quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 5.2 As lições do Espírito Santo - Para ter paz, ensina a paz para aprendê-la


1. Todas as pessoas que acreditam na separação têm um medo básico de retaliação e abandono. Acreditam em ataque e rejeição de modo que é isso que percebem, ensinam e aprendem. Essas idéias insanas são claramente o resultado da dissociação e da projeção. O que ensinas, tu és, mas é bastante evidente que podes ensinar errado e podes, portanto, ensinar errado a ti mesmo. Muitos pensaram que eu os estava atacando, embora fosse evidente que não estava. Um aprendiz insano aprende lições estranhas. 'O que tens que reconhecer é que quando não compartilhas um sistema de pensamento, tu o estás enfraquecendo. Aqueles que acreditam nele, portanto, percebem isso como um ataque a si próprios. Isso porque todos se identificam com seu sistema de pensamento e todo sistema de pensamento está centrado no que tu acreditas que és. Se o centro do sistema de pensamento é verdadeiro, só a verdade se estende a partir dele. Mas se uma mentira está no centro, só o engano procede dele.
2. Todos os bons professores reconhecem que só uma mudança fundamental durará, mas eles não começam nesse nível. Fortalecer a motivação para a mudança é a sua primeira e principal meta. É também a sua última e final. Aumentar a motivação para a mudança no aprendiz é tudo o que um professor precisa fazer para garantir a mudança. A mudança na motivação é uma mudança na mente e isso não pode deixar de produzir uma mudança fundamental porque a mente é fundamental.
3. O primeiro passo no processo de reversão ou desfazer é o desfazer do conceito de receber. Correspondentemente, a primeira lição do Espírito Santo foi "Para ter, dá tudo a todos." Eu disse que isso pode aumentar o conflito temporariamente e podemos esclarecer isso ainda mais agora. Nesse ponto, a igualdade de ter e ser ainda não é percebida. Até que seja, ter aparenta ser o oposto de dar. Portanto, a primeira lição parece conter uma contradição, já que está sendo aprendida por uma mente conflitada. Isso significa motivação conflitante e assim a lição ainda não pode ser aprendida de modo consistente. Além disso, a mente do aprendiz projeta seu próprio conflito e assim não percebe consistência nas mentes dos outros, fazendo com que ele desconfie da motivação dos outros. Essa é a razão real pela qual, em muitos aspectos, a primeira lição é a mais difícil de se aprender. Ainda ciente do ego em ti mesmo de modo muito forte e respondendo de maneira primária ao ego nos outros, estás sendo ensinado a reagir a ambos como se o que acreditas não fosse verdadeiro.
4. O ego, como sempre de cabeça para baixo, percebe a primeira lição como insana. De fato, essa é a sua única alternativa, já que a outra possibilidade, que seria muito menos aceitável para ele, seria a de que, obviamente, ele é insano. O julgamento do ego aqui, como sempre, é pré-determinado pelo que ele é. A mudança fundamental ainda ocorrerá com a mudança da mente naquele que pensa. Enquanto isso, a crescente clareza da Voz do Espírito Santo faz com que seja impossível para o aprendiz não escutar. Durante algum tempo, então, ele está recebendo mensagens conflitantes e aceitando ambas.
5. A saída do conflito entre dois sistemas de pensamento que se opõem está claramente em escolher um e abandonar o outro. Se tu te identificas com o teu sistema de pensamento e não podes escapar disso e se aceitas dois sistemas de pensamento que estão em completo desacordo, é impossível ter a mente em paz. Se ensinas ambos, coisa que certamente farás na medida em que aceitas ambos, estás ensinando o conflito e aprendendo-o. No entanto, realmente queres paz, ou não terias apelado para a Voz pela paz para te ajudar. A Sua lição não é insana, o conflito sim.
6. Não pode haver conflito entre sanidade e insanidade. Só uma é verdadeira e, portanto, só uma é real. O ego tenta persuadir-te de que depende de ti decidir qual é a Voz verdadeira, mas o Espírito Santo te ensi- na que a verdade foi criada por Deus e a tua decisão não pode mudá-la. À medida em que começas a reco- nhecer o sereno poder da Voz do Espírito Santo e Sua perfeita consistência, com certeza despontará na tua mente que tu estás tentando desfazer uma decisão que foi irrevogavelmente tomada para ti. É por isso que eu sugeri antes que te lembres de permitir que o Espírito Santo decida a favor de Deus por ti.
7. Não te é solicitado que tomes decisões insanas, embora possas pensar que sim. Todavia, acreditar que depende de ti decidir o que são as criações de Deus não pode deixar de ser insano. O Espírito Santo per- cebe o conflito exatamente como é. Portanto, Sua segunda lição é:
Para ter paz, ensina paz para aprendê-la.
8. Esse ainda é um passo preliminar, já que ter e ser ainda não estão equiparados. No entanto, é mais avançado do que o primeiro passo, que é realmente apenas o começo da reversão do pensamento. O segundo passo é uma afirmação positiva do que queres. Esse é, portanto, um passo em direção à saída do conflito, já que significa que as alternativas foram consideradas e uma foi escolhida como a mais desejável. No entanto, a expressão "mais desejável" ainda implica que o desejável tem graus. Portanto, embora esse passo seja essencial para a decisão definitiva, está claro que não é o passo final. A ausência de ordem de dificuldades nos milagres ainda não foi aceita, porque nada que seja totalmente desejado é difícil. Desejar totalmente é criar e criar não pode ser difícil se o próprio Deus te criou como um criador.
9. Assim sendo, o segundo passo ainda é perceptivo, embora seja um passo gigantesco no sentido da percepção unificada que reflete o conhecimento de Deus. Na medida em que dás esse passo e manténs essa direção, estarás abrindo caminho em direção ao centro do teu sistema de pensamento, onde a mudança fundamental vai ocorrer. Na altura do segundo passo, o progresso é intermitente, mas o segundo passo é mais fácil do que o primeiro porque decorre dele. Reconhecer que ele não pode deixar de decorrer é uma demonstração de que tens uma consciência crescente de que o Espírito Santo te conduzirá para adiante.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 5.1 As lições do Espírito Santo - Para ter, dá tudo a todos

A. Para ter, dá tudo a todos

1. Quando o teu corpo, o teu ego e os teus sonhos se forem, saberás que durarás para sempre. Talvez penses que isso se realize através da morte, mas nada é realizável através da morte, porque a morte não é nada. Tudo é realizado através da vida e a vida é da mente e está na mente. O corpo nem vive nem morre, porque não pode conter a ti, que és vida. Se nós compartilhamos a mesma mente, tu podes superar a morte porque eu a superei. A morte é uma tentativa de resolver o conflito sem decidir nada. Como qualquer das outras soluções impossíveis que o ego tenta, essa não vai funcionar.

2. Deus não fez o corpo porque ele pode ser destruído e, portanto, não é do Reino. O corpo é o símbolo do que pensas que és. É com toda a clareza um instrumento de separação e portanto não existe. O Espírito Santo, como sempre, toma o que tu fizeste e o traduz em um instrumento de aprendizado. Mais uma vez, como sempre, Ele re-interpreta o que o ego usa como argumento para a separação como uma demonstração contra isso. Se a mente pode curar o corpo, mas o corpo não pode curar a mente, nesse caso, a mente tem que ser mais forte do que o corpo. Todo milagre demonstra isso.

3. Eu já disse que o Espírito Santo é a motivação para os milagres. Ele sempre te diz que só a mente é real, porque só a mente pode ser compartilhada. O corpo é separado e, portanto, não pode ser parte de ti. Ser uma única mente tem significado, mas ser um único corpo não tem. Nesse caso, pelas leis da mente, o corpo é sem significado.

4. Para o Espírito Santo não há ordem de dificuldades em milagres. Isso já te é bastante familiar a essa altura, mas ainda não veio a ser verossímil. Portanto, não compreendes e não podes usar isso. Nós temos muito a realizar em favor do Reino para deixar esse conceito crucial passar despercebido. É realmente uma pedra fundamental do sistema de pensamento que eu ensino e quero que tu ensines. Não podes apresentar milagres sem acreditar nisso, porque essa é a crença na perfeita igualdade. Só uma dádiva igual pode ser oferecida aos Filhos iguais de Deus e isso é apreciação plena. Nada mais e nada menos. Sem uma escala, a ordem de dificuldades não tem significado e não deve haver nenhuma escala naquilo que ofereces ao teu irmão.

