem a ser uma lição de compreensão e quanto mais a praticas, melhor professor e aprendiz vens a ser. Se negaste a verdade, que melhores testemunhas da sua realidade poderias ter além daqueles que foram curados por ela? Mas certifica-te de incluir a ti mesmo entre eles, pois na tua disponibilidade para unir-te a eles está a realização da tua cura. Todo milagre que realizas te fala da Paternidade de Deus. Todo pensamento de cura que aceitas, seja do teu irmão ou na tua própria mente, te ensina que tu és Filho de Deus. Em cada pensamento capaz de ferir que manténs, onde quer que o percebas, está a negação da Paternidade de Deus e da tua Filiação.

3. E a negação é tão total quanto o amor. Não podes negar parte de ti mesmo, porque o resto parecerá separado e, portanto, sem significado. E sendo sem significado para ti, não vais compreendê-lo. Negar o significado é falhar na compreensão. Só podes curar a ti mesmo, porque só o Filho de Deus necessita de cura. Tu necessitas dela porque não compreendes a ti mesmo e, portanto, não sabes o que fazes. Tendo esquecido a tua vontade, não sabes o que realmente queres.

4. A cura é um sinal de que queres tornar algo íntegro. E essa disponibilidade abre os teus ouvidos à Voz do Espírito Santo, Cuja mensagem é integridade. Ele te capacitará a ir muito além da cura que empreenderias, pois ao lado da tua pequena disponibilidade para tornar íntegro, Ele depositará a Sua própria Vontade completa e fará com que a tua seja íntegra. O que é que o Filho de Deus não é capaz de realizar com a Paternidade de Deus em Si? Apesar disso, o convite tem que partir de ti, pois certamente aprendeste que aquele que convidas como teu hóspede habitará contigo.

5. O Espírito Santo não pode falar a um anfitrião que não Lhe dê boas-vindas, porque não será ouvido. O Hóspede Eterno permanece, mas Sua Voz torna-se cada vez mais tênue em companhia alheia. Ele precisa da tua proteção, só porque o teu cuidado é um sinal de que tu O queres. Pensa como Ele, mesmo que seja só por um momento, e a pequena centelha vem a ser uma luz flamejante que enche a tua mente de tal modo que Ele vem a ser o teu único Hóspede. Sempre que convidas o ego a entrar, diminuis as Suas boas-vindas. Ele permanecerá, mas tu terás te aliado contra Ele. Qualquer que seja a jornada que escolheres empreender, Ele irá contigo, à espera. Podes confiar seguramente na Sua paciência, pois Ele não pode deixar uma parte de Deus. No entanto, tu precisas de muito mais do que paciência.

6. Nunca terás descanso enquanto não conheceres a tua função e não a cumprires, pois só nisso é que a tua vontade e a do teu Pai podem ser totalmente unidas. Tê-Lo é ser como Ele e Ele Se deu a ti. Tu, que tens a Deus, tens que ser como Deus, pois a Sua função veio a ser a tua com a Sua dádiva. Convida esse conhecimento a voltar à tua mente e não permitas que nada que o obscureça a penetre. O Hóspede enviado por Deus a ti ensinar-te-á como fazer isso, se apenas reconheceres a pequena centelha e estiveres disposto a deixá-la crescer. A tua disponibilidade não precisa ser perfeita porque a Sua é. Se apenas ofereceres a Ele um lugar pequeno, Ele o iluminará tanto que tu permitirás que ele seja aumentado com contentamento. E através deste aumento começarás a te lembrar da criação.

7. Preferes ser um refém do ego ou o anfitrião de Deus? Só aceitarás a quem convidares. Estás livre para determinar quem será o teu hóspede e por quanto tempo ele permanecerá contigo. No entanto, isso não é liberdade real, pois ainda depende do modo como o vês. O Espírito Santo está lá, embora Ele não possa ajudar-te sem o teu convite. E o ego não é nada, seja ele convidado por ti ou não. A liberdade real depende das boas-vindas à realidade e, dentre os teus hóspedes, só o Espírito Santo é real. Conhece, então, Quem habita contigo meramente reconhecendo o que já está presente e não te satisfaças com consoladores imaginários, pois o Consolador de Deus está em ti.

sexta-feira, 27 de março de 2015

CAPÍTULO 11 – 1 - As dádivas da Paternidade

 1. Tu aprendeste a tua necessidade da cura. Trarias à Filiação qualquer outra coisa, reconhecendo a necessidade da cura para ti mesmo? Pois nisso está o início do retorno ao conhecimento, o fundamento sobre o qual Deus te ajudará a construir novamente o sistema de pensamento que compartilhas com Ele. Nem uma só pedra que colocares sobre esse sistema deixará de ser abençoada por Deus, pois estarás restaurando a santa morada do Seu Filho, onde a Sua Vontade dispõe que o Seu Filho esteja e onde ele está. Qualquer que seja a parte da mente do Filho de Deus na qual restauras essa realidade, tu a restauras para ti mesmo. Habitas na Mente de Deus com o teu irmão, pois o próprio Deus não teve vontade de ficar só.

2. Ficar só é estar separado da infinidade, mas como pode ser assim se a infinidade não tem fim? Ninguém pode estar além do que não tem limites, porque o que não tem limites tem que estar em toda parte. Não existem princípios nem fins em Deus, Cujo universo é Ele próprio. E possível tu te excluíres do universo, ou de Deus, Que é o universo? Eu e o meu Pai somos um contigo, pois és parte de nós. Realmente acreditas que parte de Deus pode estar faltando ou estar perdida para Ele?

3. Se não fosses parte de Deus, a Sua Vontade não seria unificada. Isso é concebível? É possível que parte da Mente de Deus não contenha nada? Se o teu lugar na Sua Mente não pode ser preenchido por ninguém a não ser tu, e o teu preenchimento deste lugar foi a tua criação, sem ti haveria um lugar vazio na Mente de Deus. A extensão não pode ser bloqueada e não tem vácuos. Ela continua para todo o sempre, por mais que seja negada. A tua negação da sua realidade pode pará-la no tempo, mas não na eternidade. É por isso que as tuas criações não cessaram de ser estendidas e é por isso que há tanto esperando pelo teu retorno.

4. A espera só é possível no tempo, mas o tempo não tem significado. Tu, que fizeste o adiamento, podes deixar o tempo para trás simplesmente por reconheceres que nem os princípios e nem os fins foram criados pelo Eterno, Que não traçou limites à Sua criação ou àqueles que criam como Ele. Não conheces isso simplesmente porque tentaste limitar o que Ele criou e assim acreditas que toda criação é limitada. Como, então, poderias conhecer as tuas criações, tendo negado a infinidade?

5. As leis do universo não permitem contradições. O que é válido para Deus, é válido para ti. Se acreditas que estás ausente de Deus, acreditarás que Ele está ausente de ti. A infinidade não tem significado sem ti e tu não tens significado sem Deus. Não há fim para Deus e Seu Filho, pois nós somos o universo. Deus não é incompleto e Ele não é sem o filho. Como ficar só não foi a Sua Vontade, Ele criou um Filho como Ele Mesmo. Não Lhe negue o Seu Filho, pois a tua recusa em aceitar a Sua Paternidade negou-te a tua. Vê as Suas criações como Seu Filho, pois as tuas foram criadas em honra a Ele. O universo do amor não pára porque tu não o vês, nem tampouco os teus olhos fechados perderam a capacidade de ver. Olha para a glória da Sua criação e aprenderás o que Deus guardou para ti.

6. Deus te deu um lugar na Sua Mente que é teu para sempre. Entretanto, só podes mantê-lo dando-o, como ele te foi dado. Como poderias estar lá sozinho, quando ele te foi dado porque Deus não teve vontade de ficar só? A Mente de Deus não pode ser diminuída. Ela só pode ser aumentada, pois tudo o que Ele criou tem a função de criar. O amor não limita e o que ele cria não é limitado. Dar sem limites é a Vontade de Deus para ti, porque só isso pode te trazer a alegria que é Sua, e que é Vontade de Deus compartilhar contigo. O teu amor é tão sem limites quanto o Seu, porque é o Seu.

7. Seria possível que qualquer parte de Deus fosse sem o Seu Amor e seria possível que qualquer parte do Seu Amor fosse contida? Deus é a tua herança, porque Sua única dádiva é Ele Mesmo. Como é possível dares a não ser como Ele dá, se queres conhecer a Sua dádiva para ti? Dá, então, sem limites e sem fim, para aprenderes o quanto Ele te deu. A tua capacidade de aceita-Lo depende da tua disponibilidade para dar como Ele dá. A tua paternidade e o teu Pai são um. A Vontade de Deus é criar e a tua vontade é a Sua. Como decorrência, portanto, a tua vontade é criar, já que a tua vontade decorre da Sua. E sendo uma extensão da Sua Vontade, a tua tem que ser a mesma.

8. Entretanto, tu não sabes qual é a tua vontade. Isso não é estranho quando reconheces que negar é "não saber." A Vontade de Deus é que sejas Seu Filho. Ao negares isso, negas a tua própria vontade e, portanto, não sabes qual ela é. Tens que perguntar qual é a Vontade de Deus em todas as coisas, porque é a tua. Tu não sabes qual é, mas o Espírito Santo lembra-Se dela para ti. Pergunta a Ele, então, qual é a Vontade de Deus para ti e Ele te dirá qual é a tua. Não se pode repetir com freqü.ncia demasiada que tu não sabes qual é. Sempre que o que o Espírito Santo te disser parecer coercivo, é apenas porque não reconheceste a tua vontade.

9. A projeção do ego faz parecer que a Vontade de Deus está fora de ti e, portanto, não é tua. Nessa interpretação, parece possível haver conflito entre a Vontade de Deus e a tua. Assim, pode parecer que Deus te pede algo que não queres dar e, portanto, priva-te do que queres. Seria Deus, Que só quer a tua vontade, capaz disso? A tua vontade é a Sua vida, que Ele te deu. Mesmo no tempo, não podes viver à parte Dele. Sono não é morte. O que Ele criou pode dormir, mas não pode morrer. A imortalidade é a Sua Vontade para o Seu Filho e a vontade do Seu Filho para si próprio. A vontade do Filho de Deus não pode ser a morte para si mesmo, porque o seu Pai é Vida e o Seu Filho é como Ele. A criação é a tua vontade porque é a Sua.