5. O Espírito Santo, Que conduz a Deus, traduz a comunicação naquilo que é, do mesmo modo que Ele em última instância traduz percepção em conhecimento. Tu não perdes o que comunicas. O ego usa o corpo para o ataque, para o prazer e para o orgulho. A insanidade dessa percepção faz com que ela seja, de fato, amedrontadora. O Espírito Santo vê o corpo só como um meio de comunicação e como comunicar é compartilhar, ele vem a ser comunhão. Talvez penses que o medo, assim como o amor, pode ser comunicado e, portanto, compartilhado. No entanto, isso não é tão real como pode parecer. Aqueles que comunicam o medo estão promovendo o ataque e o ataque sempre quebra a comunicação, fazendo com que ela seja impossível. Os egos de fato se unem em aliança temporária, mas sempre em função do que cada um pode conseguir separadamente. O Espírito Santo só comunica o que cada um pode dar a todos. Ele nunca toma coisa alguma de volta porque quer que tu a conserves. Portanto. Seu ensinamento começa com a lição:
Para ter, dá tudo a todos.

6. Esse é um passo muito preliminar e o único que tens que dar por conta própria. Não é nem mesmo necessário que completes esse passo por ti mesmo, mas é necessário que te voltes nesta direção. Tendo escolhido ir por esse caminho, te colocas no comando da jornada onde tu e somente tu tens que permanecer. Esse passo pode aparentar exacerbar o conflito ao invés de resolvê-lo, porque é o passo inicial para reverter a tua percepção e virá-Ia de cabeça para cima. Isso entra em conflito com a percepção invertida que ainda não abandonaste, ou não teria sido necessária a mudança de direção. Algumas pessoas permanecem nesse ponto durante um longo tempo, experimentando um conflito muito agudo. A essa altura, podem tentar aceitar o conflito ao invés de dar o próximo passo para a sua resolução. Tendo dado o primeiro passo, porém, serão ajudadas. Uma vez tendo escolhido o que não podem completar sozinhas, não estão mais sozinhas.



terça-feira, 27 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 5.0 As lições do Espírito Santo






1. Como qualquer bom professor, o Espírito Santo conhece mais do que tu agora, mas só ensina para fazer com que sejas igual a Ele. Já havias ensinado errado a ti mesmo, tendo acreditado no que não era verdadeiro. 'Não acreditaste na tua própria perfeição. Iria Deus ensinar-te que tinhas feito uma mente dividida quando Ele só conhece a tua mente íntegra? O que Deus sabe é que Seus canais de comunicação não estão abertos para Ele, de modo que Ele não pode transmitir a Sua alegria e saber que Suas crianças são totalmente alegres. A doação da Sua alegria é um processo em andamento, não no tempo, mas na eternidade. A extensão de Deus para fora, embora não a Sua completeza, é bloqueada quando a Filiação não se comunica com Ele como um só. Assim Ele pensou: "Minhas crianças dormem e têm que ser despertadas”.

2. Como se pode despertar crianças de maneira mais benigna do que com uma Voz gentil Que não as assustará, mas apenas lhes lembrará que terminou a noite e veio a luz? Tu não as informas de que os pesadelos que tanto as assustaram não eram reais, porque crianças acreditam em mágica. Meramente asseguras a elas de que agora estão a salvo. Então, tu as treinas para que reconheçam a diferença entre estar dormindo e estar desperto, de forma que compreendam que não precisam ter medo de sonhos. Assim, quando vêm os sonhos maus, por si mesmas chamarão a luz para dispersá-los.

3. Um professor sábio ensina através da aproximação e não pela abstenção. Não enfatiza o que tem que ser evitado de modo a escapar dos danos, mas o que precisa ser aprendido para se ter alegria. Considera o medo e a confusão que uma criança experimentaria se lhe fosse dito: "Não faças isso porque vai machucarte e não estarás a salvo; mas se em vez disso fizeres aquilo, escaparás do dano, estarás a salvo e assim não sentirás medo." Com certeza, é melhor usar só três palavras: "Faze apenas isso." Essa simples afirmação é perfeitamente clara, facilmente compreendida e muito facilmente lembrada. 

4. O Espírito Santo nunca faz uma lista dos erros porque não assusta as crianças e aqueles a quem falta juízo são crianças. Entretanto, Ele sempre responde aos seus chamados e Sua fidedignidade faz com que elas tenham mais certeza. As crianças, de fato, confundem fantasia e realidade e se assustam porque não reconhecem a diferença. O Espírito Santo não faz nenhuma distinção entre sonhos. Simplesmente os ilumina, afastando-os. A Sua luz é sempre o chamado para o despertar, seja o que for que estejas sonhando. Não há nada que perdure nos sonhos e o Espírito Santo, brilhando com a luz do próprio Deus, fala apenas em favor daquilo que perdura para sempre.






   






segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 4. A única resposta

1. Lembra-te que o Espírito Santo é a Resposta, não a pergunta. O ego sempre fala em primeiro lugar. É caprichoso e não quer o bem do seu autor. Ele acredita e corretamente, que o seu autor pode retirar seu apoio a qualquer momento. Se ele te quisesse bem, ficaria contente, assim como o Espírito Santo ficará contente quando tiver te trazido para casa e não mais necessitares da Sua orientação. O ego não se considera parte de ti. Aí está seu erro primário, o fundamento de todo o seu sistema de pensamento.

2. Quando Deus te criou, Ele fez de ti parte de Si próprio. É por isso que o ataque é impossível dentro do Reino. Fizeste o ego sem amor e, portanto, ele não te ama. Não poderias permanecer dentro do Reino sem amor e uma vez que o Reino é amor, tu acreditas que estás sem ele. Isso faz com que o ego se considere separado e pense que está fora do seu autor, assim falando pela parte da tua mente que acredita que tu estás separado e fora da Mente de Deus. O ego então levantou a primeira questão jamais colocada, questão essa que ele nunca pode responder. Essa questão - "O que és tu?" - foi o começo da dúvida. O ego nunca respondeu a nenhuma questão desde então, embora tenha levantado um grande número delas. 'As mais inventivas atividades do ego nunca fizeram mais do que obscurecer a questão, porque tu tens a res- posta e o ego tem medo de ti.

3. Tu não podes compreender o conflito enquanto não compreenderes o fato básico de que o ego não pode conhecer coisa alguma. O Espírito Santo não fala em primeiro lugar, mas Ele sempre responde. Todos já apelaram para Ele querendo ajuda em uma ou outra ocasião, de uma ou de outra forma e têm sido respondidos. Como o Espírito Santo responde verdadeiramente, Ele responde para todo o sempre, o que significa que todos têm a resposta agora.

4. O ego não é capaz de ouvir o Espírito Santo, mas acredita que parte da mente que o fez está contra ele. Interpreta isso como uma justificativa para atacar seu autor. Ele acredita que a melhor forma de defesa é o ataque e quer que tu acredites nisso. A não ser que acredites, não estarás do seu lado e o ego sente grande necessidade de aliados, embora não de irmãos. Percebendo alguma coisa estranha a si mesmo dentro da tua mente, o ego volta-se para o corpo como seu aliado, porque o corpo não é parte de ti. Isso faz do corpo o amigo do ego. É uma aliança abertamente baseada na separação. Se estiveres de acordo com essa aliança, sentirás medo, porque estás a favor de uma aliança de medo.

5. O ego usa o corpo para conspirar contra a tua mente, e porque o ego reconhece que seu "inimigo" pode acabar com ambos meramente reconhecendo que ambos não são parte de ti, eles se unem no ataque conjunto. Talvez essa seja a mais estranha de todas as percepções, se considerares o que ela realmente envolve. O ego, que não é real, tenta persuadir a mente, que é real, de que a mente é o instrumento de aprendizado do ego; e além disso de que o corpo é mais real do que a mente. Ninguém em sua mente certa poderia acreditar nisso e ninguém em sua mente certa acredita nisso.

6. Ouve, então, a única resposta do Espírito Santo para todas as questões que o ego levanta: tu és uma criança de Deus, uma parte inestimável de Seu Reino, que Ele criou como parte de Si Mesmo. Nada mais existe e só isso é real. 3ens escolhido um sono no qual tens tido sonhos ruins, mas esse sono não é real e Deus te chama para despertar. 4Não sobrará nada do teu sonho quando tu O ouvires, porque despertarás. Os teus sonhos contêm muitos dos símbolos do ego e eles te confundiram. Entretanto, isso só aconteceu porque estavas dormindo e não sabias. Quando acordares, verás a verdade em torno de ti e em ti e não mais acreditarás em sonhos, porque não terão nenhuma realidade para ti. No entanto, o Reino e tudo o que lá tens criado terão grande realidade para ti porque são bonitos e verdadeiros.

7. No Reino, há certeza perfeita quanto ao lugar aonde estás e quanto ao que és. Não há nenhuma dúvida, porque a primeira questão nunca foi perguntada. Tendo afinal sido totalmente respondida, ela nunca existiu. Só o que é vive no Reino, onde tudo vive em Deus sem questionamento. O tempo gasto com questionamentos no sonho cedeu lugar à criação e à sua eternidade. A tua certeza é como a de Deus porque és tão verdadeiro quanto Ele é, mas o que uma vez foi certo em tua mente veio a ser apenas a capacidade para a certeza.