10. Tu não podes ser feliz a não ser que faças o que é verdadeiramente a tua vontade e isso não podes mudar porque é imutável. É imutável pela Vontade de Deus e pela tua, pois de outro modo a Sua Vontade não seria estendida. Tens medo de saber a Vontade de Deus porque acreditas que não é a tua. Essa crença é toda a tua doença e todo o teu medo. Todo sintoma de doença e de medo surge aqui, porque essa é a crença que faz com que queiras não saber. Acreditando nisso, tu te escondes na escuridão, negando que a luz esteja em ti.

11. É pedido a ti que confies no Espírito Santo só porque Ele fala por ti. Ele é a Voz por Deus, mas não te esqueças nunca de que Deus não teve vontade de ficar só. Ele compartilha a Sua Vontade contigo, Ele não a impõe a ti. Lembra-te sempre que o que Ele dá, Ele conserva, de modo que nada do que Ele dá pode contradizê-Lo. Tu, que compartilhas a Sua Vida, tens que compartilhá-la para conhecê-la, pois compartilhar é conhecer. Bem-aventurado és tu que aprendes que ouvir a Vontade do teu Pai é conhecer a tua própria. Pois é tua vontade ser como Ele, Cuja Vontade é que assim seja. A Vontade de Deus é que o Seu  Filho seja um e unido a Ele em Sua Unicidade. É por isso que a cura é o princípio do reconhecimento de que a tua vontade é a Sua.

quinta-feira, 26 de março de 2015

CAPÍTULO 11 – DEUS OU O EGO

 Introdução

1. Ou Deus é insano ou o ego é insano. Se examinares a evidência dos dois lados de maneira justa, reconhecerás que isso tem que ser verdadeiro. Nem Deus nem o ego propõem um sistema de pensamento parcial. Cada um é internamente consistente, mas ambos são diametralmente opostos em todos os aspectos, de forma que uma fidelidade parcial é impossível. Lembra-te, também, que os seus resultados são tão diferentes quanto os seus fundamentos e que as suas naturezas fundamentalmente irreconciliáveis não podem ser reconciliadas por hesitações entre um e outro. Nada que vive deixa de ter um pai, pois a vida é criação. Portanto, a tua decisão é sempre uma resposta para a questão: "Quem é o meu pai?" E serás fiel ao pai que escolheres.

2. No entanto, o que dirias tu a alguém que acreditasse que essa questão realmente envolve um conflito? Se fizeste o ego, como poderia o ego ter feito a ti? O problema da autoridade ainda é a única fonte de conflito, porque o ego foi feito em função do desejo do Filho de Deus de ser pai de Si Mesmo. O ego, então, nada mais é do que um sistema delusório no qual tu fizeste o teu próprio pai. Não cometas equívocos a respeito disso. Isso soa insano quando é afirmado com perfeita honestidade, mas o ego nunca examina o que faz com perfeita honestidade. No entanto, essa é a sua premissa insana, cuidadosamente oculta na escura pedra angular do seu sistema de pensamento. Então, ou o ego que tu fizeste é teu pai, ou todo o seu sistema de pensamento ruirá.

3. Tu fazes através da projeção, mas Deus cria através da extensão. Tu és a pedra angular da criação de Deus, pois o Seu sistema de pensamento é luz. Lembra-te dos Raios que estão aí sem ser vistos. Quanto mais te aproximas do centro do sistema de pensamento de Deus, tanto mais clara vem a ser a luz. Quanto mais perto chegas do fundamento do sistema de pensamento do ego, mais escuro e obscuro vem a ser o caminho. Entretanto, mesmo a pequena centelha em tua mente é suficiente para iluminá-lo. Traze essa luz contigo sem medo e bravamente segura-a junto do fundamento do sistema de pensamento do ego. Tens que estar disposto a julgá-lo com perfeita honestidade. Abre a escura pedra angular do terror na qual ele se baseia e traze-la para fora, para a luz. Lá verás que ela se baseava na ausência de significado e que tudo aquilo que te causava medo baseava-se no nada.

4. Meu irmão, tu és parte de Deus e parte de mim. Quando afinal tiveres olhado para o fundamento do ego sem recuares assustado, terás também olhado para o nosso. Eu venho a ti do nosso Pai para oferecer-te tudo mais uma vez. Não o recuses com o fim de manter escondida uma escura pedra angular, pois a sua proteção não vai salvar-te. Eu te dou a lâmpada e irei contigo. Tu não empreenderás sozinho essa jornada. Eu te conduzirei ao teu verdadeiro Pai, Que tem necessidade de ti assim como eu. Não responderás ao chamado do amor com alegria?

quarta-feira, 25 de março de 2015

Capítulo 10 – 5 - A negação de Deus

1. Os rituais do deus da doença são estranhos e muito exigentes. A alegria não é permitida nunca, pois a depressão é o sinal da aliança com ele. Depressão significa que renegaste a Deus. Muitos têm medo de blasfêmia, mas não compreendem o que significa. Não reconhecem que negar a Deus é negar a sua própria Identidade e nesse sentido, o salário do pecado é a morte. O sentido é muito literal: a negação da vida percebe o seu oposto, assim como todas as formas de negação substituem o que é pelo que não é. Ninguém pode fazer isso realmente, mas é indubitável que podes pensar que podes e acreditas que o fizeste.

2. Não te esqueças, porém, que negar a Deus inevitavelmente resultará em projeção e acreditarás que outras pessoas e não tu fizeram isso a ti. Tens que receber a mensagem que dás, porque é a mensagem que queres. Podes acreditar que julgas os teus irmãos pelas mensagens que te dão, mas os tens julgado pela mensagem que dás a eles. Não lhes atribuas a tua negação da alegria, ou não poderás ver neles a centelha que traria alegria a ti. E a negação da centelha que traz depressão, porque sempre que vês os teus irmãos sem ela, estás negando a Deus.

3. A aliança à negação de Deus é a religião do ego. O deus da doença obviamente exige a negação da saúde, pois a saúde está em oposição direta à sua própria sobrevivência. Mas considera o que isso significa para ti. A não ser que tu estejas doente, não podes manter os deuses que fizeste, pois só na doença ser-teia possível querê-los. A blasfêmia é, então, auto-destrutiva e não destruidora de Deus. Ela significa que tu estás disposto a não conhecer a ti mesmo para estar doente. Esse é o oferecimento que o teu deus exige porque, tendo-o feito a partir da tua própria insanidade, ele é uma idéia insana. Ele tem muitas formas, mas embora possa parecer ser muitas coisas diferentes, não é senão uma idéia: a negação de Deus.

4. A doença e a morte parecem entrar na mente do Filho de Deus contra a Sua Vontade. O "ataque a Deus" fez com que Seu Filho pensasse que era órfão de pai e na sua depressão fez o deus da depressão. Essa foi a sua alternativa para a alegria, pois não queria aceitar o fato de que embora fosse um criador, tinha sido criado. No entanto, o Filho é impotente sem o Pai Que é a sua única Ajuda.

5. Eu disse anteriormente que por ti mesmo nada podes fazer, mas não és de ti mesmo. Se fosses, o que fizeste seria verdadeiro e nunca poderias escapar. Como não fizeste a ti mesmo, não precisas te preocupar com nada. Os teus deuses não são nada, porque o teu Pai não os criou. Tu não podes fazer criadores que não sejam como o teu Criador, assim como Ele também não poderia ter criado um Filho que não fosse como Ele. Se criar é compartilhar, a criação não pode criar o que não é como ela. Ela só pode compartilhar o que é. A depressão é isolamento e, portanto, não poderia ter sido criada.

6. Filho de Deus, tu não pecaste, mas tens estado muito equivocado. No entanto, isso pode ser corrigido e Deus te ajudará, sabendo que não poderias pecar contra Ele. Tu O negaste porque O amaste, sabendo que se reconhecesses o teu amor por Ele, não poderias negá-Lo. A tua negação de Deus, portanto, significa que tu O amas e tens conhecimento de que Ele te ama. Lembra-te que o que negas tens que ter em algum momento conhecido. E se aceitas a negação, podes aceitar o seu desfazer.

7. O teu Pai não te negou. Ele não Se vinga, mas te chama para retornar. Quando pensas que Ele não respondeu ao teu chamado, és tu que não respondeste ao Seu. Ele chama por ti de toda parte da Filiação, devido ao Amor do Pai por Seu Filho. Se ouves a Sua mensagem, Ele te respondeu e tu aprenderás com Ele se escutares corretamente. O Amor de Deus está em tudo o que Ele criou, pois Seu Filho está em toda  parte. Olha com paz para os teus irmãos e Deus virá correndo para o teu coração, em gratidão pela tua dádiva a Ele.

8. Não procures a cura no deus da doença, mas só no Deus do amor, pois a cura é reconhecê-Lo. Quando O reconheceres, terás o conhecimento de que Ele nunca deixou de reconhecer-te, e que no Seu reconhecimento de ti, está o teu ser. Não estás doente e não podes morrer. Mas podes te confundir com coisas que podem. Lembra-te, porém, que isso é blasfêmia, pois isso significa que estás olhando sem amor para Deus e Sua criação, da qual Ele não pode ser separado.

9. Só o eterno pode ser amado, pois o amor não morre. O que é de Deus, é Dele para sempre e tu és de Deus. Iria Ele permitir que Ele próprio sofresse? E iria Ele oferecer ao Filho qualquer coisa que não fosse aceitável para Ele? Se aceitares a ti mesmo tal como Deus te criou, serás incapaz de sofrer. Entretanto, para isso tens que reconhecê-Lo como teu Criador. Não porque vais ser castigado de outro modo, mas meramente porque o teu reconhecimento do teu Pai é o reconhecimento de ti mesmo tal como és. Teu Pai te criou totalmente sem pecado, totalmente sem dor, totalmente livre de qualquer tipo de sofrimento. Se O negas, trazes pecado, dor e sofrimento à tua própria mente, devido ao poder que Ele deu a ela. A tua mente é capaz de criar mundos, mas também pode negar o que cria, porque é livre.

1O. Tu não te dás conta do quanto tens negado a ti mesmo e do quanto Deus, em Seu Amor, queria que não fosse assim. No entanto, Ele não quer interferir contigo, pois não conheceria o Seu Filho se esse não fosse livre. Interferir contigo seria o mesmo que atacar a Si Mesmo e Deus não é insano. Quando O negas, tu estás insano. Tu quererias que Ele compartilhasse a tua insanidade? Deus nunca deixará de amar o Seu Filho e o Seu Filho nunca deixará de amá-Lo. Essa foi a condição da criação do Seu Filho, fixada para sempre na Mente de Deus. Conhecer isso é sanidade. Negar isso é insanidade. Deus Se deu a ti na tua criação e as Suas dádivas são eternas. Tu te negarias a Ele?

11. A partir das tuas dádivas a Ele, o Reino será devolvido ao Seu Filho. Seu Filho excluiu-se da Sua dádiva recusando-se a aceitar o que tinha sido criado para ele e o que ele tinha criado em Nome de seu Pai. O Céu espera pelo seu retorno, pois foi criado como a morada do Filho de Deus. Tu não estás em casa em nenhum outro lugar nem em nenhuma outra condição. Não negues a ti mesmo a alegria que foi criada para ti em troca da miséria que fizeste para ti mesmo. Deus te deu os meios para desfazer o que tu fizeste. Escuta e aprenderás como lembrar o que tu és.

12. Se Deus conhece Suas crianças totalmente sem pecado, é blasfêmia percebê-las como culpadas. Se Deus conhece Suas crianças totalmente sem dor, é blasfêmia perceber sofrimento em qualquer lugar. Se Deus conhece Suas crianças totalmente alegres, é blasfêmia sentir depressão. Todas essas ilusões e as muitas outras formas que a blasfêmia pode tomar são recusas de aceitar a criação tal como ela é. Se Deus criou Seu Filho perfeito, é assim que tens que aprender a vê-lo para aprender sobre a sua realidade. E, como parte da  Filiação, é assim que tens que ver a ti mesmo para aprender sobre a tua.

13. Não percebas nada do que Deus não criou, ou O estás negando. A Sua é a única Paternidade e ela é tua só porque Ele a deu a ti. As tuas dádivas à ti mesmo são sem significado, mas as tuas dádivas às tuas criações são como as Suas, porque são dadas em Seu Nome. É por isso que as tuas criações são tão reais quanto as Suas. Entretanto, a Paternidade real tem que ser reconhecida se é que se há de conhecer o Filho na realidade. Tu acreditas que as coisas doentes que fizeste são as tuas criações reais, porque acreditas que as imagens doentes que percebes são os filhos de Deus. Só se aceitares a Paternidade de Deus é que terás qualquer coisa, porque a Sua Paternidade te deu tudo. É por isso que negá-Lo é negar a ti mesmo.

14. A arrogância é a negação do amor, porque o amor compartilha e a arrogância recusa. Enquanto ambos te parecerem desejáveis, o conceito de escolha, que não é de Deus, permanecerá contigo. Embora isso não seja verdadeiro na eternidade, é verdadeiro no tempo, de tal modo que enquanto o tempo durar na tua mente haverá escolhas. O próprio tempo é tua escolha. Se queres te lembrar da eternidade, é preciso que olhes só para o eterno. Se te permitires ficar preocupado com o temporal, estás vivendo no tempo. Como sempre, a tua escolha é determinada pelo que tu valorizas. O tempo e a eternidade não podem ser ambos reais, porque contradizem um ao outro. Se aceitares como real só o que é intemporal, começarás a compreender a eternidade e a fazer com que ela seja tua.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Capítulo 10 – 4 - O fim da doença

 1. Toda mágica é uma tentativa de reconciliar o irreconciliável. Toda religião é o reconhecimento de que o irreconciliável não pode ser reconciliado. A doença e a perfeição são irreconciliáveis. Se Deus te criou perfeito, tu és perfeito. Se acreditas que podes estar doente, colocaste outros deuses diante Dele. Deus não está em guerra contra o deus da doença que tu fizeste, mas tu estás. Ele é o símbolo da decisão contra Deus e tens medo dele porque ele não pode ser reconciliado com a Vontade de Deus. Se o atacas, tu farás com que ele seja real para ti. Mas se te recusares a adorá-lo, qualquer que seja a forma na qual ele possa te aparecer e qualquer que seja o lugar onde pensas que o vês, ele desaparecerá no nada do qual foi feito.

2. A realidade só pode despertar em uma mente desanuviada. Ela está sempre lá para ser aceita, mas a sua aceitação depende da tua disponibilidade para tê-la. Conhecer a realidade necessariamente envolve a disposição de julgar a irrealidade pelo que ela é. Não ver o nada é meramente julgá-lo de forma correta e devido à tua capacidade de avaliá-lo verdadeiramente, deixar que ele se vá. O conhecimento não pode despertar em uma mente cheia de ilusões, porque a verdade e as ilusões são irreconciliáveis. A verdade é íntegra e não pode ser conhecida só por uma parte da mente.

3. A Filiação não pode ser percebida como parcialmente doente, pois percebê-la desse modo é não percebê-la de forma alguma. Se a Filiação é una, é una em todos os aspectos. A unicidade não pode ser dividida. Se percebes outros deuses, a tua mente está dividida e não serás capaz de limitar a divisão porque ela é o sinal de que removeste parte da tua mente da Vontade de Deus. Isso significa que ela está fora de controle. Estar fora de controle é estar fora da razão e nesse caso a mente, de fato, vem a ser irracional. Ao definir a mente de modo errado, tu a percebes como se ela funcionasse de modo errado.

4. As leis de Deus manterão a tua mente em paz, porque a paz é a Sua Vontade e as Suas leis são estabelecidas para mantê-la. As leis de Deus são as leis da liberdade, mas as tuas são as leis do cativeiro. Como a liberdade e o cativeiro são irreconciliáveis, suas leis não podem ser compreendidas conjuntamente. As leis de Deus só funcionam para o teu bem e não existem outras leis além das Suas. Tudo o mais é meramente sem lei e, portanto, caótico. Mesmo assim, Deus protegeu tudo aquilo que Ele criou com as Suas leis. Tudo o que não é regido por elas não existe. "As leis do caos" é uma expressão que nada significa. A criação é perfeitamente regulada por leis e o caótico é sem significado porque é sem Deus. Tu "deste" a tua paz aos deuses que fizeste, mas eles não existem para tirá-la de ti e não podes dá-la a eles.

5. Não és livre para desistir da liberdade, mas apenas para negá-la. Não podes fazer o que não foi intenção de Deus, porque o que não foi intenção de Deus não acontece. Os teus deuses não trazem o caos; tu os dotas com o caos e o aceitas da parte deles. Tudo isso nunca foi. Nada, a não ser as leis de Deus, jamais foi, e nada, a não ser a Sua Vontade, jamais será. Foste criado através das Suas leis e pela Sua Vontade e a maneira como foste criado te estabeleceu como um criador. O que fizeste é tão indigno de ti que dificilmente o quererias, se estivesses disposto a vê-lo como é. Não verias absolutamente nada. E a tua visão iria automaticamente olhar além disso, para o que está em ti e em tudo em torno de ti. A realidade não pode invadir os obstáculos que interpuseste, mas irá envolver-te completamente quando tu os abandonares.

6. Quando tiveres experimentado a proteção de Deus, fazer ídolos virá a ser inconcebível. Não existem imagens estranhas na Mente de Deus e o que não está na Sua Mente não pode estar na tua, porque a tua mente e a Sua são uma só e essa pertence a Ele. E tua porque pertence a Ele, uma vez que para Deus, possuir é compartilhar. E se é assim para Ele, é assim para ti. As Suas definições são as Suas leis, pois através delas Ele estabeleceu o universo tal como é. Nenhum deus falso que tentes interpor entre tu e a tua realidade afeta em nada a verdade. A paz é tua porque Deus te criou. E Ele não criou nenhuma outra coisa.

7. O milagre é o ato de um Filho de Deus que deixou de lado todos os deuses falsos e chama seus irmãos a fazerem o mesmo. É um ato de fé, porque é o reconhecimento de que seu irmão é capaz de fazê-lo. E um chamado para o Espírito Santo na mente do seu irmão, um chamado que é reforçado pela união. Pelo fato do trabalhador de milagres ter ouvido a Voz de Deus, ele A reforça em um irmão doente enfraquecendo a sua crença na doença, que ele não compartilha. O poder de uma mente pode brilhar em outra, porque todas as lâmpadas de Deus foram acesas pela mesma centelha. Ela está em toda parte e é eterna.

8. Em muitos, só a centelha permanece, porque os Grandes Raios são obscurecidos. Entretanto, Deus tem mantido viva a centelha, de modo que os Raios nunca possam ser completamente esquecidos. Se apenas vires a pequena centelha, aprenderás sobre a luz maior, pois lá estão os Raios que não são vistos. Perceber a centelha curará, mas conhecer a luz criará. No entanto, ao retornar, a pequena luz tem que ser reconhecida em primeiro lugar, pois a separação foi uma descida da magnitude à pequenez. Mas a centelha é ainda assim tão pura quanto a grande luz, pois é o chamado remanescente da criação. Deposita nela toda a tua fé e o próprio Deus te responderá.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Capítulo 10 – 3 - O deus da doença

 1. Tu não atacaste a Deus e realmente O amas. És capaz de mudar a tua realidade? Ninguém pode ter vontade de destruir a si mesmo. Quando pensas que estás atacando a ti mesmo, aí está um sinal seguro de que odeias o que pensas que és. E isso, e somente isso, pode ser atacado por ti. O que pensas que és pode ser muito odioso e o que essa estranha imagem te faz fazer pode ser muito destrutivo. No entanto, a destruição não é mais real do que a imagem, embora aqueles que fazem ídolos os idolatrem. Os ídolos não são nada, mas os idólatras são os Filhos de Deus que estão doentes. Deus os quer liberados das suas doenças e de volta à Sua Mente. Ele não limitará o teu poder de ajudá-los, porque o deu a ti. Não tenhas medo disso, porque é a tua salvação.