8. A introdução das capacidades no que é, foi o início da incerteza porque as capacidades são potenciais, não realizações. As tuas capacidades são inúteis na presença das realizações de Deus e também das tuas. As realizações são resultados que foram atingidos. Quando são perfeitos, as capacidades são sem significado. É curioso que o perfeito agora tenha que ser aperfeiçoado. De fato, isso é impossível. Lembra-te, porém, que quando te pões em uma situação impossível, acreditas que o impossível é possível.

9. As capacidades têm que ser desenvolvidas antes que possas usá-las. Isso não é verdadeiro em relação a coisa alguma que Deus tenha criado, mas é a solução mais benigna possível para o que tu fizeste. Em uma situação impossível, podes desenvolver as tuas capacidades a ponto de poderem fazer-te sair disso. Tens um Guia para mostrar-te como desenvolvê-las, mas não tens outro comandante a não ser tu mesmo. Isso te deixa a cargo do Reino, tendo ambos: um Guia para achá-lo e um meio para conservá-lo. Tens um modelo a seguir que fortalecerá o teu comando e nunca te desviará dele de modo algum. Portanto, tu és aquele que retém o lugar central na tua escravidão imaginada, que em si mesma demonstra que não estás escravizado.
10. Estás em uma situação impossível só porque pensas que é possível estar. Estarias em uma situação impossível se Deus te mostrasse a tua perfeição e te provasse que estavas errado. Isso demonstraria que os perfeitos são inadequados para trazer a si mesmos à consciência da própria perfeição, e assim estaria de acordo com a crença segundo a qual aqueles que têm tudo precisam de ajuda e, portanto, são impo- tentes. Esse é o tipo de "raciocínio" em que se engaja o ego. Deus, Que sabe que as Suas criações são per- feitas, não as afronta. Isso seria tão impossível quanto a noção do ego que pensa tê-Lo afrontado.

11. É por isso que o Espírito Santo nunca comanda. Comandar é assumir a desigualdade, que o Espírito Santo demonstra que não existe. A fidelidade à premissas é uma lei da mente e tudo o que Deus criou é fiel às Suas leis. Porém a fidelidade a outras leis é também possível, não porque as leis sejam verdadeiras, mas porque tu as fizeste. O que seria ganho se Deus te provasse que tens pensado de modo insano? É possível que Deus perca a Sua própria certeza? Eu disse freqüentemente que o que tu ensinas, tu és. Quererias tu que Deus te ensinasse que tens pecado? Se Ele confrontasse o ser que tu fizeste com a verdade que Ele criou para ti, o que poderias ser senão medroso? Duvidarias da tua mente certa, que é o único lugar onde podes achar a sanidade que Deus te deu.

12. Deus não ensina. Ensinar implica uma falta, que Deus sabe que não existe. Deus não é conflitado. O ensino tem por objetivo a mudança, mas Deus apenas criou o imutável. A separação não foi uma perda da perfeição, mas um fracasso na comunicação. Uma forma de comunicação áspera e estridente surgiu como a voz do ego. Ela não podia estilhaçar a paz de Deus, mas podia estilhaçar a tua. Deus não a silenciou, porque erradicá-la seria atacá-la. Sendo questionado, Ele não questionou. Simplesmente deu a Res- posta. A Sua Resposta é o teu Professor. 





domingo, 25 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 3. Como abandonar o ataque




1. Como já enfatizamos, toda idéia tem início na mente de quem a pensa. Portanto, o que se estende da mente ainda está nela e ela conhece a si mesma por aquilo que estende. A palavra "conhecer" está correta aqui, porque o Espírito Santo ainda mantém o conhecimento a salvo em tua mente através da Sua per- cepção imparcial. Por não atacar nada, Ele não apresenta nenhuma barreira para a comunicação de Deus. Portanto, o que é, nunca é ameaçado. A tua mente, que é como a de Deus, não pode jamais ser profanada. O ego nunca foi nem nunca será parte dela, mas através do ego tu podes ouvir, ensinar e a- prender o que não é verdadeiro. Tu tens te ensinado a acreditar que não és o que és.
Não podes ensinar o que não aprendeste e o que ensinas, tu fortaleces em ti mesmo porque o estás com- partilhando. Cada lição que ensinas, tu estás aprendendo.

2. É por isso que tens que ensinar apenas uma lição. Se é que vais ser livre de todo conflito, tens que a- prender só com o Espírito Santo e tens que ensinar só através Dele. Tu és só amor, mas quando negas isso, fazes do que és algo que tens que aprender a lembrar. Eu já disse que a mensagem da crucificação foi "Ensina só amor, pois é isso o que tu és." Essa é a única lição perfeitamente unificada, pois é a única lição que é una. Só ensinando-a podes aprendê-la. "Conforme ensinas, assim aprenderás." Se isso é verdadeiro e, de fato, é verdadeiro, não te esqueças de que o que tu ensinas está ensinando a ti mesmo. E naquilo que projetas ou estendes, tu acreditas.


3. A única segurança está em estender o Espírito Santo, porque na medida em que vês a Sua gentileza nos outros, a tua própria mente percebe a si mesma como totalmente inofensiva. Uma vez que possa aceitar isso plenamente, ela não vê nenhuma necessidade de se proteger. A proteção de Deus então desponta sobre ela, assegurando-lhe estar perfeitamente segura para sempre. Os que são perfeitamente seguros são totalmente benignos. Eles abençoam porque sabem que são abençoados. Sem ansiedade, a mente é totalmente benigna e porque estende beneficência, é beneficente. A segurança é o abandono completo do ataque. Nenhuma transigência é possível nisso. Ensina o ataque, em qualquer forma, e tu o terás aprendido e serás ferido por ele. Porém, esse aprendizado não é imortal e podes desaprendê-lo deixando de ensiná-lo.

4. Já que não podes deixar de ensinar, a tua salvação está em ensinar exatamente o oposto de tudo aquilo em que o ego acredita. É deste modo que vais aprender a verdade que vai libertar-te e manter-te livre enquanto os outros a aprendem de ti. O único caminho para se ter paz é ensinar a paz. Ensinando a paz, tu mesmo tens que aprendê-la, porque não podes ensinar o que ainda dissocias. Só assim podes ganhar de volta o conhecimento que jogaste fora. Tu tens que ter uma idéia para compartilhá-la. Ela desperta na tua mente através da convicção que vem de ensiná-la. Tudo o que ensinas, estás apren- dendo. Ensina só amor e aprende que o amor é teu e que tu és amor. 





sábado, 24 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 2. A alternativa para a projeção





1. Qualquer divisão na mente envolve necessariamente a rejeição de alguma parte dela e essa é a crença na separação. A integridade de Deus, que é a Sua paz, não pode ser apreciada exceto por uma mente íntegra que reconheça a integridade da criação de Deus. Nesse reconhecimento, ela conhece seu Criador. Exclusão e separação são sinônimos, assim como separação e dissociação. Dissemos anteriormente que separação era e é dissociação e uma vez que ocorre, a sua principal defesa ou o dispositivo que a mantém é a projeção. A razão disso, porém, pode não ser tão óbvia quanto pensas.

2. O que tu projetas, desaproprias e, portanto, não acreditas que seja teu. Tu estás te excluindo por te jul- gares diferente daquele sobre o qual projetas. Já que também julgaste contra o que projetas, continuas atacando-o porque continuas a mantê-lo separado. Fazendo isso inconscientemente, tentas manter o fato de que atacaste a ti mesmo fora da tua consciência e assim imaginas teres te posto a salvo.

3. Entretanto, a projeção sempre vai ferir-te. Ela reforça a tua crença em tua própria mente dividida e seu único propósito é manter a separação. É apenas um instrumento do ego para fazer com que te sintas diferente dos teus irmãos e separado deles. O ego justifica isso alegando que faz com que te sintas "melhor" do que eles, assim obscurecendo ainda mais a tua igualdade em relação a eles. Projeção e ataque estão inevitavelmente relacionados porque a projeção é sempre um meio de justificar o ataque. Raiva sem projeção é impossível. O ego usa a projeção só para destruir a tua percepção tanto de ti próprio quanto de teus ir- mãos. O processo começa com a exclusão de algo que existe em ti, mas que não queres, e te conduz diretamente a excluir-te dos teus irmãos.

4. Nós aprendemos, no entanto, que há uma alternativa para a projeção. Cada capacidade do ego é passível de melhor uso, porque suas capacidades são dirigidas pela mente que tem uma Voz melhor. O Espírito Santo estende e o ego projeta. Como as suas metas são opostas, assim também é o resultado.