2. Que Consolador pode haver para as crianças doentes de Deus exceto o Seu poder através de ti? Lembra-te que não importa aonde na Filiação Ele é aceito. Ele é sempre aceito para todos e quando a tua mente O recebe, a Sua lembrança desperta através de toda a Filiação. Cura os teus irmãos simplesmente aceitando Deus por eles. As vossas mentes não são separadas e Deus tem apenas um canal para a cura,  porque Ele tem apenas um Filho. O elo remanescente de comunicação entre Deus e todas as Suas crianças as une e une-as a Ele. Estar ciente disso é curá-las, porque é a consciência de que ninguém está separado e, portanto, ninguém está doente.

3. Acreditar que um Filho de Deus pode estar doente é acreditar que parte de Deus pode sofrer. O amor não pode sofrer porque não pode atacar. A lembrança do amor, portanto, traz consigo a invulnerabilidade. Não fiques do lado da doença na presença de um Filho de Deus, mesmo que ele acredite nela, pois a tua aceitação de Deus nele reconhece o Amor de Deus que ele esqueceu. O teu reconhecimento dele como parte de Deus lembra-lhe a verdade a respeito de si próprio, que ele está negando. Queres tu reforçar a sua negação de Deus e assim perder a ti mesmo de vista? Ou queres lembrá-lo da sua integridade e junto com ele lembrar do teu Criador?

4. Acreditar que um Filho de Deus está doente é idolatrar o mesmo ídolo que ele idolatra. Deus criou o amor, não a idolatria. Todas as formas de idolatria são caricaturas da criação, ensinadas por mentes doentes por demais divididas para conhecer que a criação compartilha o poder e nunca o usurpa. A doença é idolatria, porque é a crença em que o poder pode ser tirado de ti. No entanto, isso é impossível, porque tu és parte de Deus, Que é todo o poder. Um deus doente não pode deixar de ser um ídolo, feito à imagem do que o seu autor pensa que ele é. E é exatamente isso o que o ego percebe em um Filho de Deus: um deus doente, autocriado, auto-suficiente, muito perverso e muito vulnerável. É esse o ídolo que queres idolatrar? É essa a imagem que queres salvar com a tua vigilância? Estás realmente com medo de perder isso?

5. Olha com calma a conclusão lógica do sistema de pensamento do ego e julga se os seus oferecimentos realmente são o que tu queres, pois isso é o que ele te oferece. Para obter isso, estás disposto a atacar a Divindade dos teus irmãos, e assim perder a tua de vista. E estás disposto a mantê-la oculta para proteger um ídolo que pensas que vai te salvar dos perigos que ela representa, mas que não existem.

6. Não existem idólatras no Reino, mas sim grande apreciação por tudo o que Deus criou, devido ao calmo conhecimento de que cada um é parte Dele. O Filho de Deus não conhece nenhum ídolo, mas conhece seu Pai. A saúde nesse mundo é a contraparte do valor no Céu. Não é com o meu mérito que eu contribuo para ti, mas com o meu amor, pois tu não dás valor a ti mesmo. Quando tu não te dás valor ficas doente, mas a minha valorização de ti pode curar-te, porque o valor do Filho de Deus é um só. Quando eu disse "A minha paz vos dou", era isso mesmo o que eu quis dizer. A paz vem de Deus através de mim para ti. É tua, muito embora possas não pedir por ela.

7. Quando um irmão está doente, é porque ele não está pedindo paz e, portanto, não sabe que a tem. A aceitação da paz é a negação da ilusão e a doença é uma ilusão. No entanto, cada Filho de Deus tem o poder de negar ilusões em qualquer parte do Reino, simplesmente por negá-las por completo em si mesmo. Eu posso curar-te porque eu te conheço. Eu conheço o teu valor por ti e é esse valor que faz com que sejas íntegro. A mente íntegra não é idólatra e nada sabe de leis conflitantes. Eu vou curar-te só porque tenho apenas uma mensagem e ela é verdadeira. A tua fé nela fará com que sejas íntegro quando tiveres fé em mim.

8. Eu trago a mensagem de Deus sem qualquer engano e aprenderás isso na medida em que aprenderes que sempre recebes tanto quanto aceitas. Poderias aceitar paz agora para todas as pessoas e oferecer-lhes perfeita liberdade de todas as ilusões porque ouviste a Sua Voz. Mas não tenhas outros deuses diante Dele, ou não ouvirás. Deus não tem ciúmes dos deuses que fizeste, mas tu tens. Tu os salvarias e servirias a eles porque acreditas que eles fizeram a ti. Pensas que eles são o teu pai, porque estás projetando neles o fato amedrontador de que os fizeste para substituir a Deus. No entanto, quando parecem falar-te, lembra-te que nada pode substituir a Deus e quaisquer que tenham sido as substituições que tenhas tentado, elas nada são.

9. Muito simplesmente, então, podes acreditar que estás com medo do nada, mas na realidade tens medo de algo que não existe. E nesta conscientização, és curado. Ouvirás o deus que escutares. Fizeste o deus da doença e por tê-lo feito, fizeste com que sejas capaz de ouví-lo. Entretanto, tu não o criaste, porque ele não é a Vontade do Pai. Ele não é, portanto, eterno e será desfeito para ti no instante em que deres significação à tua disposição de aceitar só o que é eterno.

10. Se Deus tem apenas um Filho, existe apenas um Deus. Tu compartilhas a realidade com Ele, porque a realidade não é dividida. Aceitar outros deuses diante Dele é colocar outras imagens diante de ti. Tu não reconheces o quanto escutas os teus deuses e o quanto estás vigilante a seu favor. No entanto, eles só existem porque tu os honras. Coloca a honra no seu devido lugar e a paz será tua. Ela é a tua herança, vinda do teu Pai real. Não podes fazer o teu Pai e o pai que fizeste não te fez. A honra não é devida à ilusões, pois honrá-las é honrar o nada. No entanto, o medo também não lhes é devido, pois o nada não pode ser amedrontador. Tu escolheste ter medo do amor por ser ele perfeitamente inofensivo e em função desse medo, tens estado disposto a abrir mão da tua perfeita capacidade de ajudar e da tua própria Ajuda perfeita.

11. Só no altar de Deus acharás a paz. E esse altar está em ti porque Deus lá o colocou. A Sua Voz ainda te chama para retornar e Ele será ouvido quando não mais colocares outros deuses diante Dele. Podes desistir do deus da doença por teus irmãos; de fato, terias que fazê-lo se desistisses dele para ti mesmo. Pois se vês o deus da doença em qualquer lugar, tu o aceitaste. E se o aceitas, irás curvar-te e o idolatrarás, pois ele foi feito em substituição a Deus. Ele é a crença em que podes escolher qual é o deus que é real. Embora esteja claro que isso nada tem a ver com a realidade, é igualmente claro que tem tudo a ver com a realidade conforme tu a percebes.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Capítulo 10 – 2 - A decisão de esquecer

1. A não ser que em primeiro lugar conheças alguma coisa, não podes dissociá-la. O conhecimento necessariamente precede a dissociação, de modo que a dissociação nada mais é do que uma decisão de esquecer. Então, o que foi esquecido parece ser amedrontador, mas apenas porque a dissociação é um ataque à verdade. Tu estás amedrontado porque esqueceste. E substituiste o teu conhecimento por uma consciência de sonhos, porque tens medo da tua dissociação e não do que dissociaste. Quando o que dissociaste é aceito, deixa de ser amedrontador.

2. No entanto, desistir da dissociação da realidade traz mais do que apenas a ausência do medo. Nesta decisão está a alegria, a paz e a glória da criação. Oferece ao Espírito Santo apenas a tua disponibilidade para lembrar, pois Ele retém o conhecimento de Deus e o teu próprio para ti, esperando a tua aceitação. Desiste com contentamento de tudo o que impediria a tua lembrança, pois Deus está na tua memória. A Sua Voz vai te dizer que és parte Dele, quando estiveres disposto a lembrar-te Dele e a conhecer de novo a tua própria realidade. Não permitas que nada nesse mundo adie a tua lembrança Dele, pois nesta lembrança está o conhecimento de ti mesmo.

3. Lembrar é apenas restaurar na tua mente o que já está lá. Não fazes aquilo que lembras; meramente aceitas outra vez o que já está lá, mas foi rejeitado. A capacidade de aceitar a verdade nesse mundo é a contraparte perceptível do que é criar no Reino. Deus fará a Sua parte se fizeres a tua e em troca da tua a Sua retribuição é a troca da percepção pelo conhecimento. Nada está além da Sua Vontade para ti. Mas dá significação à tua vontade de lembrá-Lo e, eis aí! Ele te dará tudo se apenas pedires.

4. Quando atacas, estás negando a ti mesmo. Estás especificamente ensinando a ti mesmo que não és o que és. A tua negação da realidade exclui a aceitação da dádiva de Deus, porque aceitaste uma outra coisa em seu lugar. Se compreenderes que isso é sempre um ataque à verdade, e a verdade é Deus, reconhecerás porque isso é sempre amedrontador. Se, além disso reconheceres que és parte de Deus, compreenderás porque sempre atacas a ti mesmo em primeiro lugar.

5. Todo ataque é um ataque a ti mesmo. Não pode ser nenhuma outra coisa. Surgindo da tua própria decisão de não ser o que és, é um ataque à tua identificação. O ataque é, portanto, o caminho no qual a tua identificação está perdida, porque quando atacas tens que ter esquecido o que és. E se a tua realidade é a de Deus, quando atacas não estás te lembrando Dele. Isso não acontece porque Ele tenha ido embora, mas porque tu estás ativamente escolhendo não lembrar-te Dele.