5. O Espírito Santo começa por perceber-te perfeito. Sabendo que essa perfeição é compartilhada, Ele a reconhece em outros, assim fortalecendo-a em ambos. Em lugar de raiva, isso desperta amor por ambos, pois estabelece a inclusão. Percebendo a igualdade, o Espírito Santo percebe necessidades iguais. Isso automaticamente convida a Expiação, uma vez que a Expiação é a única necessidade nesse mundo que é universal. Perceber a ti mesmo deste modo é o único modo pelo qual podes achar felicidade no mundo. Isso é assim porque é o reconhecimento de que não estás nesse mundo, pois o mundo é infeliz.

6. De que outra maneira podes achar alegria em um local sem alegria, exceto reconhecendo que não é lá que estás? Não podes estar em lugar algum a menos que Deus tenha te posto lá, pois Deus te criou como parte Dele. Isso inclui o que tu és e onde estás. Isso é completamente inalterável. Isso é inclusão total. Tu não podes mudar isso nem agora nem nunca. Isso é para sempre verdadeiro. Não é uma crença, mas um Fato. Qualquer coisa criada por Deus é tão verdadeira quanto Ele é. Sua verdade está apenas em sua per- feita inclusão Nele, o único Que é perfeito. Negar isso é negar a ti mesmo e a Ele, posto que é impossível aceitar um sem o outro.

7. A igualdade perfeita da percepção do Espírito Santo é o reflexo da igualdade perfeita do conhecimento de Deus. Não há equivalente em Deus para a percepção do ego, mas o Espírito Santo permanece sendo a ponte entre percepção e conhecimento. Capacitando-te a usar a percepção de um modo que reflita o conhecimento, vais, em última instância, lembrar-te dele. O ego preferiria acreditar que essa memória é impossível, no entanto, é a tua percepção que o Espírito Santo guia. A tua percepção vai terminar onde começou. Todas as coisas se encontram em Deus, porque tudo foi criado por Ele e Nele.

8. Deus criou Seus Filhos estendendo o Seu Pensamento e retendo as extensões do Seu Pensamento em Sua Mente. Todos os Seus Pensamentos são assim perfeitamente unidos entre si e em si mesmos. O Espírito Santo te capacita a perceber essa integridade agora. Deus te criou para criar. Não podes estender o Seu Reino enquanto não conheceres a sua integridade.

9. Os pensamentos têm início na mente de quem pensa, de onde alcançam o que está fora. Isso é tão verdadeiro em relação ao Pensamento de Deus quanto em relação ao teu. Como a tua mente está dividida, podes perceber assim como pensar. Entretanto, a percepção não pode escapar das leis básicas da mente. Tu percebes a partir da tua mente e projetas as tuas percepções para fora. Embora qualquer tipo de percepção seja irreal, tu a fizeste e portanto o Espírito Santo pode fazer bom uso dela. Ele pode inspirar a percepção e conduzi-la para Deus. Essa convergência só parece estar no futuro distante porque a tua mente não está perfeitamente alinhada com a idéia e, portanto, tu não a queres agora.

10. O Espírito Santo usa o tempo, mas não acredita nele. Como Ele veio de Deus, usa todas as coisas para o bem e não acredita no que não é verdadeiro. Como o Espírito Santo está na tua mente, a tua mente também só pode acreditar no que é verdadeiro. O Espírito Santo só pode falar em favor disso, porque fala por Deus. Ele te diz para voltar toda a tua mente para Deus, porque ela nunca O deixou. Se a mente nunca O deixou, só precisas percebê-la como é e já terás retornado. Assim sendo, a consciência plena da Expiação é o reconhecimento de que a separação nunca ocorreu. O ego não pode prevalecer contra isso porque é uma declaração explícita de que o ego nunca ocorreu.

11. O ego pode aceitar a idéia de que o retorno é necessário porque pode muito facilmente fazer com que a idéia pareça difícil. Entretanto, o Espírito Santo te diz que mesmo o retorno é desnecessário, porque o que nunca aconteceu não pode ser difícil. Apesar disso, podes fazer com que a idéia do retorno seja tão necessária quanto difícil. Porém, certamente está claro que o perfeito não necessita de nada e tu não podes experimentar a perfeição como uma realização difícil, porque isso é o que tu és. Se deste modo que tens que perceber as criações de Deus, trazendo todas as tuas percepções para a única linha que o Espírito Santo vê. Essa linha é a linha direta de comunicação com Deus que permite à tua mente convergir com a Sua. Não há conflito em nenhum ponto dessa percepção, porque ela significa que toda percepção é guiada pelo Espírito Santo, Cuja Mente está fixa em Deus. Só o Espírito Santo pode resolver conflitos, por- que só o Espírito Santo está livre do conflito. Ele percebe apenas o que é verdadeiro em tua mente e o estende apenas para o que é verdadeiro em outras mentes.


12. A diferença entre a projeção do ego e a extensão do Espírito Santo é muito simples. O ego projeta para excluir e, portanto, para enganar. O Espírito Santo estende por reconhecer a Si mesmo em cada mente e assim percebe-as como uma só. Nada está em conflito nesta percepção, porque na percepção do Espírito Santo todos são o mesmo. Aonde quer que Ele olhe, vê a Si Mesmo e porque está unido oferece sempre todo o Reino. Essa é a única mensagem que Deus deu a Ele e em nome da qual Ele tem que falar, porque é isso o que Ele é. A paz de Deus está nesta mensagem, assim a paz de Deus está em ti. A grande paz do Reino brilha na tua mente para sempre, mas ela tem que brilhar em direção ao que está fora para fazer com que fiques ciente dela.

13. O Espírito Santo te foi dado com perfeita imparcialidade e só reconhecendo-O imparcialmente podes reconhecê-Lo. O ego é legião, mas o Espírito Santo é um. Em parte alguma do Reino habita a escuridão, mas a tua parte é apenas a de não permitires que a escuridão habite em tua própria mente.
Esse alinhamento com a luz é ilimitado, pois está em alinhamento com a luz do mundo. Cada um de nós é a luz do mundo e unindo as nossas mentes nesta luz, proclamamos o Reino de Deus juntos e como um só. 





sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - 1. A mensagem da crucificação






1. Com o propósito de aprender, vamos considerar mais uma vez a crucificação. Eu não me alonguei nisso antes devido às conotações amedrontadoras que podes associar a ela. A única ênfase que lhe foi dada até aqui tem sido dizer que não é uma forma de punição. Porém, nada pode ser explicado somente em termos negativos. Há urna interpretação positiva da crucificação que está totalmente destituída de medo e, por- tanto, é totalmente benigna no que ensina se é propriamente compreendida.

2. A crucificação nada mais é senão um exemplo extremo. Seu valor, como o valor de qualquer instrumento de ensino, está apenas no tipo de aprendizado que facilita. Pode ser e tem sido compreendida de forma equivocada. Isso se deu somente porque aqueles que têm medo estão predispostos a perceber temerosamente. Eu já te disse que podes sempre recorrer a mim para compartilhar a minha decisão e assim foralece-la. Eu também te disse que a crucificação foi a última jornada inútil que a Filiação precisa fazer e que representa a liberação do medo para qualquer pessoa que a compreenda. Embora anteriormente eu só tenha dado ênfase à ressurreição, o propósito da crucificação e como ela, de fato, conduziu à ressurreição não foi ainda esclarecido. No entanto, ela tem uma contribuição definitiva a fazer para a tua própria vida e se a considerares sem medo, ela te ajudará a compreender o teu próprio papel como professor.

3. É provável que por muitos anos tenhas reagido como se estivesses sendo crucificado. Essa é uma ten- dência marcante dos separados, que sempre se recusam a considerar o que têm feito a si mesmos. Proje- ção significa raiva, raiva fomenta agressão e agressão promove medo. A significação real da crucificação está na intensidade aparente da agressão de alguns dos Filhos de Deus a outro. Isso, é claro, é impossível e tem que ser inteiramente compreendido como impossível. De outro modo, eu não posso servir como um modelo para o aprendizado.

4. A agressão, em última instância, só pode ser feita ao corpo. Não há muita dúvida de que um corpo pode agredir um outro e pode até mesmo destruí-lo. Mas, se a própria destruição é impossível, qualquer coisa que seja destrutível não pode ser real. Sua destruição, portanto, não justifica raiva. Na medida em que acreditas que justifica, estás aceitando falsas premissas e ensinando-as a outros. A mensagem que a cruci- ficação pretendia ensinar era a de que não é necessário que se perceba nenhuma forma de agressão na perseguição, porque não podes ser perseguido. Se respondes com raiva, não podes deixar de estar te igua- lando ao que é destrutível e, portanto, considerando a ti mesmo de forma insana.

5. Tenho tornado perfeitamente claro que eu sou como tu e que és como eu, mas a nossa igualdade fundamental só pode ser demonstrada através de uma decisão conjunta. És livre para perceber a ti mesmo como um perseguido, se assim escolheres. Contudo, quando escolhes reagir desse modo poderias te lembrar que, segundo o julgamento do mundo, eu fui perseguido e não compartilhei dessa avaliação de mim mesmo. E porque não a compartilhei, não a fortaleci. Ofereci, portanto, uma interpretação diferente do ataque, interpretação essa que quero compartilhar contigo. Se acreditares nela, vais me ajudar a ensiná-la.

6. Como eu já disse, "Assim como ensinas, aprenderás." Se reages como se estivesses sendo perseguido, estás ensinando a perseguição. Essa não é uma lição que um Filho de Deus deva querer
ensinar se quer realizar a sua própria salvação. Ao invés disso, ensina a tua própria imunidade perfeita que é a verdade em ti, e reconhece que ela não pode ser atacada. Não tentes protegê-la tu mesmo, ou esta- rás acreditando que ela é atacável. Não te é pedido que sejas crucificado, o que foi parte da minha própria contribuição para o ensino. A ti está sendo pedido meramente que sigas o meu exemplo diante de tentações muito menos extremas de perceber de forma equivocada e que não as aceites como falsas justificativas para a raiva. Não pode haver justificativa para o injustificável. Não acredites que haja e nem ensines que há. Lembra-te sempre de que aquilo em que acreditas tu ensinarás. Acredita comigo e nós vire- mos a ser iguais como professores.

7. A tua ressurreição é o teu re-despertar. Eu sou o modelo para o renascimento, mas o renascimento em si é apenas o alvorecer na tua mente do que já está presente nela. O próprio Deus o colocou aí e, portanto, ele é verdadeiro para sempre. Eu acreditei nele e por conseguinte aceitei-o como verdadeiro para mim. Ajuda-me a ensiná-lo aos nossos irmãos em nome do Reino de Deus, mas antes acredites que é verdadeiro para ti ou estarás ensinando erroneamente. Meus irmãos dormiram durante a assim chamada "agonia no jardim", mas eu não poderia ter tido raiva porque sabia que não poderia ser abandonado.

8. Eu lamento quando meus irmãos não compartilham a minha decisão de ouvir apenas uma Voz, porque isso os enfraquece como professores e como aprendizes. No entanto, eu sei que não podem realmente trair a si mesmos ou a mim, e que ainda é sobre eles que devo edificar a minha igreja. Não há escolha nis- so, porque só tu podes ser o fundamento da igreja de Deus. Só há uma igreja aonde há um altar e é a pre- sença do altar que faz com que a igreja seja santa. Uma igreja que não inspira amor tem um altar escondi- do, que não está servindo ao propósito para o qual Deus o destinou. Eu tenho que fundar a Sua igreja sobre ti, porque aqueles que me aceitam como modelo são literalmente meus discípulos. Discípulos são seguidores e, se o modelo que seguem escolheu preservá-los da dor em todos os aspectos, não seria sábio da parte deles não segui-lo.

9. Escolhi, para o teu bem e o meu, demonstrar que a agressão mais ultrajante segundo o julgamento do ego não importa. Segundo o julgamento do mundo sobre essas coisas, mas não segundo o conhecimento de Deus, eu fui traído, abandonado, espancado, rasgado e finalmente morto. Estava claro que isso so- mente aconteceu devido à projeção de outros sobre mim, já que eu não causei dano a ninguém e curei a muitos.

10. Ainda somos iguais como aprendizes, embora não seja necessário que tenhamos experiências iguais. O Espírito Santo fica contente quando consegues aprender com as minhas e ser re-despertado através delas. Esse é o seu único propósito e esse é o único modo no qual eu posso ser percebido como o caminho, a verdade e a vida. Quando ouves apenas uma Voz, nunca és chamado para o sacrifício. Ao contrário, por seres capaz de ouvir o Espírito Santo nos outros, podes aprender com as suas experiências e ganhar por meio delas, mesmo sem vivencia-las diretamente. Isso acontece porque o Espírito Santo é um e qualquer pessoa que escute é inevitavelmente conduzida a demonstrar o Seu caminho para todos.

11. Tu não és perseguido e nem eu fui. Não te é pedido que repitas as minhas experiências porque o Espírito Santo, a Quem compartilhamos, faz com que isso seja desnecessário. Porém, para usares as minhas experiências construtivamente, ainda tens que seguir o meu exemplo na forma de percebê-las. Os meus irmãos e os teus estão constantemente engajados em justificar o injustificável. A minha única lição, que eu tenho que ensinar como aprendi, é que nenhuma percepção que esteja em desacordo com o julgamento do Espírito Santo pode ser justificada. Eu assumi mostrar que isso foi verdadeiro em um caso extremo, meramente porque dessa forma serviria como um bom recurso de ensino para aqueles cuja tentação de se entregar à raiva e à agressão não seria tão extrema. Minha vontade unida à de Deus é que nenhum de Seus Filhos sofra.

12. A crucificação não pode ser compartilhada porque é o símbolo da projeção, mas a ressurreição é o símbolo do compartilhar porque o re-despertar de cada Filho de Deus é necessário para que a Filiação seja capaz de conhecer a sua integridade. Só isso é conhecimento.

13. A mensagem da crucificação é perfeitamente clara:

Ensina só amor, pois é isso que tu és.

14. Se interpretares a crucificação de qualquer outro modo, tu a estás usando como uma arma para agre- dir em vez do chamado para a paz para o qual ela foi destinada. Os Apóstolos muitas vezes a compreende- ram de forma equivocada pela mesma razão que qualquer pessoa a compreende de forma equivocada. Como o próprio amor que tinham era imperfeito, isso fez com que fossem vulneráveis à projeção e em função de seu próprio medo, falaram da "ira de Deus" como Sua arma de retaliação. E nem poderiam falar da crucificação inteiramente sem raiva, porque seu senso de culpa tinha-os tornado raivosos.

15. Esses são alguns dos exemplos de pensamento invertido no Novo Testamento, embora seu evangelho seja realmente só a mensagem do amor. Se os Apóstolos não tivessem se sentido culpados, nunca poderi- am ter me citado como se eu tivesse dito "Não vim trazer paz, mas uma espada." Isso é claramente o opos- to de tudo o que eu ensinei. Nem poderiam ter descrito as minhas reações a Judas como o fizeram, se tivessem realmente me compreendido. Eu não poderia ter dito "Com um beijo traís o Filho do Homem?", a não ser que eu acreditasse em traição. Toda a mensagem da crucificação era simplesmente que eu não acreditava. A "punição" que se diz que eu invoquei para Judas é outro equívoco similar. Judas era meu irmão e um Filho de Deus, tão parte da Filiação quanto eu mesmo. Seria provável que eu o tivesse conde- nado quando estava pronto para demonstrar que a condenação é impossível?

16. Quando leres os ensinamentos dos Apóstolos, lembra-te de que eu próprio lhes disse que havia muita coisa que iriam compreender mais tarde, porque não estavam totalmente prontos para me seguir naquela ocasião. Eu não quero que permitas que qualquer medo entre no sistema de pensamento rumo ao qual eu estou te guiando. Não estou chamando mártires, mas professores. Ninguém é punido por pecados e os Filhos de Deus não são pecadores. Qualquer conceito de punição envolve a projeção da acusação e reforça a idéia de que a acusação é justificada. O resultado é uma lição de acusação pois todo comportamento ensina as crenças que o motivam. A crucificação foi o resultado de sistemas de pensamento claramente opostos, o símbolo perfeito do "conflito" entre o ego e o Filho de Deus. Esse conflito parece ser agora tão real quanto antes e suas lições têm que ser aprendidas agora, assim como naquele tempo.

17. Eu não preciso de gratidão, mas tu precisas desenvolver a tua capacidade enfraquecida de ser grato, ou não podes apreciar a Deus. Ele não precisa da tua apreciação, mas tu sim. Não podes amar o que não aprecias, pois o medo faz com que a apreciação seja impossível. Quando tens medo do que tu és, não o aprecias e portanto irás rejeitá-lo. Como resultado, vais ensinar a rejeição.

18. O poder dos Filhos de Deus está presente todo o tempo, porque foram criados como criadores. A influência de uns sobre os outros é sem limites e tem que ser usada para a sua salvação conjunta. Cada um tem que aprender a ensinar que todas as formas de rejeição são sem significado. A separação é a noção de rejeição. Enquanto ensinares isso, acreditarás nisso. Não é assim que Deus pensa e tu tens que pensar como Ele se queres conhecê-Lo outra vez.

19. Lembra-te de que o Espírito Santo é o elo de comunicação entre Deus Pai e os Seus Filhos separados. Se escutares a Sua Voz saberás que não podes ferir nem ser ferido e que muitos precisam da tua bênção para ajudá-los a ouvir isso por si mesmos. Quando perceberes essa única necessidade neles e não responderes a nenhuma outra, terás aprendido comigo e estarás tão ansioso para compartilhar o teu aprendiza- do quanto eu estou. 