6. Se reconhecesses o completo caos que isso traz à paz da tua mente, não poderias tomar uma decisão tão insana. Só a tomas, porque ainda acreditas que ela pode te trazer alguma coisa que queres. Segue-se, portanto, que queres alguma outra coisa além de paz, mas ainda não consideraste o que isso necessariamente é. Entretanto, o resultado lógico da tua decisão é perfeitamente claro, se apenas olhares para ele. Decidindo-te contra a tua realidade, te tornaste vigilante contra Deus e Seu Reino. E é essa vigilância que faz com que tenhas medo de te lembrares Dele.

terça-feira, 17 de março de 2015

CAPÍTULO 10 - 1 - Estar em casa em Deus

1. Tu não conheces as tuas criações simplesmente porque decidirte-ias contra elas enquanto a tua mente estiver dividida, e atacar o que tu criaste é impossível. Mas lembra-te que isso é igualmente impossível para Deus. A lei da criação é que ames as tuas criações como a ti mesmo, porque são parte de ti. Todas as coisas que foram criadas estão, portanto, perfeitamente seguras, porque as leis de Deus as protegem através do Seu Amor. Qualquer parte da tua mente que não conheça isso, baniu-se do conhecimento porque não preencheu as suas condições. Quem poderia ter feito isso senão tu? Reconhece isso com alegria, pois nesse reconhecimento está a compreensão de que não foste banido por Deus e, portanto, isso não aconteceu.

2. Tu estás em casa em Deus, sonhando com o exílio, mas perfeitamente capaz de despertar para a realidade. É decisão tua fazer isso? Reconheces, a partir da tua própria experiência, que o que vês em sonhos pensas que é real enquanto estás dormindo. No entanto, no instante em que acordas, reconheces que tudo o que parecia acontecer no sonho, absolutamente não aconteceu. Não achas isso estranho, muito embora todas as leis daquilo para o qual despertas tenham sido violadas enquanto dormias. Não é possível que simplesmente tenhas te deslocado de um sonho para outro, sem ter realmente acordado?

3. Tu te incomodarias em conciliar o que aconteceu em sonhos conflitantes ou descartarias ambos se
descobrisses que a realidade não está de acordo com nenhum dos dois? Não te lembras de teres estado acordado. Quando ouves o Espírito Santo podes sentir-te melhor porque amar, então, te parece possível, mas ainda não te lembras que foi assim alguma vez antes. E é nesta lembrança que vais saber que pode ser assim de novo. O que é possível ainda não foi realizado. No entanto, o que já aconteceu uma vez antes é assim agora, se é eterno. Quando te lembrares, vais ter o conhecimento de que o que lembras é eterno e, portanto, é agora.

4. Tu vais lembrar-te de tudo no instante em que desejares totalmente, pois se desejar totalmente é criar, o exercício da tua vontade terá afastado para longe a separação e ao mesmo tempo terá feito a tua mente retornar para o teu Criador e as tuas criações. Conhecendo-as, não sentirás desejo de dormir, mas apena  desejo de estar desperto e ser contente. Os sonhos serão impossíveis, porque só vais querer a verdade e sendo afinal a tua vontade, ela será tua.

segunda-feira, 16 de março de 2015

CAPÍTULO 10 - OS ÍDOLOS DA DOENÇA


Introdução
1. Nada além de ti mesmo pode fazer com que tenhas medo ou sintas amor porque não há nada além de ti. O tempo e a eternidade estão ambos em tua mente e irão conflitar até que percebas o tempo só como um meio de reaver a eternidade. Tu não podes fazer isso enquanto acreditares que qualquer coisa que esteja te acontecendo e causada por fatores externos a ti. Precisas aprender que o tempo está somente à tua disposição e que nada no mundo pode tirar essa responsabilidade de ti. Podes violar as leis de Deus em tua imaginação, mas não podes escapar delas. Elas foram estabelecidas para a tua proteção e são tão invioláveis quanto a tua segurança.

2. Deus nada criou além de ti e nada além de ti existe, pois tu és parte Dele. O que exceto Ele pode existir? Nada além Dele pode acontecer, porque nada exceto Ele é real. As tuas criações adicionam a Ele, assim como tu, mas nada é adicionado que seja diferente porque todas as coisas sempre existiram. O que pode transtornar-te a não ser o efêmero, e como pode o efêmero ser real, se tu és a única criação de Deus e Ele te criou eterno? A tua mente santa estabelece tudo o que te acontece. Toda resposta que fazes e dás para todas as coisas que percebes depende de ti, porque a tua mente determina a tua percepção das coisas.

3. Deus não muda a Sua Mente acerca de ti, pois Ele não está incerto sobre Si Mesmo. E o que Ele conhece pode ser conhecido, porque Ele não conhece só para Si Mesmo. Ele te criou para Ele Mesmo mas te deu o poder de criar para ti mesmo, de modo que fosses como Ele. É por isso que a tua mente é santa. É possível que alguma coisa exceda o Amor de Deus? É possível, então, que alguma coisa exceda a tua vontade? Nada além dela pode atingir-te porque já que és em Deus, tu abranges todas as coisas. Acredita nisso e reconhecerás o quanto depende de ti. Quando qualquer coisa ameaçar a paz da tua mente, pergunta a ti mesmo: "Será que Deus mudou a Sua Mente a meu respeito?" Então, aceita a Sua decisão, pois ela é de fato imutável e recusa-te a mudar a tua mente sobre ti mesmo. Deus jamais decidirá contra ti ou estaria decidindo contra Ele próprio.



quinta-feira, 12 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 8. Grandeza versus grandiosidade


1. A grandeza é de Deus e somente Dele. Portanto, ela está em ti. Sempre que vens a estar ciente dela, por mais que essa consciência seja vaga, automaticamente abandonas o ego, pois na presença da grandeza de Deus a falta de significado do ego vem a ser perfeitamente aparente. Quando isso ocorre, mesmo que ele não o compreenda, o ego acredita que o seu "inimigo" atacou e tenta oferecer dádivas para induzir-te a retornar para a sua "proteção". A auto-adulação é a única oferta que ele pode fazer. A grandiosidade do ego é a alternativa que ele tem para a grandeza de Deus. Qual das duas escolherás?

2. A grandiosidade é sempre um disfarce para o desespero. É sem esperança porque não é real. É uma tentativa de neutralizar a tua pequenez baseada na crença em que a pequenez é real. Sem essa crença, a grandiosidade é sem significado e seria impossível para ti querê-la. A essência da grandiosidade é a competitividade porque ela sempre envolve ataque. É uma tentativa ilusória de fazer melhor, não de desfazer. Dissemos anteriormente que o ego vacila entre a suspeita e a perversidade. Ele permanece suspeitando enquanto tu te desesperas. E passa para a maldade quando decides não tolerar o auto-abatimento e pro- curar alívio. Então, ele te oferece a ilusão do ataque como uma "solução."

3. O ego não compreende a diferença entre grandeza e grandiosidade, porque não vê nenhuma diferença entre os impulsos para os milagres e as suas próprias crenças alienadas. Eu te disse que o ego está ciente da ameaça à sua existência, mas não faz distinções entre esses dois tipos muito diferentes de ameaça. Seu profundo senso de vulnerabilidade torna-o incapaz de julgar, exceto em termos de ataque. Quando o ego vivencia ameaça, a única decisão que toma é se deve atacar agora ou se deve retirar-se para atacar mais tarde. Se aceitas a sua oferta de grandiosidade, ele ataca imediatamente. Se não aceitas, ele esperará.

4. O ego fica imobilizado na presença da grandeza de Deus, porque a Sua grandeza estabelece a tua liber- dade. Mesmo o mais leve sinal da tua realidade literalmente empurra o ego para fora da tua mente, por- que desistirás de qualquer investimento nele. A grandeza é totalmente desprovida de ilusões e, porque é real, é convincente de forma constrangedora. Entretanto, a convicção da realidade não vai permanecer contigo a não ser que não permitas que o ego a ataque. O ego fará todos os esforços para recuperar e mobilizar as suas energias contra a tua liberação. Ele te dirá que és insano e argumentará que a grandeza não pode ser uma parte real de ti devido à pequenez na qual ele acredita. No entanto, a tua grandeza não é delusória, pois não foste tu que a fizeste. Fizeste a grandiosidade e tens medo dela, porque e uma forma de ataque, mas a tua grandeza é de Deus Que a criou a partir do Seu Amor.

5. Em função da tua grandeza, só podes abençoar, porque a tua grandeza é a tua abundância.
Abençoando, a reténs em tua mente, protegendo-a das ilusões e mantendo-te na Mente de Deus. Lem- bra-te sempre que não podes estar em nenhum outro lugar exceto na Mente de Deus. Quando te esquece- res disso, entrarás em desespero e atacarás.

6. O ego depende apenas da tua disponibilidade para tolerá-lo. Se estiveres disposto a olhar para a tua grandeza, não podes te desesperar e portanto não podes querer o ego. A tua grandeza é a resposta de Deus ao ego, porque é verdadeira. Pequenez e grandeza não podem coexistir e nem é possível que se alternem. Pequenez e grandiosidade podem e têm que alternar-se, já que ambas não são verdadeiras e estão portanto no mesmo plano. Sendo esse o nível da variação, ele é vivenciado como variável e os extremos são as suas características essenciais.

7. A verdade e a pequenez negam-se uma à outra porque a grandeza é verdade. A verdade não vacila; é sempre verdadeira. Quando a grandeza te foge, tu a substituíste por algo feito por ti. Talvez seja a crença na pequenez, talvez a crença na grandiosidade. Entretanto, não pode deixar de ser insana, porque não é verdadeira. A tua grandeza nunca te decepcionará, mas as tuas ilusões sempre o farão. As ilusões são enganos. Não podes triunfar, mas és exaltado. E no teu estado exaltado, buscas outros que são como tu e regozija-te com eles.

8. É fácil distinguir a grandeza da grandiosidade porque o amor volta para ti e o orgulho não. O orgulho não produzirá milagres e irá, portanto, privar-te das verdadeiras testemunhas da tua realidade. A verdade não é obscura nem está escondida, mas a sua obviedade para ti está na alegria que trazes às suas testemunhas, que a mostram a ti. Elas atestam a tua grandeza, mas não podem atestar o orgulho, porque o orgulho não é compartilhado. Deus quer que contemples o que Ele criou porque essa é a Sua alegria.

9. É possível que a tua grandeza seja arrogante quando o próprio Deus a testemunha? E o que pode ser real sem testemunhas? Que bem pode advir disso? O se nenhum bem pode vir disso, o Espírito Santo não pode usá-lo. O que Ele não pode transformar na Vontade de Deus absolutamente não existe. A grandiosidade é delusória porque é usada para substituir a tua grandeza. Entretanto, o que foi criado por Deus não pode ser substituído. Deus é incompleto sem ti, porque a Sua grandeza é total e tu não podes estar faltando.

10. Tu és inteiramente insubstituível na Mente de Deus. Nenhuma outra pessoa pode preencher a tua parte nela e enquanto deixas a tua parte vazia, o teu lugar eterno simplesmente espera pelo teu retomo. Deus, através da Sua Voz, lembra-te disso e o próprio Deus mantém a salvo as tuas extensões dentro dele. Entretanto, não as conheces enquanto não retomas a elas. Não podes substituir o Reino e nem substituir a ti mesmo. Deus, Que conhece o teu valor, não quer que seja assim e por isso não é assim. O teu valor está na Mente de Deus e, portanto, não está apenas na tua. Aceitar a ti mesmo tal como Deus te criou não pode ser arrogância, pois é a negação da arrogância. Aceitar a tua pequenez é arrogante porque significa que acreditas que a tua avaliação de ti mesmo é mais verdadeira do que a de Deus.

11. No entanto, se a verdade é indivisível, a tua avaliação de ti mesmo não pode deixar de ser a mesma de Deus. Não foste tu que estabeleceste o teu próprio valor e ele não necessita de defesas. Nada pode atacá-lo nem prevalecer sobre ele. Ele não varia. Meramente é. Pergunta ao Espírito Santo qual ele é e Ele te dirá, mas não tenhas medo da Sua resposta, porque ela vem de Deus. É uma resposta exaltada, devido à sua Fonte, mas a Fonte é verdadeira assim como a Sua resposta. Escuta e não questiones o que ouves, pois Deus não engana. Ele quer que substituas a crença do ego na pequenez pela Sua própria Resposta exaltada quanto ao que tu és, de modo que possas parar de questioná-la sobre isso e a conheças assim como é. 


Foto: http://www.paoepeixe.com.br/ja-parou-pra-pensar-na-grandeza-de-deus/

quarta-feira, 11 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 7. As duas avaliações


1. A Vontade de Deus é a tua salvação. Como não teria Ele te dado os meios de achá-la? Se a Sua Vontade é que tu a tenhas, Ele tem que ter feito com que seja possível e fácil obtê-la. Os teus irmãos estão em to- dos os lugares. Tu não tens que ir buscar a salvação longe. Cada minuto e cada segundo te dá uma chance de salvar a ti mesmo. Não percas essas chances, não porque elas não retornarão, mas porque é desnecessário protelar a alegria. A Vontade de Deus para ti é a felicidade perfeita agora. É possível que não seja essa também a tua vontade? E é possível que não seja essa também a vontade dos teus irmãos?

2. Considera, então, que nesta vontade conjunta vós estais todos unidos e somente nisso. Pode existir desacordo acerca de qualquer outra coisa, mas não acerca disso. É, então, aí que habita a paz. E tu habitas em paz quando assim o decides. Entretanto, não podes habitar na paz a não ser que aceites a Expiação porque a Expiação é o caminho para a paz. A razão é muito simples e tão óbvia que freqüentemente não é vista. O ego tem medo do óbvio, já que a obviedade é a característica essencial da realidade. No entanto, tu não podes deixar de vê-la a não ser que não estejas olhando. 

3. É perfeitamente óbvio que se o Espírito Santo olha com amor para tudo o que Ele percebe, Ele te olha com amor. A Sua avaliação de ti baseia-se no Seu conhecimento do que tu és, portanto, Ele te avalia verdadeiramente. O essa avaliação tem que estar na tua mente, porque Ele está. O ego também está na tua mente, porque tu o aceitaste lá. A sua avaliação de ti, no entanto, é exatamente oposta à do Espírito San- to, porque o ego não te ama. Ele não está ciente do que és e desconfia totalmente de tudo o que percebe porque as suas percepções são tão variáveis. O ego é, portanto, capaz de suspeita, na melhor das hipóteses, e de perversidade na pior. Esse é o seu escopo. Não pode ultrapassá-lo devido à sua incerteza. E não pode nunca ir além dela porque jamais pode estar certo.

4. Tu tens, então, duas avaliações conflitantes de ti mesmo na tua mente e elas não podem ser ambas verdadeiras. Tu ainda não te dás conta do quanto essas avaliações são completamente diferentes, porque ainda não compreendes quão elevada a percepção que o Espírito Santo tem de ti realmente é. Ele não é enganado por nada do que fazes, porque Ele nunca esquece o que és. O ego é enganado por tudo o que fazes, especialmente quando respondes ao Espírito Santo, porque nestas ocasiões a sua confusão aumenta. O ego, portanto, é particularmente capaz de atacar-te quando reages amorosamente, porque te avaliou como não sendo amoroso e tu estás indo contra o seu julgamento. O ego atacará os teus motivos logo que eles passem a estar claramente em desacordo com a sua percepção de ti. É aí que ele vai se deslocar abruptamente da suspeita para a perversidade, uma vez que a sua incerteza terá aumentado. Entretanto, com certeza é inútil atacar de volta. O que pode significar isso exceto que estás concordando com a avaliação que o ego faz do que tu és?

5. Se escolhes ver a ti mesmo como não sendo amoroso, não serás feliz. Estás te condenando e tens, por- tanto, que te considerares inadequado. Olharias para o ego em busca de ajuda para escapar de um senti- mento de inadequação que ele produziu e tem que manter para existir? É possível escapares da sua avaliação de ti usando os seus métodos para manter esse retrato intacto?

6. Não podes avaliar um sistema insano de crenças estando dentro dele. Seu escopo exclui isso. Só podes ir além dele, olhar em retrospectiva de um ponto onde a sanidade exista e ver o contraste. Só através desse contraste é que a insanidade pode ser julgada como insana. Com a grandeza de Deus em ti, tens escolhido ser pequeno e lamentar a tua pequenez. Dentro do sistema que ditou essa escolha o lamento é inevitável. A tua pequenez é aceita gratuitamente nesse sistema e tu não perguntas "Quem decidiu que seja assim?" A pergunta é sem significado dentro do sistema de pensamento do ego, porque ela abriria ao questionamento todo o sistema.

7. Eu disse que o ego não sabe o que é uma pergunta real. Qualquer tipo de falta de conhecimento é sem- pre associado com uma recusa em conhecer e isso produz uma total falta de conhecimento simplesmente porque o conhecimento é total. Não questionar a tua pequenez é, por conseguinte, negar todo o conheci- mento e manter intacto todo o sistema de pensamento do ego. Não podes reter parte de um sistema de pensamento, porque ele só pode ser questionado no seu fundamento. E isso tem que ser questionado de um ponto além do sistema, pois dentro dele o seu fundamento de fato se mantém. O Espírito Santo julga contra a realidade do sistema de pensamento do ego meramente porque Ele sabe que o seu fundamento não é verdadeiro. Portanto, nada que surja a partir dele significa coisa alguma. Ele julga cada uma das crenças que manténs em termos da origem que ela tem. Se vem de Deus, Ele sabe que é verdadeira. Se não vem, Ele sabe que é sem significado.

8. Sempre que questionares o teu próprio valor, dize:

O próprio Deus é incompleto sem mim.

Lembra-te disso quando o ego falar e assim tu não o ouvirás. A verdade a teu respeito é tão elevada que coisa alguma que não seja digna de Deus é digna de ti. Escolhe, pois, o que queres nestes termos e não aceites nada que não queiras oferecer a Deus como totalmente adequado para Ele. Tu não queres nenhuma outra coisa. Devolve a tua parte a Deus e Ele te dará tudo de Si Mesmo em troca da devolução do que pertence a Ele e O torna completo. 

terça-feira, 10 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 6. A aceitação do teu irmão


1. Como é que podes vir a ser cada vez mais consciente do Espírito Santo em ti mesmo a não ser através dos Seus efeitos? Não podes vê-Lo com os teus olhos nem ouvi-lo com os teus ouvidos. Então, como podes percebê-lo? Se inspiras alegria e os outros reagem a ti com alegria, mesmo que não estejas vivenciando alegria em ti mesmo, tem que haver alguma coisa em ti que é capaz de produzi-la. Se isso está em ti e pode produzir alegria, e se vês que de fato produz alegria nos outros, tens que estar dissociando-a em ti mesmo.

2. Parece-te que o Espírito Santo não produz alegria em ti de forma consistente só porque não fazes surgir alegria nos outros consistentemente. As reações dos outros a ti são as tuas avaliações da Sua consistência. Quando és inconsistente, nem sempre farás surgir alegria e, portanto, nem sempre reconhecerás a Sua consistência. O que ofereces ao teu irmão, ofereces a Ele, porque Ele não pode ir além do teu ofere-cimento na Sua doação. Isso é assim não porque Ele limite a Sua doação mas simplesmente porque limitaste o teu recebimento. A decisão de receber é a decisão de aceitar.

3. Se os teus irmãos são parte de ti, vais aceitá-los? Só eles podem ensinar-te o que tu és, pois o teu aprendizado é o resultado do que lhes ensinaste. O que invocas neles é o que invocas em ti mesmo. O na medida em que tu o invocas neles, vem a ser real para ti. Deus tem apenas um Filho, conhecendo a todos como um só. Só o próprio Deus é mais do que eles, mas eles não são menos do que Ele é. Queres conhecer o que isso significa? Se o que fazes ao meu irmão, fazes a mim e se fazes tudo a ti mesmo porque nós somos parte de ti, tudo o que nós fazemos também pertence a ti. Cada um que Deus criou é parte de ti e compartilha a Sua Glória contigo. A Sua Glória pertence a Ele, mas é igualmente tua. Tu não podes, por- tanto, ser menos glorioso do que Ele.