Foto: http://virgemdeguadalupe.blogspot.ch/2011/03/o-poder-da-santa-cruz-paixao-e-morte-de.html

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 6 - AS LIÇÕES DE AMOR





1. A relação da raiva como ataque é óbvia, mas a relação da raiva com o medo nem sempre é tão evidente. A raiva sempre envolve a projeção da separação, que deve ser, em última instância, aceita como responsabilidade da própria pessoa em vez de ser imputada aos outros. A raiva não pode ocorrer a menos que a- credites que foste atacado, que o teu ataque por sua vez é justificado e tu não és de forma alguma responsável por ele. Dadas essas três premissas totalmente irracionais, não se pode deixar de chegar à conclusão igualmente irracional de que um irmão merece ser atacado ao invés de amado. O que se pode esperar de premissas insanas exceto uma conclusão insana? O modo de desfazer uma conclusão insana é considerar a sanidade das premissas em que se baseia. Tu não podes ser atacado, o ataque não tem justificativa e tu és responsável por aquilo em que acreditas.


2. Foi pedido a ti que me tomasse como teu modelo de aprendizado, já que um exemplo extremo é particularmente útil como instrumento de aprendizado. Todo mundo ensina e ensina o tempo todo. Essa é uma responsabilidade que assumes inevitavelmente no momento em que aceitas qualquer premissa e ninguém pode organizar a própria vida sem algum sistema de pensamento. Uma vez que tenhas desenvolvido qualquer sistema de pensamento, vives em função dele e o ensinas. A tua capacidade de te aliares a um sistema de pensamento pode estar mal colocada, mas ainda assim é uma forma de fé e pode ser re-dirigida. 






terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Capítulo 5 – 7. A decisão a favor de Deus





1. Tu realmente acreditas que podes fazer uma voz capaz de abafar a Voz de Deus? Realmente acreditas que podes imaginar um sistema de pensamento que possa separar-te Dele? Realmente acreditas que és capaz de planejar a tua segurança e a tua felicidade melhor do que Ele? Tu não precisas ser nem cuidadoso, nem descuidado; precisas simplesmente lançar sobre Ele os teus cuidados, porque Ele tem cuidado por ti. Deus cuida de ti porque te ama. A Sua Voz lembra-te sempre que toda a esperança é tua devido ao Seu cuidado. Tu não podes escolher escapar do Seu cuidado porque não é essa a Sua Vontade, mas podes escolher aceitar o Seu cuidado e usar o poder infinito do Seu cuidado a favor de todos aqueles que Ele criou através dele.

2. Existiram muitos que curaram, mas não curaram a si mesmos. Não moveram montanhas pela sua fé porque a sua fé não era íntegra. Alguns curaram os doentes algumas vezes, mas não ressuscitaram os mortos. A não ser que o curador cure a si mesmo, não pode acreditar que não há ordens de dificuldades em milagres. Ele não aprendeu que cada mente criada por Deus é igualmente digna de cura porque Deus a criou íntegra. Apenas te é pedido que devolva a mente a Deus tal como Ele a criou. Ele só te pede o que te deu, sabendo que essa doação vai curar-te. A sanidade é integridade e a sanidade dos teus irmãos é a tua.

3. Porque deverias escutar os incessantes chamados insanos que pensas que te são dirigidos, quando podes saber que a Voz Daquele que fala por Deus está em ti? Deus te entregou o Seu Espírito e pede-te que entregues o teu a Ele. É Vontade de Deus manter o teu espírito em perfeita paz, porque tu e Ele são um em mente e espírito. Excluir-te da Expiação é a última defesa do ego para a sua própria subsistência. Reflete tanto a necessidade de separar do ego quanto a tua disposição para apoiar essa separação. Essa disponibilidade significa que não queres ser curado.

4. Mas o momento é agora. Não te foi pedido que executasses por ti mesmo o plano da salvação porque, como eu te disse antes, o remédio não poderia ser feito por ti. O próprio Deus te deu a Correção perfeita para tudo que fizeste que não esteja de acordo com a Sua santa Vontade. Estou fazendo com que o plano de Deus seja perfeitamente explícito para ti e também vou te dizer qual é a tua parte nele e como é urgente que ela seja cumprida. Deus chora diante do "sacrifício" de Suas crianças que acreditam que estão perdi-das para Ele.

5. Sempre que não estás totalmente alegre é porque reagiste com falta de amor em relação a uma das criações de Deus. Percebendo isso como "pecado", tu passas a ser defensivo porque esperas ataque. A decisão de reagir desse modo é tua e pode, portanto, ser desfeita. Não pode ser desfeita pelo arrependi-mento no sentido usual, porque isso, implica culpa. Se te permites sentir culpa, vais reforçar o erro ao invés de permitires que seja desfeito para ti.

6. A decisão não pode ser difícil. Isso é óbvio, se reconheces que já tens que ter tomado a decisão de não ser totalmente feliz, se é assim que te sentes. Portanto, o primeiro passo para desfazer isso é reconhecer que tu ativamente decidiste errado, mas podes, de forma igualmente ativa, decidir outra coisa. Sê muito firme contigo mesmo nisso e permanece plenamente ciente de que o processo de desfazer, que não vem de ti, está apesar de tudo dentro de ti porque Deus o colocou aí. A tua parte é meramente fazer voltar o teu pensamento ao ponto no qual o erro foi feito e entregá-lo em paz à Expiação. Dize isso a ti mesmo da maneira mais sincera possível, lembrando que o Espírito Santo vai responder plenamente à tua mais leve invocação:

Devo ter decidido errado, porque não estou em paz.
Tomei a decisão por mim mesmo, mas posso também decidir de outra forma.
Quero decidir de outra forma, porque quero estar em paz.
Não me sinto culpado porque o Espírito Santo vai desfazer todas as conseqüências
da minha decisão errada se eu Lhe permitir.
Escolho permitir-Lhe, deixando que Ele decida a favor de Deus por mim.






sábado, 17 de janeiro de 2015

Capítulo 5 – 6. Tempo e eternidade




1. Deus em Seu conhecimento não está esperando, mas Seu Reino fica destituído enquanto tu esperas. Todos os Filhos de Deus estão esperando pelo teu retorno, assim como estás esperando pelo deles. O atra-so não importa na eternidade, mas é trágico no tempo. Tens optado por estar no tempo ao invés de estar na eternidade e por conseguinte, acreditas que estás no tempo. Porém, a tua opção tanto é livre quanto pode ser alterada. Tu não pertences ao tempo. O teu lugar é só na eternidade, onde o próprio Deus te co-locou para sempre.

2. Os sentimentos de culpa são os preservadores do tempo. Eles induzem aos medos da retaliação ou a-bandono e assim garantem que o futuro será como o passado. 'Essa é a continuidade do ego. Isso dá ao ego um senso falso de segurança, por acreditar que não podes escapar disso. Mas podes e tens que fazê-lo. Deus te oferece em troca a continuidade da eternidade. Quando escolhes fazer essa troca, simultaneamen-te trocarás culpa por alegria, perversidade por amor e dor por paz. Meu papel é apenas desacorrentar a tua vontade e libertá-la. Teu ego não pode aceitar essa liberdade e vai se opor a ela em todos os momentos possíveis e de todos os modos possíveis. E como tu és aquele que o fez, reconheces o que ele pode fazer porque lhe deste o poder de fazê-lo.

3. Lembra-te sempre do Reino e lembra-te que tu, que és parte do Reino, não podes estar perdido. A Men-te que estava em mim está em ti, pois Deus cria com perfeita eqüidade. Permite que o Espírito Santo sem-pre te lembre a Sua eqüidade e deixa que eu te ensine como compartilhá-la com os teus irmãos. De que outro modo pode te ser dada a chance de reivindicá-la para ti? As duas vozes falam em nome de diferentes interpretações da mesma coisa simultaneamente ou quase simultaneamente, pois o ego sempre fala pri-meiro. Interpretações alternadas eram desnecessárias até que foi feita a primeira.
4. O ego fala em julgamento e o Espírito Santo reverte essa decisão, quase do mesmo modo que um tribunal superior tem o poder de reverter as decisões de um tribunal inferior nesse mundo. As decisões do ego estão sempre erradas porque são baseadas no erro e são tomadas para mantê-lo. Nada do que o ego percebe é corretamente interpretado. Não só o ego cita as Escrituras em função do seu propósito, como até mesmo interpreta as Escrituras como uma testemunha de si mesmo. A Bíblia é algo amedrontador no julgamento do ego. Percebendo-a como assustadora, ele a interpreta de modo amedrontador. Estando com medo, tu não apelas para a Corte Suprema porque acreditas que o seu julgamento também será contra ti.

5. Existem muitos exemplos de como as interpretações do ego são enganadoras, mas alguns poucos serão suficientes para mostrar como o Espírito Santo pode reinterprtá-las à Sua própria Luz.

6. “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará", Ele interpreta significando que o que consideras que vale a pena cultivar, vais cultivar em ti mesmo. O teu julgamento acerca do que tem valor faz com que tenha valor para ti.

7. "A mim pertence a vingança, diz o Senhor", é facilmente re-interpretado se te lembrares que as idéias só aumentam quando são compartilhadas. A declaração enfatiza que a vingança não pode ser compartilhada. 'Entrega-a, então, ao Espírito Santo, Que vai desfazê-la em ti porque ela não pertence à tua mente que é parte de Deus.

8. "E visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração," na interpretação do ego, essa é particularmente maliciosa. Vem a ser meramente uma tentativa de garantir a sobrevivência do próprio ego. Para o Espírito Santo, a declaração significa que nas gerações futuras, Ele ainda pode re-interpretar o que as gerações anteriores tinham compreendido equivocadamente e, assim, liberar os pensamentos da capacidade de produzir medo.
9. "Os ímpios, no entanto, perecerão" vem a ser uma declaração da Expiação se a palavra "perecer" for compreendida como "ser desfeito." Todo pensamento sem amor tem que ser desfeito, uma palavra que o ego não pode nem sequer compreender. Para o ego, ser desfeito significa ser destruído. O ego não será destruído porque é parte do teu pensamento, mas porque não é criativo e, portanto, não compartilha; ele será re-interpretado para liberar-te do medo. A parte da tua mente que tens dado ao ego apenas voltará para o Reino, que é o lugar aonde toda a tua mente está em casa. Podes atrasar a completeza do Reino, mas não podes introduzir nele o conceito do medo.

10. Tu não precisas ter medo de que a Corte Suprema vá condenar-te. Ela simplesmente dispensará o caso contra ti. Não pode haver nenhum processo contra uma criança de Deus e toda testemunha em favor da culpa nas criações de Deus está cometendo falso testemunho contra o próprio Deus. Com contentamento, apela à Corte Suprema do próprio Deus a favor de tudo aquilo em que acreditas, porque ela fala por Ele e portanto fala verdadeiramente. Ela arquivará o processo contra ti, por mais que o tenhas construído com cuidado. Podes ter planejado o teu caso à prova de tudo, mas não à prova de Deus. O Espírito Santo não o ouvirá, porque só pode testemunhar verdadeiramente. Seu veredito sempre será "teu é o Reino", porque Ele te foi dado para lembrar-te do que tu és.

11. Quando eu disse "Eu vim como uma luz para o mundo", quis dizer que vim para compartilhar a luz contigo. Lembra-te da minha referência ao vidro escuro do ego e lembra-te também de que eu disse "Não olhes para lá". Ainda é verdadeiro que aonde olhas para achar a ti mesmo cabe a ti decidir. A tua paciência com o teu irmão é a tua paciência contigo mesmo. Uma criança de Deus não merece paciência? Eu te mos-trei paciência infinita porque a minha vontade é a Vontade de nosso Pai, de Quem eu aprendi a paciência infinita. A Sua Voz estava em mim assim como está em ti falando pela paciência para com a Filiação em Nome do Seu Criador.

12. Agora precisas aprender que só paciência infinita produz efeitos imediatos. Esse é o caminho no qual o tempo é trocado pela eternidade. A paciência infinita invoca amor infinito e ao produzir resultados agora, torna o tempo desnecessário. Dissemos muitas vezes que o tempo é um instrumento de aprendizado a ser abolido quando não mais for útil. O Espírito Santo, Que fala por Deus no tempo, também sabe que o tem-po é sem significado. Ele te lembra disso a cada momento que passa, porque a Sua função especial é de-volver-te à eternidade e lá permanecer para abençoar as tuas criações. Ele é a única bênção que podes dar verdadeiramente, porque Ele é verdadeiramente abençoado. Porque Ele te foi dado livremente por Deus, tens que dá-Lo assim como O recebeste.







Capítulo 5 – 5. O uso da culpa pelo ego




1. Talvez alguns de nossos conceitos venham a ser mais claros e mais significativos em termos pessoais se o uso da culpa pelo ego for esclarecido. O ego tem um propósito, assim como o Espírito Santo. O propósito do ego é o medo, porque só quem tem medo pode ser egotista. A lógica do ego é tão impecável quanto a do Espírito Santo, porque a tua mente tem ao seu dispor os meios para ficar do lado do Céu ou da terra, conforme elegeres. No entanto, mais uma vez lembra-te que ambos estão em ti.

2. No Céu não há culpa, porque o Reino é atingido através da Expiação que te libera para criar. A palavra "criar" é apropriada aqui porque, uma vez que o que tens feito seja desfeito pelo Espírito Santo, o resíduo abençoado é restaurado e continua, portanto, na criação. O que é verdadeiramente abençoado é incapaz de dar origem à culpa e não pode deixar de dar origem à alegria. Isso o toma invulnerável para o ego por-que a sua paz é inexpugnável. É invulnerável à ruptura porque é íntegro. A culpa sempre produz uma ruptura. Qualquer coisa que engendre medo divide, porque obedece à lei da divisão. Se o ego é o símbolo da separação é também o símbolo da culpa. A culpa é mais do que apenas algo que não é de Deus. É o símbolo do ataque a Deus. Esse conceito é totalmente sem significado, exceto para o ego, mas não subestimes o poder da crença do ego. É dessa crença que realmente brota toda a culpa.

3. O ego é a parte da mente que acredita em divisão. Como poderia uma parte de Deus se desligar sem acreditar que O está atacando? Falamos anteriormente do problema da autoridade que está baseado no conceito da usurpação do poder de Deus. O ego acredita que é isso o que fizeste, porque acredita que ele é o que tu és. Se te identificas com o ego, tens que te perceber como se fosses culpado. Sempre que respondes ao teu ego, vais experimentar culpa e temer punição. O ego é bem literalmente um pensamento amedrontados. Por mais ridícula que possa ser a idéia de atacar a Deus para a mente sã, nunca te esqueças de que o ego não é são. Representa um sistema delusório e fala por ele. Escutar a voz do ego significa que acreditas que é possível atacar a Deus e que uma parte de Deus foi arrancada por ti. O medo da retaliação vinda de fora é decorrência disso, porque a severidade da culpa é tão aguda que tem que ser projetada.

4. O que quer que seja que aceites em tua mente tem realidade para ti. É a tua aceitação que o faz real. Se entronizas o ego em tua mente, a tua permissão para que ele entre faz dele a tua realidade. Isso é assim porque a mente é capaz de criar a realidade ou fazer ilusões. Eu disse anteriormente que tu precisas a-prender a pensar com Deus. Pensar com Ele é pensar como Ele. Isso engendra alegria, não culpa, porque é natural. A culpa é um sinal seguro de que o teu pensamento não é natural. O pensamento não-natural será sempre acompanhado pela culpa porque é uma crença no pecado. O ego não percebe o pecado como uma falta de amor, mas como um ato indubitável de agressão. Isso é necessário para a sobrevivência do ego porque, logo que considerares o pecado como uma falta, irás automaticamente tentar remediar a situação. E terás sucesso. O ego considera isso como uma condenação, mas tens que aprender a considerar como liberdade.

5. A mente sem culpa não pode sofrer. Sendo sã, a mente cura o corpo porque ela foi curada. A mente sã não pode conceber a enfermidade porque não pode conceber ataque a qualquer pessoa ou qualquer coisa. Eu disse antes que a enfermidade é uma forma de mágica. Poderia ser melhor dizer que é uma forma de solução mágica. O ego acredita que punindo-se vai atenuar a punição de Deus. Entretanto, mesmo nisso ele é arrogante. Atribui a Deus uma intenção de punir e então toma essa intenção como sua própria prerrogativa. Tenta usurpar todas as funções de Deus como as percebe porque reconhece que só a aliança total pode ser confiável.

6. O ego não pode se opor às leis de Deus assim como tu também não podes, mas pode interpretá-las de acordo com o que quer, assim como tu. Essa é a razão pela qual a questão "O que é que tu queres?" tem que ser respondida. Tu a estás respondendo a cada minuto e a cada segundo, e cada momento de decisão é um julgamento que pode ser tudo, menos sem efeito. Seus efeitos seguir-se-ão automaticamente até que a decisão seja mudada. Lembra-te, porém, que as alternativas em si são inalteráveis. O Espírito Santo, como o ego, é uma decisão. Juntos constituem todas as alternativas que a mente pode aceitar e obedecer. O Espírito Santo e o ego são as únicas escolhas abertas para ti. Deus criou uma delas e não podes erradicá-la. Tu fizeste a outra, então, podes. Só o que Deus criou é irreversível e imutável. O que fizeste sempre pode ser mudado, porque quando não pensas como Deus, não estás realmente pensando em absoluto. Idéias delusórias não são pensamentos reais, muito embora possas acreditar nelas. Mas estás errado. A função do pensamento vem de Deus e está em Deus. Como parte do Seu Pensamento, não podes pensar à parte Dele.