4. Deus é mais do que tu és somente porque Ele te criou, mas nem isso Ele quer impedir a ti. Portanto, podes criar assim como Ele o fez e a tua dissociação não vai alterar isso. Nem a Luz de Deus, nem a tua, serão atenuadas pelo fato de não veres. Porque a Filiação tem que criar como um só, tu te lembras da criação sempre que reconheces parte da criação. Cada parte que lembras soma-se à tua integridade, por- que cada parte é íntegra. A integridade é indivisível, mas tu não podes aprender sobre a tua integridade enquanto não a vires em toda parte. Podes conhecer-te só como Deus conhece Seu Filho, pois o conheci- mento é compartilhado com Deus. Quando despertares Nele, conhecerás a tua magnitude por aceitares a Sua ausência de limites como tua. Mas por enquanto, tu a julgarás como julgas a do teu irmão e vais aceitá-la como aceitas a dele.

5. Tu ainda não despertaste, mas podes aprender como despertar. Muito simplesmente, o Espírito Santo te ensina a despertar os outros. À medida em que tu os vês despertos, vais aprender o que significa o despertar e porque escolheste despertá-los, a sua gratidão e a sua apreciação do que tu lhes deste vão ensinar-te o valor do despertar. Eles virão a ser as testemunhas da tua realidade, como vós fostes criados como testemunhas da realidade de Deus. No entanto, quando a Filiação se reúne e aceita a própria unicidade, ela será conhecida por suas criações, que testemunham a realidade dela assim como o Filho faz com o Pai.

6. Milagres não têm lugar na eternidade, porque são reparadores. Entretanto, enquanto ainda tens necessidade de cura, os teus milagres são as únicas testemunhas da tua realidade que podes reconhecer. Não podes apresentar um milagre para ti mesmo, porque os milagres são uma forma de dar aceitação e recebê-la. No tempo, o dar vem em primeiro lugar, embora sejam simultâneos na eternidade onde não podem ser separados. Quando tiveres aprendido que são o mesmo, a necessidade do tempo terá termina- do.

7. A eternidade é um tempo único, e a sua única dimensão é "sempre". Isso nada pode significar para ti enquanto não te lembrares dos Braços abertos de Deus e finalmente conheceres a Sua Mente aberta. Como Ele, tu és "sempre"; em Sua Mente e com uma mente como a Sua. Na tua mente aberta as tuas criações estão em comunicação perfeita nascida da perfeita compreensão. Se pudesses aceitar ao menos uma delas, não quererias nada do que o mundo tem a oferecer. Tudo o mais seria totalmente sem significado. O significado de Deus é incompleto sem ti e tu és incompleto sem as tuas criações. Aceita o teu irmão nesse mundo e não aceites nenhuma outra coisa, pois nele acharás as tuas criações porque ele as criou contigo. Nunca saberás que és co-criador com Deus enquanto não aprenderes que o teu irmão é co- criador contigo. 




Foto: http://stelalecocq.blogspot.ch/2014/09/kuthumi-padroes-aceitacao-confianca-e.html

segunda-feira, 9 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 5. O curador não-curado

1. O plano do ego para o perdão é muito mais usado do que o de Deus. Isso é assim porque é empreendi- do por curadores não-curados e é, portanto, do ego. Vamos considerar agora, com mais detalhes, o cura- dor não-curado. Por definição, ele está tentando dar o que não recebeu. Se é um teólogo, por exemplo, ele pode partir da premissa “Eu sou um miserável pecador, assim como tu." Se é um psicoterapeuta, é mais provável que parta da crença igualmente inacreditável em que o ataque é real para ambos, ele próprio e o paciente, mas que não importa para nenhum dos dois.

2. Eu disse repetidamente que as crenças do ego não podem ser compartilhadas e por isso são irreais. Como é possível, então, que descobri-las possa fazer com que sejam reais? Todo curador que procura fantasias para que venham a ser a verdade necessariamente não está curado, porque não sabe onde pro- curar a verdade e, por conseguinte não tem a resposta para o problema da cura.

3. Há uma vantagem em trazer à consciência os pesadelos, mas somente para ensinar que eles não são reais e que qualquer coisa que contenham não tem significado. O curador não-curado não pode fazer isso porque não acredita nisso. Todos os curadores não-curados têm que seguir o plano do ego para o perdão de uma forma ou de outra. Se são teólogos, provavelmente condenam a si mesmos, ensinam a condena- ção e advogam uma solução amedrontadora. Projetando a condenação sobre Deus, eles O fazem parecer vingativo e têm medo da Sua punição. O que fizeram foi apenas identificar-se com o ego e ao perceber o que ele faz, condenam a si mesmos devido a essa confusão. É compreensível que tenha havido revoltas contra esse conceito, mas revoltar-se contra ele ainda é acreditar nele.

4. Algumas das formas mais novas do plano do ego são tão inúteis quanto as antigas, porque a forma não importa e o conteúdo não foi mudado. Em uma das formas mais novas, por exemplo, um psicoterapeuta pode interpretar os símbolos do ego em um pesadelo e então usá-los para provar que o pesadelo é real. Tendo feito com que seja real, ele então tenta desfazer os seus efeitos, depreciando a importância do sonhador. Osse seria um enfoque de cura se o sonhador também fosse identificado como irreal. Entretanto, se o sonhador é equiparado à mente, o poder corretivo da mente através do Espírito Santo é negado. Isso é uma contradição mesmo nos termos do ego, contradição essa que até o ego, na sua confusão, usual- mente nota.

5. Se o caminho para neutralizar o medo é reduzir a importância da mente, como pode isso construir a força do ego? Tais inconsistências evidentes são a razão por que ninguém realmente explicou o que acontece na psicoterapia. Nada realmente acontece. Nada de real aconteceu com o curador não-curado e ele tem que aprender com o seu próprio ensino. Seu ego sempre buscará ganhar alguma coisa da situação. O curador não-curado, portanto, não sabe como dar e conseqüentemente não pode compartilhar. Ele não pode corrigir porque não está trabalhando de modo a corrigir. Acredita que depende dele ensinar ao paciente o que é real, embora ele próprio não o saiba.

6. O que deveria acontecer então? Quando Deus disse "Haja luz," houve luz. É possível achares a luz analisando a escuridão, como faz o psicoterapeuta, ou como o teólogo, reconhecendo a escuridão em ti mes- mo e procurando uma luz distante para removê-la, enfatizando a distância durante todo o tempo? A cura não é misteriosa. Nada vai mudar a não ser que seja compreendido, já que a luz é compreensão. Um "miserável pecador" não pode ser curado sem mágica e nem pode uma "mente sem importância" estimar-se sem mágica.

7. Assim sendo, ambas as formas de abordagem do ego têm, necessariamente, que desembocar em um impasse: a característica "situação impossível" à qual o ego sempre conduz. É possível ajudar alguém apontando a direção que ele está seguindo, mas o sentido se perde, a menos que ele também seja ajudado a mudar de direção. O curador não-curado não pode fazer isso para ele, pois não pode fazê-lo para si. A única contribuição significativa que o curador pode fazer é apresentar um exemplo de alguém cuja direção foi mudada para ele e que não mais acredite em pesadelos de espécie alguma. A luz na mente dele irá então responder ao questionados, que tem que decidir com Deus que existe luz porque ele a vê. O através do reconhecimento dele, o curador sabe que ela existe. É assim que, em última instância, a percepção é traduzida em conhecimento. O trabalhador de milagres começa percebendo a luz e traduz a sua percepção em certeza por estendê-la continuamente e aceitar o reconhecimento dela. Seus efeitos lhe asseguram que ela existe.

8. Um terapeuta não cura; ele permite que a cura seja. Ele pode apontar a escuridão, mas não pode por si mesmo trazer a luz, pois a luz não é dele. Entretanto, sendo para ele, ela tem que ser também para o seu paciente. O Espírito Santo é o único Terapeuta. Ele faz com que a cura seja clara em qualquer situação na qual Ele seja o Guia. Tu só podes permitir que Ele cumpra a Sua função. Ele não precisa de ajuda para isso. Ele dir-te-á exatamente o que fazer para ajudar qualquer pessoa que Ele te envie em busca de ajuda e falará a ela através de ti, se não interferires. Lembra-te de que escolhes o guia para ajudar e a escolha errada não ajudará. Mas, lembra-te também de que a escolha certa vai ajudar. Confia Nele pois ajudar é a Sua função, e Ele é de Deus. 12À medida que despertas outras mentes para o Espírito Santo através Dele e não de ti, vais compreender que não estás obedecendo às leis desse mundo. Mas as leis que estás obedecendo funcionam. “Bom é aquilo que funciona" é uma afirmação sólida, porém insuficiente. Só o que é bom pode funcionar. Nenhuma outra coisa funciona em absoluto.

9. Esse curso oferece uma situação de aprendizado muito direta e muito simples e provê o Guia Que te diz o que fazer. Se o fizeres, verás que funciona. Seus resultados são mais convincentes do que as suas palavras. Eles te convencerão de que as palavras são verdadeiras. Seguindo o Guia certo, aprenderás a mais simples de todas as lições:

Por seus frutos os conhecereis, e eles conhecerão a si mesmos. 




foto: http://www.blog.mariofialho.com/terapeuta-sanador-curador/

sexta-feira, 6 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 4. O plano de perdão do Espírito Santo


1. A Expiação é para todos, porque é o caminho para desfazer a crença em que qualquer coisa seja só para ti. Perdoar é não ver. Olha, portanto, para o que está além do erro e não permitas que a tua percepção pare nele, pois vais acreditar naquilo que a tua percepção demonstra. Aceita como verdadeiro só o que o teu irmão é, se queres conhecer a ti mesmo. Percebendo o que ele não é, não serás capaz de conhecer o que tu és porque o verás falsamente. Lembra-te sempre que a tua Identidade é compartilhada e que o Seu compartilhar é a Sua realidade.

2. Tu tens um papel a desempenhar na Expiação mas o plano da Expiação está além de ti. Não compreendes como não ver os erros, ou não os farias. Acreditar que não os fizeste ou que podes corrigi-los sem um Guia para a correção, seria meramente persistir no erro. O se não segues esse Guia, teus erros não serão corrigidos. O plano não é teu devido à tuas idéias limitadas a respeito do que és. É desse senso de limitação que surgem todos os erros. O caminho para desfazê-los, portanto, não vem de ti, mas é para ti.

3. A Expiação é uma lição em compartilhar, que te é dada porque tu esqueceste como fazê-lo. O Espírito Santo apenas lembra-te o uso natural das tuas capacidades. Reinterpretando a capacidade de atacar em capacidade de compartilhar, Ele traduz aquilo que fizeste no que Deus criou. Se queres realizar isso através Dele, não podes olhar para as tuas capacidades através dos olhos do ego, pois irás julgá-las como ele as julga. Todo o poder que elas têm para causar dano está no julgamento do ego. Toda a sua utilidade está no julgamento do Espírito Santo.

4. O ego também tem um plano de perdão porque estás pedindo um plano, embora não o estejas pedindo ao professor certo. O plano do ego, é claro, não faz sentido e não funcionará. Seguindo o seu plano, simplesmente irás colocar-te em uma situação impossível, para a qual o ego sempre te conduz. O plano do ego é fazer com que vejas, em primeiro lugar, o erro com clareza e depois não o vejas. Mas como é possível não veres aquilo que fizeste com que fosse real? Vendo-O com clareza, tu fizeste com que fosse real e não podes deixar de vê-lo. É aqui que o ego é forçado a apelar para "mistérios", insistindo que precisas aceitar o que não tem significado para salvar-te. Muitos tentaram fazer isso em meu nome, esquecendo que as minhas palavras fazem sentido perfeito porque vêm de Deus. Elas têm tanto sentido agora como sempre tiveram porque falam de idéias que são eternas.

5. O perdão, que é aprendido através de mim, não usa o medo para desfazer o medo. Nem faz com que o real seja irreal para depois destruí-lo. O perdão através do Espírito Santo simplesmente está em olhar além do erro desde o início, mantendo-O assim irreal para ti. Não permitas que qualquer crença na realidade do erro penetre em tua mente, ou também irás acreditar que tens que desfazer o que fizeste de modo a seres perdoado. O que não tem efeito não existe e para o Espírito Santo os efeitos do erro são inexistentes. Cancelando regular e consistentemente todos os seus efeitos, em toda a parte e em todos os aspectos, Ele ensina que o ego não existe e prova isso.

6. Segue, então, o ensinamento de perdão do Espírito Santo, porque o perdão é a Sua função e Ele conhece como desempenhá-la perfeitamente. Foi isso o que eu quis dizer quando disse que os milagres são naturais e quando não ocorrem algo de errado aconteceu. Milagres são meramente o sinal da tua disponibilidade em seguir o plano de salvação do Espírito Santo, reconhecendo que tu não compreendes o que ele é. O Seu trabalho não é função tua e a não ser que aceites isso, não poderás aprender qual é a tua função.

7. A confusão de funções é tão típica do ego que deverias estar bastante familiarizado com ela a essa altura. O ego acredita que todas as funções lhe pertencem, mesmo que não tenha nenhuma idéia do que sejam. Isso é mais do que mera confusão. É uma combinação particularmente perigosa de grandiosidade e confusão que faz com que o ego provavelmente seja capaz de atacar qualquer pessoa e qualquer coisa sem nenhuma razão. Isso é exatamente o que o ego faz. Ele é imprevisível em suas respostas, porque não tem nenhuma idéia do que percebe.

8. Se não tens a mínima idéia do que está acontecendo, quão adequadamente podes esperar reagir? Poderias perguntar a ti mesmo, sem levar em consideração como interpretarias a reação, se tal imprevisibilidade coloca o ego em uma posição sólida como teu guia. Deixa-me repetir que as qualificações do ego enquanto guia são singularmente infelizes e, como professor da salvação, ele é uma escolha por demais pobre. Qualquer um que escolha um guia totalmente insano tem que ser ele próprio totalmente insano. E nem é verdadeiro que tu não reconheças que o guia é insano. Reconheces porque eu reconheço e tu o julgaste pelos mesmos padrões que eu.

9. O ego literalmente vive de tempo tomado de empréstimo e seus dias estão contados. Não tenhas medo do Julgamento Final, mas dá boas-vindas a ele e não o esperes, pois o tempo do ego é "tomado de empréstimo" da tua eternidade. Essa é a Segunda Vinda, que foi feita para ti assim como a Primeira foi criada. A Segunda Vinda é meramente o retorno do sentido. É possível que isso seja amedrontador?

10. O que pode ser amedrontados além de fantasias e quem se volta para fantasias, a não ser aquele que se desespera por não achar satisfação na realidade? Entretanto, é certo que nunca irás achar satisfação em fantasias, de modo que a tua única esperança é mudar a tua mente acerca da realidade. Só se a decisão de que a realidade é amedrontadora estiver errada é que Deus pode estar certo. O eu te asseguro que Deus está certo. Fica contente, pois, por teres errado, mas isso só aconteceu porque não sabias quem eras. Se soubesses seria tão impossível para ti errar como para Deus.

11. O impossível só pode acontecer em fantasias. Quando procuras a realidade em fantasias, não vais achá-la. Os símbolos da fantasia são do ego e desses acharás muitos. Mas não olhes para eles em busca de significado. Eles não têm mais significado do que as fantasias de que são tecidos. Os contos de fadas podem ser agradáveis ou amedrontadores, mas ninguém os considera verdadeiros. As crianças podem acreditar neles e assim, por algum tempo, esses contos são verdadeiros para elas. Entretanto, quando a realidade desponta as fantasias se vão. Nesse ínterim, a realidade não desapareceu. A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.

12. Olha, minha criança, a realidade está aqui. Ola pertence a ti e a mim e a Deus, e é perfeitamente satisfatória para todos nós. Só essa consciência cura porque é a consciência da verdade. 

quinta-feira, 5 de março de 2015

CAPÍTULO 9 - 3. A correção do erro


1. O estado de alerta do ego para os erros de outros egos não é o tipo de vigilância que o Espírito Santo quer que mantenhas. Os egos são críticos em termos do tipo de "sentido" que representam. Compreendem esse tipo de sentido porque faz sentido para eles. Para o Espírito Santo, não faz sentido algum.

2. Para o ego, é benigno, certo e bom apontar erros e "corrigi-los." Isso faz sentido perfeito para o ego, que não está ciente do que são os erros e do que é a correção. Os erros são do ego e a correção dos erros está no abandono do ego. Quando corriges um irmão, tu estás lhe dizendo que ele está errado. Ele pode não estar fazendo nenhum sentido nessa ocasião e, é certo que se estiver falando a partir do ego, não estará fazendo sentido. Ainda assim, a tua tarefa é dizer-lhe que ele está certo. Tu não lhe dizes isso verbalmente, se ele estiver falando tolices. Ele necessita de correção em outro nível, porque seu erro está em outro nível. Ainda assim, ele está certo porque é um Filho de Deus. O seu ego está sempre errado, não importa o que diga ou faça.

3. Se apontas os erros do ego do teu irmão, tens que estar vendo através dos teus, porque o Espírito Santo não percebe os seus erros. Isso não pode deixar de ser verdadeiro uma vez que não existe
comunicação entre o ego e o Espírito Santo. O ego não faz nenhum sentido e o Espírito Santo não tenta compreender nada que surja dele. Uma vez que Ele não o compreende, Ele não o julga, sabendo que nada do que o ego faz significa coisa alguma.

4. Quando reages de qualquer modo que seja a erros, não estás escutando o Espírito Santo. Ele meramente os ignorou e se prestas atenção a eles, não O estás ouvindo. Se não O ouves, estás escutando o teu ego e estás fazendo tão pouco sentido quanto aquele irmão cujos erros tu percebes. Isso não pode ser correção. No entanto, é mais do que apenas uma falta de correção para ele. É abrir mão da correção em ti mesmo.
5. Quando um irmão se comporta de maneira insana só podes curá-lo percebendo nele a sanidade. Se percebes os seus erros e os aceitas, estás aceitando os teus próprios. Se queres entregar os teus ao Espírito Santo, tens que fazer o mesmo com os dele. A não ser que essa venha a ser a única forma de lidares com todos os erros, não poderás compreender como todos os erros são desfeitos. Há alguma diferença entre dizer-te que o que ensinas tu aprendes e isso? O teu irmão está tão certo quanto tu estás e se pensas que ele está errado, estás condenando a ti mesmo.

6. Tu não podes corrigir a ti mesmo. É possível, então, corrigires um outro? No entanto, podes vê-lo verdadeiramente porque é possível para ti ver a ti mesmo verdadeiramente. Não depende de ti mudar o teu irmão, mas meramente aceitá-lo como é. Os seus erros não vêm da verdade que está nele e só essa verdade é sua. Os seus erros não podem mudar isso e não podem ter qualquer efeito sobre a verdade em ti. Perceber erros em qualquer pessoa e reagir a eles como se fossem reais é fazer com que sejam reais para ti. Não vais escapar de pagar o preço disso, não porque estás sendo punido por isso, mas porque estás seguindo o guia errado e, portanto perderás o teu caminho.

7. Os erros do teu irmão não são dele, assim como os teus não são teus. Aceita os seus erros como reais e terás atacado a ti mesmo. Se queres achar o teu caminho e mantê-lo, vê só a verdade ao teu lado, pois vós caminhais juntos. O Espírito Santo em ti perdoa todas as coisas em ti e no teu irmão. Os seus erros são perdoados junto com os teus. A Expiação não é mais separada do que o amor. A Expiação não pode ser separada porque vem do amor. Qualquer tentativa que faças para corrigir um irmão significa que acreditas que a correção é possível através de ti e isso só pode ser arrogância do ego. A correção é de Deus Que não conhece arrogância.

8. O Espírito Santo tudo perdoa porque Deus tudo criou. Não assumas a Sua função, ou esquecerás a tua. Aceita só a função de curar no tempo, porque é para isso que o tempo serve. Deus te deu a função de criar na eternidade. Tu não precisas aprender isso, mas precisas aprender a querer isso. Para tal foi feito todo o aprendizado. Esse é o uso que o Espírito Santo faz de uma capacidade que não precisas, mas fizeste. Dá a Ele essa capacidade! Tu não compreendes como usá-la. Ele te ensinará como ver a ti mesmo sem condenação por aprenderes a olhar todas as coisas sem ela. A condenação, então, não será real para ti e todos os teus erros serão perdoados.