7. O pensamento irracional é pensamento desordenado. O próprio Deus ordena o teu pensamento porque o teu pensamento foi criado por Ele. Os sentimentos de culpa são sempre um sinal de que não sabes disso. Eles mostram também que acreditas que podes pensar à parte de Deus e queres fazê-lo. Todo pensamento desordenado é acompanhado de culpa na sua concepção e a sua continuação é mantida pela culpa. A culpa é inescapável para aqueles que acreditam que ordenam seus próprios pensamentos e, portanto, têm que obedecer os ditames que eles impõem. 'Isso os faz sentir responsáveis pelos seus erros sem reconhecer que, ao aceitar essa responsabilidade, estão reagindo irresponsavelmente. Se a única responsabilidade do trabalhador de milagres é aceitar a Expiação para si mesmo e eu te asseguro que é, então, a responsabilidade por o que é expiado não pode ser tua. O dilema não pode ser resolvido a não ser pela aceitação da solução do desfazer. Tu serias responsável pelos efeitos de todos os teus pensamentos errados se eles não pudessem ser desfeitos. O propósito da Expiação é salvar o passado apenas em forma purificada. Se aceitas o remédio para o pensamento desordenado, remédio cuja eficácia está além da dúvida, como podem os seus sintomas permanecer?

8. A continuidade da decisão de permanecer separado é a única razão possível para a continuação dos sentimentos de culpa. Nós dissemos isso antes, mas não enfatizamos os resultados destrutivos da decisão. Qualquer decisão da mente vai afetar tanto o comportamento quanto a experiência. O que queres, tu es-peras. Isso não é delusório. A tua mente, de fato, faz o teu futuro e o devolverá à criação plena a qualquer momento, se aceitares em primeiro lugar a Expiação. No instante em que tiveres feito isso, ela também retornará à criação plena. Tendo desistido do teu pensamento desordenado, a ordem apropriada do pensamento vem a ser bastante aparente.





sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Capítulo 5 – 4. Ensinando e curando








1. O que o medo escondeu ainda é parte de ti. Unir-te à Expiação é o caminho para sair do medo. O Espírito Santo te ajudará a re-interpretar tudo o que percebes como amedrontados e te ensinará que só o que é amoroso é verdadeiro. A verdade está além da tua capacidade de destruir, mas inteiramente dentro da tua capacidade de aceitar. Ela te pertence porque, como uma extensão de Deus, tu a criaste com Ele. É tua porque é parte de ti, exatamente como és parte de Deus porque Ele te criou. Nada que seja bom pode ser perdido porque vem do Espírito Santo, a Voz pela criação. Nada que não seja bom nunca foi criado e, por-tanto, não pode ser protegido. A Expiação é a garantia da segurança do Reino e a união da Filiação é a sua proteção. O ego não pode prevalecer contra o Reino porque a Filiação é unida. Na presença daqueles que ouvem o chamado do Espírito Santo para que sejam um, o ego se desvanece e é desfeito.

2. O que o ego faz, ele guarda para si mesmo e assim ele é sem força. Sua existência não é compartilhada. Ele não morre, meramente nunca nasceu. O nascimento físico não é um início, é uma continuação. Tudo o que continua já nasceu. Aumentará à medida em que estejas disposto a devolver a parte não curada da tua mente à parte superior, devolvendo-a sem divisões à criação. 'Eu vim para dar-te o fundamento, de modo que os teus próprios pensamentos possam realmente fazer com que sejas livre. Tu tens carregado a carga de idéias não compartilhadas que são por demais fracas para aumentarem, mas tendo-as feito, não tens reconhecido como desfazê-las. Tu não podes cancelar sozinho os teus erros passados. Eles não desaparecerão da tua mente sem a Expiação, um remédio que não foi feito por ti. A Expiação tem que ser compreendida como um ato puro de compartilhar. Foi isso o que eu quis dizer quando mencionei que mesmo nesse mundo é possível escutar uma única Voz. Se és parte de Deus e a Filiação é una, não podes te limitar ao ser que o ego vê.

3. Todos os pensamentos amorosos mantidos em qualquer parte da Filiação pertencem a todas as partes. São compartilhados porque são amorosos. Compartilhar é o modo de Deus criar e também o teu. O ego pode te manter exilado do Reino, mas no próprio Reino ele não tem nenhum poder. As idéias do espírito não deixam a mente que as pensa, nem podem conflitar umas com as outras. Todavia, as idéias do ego podem conflitar porque ocorrem em níveis diferentes e também incluem pensamentos opostos no mesmo nível. É impossível compartilhar pensamentos opostos. Tu só podes compartilhar os pensamentos que são de Deus e que Ele guarda para ti. Pois deles é o Reino do Céu. O resto permanece contigo até que o Espírito Santo os tenha re-interpretado à luz do Reino, fazendo com que eles também sejam dignos de serem compartilhados.Quando estiverem suficientemente purificados, Ele permitirá que tu os dês. A decisão de compartilhá-los é a sua purificação.

4. Eu ouvi uma única Voz porque compreendi que não poderia expiar por mim mesmo sozinho. Escutar uma só Voz implica a decisão de compartilhá-La de modo a ouvi-La tu mesmo. A Mente que estava em mim ainda é irresistivelmente atraída por todas as mentes criadas por Deus, porque a Integridade de Deus é a integridade de Seu Filho. Não podes ser ferido e não queres mostrar ao teu irmão coisa alguma exceto a tua integridade. Mostra-lhe que ele não pode ferir-te e não mantenhas nada contra ele ou a man-terás contra ti mesmo. Esse é o significado de "voltar a outra face."

5. O ensino é feito de muitas formas, acima de tudo através de exemplos. Ensino deve ser cura, porque é o compartilhar de idéias e o reconhecimento de que compartilhar idéias é fortalecê-las. Eu não posso esquecer minha necessidade de ensinar o que eu aprendi, que surgiu em mim porque eu aprendi. Eu apelo a ti para que ensines o que tens aprendido, porque fazendo isso, podes confiar no que aprendeste. Faze com que o que tu aprendeste seja digno de confiança em meu nome porque meu nome é o Nome do Filho de Deus. O que eu aprendi eu te dou gratuitamente e a Mente que estava em mim regozija-se à medida em que escolhes ouvi-la.

6. O Espírito Santo expia em todos nós através do desfazer e assim ergue a carga que colocaste na tua mente. Seguindo-O, és conduzido de volta a Deus onde é o teu lugar, e como podes achar o caminho exceto levando o teu irmão contigo? A minha parte na Expiação não está completa até que te unas a ela e a dês a outros. Como ensinas, assim aprenderás. Eu nunca te deixarei ou abandonarei porque abandonar-te seria abandonar a mim mesmo e a Deus que me criou. Tu abandonas a ti mesmo e a Deus se abandonas a qualquer um dos teus irmãos. Tens que aprender a vê-los como são e compreender que pertencem a Deus assim como tu. Como poderias tratar melhor um irmão exceto dando a Deus o que é de Deus?

7. A Expiação te dá o poder de uma mente curada, mas o poder de criar é de Deus. Por conseguinte, aqueles que foram perdoados têm que se devotar em primeiro lugar à cura porque, tendo recebido a idéia da cura, precisam dá-la para mantê-la. O pleno poder da criação não pode ser expresso enquanto qualquer uma das idéias de Deus estiver longe do Reino. A vontade conjunta da Filiação é o único criador que pode criar como o Pai, porque só o que é completo pode pensar de modo completo e ao pensamento de Deus não falta nada. Em tudo o que pensas que não seja através do Espírito Santo algo está faltando.

8. Como podes tu, que és tão santo, sofrer? Todo o teu passado, exceto a sua beleza, se foi e nada ficou além de uma bênção. Eu guardei toda a tua benignidade e todos os pensamentos de amor que jamais ti-veste. Eu os tenho purificado dos erros que escondiam a luz que estava neles e os tenho conservado para ti na radiância perfeita que lhes é própria. Eles estão além da destruição e além da culpa. Vieram do Espírito Santo dentro de ti e nós sabemos que o que Deus cria é eterno. Tu podes, de fato, partir em paz, porque eu tenho te amado como amei a mim mesmo. Tu vais com a minha bênção e pela minha bênção. Mantém-na e compartilha-a para que possa ser sempre nossa. Eu coloco a paz de Deus no teu coração e nas tuas mãos para manteres e compartilhares. O coração é puro para mantê-la e as mãos são fortes para dá-Ia. Nós não podemos perder. Meu julgamento é tão forte quanto a sabedoria de Deus, em Cujo Coração e em Cujas Mãos nós temos o nosso ser. As crianças quietas de Deus são os Seus Filhos abençoados. Os Pensamentos de Deus estão contigo.